04. the return of lady whistledown
Pouco mais de uma semana havia se passado desde o retorno de Marjorie Jones a Londres. A cidade fervilhava com a iminente temporada social, e os nobres, já instalados em suas mansões, começavam a preparar-se para o deslumbrante desfile de bailes, jantares e passeios no parque que marcariam aqueles meses.
O sol da manhã inundava o quarto de Marjorie com uma luz suave, realçando os tons dourados e creme da decoração. A duquesa estava diante do espelho, observando sua própria imagem com um misto de ansiedade e determinação. Vestia-se com um vestido de seda azul pálido, delicadamente adornado com bordados prateados, que realçava a cor de seus olhos. Ao prender o broche de sua falecida mãe no vestido, sentiu um aperto no peito. Não podia evitar lembrar-se do propósito que a trouxera de volta àquele mundo que, por tanto tempo, ela havia tentado evitar.
─── Minha senhora, o café já está sendo servido na sala de jantar. ─── A voz de Anna era suave e atenta, como se percebesse a ansiedade de Marjorie.
Durante esses dias que sucederam a chegada de Marjorie, Lady Violet fez questão de contratar uma dama de companhia para a mulher.
Marjorie agradeceu com um aceno e inspirou profundamente antes de descer para o café. Ao entrar na sala de jantar, foi recebida pelo agradável aroma de café e pães frescos. A luz do sol entrava pelas amplas janelas, iluminando a mesa posta com porcelanas finas e arranjos florais. Violet Bridgerton, sempre a imagem da graça e da maternidade, estava sentada à cabeceira, servindo-se de uma xícara de chá. Ao lado dela, Anthony, com sua postura imponente, lia o jornal, enquanto Francesca, elegantemente vestida, observava pensativa uma fatia de bolo que repousava em seu prato.
─── Marjorie, minha querida! ─── exclamou Violet com um sorriso caloroso assim que viu a duquesa entrar. ─── Como é bom vê-la. Espero que tenha dormido bem.
Marjorie devolveu o sorriso, sentindo-se um pouco mais à vontade.
─── Sim, Lady Bridgerton, dormi muito bem, obrigada.
Violet assentiu, satisfeita, enquanto Marjorie se sentava à mesa. Anthony abaixou o jornal e lançou-lhe um olhar avaliador, mas logo suavizou a expressão com um aceno cortês.
─── Marjorie, é um prazer vê-la todas as manhãs. ─── Anthony debochou e Violet o olhou de olhos arregalados. ─── Como está se adaptando ao retorno a Londres? ─── perguntou Anthony, sua voz grave carregada de formalidade.
─── Londres mudou pouco em minha ausência, mas confesso que as pessoas parecem ainda mais... interessadas nos assuntos alheios do que me recordo. ─── respondeu ela, tentando manter o tom leve.
Francesca, que até então permanecera em silêncio, ergueu os olhos do prato e sorriu suavemente para Marjorie.
─── Imagino que esteja sendo bombardeada com perguntas e convites. ─── disse Francesca, seu tom meio brincalhão, meio compreensivo.
Marjorie não pôde deixar de sorrir diante da perspicácia da jovem Bridgerton.
─── De fato. Mas isso era de se esperar, não é? ─── respondeu ela, erguendo a xícara de chá para tomar um gole.
Violet observou a interação com um olhar maternal e acrescentou, gentilmente:
─── Não se preocupe com o que dizem, querida. Você fez escolhas corajosas, Marjorie, e tenho certeza de que todos em Londres verão isso com o tempo.
Marjorie sentiu um calor reconfortante pelas palavras de Violet. Era exatamente o apoio de que precisava para enfrentar os desafios à frente.
─── Obrigada, Lady Bridgerton. Suas palavras são de grande conforto para mim ─── disse ela com sinceridade.
Anthony, que ouvira a troca com atenção, decidiu mudar o tom da conversa para algo mais prático.
─── O Duque de Hastings irá vê-la em breve. Ele mencionou que você tem negócios a resolver antes do início da temporada. Precisamos de algo?
Marjorie meneou a cabeça, grata pela mudança de foco.
─── Tenho alguns preparativos médicos a fazer e algumas visitas a pacientes. Mas Simon e eu nos encontraremos à tarde para discutir os detalhes.
Francesca, curiosa, inclinou-se um pouco para a frente.
─── E quanto aos bailes? Pretende participar de muitos este ano?
A pergunta de Francesca fez Marjorie pensar na última vez em que dançara em um baile londrino, e a memória trouxe de volta imagens de uma juventude despreocupada ao lado de um certo Bridgerton, cujo nome ainda fazia seu coração bater mais rápido. Ela sorriu com suavidade e respondeu:
─── Não posso dizer com certeza, Francesca. Acho que prefiro deixar as coisas acontecerem naturalmente. Quem sabe?
Os três Bridgertons trocaram olhares cúmplices, percebendo a evasiva, mas não pressionaram. Em vez disso, Violet, sempre a diplomata, levantou sua xícara de chá.
─── Seja o que for que o futuro reserve, estamos felizes em tê-la de volta, Marjorie. A casa não é a mesma sem você.
Marjorie sentiu uma onda de emoção tomar conta de si, mas disfarçou com um sorriso. Era bom estar de volta, ainda que o caminho à frente estivesse repleto de incertezas.
( ... )
A casa dos Bridgertons estava repleta da energia familiar que Eloise tanto amava, mas naquele momento, nada poderia distraí-la do que tinha em mãos: a mais recente edição da coluna de Lady Whistledown. Seu coração acelerava em antecipação, na esperança de que hoje, finalmente, pudesse encontrar mais uma pista que a levasse à identidade da misteriosa autora. Com a coluna nas mãos, ela se acomodou no sofá, ignorando o tumulto ao seu redor.
Enquanto Eloise mergulhava nas fofocas de Lady Whistledown, Marjorie Jones, a meia-irmã de Simon Basset, estava delicadamente ajustando a postura de Francesca ao violino. Violet observava a cena com olhos amorosos, sentindo-se orgulhosa das duas jovens. A harmonia entre Marjorie e Francesca era evidente; Marjorie sempre fora uma figura carinhosa e atenciosa, e as lições de violino eram apenas mais um exemplo de seu cuidado com a família.
No entanto, ao outro lado da sala, Anthony, Colin e Gregory estavam engajados em uma falsa briga, suas risadas enchendo o ambiente. Aquele era o tipo de caos que sempre parecia seguir os irmãos Bridgerton onde quer que fossem. Benedict, por sua vez, estava alheio à brincadeira, completamente imerso em seus pensamentos. Em suas mãos, um caderno onde ele esboçava pequenos desenhos, mas sua mente estava longe, perdida nas complexidades do que ele precisava dizer a Marjorie. A verdade que ele guardava, algo que vinha consumindo-o, precisava ser revelada da maneira certa. Marjorie era uma mulher forte, mas Benedict sabia que, para ela, essa verdade teria que ser contada com todo o cuidado do mundo.
Eloise, absorta na leitura, mal percebia o que acontecia ao redor. Lady Whistledown sempre teve o dom de capturar sua atenção como nenhuma outra coisa conseguia. E agora, com a sala de visitas dos Bridgertons cheia de vida e pequenas confusões, ela mal notava o ambiente, seu foco inteiramente nas palavras impressas diante de si. No entanto, enquanto lia, algo nas palavras de Lady Whistledown a fez parar, franzir o cenho e reler a passagem. Algo estava diferente naquela edição. Algo que poderia ser uma nova pista, ou talvez um novo mistério.
Mas o que será que Lady Whistledown estava insinuando desta vez? Eloise estava determinada a descobrir, e nada, nem mesmo a agitação habitual dos Bridgerton, poderia afastá-la de sua missão.
Anthony, sempre crítico em relação à coluna de Lady Whistledown, continuava a desviar dos socos brincalhões de Colin, mas não pôde resistir a provocar a irmã.
─── Não me diga que Lady Whistledown e suas baboseiras voltaram? ─── perguntou ele, com um tom de desdém.
─── Não são baboseiras, Anthony, são as verdades, quer você queira ou não. ─── respondeu Eloise, mostrando a língua para o irmão antes de voltar a se concentrar na leitura.
Anthony, que considerava a coluna uma verdadeira intrusão na vida privada das pessoas, apenas revirou os olhos para a provocação da irmã. Benedict observava a troca de farpas com um sorriso discreto, mas seu olhar logo foi atraído por Marjorie. A expressão confusa no rosto dela fez com que seu coração acelerasse por um breve momento, temendo que ela tivesse percebido algo sobre seus sentimentos por ela. No entanto, a confusão nos olhos de Marjorie não estava direcionada a ele, mas sim ao que estava acontecendo ao seu redor.
─── Do que eles estão falando? ─── Marjorie sussurrou, inclinando-se ligeiramente para Benedict.
─── Uma autora misteriosa de uma coluna de fofocas. ─── ele sussurrou de volta, observando com fascínio enquanto ela arregalava os olhos em surpresa.
A duquesa, que estava fora da cidade durante o surgimento de Lady Whistledown, mal podia acreditar no que ouvia. As lembranças das cartas de Simon vieram à sua mente. Ele havia mencionado como ajudara Daphne a atrair pretendentes durante a última temporada social e como, no processo, acabara se apaixonando por ela. Simon havia dito que uma Lady misteriosa havia contribuído para o sucesso do plano e do eventual casamento deles, mas nunca mencionara que essa mulher era a autora de uma coluna de fofocas.
Mesmo com sua astúcia e inteligência, Marjorie ainda não compreendia completamente o impacto da coluna de Lady Whistledown na cidade, muito menos como isso poderia afetá-la diretamente em breve. Benedict, por outro lado, não conseguia desviar o olhar da expressão encantadora no rosto de Marjorie. As sobrancelhas levemente franzidas, a cabeça inclinada de forma adorável, e os lábios formando um perfeito "O" o deixavam completamente enfeitiçado. Ou talvez, ele pensou, fosse apenas o efeito de estar apaixonado.
Eloise, enquanto isso, continuava a leitura, mas ao terminar de ler a última linha, seus olhos se arregalaram em choque.
─── Ou talvez, Anthony, você esteja certo. ─── murmurou ela, sua voz carregada de uma rara hesitação.
A frase de Eloise e sua expressão de choque despertaram a curiosidade adormecida dos três irmãos mais velhos. Colin, Anthony, e Benedict se entreolharam assim que Eloise repousou o exemplar da coluna em seu colo, e, sem hesitar, os três se lançaram em direção a ela ao mesmo tempo. Com sua vantagem em altura e velocidade, eles certamente a esmagariam no processo. Mas Marjorie, observadora e rápida, entrou em ação antes que o trio alcançasse a irmã mais nova, posicionando-se diante deles com firmeza.
─── Onde estão os seus modos? ─── indagou ela, de braços cruzados, sua postura emanando autoridade.
─── Ele que começou ─── os três responderam em uníssono, como crianças travessas. Em seguida, cada um levantou as mãos, apontando para o outro. Benedict apontou para Anthony, que apontou para Colin, que, por sua vez, apontou para Benedict.
Marjorie balançou a cabeça em desaprovação, o olhar carregado de uma mistura de exasperação e afeto. Homens, ela pensou, revirando os olhos.
─── Eloise, por favor, você pode me emprestar seu exemplar? ─── Marjorie perguntou, mantendo a voz suave, mas com um toque de graça que tornava difícil recusar.
Eloise arregalou os olhos e empalideceu ligeiramente.
───Talvez a senhorita não queira ler
─── disse Eloise, levantando-se apressadamente e escondendo o exemplar atrás de si.
A súbita hesitação e pânico de Eloise só aumentaram a curiosidade de Marjorie. Algo na coluna de Lady Whistledown parecia estar perturbando Eloise, e agora, mais do que nunca, Marjorie queria saber o que era.
─── Por favor ─── pediu Marjorie, desta vez com um tom mais autoritário, deixando claro que não aceitaria um "não" como resposta.
Eloise hesitou por um momento, mas sabia que Marjorie, sendo uma duquesa, uma mulher mais velha, alguém que ela admirava e que seu irmão favorito amava, merecia respeito. Além disso, Marjorie era o exemplo de vida que Eloise aspirava seguir. Por fim, Eloise suspirou e entregou o exemplar a contragosto.
─── Tudo bem ─── disse, estendendo o papel para Marjorie.
─── Se vocês três se sentarem, eu leio para vocês ─── propôs Marjorie, segurando o exemplar em mãos.
Os três irmãos se entreolharam com excitação, mais interessados do que nunca no conteúdo daquele pedaço de papel. Quase como filhotes obedientes em treinamento, eles se aquietaram, esperando ansiosamente o próximo movimento de Marjorie. Ela apontou para o sofá, e, sem hesitar, os três obedeceram, sentando-se lado a lado, trocando provocações enquanto aguardavam que a duquesa revelasse o que tanto os intrigava.
Com um sorriso disfarçado nos lábios, Marjorie se posicionou diante deles, olhando cada um com a tranquilidade de alguém que sabia o poder que detinha naquele momento. Ela abriu o exemplar de Lady Whistledown e começou a ler em voz alta, a curiosidade crescendo tanto nos que ouviam quanto nela mesma.
Marjorie leu com a mesma cadência suave que usava ao tocar violino, mantendo o tom intrigante que capturava a atenção dos ouvintes. Ela prosseguiu com a leitura da coluna de Lady Whistledown, a qual parecia cada vez mais promissora.
─── ... E, ao contrário do que muitos pensam, vossa graça, a Duquesa de Hastings, não tem um marido, mas o seu título é legítimo. Marjorie não é como as outras mulheres de sua idade; ela não debutou, se mudou para Cambridge para estudar, e agora se tornou uma respeitada médica. No entanto, parece que, apesar de suas realizações impressionantes, a Duquesa ainda enfrenta alguns desafios pessoais.
Com essas palavras, a sala ficou em um silêncio expectante, os três irmãos mais velhos observando com olhos atentos. Anthony estava claramente entediado, seu desdém evidente quando ele interrompeu:
─── Essa é a maior baboseira já escrita? ─── indagou ele, franzindo a testa. ─── Não vejo nada mais que a verdade.
─── Marjorie não chegou na parte "interessante" ainda ─── Eloise respondeu, brincando com a barra de seu vestido, enquanto um sorriso divertido dançava em seus lábios.
A menção da parte "interessante" fez com que Anthony praticamente pulasse de excitação, sua postura mudando rapidamente de tédio para entusiasmo. Ele se endireitou no sofá, visivelmente ansioso para o que viria a seguir.
Marjorie, percebendo o aumento da expectativa na sala, continuou a ler com um tom que fazia parecer que o melhor ainda estava por vir. A descrição da Duquesa de Hastings estava apenas começando a esboçar um quadro mais amplo da mulher por trás do título.
─── Apesar das suas contribuições notáveis para a sociedade e de sua dedicação ao campo da medicina, os rumores na cidade indicam que Marjorie está enfrentando mais do que apenas desafios profissionais. Há especulações sobre um possível envolvimento romântico que pode ter passado despercebido pela sociedade.
─── Agora estamos falando! ─── Colin exclamou, inclinando-se para frente, totalmente absorvido.
Marjorie levantou um olhar curioso para os irmãos, sua expressão uma mistura de diversão e leve constrangimento. Ela estava bem ciente de como sua vida pessoal poderia ser explorada, mas o drama e o suspense da coluna de Lady Whistledown eram inegavelmente cativantes.
Com a sala cheia de expectativa, Eloise e os irmãos continuaram a ouvir, ansiosos para descobrir o que mais Lady Whistledown havia reservado para os leitores e como isso poderia, de alguma forma, tocar a vida da Duquesa de Hastings e a deles.
─── Nesta temporada temos a volta da duquesa, a irmã mais nova do duque, a solteirona Marjorie. Me pergunto assim como vocês, meus queridos leitores, será que desta vez a duquesa irá encontrar finalmente um marido ou ela irá arruinar o nome da família se os rumores de que ela está tendo um caso é verdadeiro? Então, meus caros leitores, eu deixo a vocês a seguinte questão, será que a volta da duquesa tem haver com a chegada da nova temporada, ou melhor, significa que ela estará disponível para ser cortejada? Ou terá a vida arruinada?
Marjorie terminou a leitura com um gesto abrupto, o papel amassado jogado ao chão como se fosse um fardo pesado. Ela estava visivelmente magoada e furiosa com as insinuações e mentiras espalhadas pela coluna. A sensação de traição estava estampada em seu rosto enquanto ela caminhava pela sala com os braços cruzados sobre o peito, tentando controlar a raiva e a tristeza que a invadiam.
Eloise, preocupada, tentava fazer Marjorie parar de andar para poder oferecer algum conforto, enquanto Colin rapidamente pegava o jornal do chão e o lançava na lareira, tentando evitar que a duquesa visse mais uma vez o conteúdo doloroso. Benedict, sentado, estava claramente transtornado, sua raiva palpável.
─── Eu juro que nunca tive um motivo para odiar alguém com tanto desprezo quanto estou sentindo agora. Apenas uma mulher, não, isso seria um elogio, apenas um monstro, um ser desprezível diria tantas injustiças e coisas absurdas sobre a mulher mais decente deste mundo... ─── Benedict começou a gritar, assustando a todos com sua intensidade. Eloise e Anthony trocaram olhares preocupados, sabiam do segredo de Benedict e do impacto emocional que isso poderia ter nele.
─── Benedict, por favor... ─── Anthony tentou acalmar o irmão, mas seu tom só intensificou a situação.
─── Por favor? Por favor digo eu. Você não ouviu as barbaridades que escreveram sobre Marjorie? Ela não merece passar por isso, Anthony ─── Benedict gritou, a frustração evidente em sua voz.
─── Todos nós ouvimos, Benedict, e nenhum de nós acha justo. ─── Anthony respondeu, segurando o braço do irmão que se afastou abruptamente, ainda com raiva.─── Temos que pensar em uma solução para Marjorie e não aumentar o sofrimento dela com seus gritos. ─── Anthony murmurou a última parte.
─── Me desculpem. ─── Benedict disse, abaixando a cabeça, envergonhado pela sua explosão de raiva.
─── Não é sua culpa. ─── Marjorie suspirou, sentando-se em uma poltrona, claramente exausta emocionalmente.
─── Eu vou lhe trazer um chá. ─── Colin ofereceu, tentando acalmar a situação.
─── Acho melhor um whisky. ─── Anthony sugeriu, sua expressão de preocupação misturada com um toque de ironia.
─── Pare de fazer gracinhas. ─── Colin pediu, claramente irritado com o tom de Anthony.
─── Ele tem razão, pegue a segunda garrafa no carrinho do escritório. Anthony, Benedict e eu abrimos há um tempo. ─── Eloise disse, tentando encontrar uma solução prática.
─── Eu vou preparar nossa mãe antes que ela tenha um infarto ao ler. ─── Anthony se retirou rapidamente para atender à tarefa.
─── Marjorie... ─── Benedict a chamou suavemente, e Marjorie, com Eloise massageando seus ombros, virou-se para ele.
─── Eu juro que não vou deixar isso assim. Eu prometo a você que vou desfazer todo esse mal-entendido e que você não arruinará sua família. Você é boa demais para jamais fazer algo desse tipo. ─── Benedict disse, ajoelhando-se diante dela, com um olhar decidido.
─── Benedict, eu aprecio suas palavras e sua atitude. Mas você tem uma mulher e um bebê a caminho. Qualquer coisa que você faça por mim não trará mais do que a minha desgraça perante a sociedade. ─── Marjorie respondeu, os olhos marejados. O pesar em sua voz fez com que o coração de Benedict se apertasse ainda mais.
A atmosfera na sala estava carregada, cada membro da família tentando lidar com a situação à sua maneira, mas todos compartilhando o mesmo desejo de proteger Marjorie e restaurar a dignidade que ela merecia. A coluna de Lady Whistledown havia lançado uma sombra sobre a temporada, e agora, mais do que nunca, a família Bridgerton estava unida na determinação de enfrentar o que estava por vir.
O trecho da coluna de Lady Whistledown que Marjorie havia lido estava claramente calculado para provocar o máximo de reação possível, alimentando rumores e especulações. A questão lançada no final da coluna era particularmente insidiosa, questionando se o retorno de Marjorie estava relacionado com a temporada social e se ela estaria disponível para ser cortejada, ou se os rumores sobre um possível caso arruinariam sua reputação e o nome da família.
Esse tipo de especulação não apenas mexia com a imagem pública de Marjorie, mas também afetava diretamente a percepção dela na sociedade, deixando-a vulnerável a julgamentos e intrigas. A coluna sugeria um dilema que, na prática, poderia ser explorado por seus adversários e rivais na sociedade londrina para avançar seus próprios interesses ou criar ainda mais caos.
Enquanto Benedict tentava confortar Marjorie e prometer que iria desmentir as mentiras, o impacto da coluna sobre a reputação da duquesa e a percepção pública estava longe de ser resolvido. A pergunta final da coluna deixava um espaço aberto para discussões e interpretações, o que significava que Marjorie e seus aliados teriam que lidar com a questão de frente, não apenas protegendo sua honra, mas também se preparando para enfrentar o que viria a seguir.
Essa nova temporada social prometia ser tumultuada, e a família Bridgerton, junto com Marjorie, teria que manobrar com cuidado para manter a dignidade e a integridade, enquanto enfrentavam a ameaça de difamação e rumores infundados.
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