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𝟎𝟎𝟐 - 𝐀 𝗎́𝗅𝗍𝗂𝗆𝖺 𝖼𝗁𝖺𝗇𝖼𝖾.

A NOITE parecia não ter fim. Jihye não conseguia parar de pensar no que tinha feito, se realmente valia a pena entrar naqueles jogos ou se tudo aquilo era mesmo real. Mas, no fundo, via uma chance: uma chance de se “curar”, de salvar a própria vida, de erguer a si mesma e ao irmão. Talvez nunca voltassem a ser como antes, mas quem sabe, ao menos, uma parte disso. Era como um peso constante na mente. Girava o celular entre os dedos, tentando decidir se tinha acabado de se meter na pior roubada da sua vida ou se só estava exagerando. Talvez fosse algo completamente ilegal. Mas, no fim, dane-se. Fazia tempo que ela não era exatamente uma cidadã exemplar, e a prova disso estava na quantidade de maconha que fumava às escondidas. Ela sabia exatamente o que estava fazendo e, ao mesmo tempo, sabia que não deveria. Mas estava tão no fundo do poço que nada mais importava. Aquela erva proibida tornara-se seu "energético", algo que a mantinha de pé quando tudo parecia desmoronar. Seu irmão era a única pessoa que sabia e, do jeito dele, tentava fazê-la parar. Em partes, se sentia culpada e se perguntava em que momento tinha chegado àquele ponto. Mas agora, com a sensação de que poderia morrer a qualquer instante, nada mais fazia diferença. Nem mesmo a lei, a mesma que ela passou tanto tempo estudando.

Jihye continuou ali, perdida em seus próprios pensamentos. Do lado de fora, dava para ouvir a TV ligada; seu irmão assistia a alguma coisa. Sentia o corpo pesado demais para se mover e nem cogitou levantar para tomar banho. Do jeito que estava, com as roupas ainda úmidas, acabou apagando.

{..}

O dia amanheceu, e ela acordou com barulhos dentro do próprio quarto: gavetas abrindo e fechando, coisas sendo reviradas. Esfregou os olhos antes de perceber que Dae-ho vasculhava tudo como se estivesse procurando algo.

── Que merda você está fazendo? ── murmurou, a voz ainda sonolenta, entre bocejos.

── Bom dia pra você também, pestinha.

── Você não respondeu à minha pergunta, Dae-ho. ── ela se apoiou no móvel ao lado e, devagar, se colocou de pé.

── Estou procurando os seus cigarros de maconha para jogar fora. Quantos mais você tem?

Jihye esfregou o rosto e soltou um suspiro longo antes de responder. Pôs as mãos na cintura, encarando o irmão.

── Não tenho mais nenhum, fumei o último ontem. ── deu de ombros. ── Você não vai achar nada aqui.

── Tá mentindo para mim? ── cruzou os braços, desconfiado. ── Sabe que sua médica pode descobrir nos exames, né?

── Como se eu fosse burra a esse ponto, né, Dae-ho? Nunca fumo antes de fazer exame, só depois. ── riu baixinho, mesmo sabendo que não tinha graça nenhuma.

── Sabe que isso não tem a menor graça, né? ── ele falou, com a voz impaciente.

── Tá bom, tá bom! ── revirou os olhos, bocejando outra vez. ── Pode ficar tranquilo, não tenho mais nada.

Era uma mentira descarada, mas ela sabia que Dae-ho não ia encontrar nada, mesmo que insistisse. Além disso, ela sempre soube como manipular as situações a seu favor. Era uma puta manipuladora mentirosa. Pensando bem, talvez ser advogada fosse mesmo o caminho certo. Afinal, se ela conseguia enganar o próprio irmão com tanta facilidade, quem mais não cairia nas histórias dela?

── Tudo bem, vou confiar em você! Mas Jihye... ── ele levou o dedo indicador ao queixo, como se estivesse ponderando a pergunta. ── Onde você consegue essas coisas se isso é totalmente ilegal?

── E por que eu te contaria? ── ela deu de ombros, com um sorriso enigmático. ── Não é porque é ilegal aqui que é impossível de encontrar. Se você procurar, vai ver que sempre há um jeito. E eu, bom, eu sou boa em encontrar esses "jeitos".

O mais velho bufou, passando a mão pela nuca, como se tentasse encontrar algo mais sensato a dizer. No fim, ele apenas deu de ombros e começou a caminhar em direção à porta. Quando estava quase saindo, parou e, de costas, disse:

── Vou preparar algo para comermos. Você, toma um banho.

Jihye ficou ali, quieta, observando. As palavras de seu irmão martelavam em sua cabeça, mas o peso da realidade a impedia de dizer algo. Até que, sem pensar muito, o chamou antes que ele pudesse sair.

── Dae-ho...

Ele se virou, seu olhar agora focado nela, uma expressão que misturava preocupação e algo mais.

── As coisas não estão nada boas, né? Você gastou todo o dinheiro que conseguiu, sabe-se lá como, com os meus remédios, mesmo sabendo que, de qualquer forma, eu vou morrer porque não podemos pagar o tratamento que eu preciso.

Dae-ho ficou parado, a mandíbula tensa. Ela sabia que aquelas palavras eram duras, mas não podia mais esconder o que sentia. Ele ficou em silêncio por um tempo, tentando processar.

── Não diga isso, tá legal? ── finalmente respondeu, com a voz embargada e os olhos se enchendo de lágrimas. Ele desviou o olhar para baixo, como se as palavras dela o tivessem atingido em cheio. ── Vamos dar um jeito; você não vai morrer... não agora, não assim.

Um silêncio pesado tomou conta do quarto, e ela ficou estática, como se as palavras ainda ecoassem em sua mente. Dae-ho, sem mais o que dizer, finalmente saiu e seguiu em direção à cozinha. A mais nova, por sua vez, deu de ombros, como se nada tivesse realmente acontecido, e pegou algumas roupas limpas para vestir após o banho.

O que aquele homem do metrô havia dito parecia absurdo, mas quem sabe? Talvez, só talvez, esse tal jogo fosse realmente uma forma de mudar a sua situação. Se tudo fosse verdade, se ela realmente pudesse ganhar o suficiente para pagar o tratamento, talvez valesse a pena arriscar. Afinal, o que ela tinha a perder? Mas ela não queria pensar sobre isso, não agora.

{..}

Tomava um banho quente, mas, dessa vez, tinha plena consciência de que não podia demorar como costumava fazer. O calor da água a envolvia, mas não conseguia se distrair. Quando saiu, seus cabelos estavam úmidos e seus pés ainda molhados. Ela voltou ao quarto, vestiu-se com uma calça de moletom e uma camiseta simples, uma roupa qualquer que não exigia muito pensamento. Caminhou de volta para fora e foi até a cozinha.

O cheiro de morangos misturados com uma leve nota de baunilha preenchia o ar enquanto ela passava pelos cômodos. Uma fragrância que parecia natural nela, como se fosse uma extensão de sua própria essência. E, curiosamente, esse aroma persistia até mesmo quando ela fumava. Jihye nunca pensou muito nisso, mas, por mais que fosse um detalhe pequeno, era algo que ninguém podia negar: ela tinha um cheiro único, um contraste entre a suavidade e a rebeldia.

Sentou-se de frente para o irmão, que já estava comendo em silêncio. O ambiente estava tenso, como se a conversa anterior ainda pairasse no ar. O silêncio era confortável, mas pesado. Dae-ho estava mais calado do que o normal, e a expressão dele não passava despercebida. A dor que ele sentia estava ali, bem na superfície, e ela sabia que ele não estava apenas tentando esconder.

Ele odiava a ideia de estar perdendo sua irmã, de vê-la indo embora aos poucos, mas faria de tudo para salvá-la.

── Me desculpa... ── ela murmurou, mantendo o olhar baixo.

── Desculpa pelo quê? ── Dae-ho questionou, ainda mastigando.

── Por ser tão negativa, quando tudo que você tem feito é lutar por mim. Eu deveria ser mais grata, em vez de fazer você se sentir assim...

Ela sentiu o toque quente da mão dele sobre a sua, e só então ergueu o olhar. Dae-ho sorriu de canto, daquele jeito típico dele, como se dissesse que tudo ficaria bem, mesmo quando nada parecia estar.

── A gente vai dar um jeito nisso, Jihye. E se você não consegue acreditar, tudo bem... Eu acredito por nós dois.

A mais nova assentiu levemente, esboçando um pequeno sorriso antes de voltar a encarar a própria mão. Dae-ho, satisfeito com a resposta, retomou a refeição com um pouco mais de ânimo.

Jihye, por outro lado, ainda não tinha tocado na comida. Seus dedos giravam distraidamente a pulseira em seu pulso, um acessório de ouro com sua inicial, um presente de In-ho. Desde que a recebeu, nunca mais a tirou.

Sempre que olhava para aquela peça, lembranças vinham à tona—momentos ao lado dele, o tipo de coisa que ela fingia não significar nada, mas que, no fundo, carregava mais peso do que queria admitir.

Dizia a todos que era apenas uma bijuteria, mas nem deixava seu irmão encostar nela. E, por mais que precisasse de dinheiro, vender aquela pulseira nunca foi uma opção.

Ela segurou a xícara entre os dedos, sentindo o calor do chá se espalhar pela pele. Seus olhos seguiam o vapor subindo devagar, mas sua mente estava longe dali.

— Você não vai comer? — Dae-ho perguntou, sem tirar os olhos dela.

Ela abriu a boca para responder, mas então tudo girou. Pequenos pontos brilhantes dançaram diante dos seus olhos, e o cheiro do chá, antes agradável, de repente ficou enjoativo.

Seus dedos ficaram fracos ao redor da xícara. O peito subiu e desceu rápido demais, enquanto um suor frio escorria pela sua nuca. A dor veio forte e certeira, como uma lâmina atravessando sua cabeça.

— Jihye?

Ela mal ouviu. Seu corpo se contraiu involuntariamente, e a xícara deslizou de suas mãos. O líquido se espalhou pela mesa antes de a porcelana atingir o chão e se estilhaçar.

E então, tudo aconteceu rápido demais.

— Jihye!

Ela tombou para trás, o corpo se contorcendo sem controle. Dae-ho agiu por impulso. Em um segundo, já estava segurando a cabeça de sua irmã, impedindo que batesse contra o chão. Com cuidado, virou-a de lado, mantendo suas vias aéreas livres.

— Respira… fica comigo.

Os espasmos duraram segundos, mas pareceram uma eternidade. O peito dela subia e descia de um jeito assustador, mas pelo menos ainda estava respirando.

Ele passou a mão pelo rosto suado da irmã, afastando os fios grudados na testa. Quando a mais nova finalmente abriu os olhos, estavam vidrados e confusos. Sua respiração era irregular, mas aos poucos foi se estabilizando.

— Eu... odeio isso — murmurou, a voz fraca.

— Eu sei. Mas eu tô aqui.

O mais velho ergueu o corpo dela com cuidado, garantindo que estivesse firme antes de se afastar. Sem precisar que ela dissesse nada, ele recolheu os cacos da xícara, limpou o chá derramado e encheu outro recipiente para ela. Depois, voltou a se sentar, sem tirar os olhos dela nem por um segundo.

Jihye estava com dor. Muita dor. Mas já tinha se acostumado a isso. Antes, chorava até não aguentar mais; agora, nem tentava. Sua expressão era a única coisa que a entregava.

— Dói muito? — ele perguntou, já sabendo a resposta.

A mulher só assentiu, a dor transbordando dos olhos, mas ela não disse nada. Não precisava. Ele esfregou a nuca, pensativo, como se ainda tentasse entender como estavam ali.

— Consegue comer alguma coisa? — perguntou de novo, como se comer fosse uma solução.

— Não estou com fome, Dae-ho.

— Então a gente vai para o hospital.

— Para quê? Eu fui ontem, não tem mais nada para fazer.

— Eu sei, mas... você precisa ser medicada. A médica falou que, se piorasse, eu tinha que te levar.

Ela riu, uma risada sem humor, só pura exaustão.

— Medicada? A gente não tem dinheiro, Dae-ho. Como você acha que eu vou me medicar?

Ele olhou para ela, sem saber o que mais dizer, mas continuou firme.

— Eles podem fazer alguma coisa, Jihye. Pelo menos te medicar por causa das dores e das convulsões. Eu sei que eles podem. A última vez, pelo menos, eles deram um jeito.

Jihye deu um suspiro profundo, como se já tivesse aceitado o peso das palavras que estavam no ar, e só então disse:

— Sim, eles podem.

Se havia algo que realmente cortava o coração dela, era ver o irmão naquele estado, desesperado. Eles só tinham um ao outro. As irmãs mais velhas? Não ligavam nem um pouco. Sentia que sempre foi um fardo e, agora, parecia estar sendo mais um peso para ele. Maldita doença! Estava destruindo tudo: os sonhos, o pouco que tinham, a vida deles. Dae-ho era aquele tipo de cara que sempre queria resolver tudo, sempre com um sorriso bobo e aquela fé cega de que tudo ia dar certo. O oposto dela, de todos os jeitos.

Mas, se tudo desmoronasse, se ela não conseguisse resistir, sabia que teria de fazer ele entender. Ele teria que aprender a seguir em frente sem ela, sem sua alma gêmea, sem a sua pestinha.

Mesmo sem palavras, o medo de Kang Dae-ho era visível. Ele tentava esconder, tentava manter aquele otimismo tolo, dizendo que acreditava por eles dois, mas ela sabia. Sabia que, no fundo, bem lá no fundo, ele tinha consciência de que o tempo deles estava se esgotando.

O rapaz foi ao quarto dela, pegou os documentos e um sapato. Em questão de minutos, retornou, ajudando-a a calçar e colocando-a de pé. Mas, ao fazer isso, não pôde deixar de perceber o quanto ela estava fraca.

— Consegue andar? — perguntou, com a preocupação evidente.

— Consigo, não se preocupa não — ela respondeu, tentando não mostrar o quanto seu corpo tremia.

— Quando voltarmos, eu arrumo tudo aqui. — Ele fez um gesto com a mão, apontando para a mesa, onde as coisas estavam espalhadas.

Jihye sentiu um leve desequilíbrio, seu corpo cambaleando, mas, antes que caísse, Dae-ho estava ali, segurando-a firmemente e passando um braço por seu ombro para sustentá-la. Com as chaves na mão, ambos saíram de casa e caminharam com calma, sem pressa, até a estação de metrô.

O pensamento da mais nova vagou para a noite anterior, lembrando-se do homem que encontrou na estação e da proposta que ele lhe fizera. Mas, ao mesmo tempo, uma dúvida surgia. O que levaria alguém a sair oferecendo dinheiro e uma chance de ganhar ainda mais para as pessoas nas estações de metrô? Parecia insano. Mas seria naquele dia, quando a noite caísse novamente, que ela iria descobrir, de fato, o que eram aqueles jogos.

Ela olhou em volta, na esperança de ver o homem novamente, talvez jogando com alguém. Mas não. Ele não estava ali, naquela estação. Será que já tinha encontrado pessoas suficientes para o jogo? A curiosidade apertou seu peito, mas não havia tempo para se perder em questionamentos agora. Ela não sabia o que pensava, mas algo dentro dela a dizia que tudo ainda estava longe de terminar. A mente dela continuava cheia de perguntas não respondidas, mas as respostas... essas viriam mais tarde.

No fim das contas, Jihye e Dae-ho seguiram para o destino de sempre: o hospital. Aqueles corredores já não eram estranhos para ela, com o número de vezes que frequentava aquele lugar, fosse para consultas ou para passar a noite.

O mais velho a acomodou em uma das cadeiras da sala de espera e foi até a recepcionista. O tempo parecia passar devagar ali, o silêncio abafado pelo barulho das conversas baixas e o som das televisões ligadas. Se recostou na cadeira, sentindo-se exausta, mas sem dizer nada. A sala estava lotada e, como sempre, demoraria para ser atendida. Ela nem sabia mais quanto tempo se passava, mas tudo parecia um borrão. Quando finalmente ouviu o nome dela sendo chamado, foi como um suspiro de alívio e, ao mesmo tempo, de resignação.

— Eu não esperava vê-la por aqui hoje, senhorita Jihye! Algo que deixamos passar ontem? — a doutora comentou, apontando para as cadeiras ao lado.

A jovem olhou para o irmão e, antes que pudesse responder, Dae-ho tomou a frente.

— Viemos só para que ela fosse medicada. Ela teve uma convulsão hoje e está com muita dor.

A doutora fez uma anotação rápida, mas não perdeu a calma.

— Certo. Mas vocês sabem que isso não é o suficiente, né? As dores e as convulsões são só um alívio temporário. Ela precisa de tratamento regular. E, pelo estado dela, vai precisar de mais de um tipo de acompanhamento.

O silêncio se instalou entre os dois irmãos. Eles já esperavam essa resposta, mas ouvir aquilo parecia ainda mais difícil.

— Vou levá-la para a medicação. Você pode esperar lá fora, na recepção? — a doutora sugeriu, com uma expressão séria.

Dae-ho assentiu, um pouco apreensivo, mas tentando manter a calma. Ele se aproximou de sua irmã e a abraçou rapidamente, mais pela necessidade de se apoiar do que por qualquer outra coisa, e então se afastou.

— Vai ficar tudo bem — murmurou, tentando passar alguma tranquilidade, antes de sair para esperar.

Assim que ele deixou a sala, a médica guiou Jihye até a ala de medicação. O ambiente era o mesmo de sempre: pacientes espalhados pelas macas, alguns idosos, algumas crianças, o som baixo das máquinas e o cheiro forte de antisséptico no ar.

Ela se acomodou sem precisar de instruções, estendendo o braço para a enfermeira preparar a intravenosa. Tudo aquilo já era um ritual cansativo, quase automático. Sabia exatamente o que fazer, quanto tempo levaria e o incômodo que sentiria a cada novo frasco conectado ao soro.

As horas se arrastaram enquanto ela recebia um medicamento atrás do outro — e, no fim, nenhum deles faria diferença de verdade. Alívio temporário, nada além disso. O que realmente precisava, o tratamento que poderia lhe dar alguma chance, continuava fora do seu alcance.

Mas ali, naquele ambiente branco e monótono, ela sempre via uma garotinha em especial. Completamente careca, com a pele pálida, mas os olhos ainda brilhavam como se o mundo lá fora não estivesse desabando. Sempre que a via, a pequena acenava e sorria.

Jihye gostava dela. Gostava do jeitinho meigo, da forma como, apesar de tudo, ainda tentava manter aquele brilho no olhar. Também conhecia o pai da garota, ao menos de vista. Um homem de expressão cansada, que já havia perdido muitas noites em claro e, provavelmente, muitos momentos de paz. Nunca haviam trocado uma palavra, mas ela sabia o suficiente só de olhar.

E toda vez que via a menina, a lembrança da irmãzinha de sua amiga vinha como um soco no estômago. Outra criança que deveria estar preocupada com bonecas ou desenhos animados, não com hospitais ou doenças. Mas é sempre assim. Sempre as malditas doenças, chegando sem aviso, destruindo tudo pelo caminho.

Só que, para quem tem dinheiro, sempre há uma chance.

É o que dizem, né? O dinheiro move o mundo.

Se visse uma estrela cadente e tivesse direito a um pedido, não seria para si mesma. Pediria por aquelas crianças, por todas elas, que estavam ali, lutando por algo que nem deveriam precisar lutar.

Era estranho, né? Ela mal conseguia lidar com a própria dor, com a própria vida desmoronando, mas, ainda assim, queria carregar o peso dos outros. Talvez fosse burrice; talvez só fosse seu jeito. Mas o coração apertava de uma forma que não dava pra ignorar.

Assim que saiu dali, pressionou levemente o curativo no braço, sentindo a leve ardência da agulha que estivera ali por tanto tempo. Seu olhar percorreu a recepção até encontrar Dae-ho, que levantou imediatamente ao vê-la.

— E aí? — ele perguntou, atento.

— Podemos ir.

Sem hesitar, o rapaz passou um braço por seus ombros e a guiou para fora do hospital. O ar fresco era um alívio depois de tantas horas naquele lugar.

— Sabe o que eu estava pensando? — O mais velho quebrou o silêncio, fitando-a de relance enquanto caminhavam.

— O quê?

— A gente pode tentar um empréstimo no banco. Pelo menos pra começar um dos seus tratamentos.

Jihye desacelerou o passo, respirando fundo. Fechou os olhos por um instante, mas os abriu logo em seguida.

— Seria incrível, Dae-ho. Mas não esquece que tanto eu quanto você já devemos uma fortuna ao banco. Fora o que eu devo aos agiotas.

Ele apertou o maxilar, desviando o olhar para frente. Queria discutir, queria insistir, mas sabia que ela estava certa.

— Quando eles vêm? Os agiotas?

— Hoje... ou já devem estar na porta esperando.

— O quê? E você não me contou nada?

Jihye deu de ombros, como se fosse algo irrelevante.

— Eu consegui um dinheiro pra pagar, pelo menos uma parte. O resto eu vejo o que faço na próxima semana.

Ela olhou para o irmão, que parou e a encarou com os olhos arregalados.

— Onde você conseguiu isso? Você parou de trabalhar por causa da doença e, mesmo que tivesse, não ganhava quase nada.

— Ah, e você também não me contou de onde tirou dinheiro pra comprar os remédios, né? — ela deu um sorriso irônico. — Eu só fiz um favor pra um cara, nada demais.

— Jihye... — ele a soltou e cruzou os braços, com uma expressão de quem já sabia o que vinha por aí. — O que você fez?

— Não foi nada demais, tá? E, não, não me vendi, se é isso que você está pensando. Só fiz um favor pra um cara que tem dinheiro e não liga de gastar.

Melhor dizendo, jogou Ddakji com um desconhecido e recebeu por isso.

Ele deu de ombros e fez um biquinho, como quem dizia "faz sentido". Com isso, seguiram para a estação, pegaram o vagão e foram para casa. Quando chegaram, antes de entrar, Jihye viu Jun-ho encostado no carro, bem perto.

— Pode entrar, Dae-ho, eu já vou.

— E se os agiotas estiverem lá dentro? Eu não entro sozinho.

Ela revirou os olhos, mas não pôde esconder o sorriso travesso.

— Larga de ser medroso. Eles não estão lá dentro, não tem como entrarem. No máximo, estariam aqui fora, esperando.

Ele assentiu, colocando as mãos nos bolsos e suspirando antes de finalmente entrar.

Jun-ho se aproximou dela assim que o irmão entrou e a porta se fechou.

— Vai me seguir agora? — ela cruzou os braços, com um sorriso irônico. — Até onde eu sei, você virou agente de trânsito. Não pode me prender, nem me forçar a dizer o que você quiser.

— É que ontem não conseguimos conversar direito — disse ele, com uma expressão que misturava impaciência e algo mais difícil de decifrar.

— Como se eu tivesse algo para conversar com você, né? — ela respondeu, com um tom sarcástico.

— Por favor, só preciso saber de algumas coisas — ele praticamente implorava.

— E o que você quer saber? — questionou, com a voz mais suave dessa vez.

— Como você conheceu o meu irmão e onde se encontravam?

Naquele momento, ela olhou para a pulseira no pulso, seu olhar se suavizando, antes que um sorriso nostálgico surgisse no rosto, mas logo seus olhos se encheram de lágrimas.

— In-ho e eu nos conhecemos em uma festa de Halloween há dois anos. Eu estava com uns amigos, e ele... bom, ele usava uma roupa preta e uma máscara preta com um modificador de voz. — fez uma pausa, respirando fundo, o olhar perdido nas lembranças. — Ele ficou me observando por um bom tempo, quase a festa inteira, e quando finalmente resolveu falar comigo, não tirou a máscara nem o modificador.

— E como foi? O que ele falava? — perguntou, com curiosidade, tentando entender os detalhes.

— Perguntou meu nome, me elogiou... nada demais. — Ela deu de ombros, tentando esconder um sorriso, mas não conseguia.

— E depois?

— Na mesma noite, pouco depois de eu ir embora, ele apareceu com uma limousine branca aqui em frente. Mas, sem a máscara. Disse que seu nome era Young-il e que não conseguia parar de pensar em mim.

— E você não cogitou ligar para a polícia? Um estranho simplesmente aparece na sua casa assim? — Jun-ho questionou, com a incredulidade clara na voz.

— Olha, pensei sim, mas ele não parecia ser uma ameaça. E eu queria saber o que ia dar; parecia até coisa de filme, sabe? — Deu uma risadinha baixa, como se ainda achasse tudo um tanto surreal.

Ele passou a mão pelos cabelos, a expressão agora mais séria e com um toque de impaciência.

— E onde se encontravam?

— Nunca no mesmo lugar. Ele me buscava com a limousine e me levava para diferentes lugares. Às vezes, a gente ficava só dentro dela. Mas, mesmo assim, nunca deixava de ser... incrível.

— Você disse que ele se apresentou como Young-il, né? — O homem estava tentando juntar as peças.

— Inicialmente, sim, mas depois, quando estava ao meu lado, vulnerável, ele disse que mentiu e que se chamava Hwang In-ho. — Ela suspirou, tocando levemente a pulseira, como se ainda sentisse aquele toque do passado.

— O que mais ele disse? — Ele insistiu, querendo saber cada detalhe.

— Não disse muita coisa. Ele não falava sobre ele, e eu também não fazia questão de insistir. Eu gostava do mistério, da forma como ele me mantinha curiosa, entende? — Respondeu com um sorriso pequeno, como se estivesse revivendo aquela sensação.

— Então, vocês falavam sobre o quê?

— Sobre mim, sobre a vida... Fazíamos planos. — Seu tom era suave, quase melancólico.

— Ele chegou a entrar em contato com você recentemente?

— Como eu queria... mas não, infelizmente não. In-ho? Ele simplesmente desapareceu da minha vida, sem nem ao menos se despedir.

Passou o antebraço sobre os olhos, limpando as lágrimas que começavam a cair, mas não sem antes dar um sorriso triste, aquele tipo de sorriso que dizia mais do que mil palavras.

— Olha, será que eu posso ir? Não tenho mais nada pra dizer — ela falou, com uma leve irritação na voz, tentando esconder o quanto aquela conversa estava mexendo com ela.

O ex-policial apenas assentiu, fechando a boca antes que pudesse se desculpar ou falar qualquer coisa que soasse como piedade. Ele sabia que ela não queria isso. Ela já estava de costas, com pressa. No entanto, Jun-ho, sempre atento aos pequenos detalhes, percebeu algo caindo do bolso dela. Era um cartão. Um cartão que ele conhecia bem.

Hwang Jun-ho tinha certeza de uma coisa depois daquela conversa: aquela moça era a única pessoa capaz de deixar seu irmão vulnerável, de fazê-lo amar.

{...}

Pouco tempo depois de Jihye ter entrado, mais ou menos cinco minutos, a porta foi praticamente esmurrada. Dae-ho, que estava na sala com ela, levantou-se para abrir.

— Deve ser as meninas, né? — disse, distraído.

— Sua namoradinha Sohyun e a Suyeon? — provocou.

— Para com isso, ela não é minha namorada. Eu só chamei elas pra ver se você se anima um pouco.

Com um sorriso no rosto, abriu a porta, mas rapidamente o desfez ao encarar quem estava do outro lado. Não eram as meninas. Eram três homens. Os agiotas.

— Cadê a vadia que me deve? — um dos homens gritou, já entrando e empurrando Dae-ho de lado.

— Mais respeito com a minha irmã, por favor! — Ele se posicionou, claramente tentando se manter firme, mas sua voz vacilava.

Jihye se levantou imediatamente; a comida que mal havia tocado caía sobre a mesinha. Ela não tinha medo, mas sabia muito bem que aquela situação poderia virar um pesadelo muito rápido.

— Eu estou bem aqui, mas já vou avisando que não tenho todo o dinheiro hoje — falou com a voz fria, tentando parecer calma.

O mais alto se aproximou, rindo de forma debochada, enquanto os outros dois cercaram Dae-ho, que estava claramente tenso.

— Como assim não tem todo o dinheiro? — o homem perguntou, e sua voz tinha um tom de ameaça.

— Eu te dou o resto semana que vem. — Ela deu alguns passos para trás, colocando suas mãos firmemente na cintura, tentando passar a impressão de controle.

— Eu acho bom você me pagar — o agiota disse, avançando e, de forma rápida, ele a agarrou pelo pescoço, apertando. — Caso contrário, vou vender seus órgãos. E se é que ainda prestam, né?

Jihye tentava se desvencilhar da mão dele, a pressão no pescoço cortando sua respiração. Suas mãos se apertaram contra o braço do homem, mas a força dele era muito maior.

— Eu... — ela começou, sem conseguir respirar direito. — Já disse que vou pagar.

Quando o homem finalmente a soltou, ela tropeçou um pouco, mas logo se recompôs. Foi até o quarto com pressa e voltou com uma quantia em dinheiro, quinhentos mil wons — o valor que havia ganhado no Ddakji. Ela estendeu a grana para o agiota, sem dizer uma palavra.

— Semana que vem, eu volto! — disse o homem com um sorriso sujo, pegando o dinheiro das mãos da Kang. — Quem sabe você me paga de outra forma, mostrando o que sabe fazer com essa boca e esse corpo.

A risada dos três homens ecoou pela casa, como se estivessem todos se divertindo com a situação, mas Jihye permaneceu imóvel, sem reagir, com os olhos fixos em Dae-ho. Quando finalmente a porta se abriu para que os agiotas saíssem, as amigas dela estavam lá, esperando. O "chefe" dos agiotas lançou um olhar calculista para as duas, sorrindo, e, antes de sair, deu um último olhar de cima para baixo nas meninas, como se estivesse avaliando.

— Quem eram? — Suyeon perguntou, entrando com Sohyun logo atrás.

— Agiotas — o maior respondeu com um tom amargo, fechando a porta com um baque. Ele olhou para Sohyun, um sorriso forçado nos lábios, desviando o olhar para o chão. — Bom, vou deixar vocês conversarem. Qualquer coisa, estarei no quarto.

— Tá bom, vai lá! — a mais nova disse, beijando a bochecha de seu irmão antes de ele se afastar.

Ela fez um gesto com a mão, indicando para as meninas se sentarem no sofá.

— E aí, Jihye, você está melhor agora? — Sohyun perguntou, se acomodando no sofá. — Dae-ho me mandou mensagem e explicou um pouco sobre o que tem acontecido.

Jihye deu de ombros, tombando a cabeça para o lado. Sentou-se entre as duas, um suspiro escapando de seus lábios.

— Melhor? — ela repetiu. — É uma palavra muito forte, mas eu tô indo. Por quanto tempo, não faço ideia.

— Credo! — Suyeon resmungou, revirando os olhos enquanto olhava rapidamente para o relógio de pulso. — Não posso ficar muito tempo; vim mais para ver essa sua carinha linda. — Ela deu uma risada, aliviando um pouco o clima.

— Eu também não posso; tenho um monte de coisa pra resolver ainda. — Sohyun respondeu, olhando fixamente para o chão, suas mãos tramboliando nervosamente sobre a coxa.

— Sohyun! — Jihye chamou sua atenção, e quando ela a olhou, continuou. — As coisas estão muito difíceis com a sua irmã?

Ela suspirou profundamente, deixando os ombros caírem. A dor de ver a irmã doente ainda era recente, um peso constante em seu peito.

— É, mas... — tentou sorrir, embora o sorriso fosse fraco e sem graça. — Eu vou dar um jeito, vou conseguir pagar o tratamento dela e, quem sabe, até o seu.

— Ah, não, não se preocupe comigo. O seu foco é ela; eu me viro.

— Só não morre, e você... — Suyeon apontou para Sohyun com um tom mais leve, mas ainda carregado de seriedade. — Só não perde a sua irmã.

— Boba! — As duas disseram em uníssono, dando um leve soquinho no ombro de Suyeon, que revirou os olhos, mas sem perder o sorriso.

Dentre as três, Suyeon era, sem dúvida, a mais engraçada. Mas, ao mesmo tempo, sabia ser a mais séria. Ela tinha seus próprios fantasmas, algo que a tornava, muitas vezes, mais fechada e enigmática. Desde a perda de sua irmã, Sae-byeok, ela se fechou ainda mais para o mundo, mas sua lealdade para com as amigas nunca vacilou.

Jihye era a segunda mais engraçada do grupo, mas, diferente de Suyeon, seu humor vinha sempre carregado de sarcasmo e uma sinceridade cortante. Ela não tinha paciência para rodeios; falava o que pensava sem se preocupar muito com filtros. Mas, por trás dessa fachada afiada e realista, havia um lado dela que poucos conheciam. No fundo, era sentimental, talvez até demais, e isso a irritava profundamente. Detestava o fato de sentir tanto, de se importar tanto. Afinal, o mundo nunca foi gentil com pessoas como ela.

Quanto a Sohyun, bem... Ela era a mais centrada do grupo, a conselheira, aquela que sempre tinha uma resposta sensata na ponta da língua. Responsável até demais, estava sempre por perto quando Jihye ou Suyeon precisavam, sem nunca hesitar. Diferente das outras duas, ela não ria primeiro para ajudar depois—pelo contrário, era a primeira a estender a mão. Mas é claro que, assim que a situação estivesse sob controle, ela não perderia a chance de soltar uma risada e provocar um pouco.

E, de um jeito meio caótico, elas funcionavam. Eram diferentes, brigavam, implicavam, mas, no fim, sempre estavam lá uma para a outra.

— E então... — Suyeon começou, olhando diretamente para Jihye. — Faz tempo que não te vejo sair com alguém. E nem vem com a desculpa de que ninguém te quer, porque todo mundo quer. Até eu já quis.

— Você já quis foi todo mundo, né? — riu, balançando a cabeça. — Mas, falando sério, não tô interessada em ninguém. Tô bem assim. Agora a Sohyun... — lançou um olhar malicioso para a outra amiga. — Anda de olho no meu irmão faz tempo.

Sohyun arregalou os olhos, quase se engasgando com a própria saliva.

— O quê?! Nada a ver!

— Ah, sei... — Jihye cruzou os braços. — Só falta babar.

— Eu tenho uma leve impressão de que vocês já tiveram algo às escondidas e só não contaram pra gente… ainda. — Suyeon estreitou os olhos, desconfiada.

— Ah, pronto! — Sohyun revirou os olhos. — Mas e você, Suyeon? Já superou o policial? — jogou a pergunta, claramente tentando mudar de assunto.

— Ué, mas é claro que superei… — ela deu de ombros, como se nem fosse grande coisa.

— Aham, sei… — Kang balançou a cabeça devagar, cruzando os braços. — Superou, né? Igual eu superei minha dívida com os agiotas.

As três riram e continuaram jogando provocações umas para as outras, sem pressa, como se o tempo não existisse. No fim, a conversa fluía tão naturalmente que as meninas, que antes disseram não poder ficar muito, acabaram passando o resto da tarde ali, como se nada mais importasse.

Quando finalmente se despediram e Jihye ficou sozinha, ela pegou o celular e conferiu as horas. Não faltava muito para o momento em que deveria sair rumo ao ponto de encontro, onde seria buscada para os jogos.

Dae-ho não havia saído do quarto desde que as amigas chegaram e, para ser sincera, ela esperava que continuasse assim até depois que saísse. Tornaria tudo bem mais fácil.

Ela entrou no quarto e fechou a porta, sentindo a tensão que já tomava conta de cada canto da casa. Sentou-se na frente da penteadeira e abriu a gaveta, tirando de lá um canivete pequeno, mas que fazia toda a diferença. Tinha ganhado de seu pai quando ainda era criança, e ele tinha ensinado a importância de estar sempre preparada, mesmo para o inesperado.

Sem pressa, ela escondeu o canivete entre os fios do coque, como se fosse apenas mais um detalhe no visual. Não sabia bem o que a aguardava, mas sentia que era melhor não arriscar. O mundo nunca foi um lugar confiável e, por mais que tentasse fingir o contrário, ela sempre preferiu ter algo a mais, só para garantir.

Ela ficou parada por um momento, olhando ao redor e pensando em como esconder outra coisa que queria levar. Sabia que iam revistar todos, então precisava ser esperta. O que ela tinha em mente era simples, mas precisava garantir que ninguém perceberia.

Não podia ser imprudente, mas também não queria deixar de se sentir minimamente tranquila naquele lugar. Sua mente começou a formular um plano rápido.

Ela abriu a gaveta novamente, pegando os três cigarros de maconha e o isqueiro. Tinha-se preocupado o suficiente para esconder aquilo em um fundo falso, longe do alcance de seu irmão, mas agora precisaria de mais engenhosidade. Olhou ao redor do quarto, procurando algo que pudesse servir de disfarce.

Foi aí que ela viu o pequeno livrinho que sempre usava para anotações rápidas, mas que nunca parecia ter grande valor. Sem perder tempo, retirou as páginas de dentro, fazendo um corte sutil no meio. Os cigarros e o isqueiro caberiam ali perfeitamente, quase como se o livro ainda fosse intocado.

Colocou o casaco, sentiu o frio da noite na pele e, com o livro debaixo do braço e os fones nos ouvidos, saiu. As ruas estavam silenciosas e vazias, e a brisa gelada parecia conversar com seus pensamentos. Pensava no irmão, em como ele iria reagir quando sentisse falta dela. Ele surtaria, sem dúvida. Ela não deixou mensagem, bilhete nem um aviso. Nada. Mas, lá no fundo, ela dizia para si mesma: "Eu vou voltar, Dae-ho." E o mais irônico? Estava prestes a encontrá-lo, sem nem perceber, exatamente no mesmo lugar para onde estava indo.

Chegando ao ponto de encontro, um local sombrio e sem vida, ela se viu sozinha. Esperou poucos minutos até que uma van preta surgisse e estacionasse à sua frente. A porta se abriu, mas estava vazia, com muito espaço lá dentro. Talvez ela fosse a primeira, pensou. A pessoa que dirigia a van estava vestida com um uniforme rosa e usava uma máscara circular. Ela entrou, tentou puxar uma conversa, mas foi ignorada.

Em um piscar de olhos, o ar ficou denso, e um gás começou a invadir o veículo. Ela não teve tempo de reagir e apagou.

Agora, não havia mais volta. O que vinha pela frente, ela não fazia ideia. Só sabia que o que estava por vir mudaria tudo.

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𑁍̸̶ Olá, pessoal! Peço desculpas pelo atraso e espero que gostem do capítulo.

𑁍̸̶ Foquei um pouco mais na vida dela, nas emoções, etc., para que possam se familiarizar melhor com a nossa diva.

𑁍̸̶ O próximo capítulo será um pouco mais do ponto de vista do In-ho, onde finalmente irá vê-la e, então, os sentimentos dele também serão descritos.

𑁍̸̶ Eu espero que gostem do capítulo; perdoem qualquer erro ou coisa do tipo.

𑁍̸̶ Deixem seus comentários, seus votos e interajam comigo para eu ver que estão gostando e, assim, eu possa continuar com mais frequência.

𑁍̸̶ No mais, é isso e até o próximo.

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