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005, love maze.

❝Por que eu continuo me atraindo?
Vem apenas você à minha cabeça (oh)
Eu não posso explicar essa emoção❞

─ CASE 143, STRAY KIDS

─ meu Deus. Não sei se isso é uma partida de basquete ou uma reunião da grifinória ─ Chaeyoung gritou em meio a multidão que vestia a camiseta oficial do time escolar, expremendo-se em meio aos corpos agitados que gritavam na arquibancada.

As cores vermelho e dourado predominavam ali e a torcida do time adversário não parecia tão animada quanto a do time que vencia por três pontos.

O jogo já havia começado a algum tempo e, sendo honesta, Dahyun não estava nada contente com sua situação atual.

Ela simplesmente odiava estar em meio a uma grande quantidade de pessoas, principalmente se estas estivessem gritando, suando e fedendo como agora. Mas o que ela não fazia pela japonesa, não é?

A Kim sabia que ambas não eram amigas íntimas ou algo do tipo, mas seu coração palpitava ao lembrar dos olhos escuros esperando sua resposta ao convite. Como Dahyun diria a ela que odiava esportes?

Isso estava fora de cogitação, por isso, tudo o que podia fazer agora era esperar até que a partida acabasse.

Pelo menos não estava sozinha ali.

Quando finalmente conseguiram encontrar dois acentos vazios, Dahyun finalmente pode concentrar-se na pessoa que havia feito com que ela saísse de casa em pleno sábado a noite.

As madeixas escuras e medianas estavam presas em um rabo de cavalo no topo da cabeça, e Momo vestia o uniforme que contrastava perfeitamente com sua tez branquinha. Sua expressão focada e seus olhos flamejantes fizeram com que Dahyun bambeasse. Por sorte, estava sentada. As sobrancelhas franzidas e o nariz empinado em completa confiança também chamaram a atenção de coreana, que ficava arrepiada com os pensamentos que se passavam por sua mente criativa.

─ você tá com tanta fome assim? ─ Dahyun despertou de seu pequeno devaneio ao direcionar o seu olhar para a baixinha sentada ao seu lado, que sorria de forma travessa. A Kim arqueou a sobrancelha esquerda diante da expressão exagerada da loira ─ pra estar comendo a Momo com os olhos desse jeito, só pode ser isso ─ a Son riu de forma escandalosa, arrancando um revirar de olhos de Dahyun.

─ eu vim pra assistir o jogo, não? ─ ela murmurou, cruzando os braços sobre o peito ─ já deixei de ler meu livro, que aliás, estou quase terminando, então nada mais justo do que prestar atenção, certo?

─ aposto que você nem sabe o que uma ala-armadora faz ─ a baixinha desafiou, recebendo silêncio como confirmação ─ imaginei. Você e eu sabemos que não está aqui pelo jogo, então não tem motivo para mentir.

Dahyun deu-se por vencida e voltou a observar o local, e por breves segundos, cruzou seu olhar com o de Seungmin, que estava de pé a alguns metros de distância.

Sorriu pequeno para o mais novo, que retribuiu cordialmente.

Não haviam se falado desde o término mas Dahyun soube através de um amigo em que comum que ele estava conformado. Isso fez com que a Kim se sentisse aliviada de certa forma, afinal, ele não merecia sofrer.

Na verdade, era a última coisa que ele merecia.

[...]

Dahyun não sabia onde Chaeyoung havia se enfiado. A baixinha havia sumido nos minutos finais do jogo sem dizer uma única palavra, mas a morena sabia que não havia necessidade de se preocupar com a melhor amiga, que provavelmente estava muito bem acompanhada, então decidiu procurar por Momo e parabeniza-la pela vitória.

A Kim sabia que não tinha permissão para adentrar o vestiário, mas poderia esperar pela japonesa do lado de fora, afinal, precisava fazer sua saída de casa valer a pena.

A morena esperou até que o local esvasiasse um pouco, apenas o suficiente para que ela conseguisse caminhar por ali com mais facilidade e então deixou seu ascento, rumando o corredor dos vestiários enquanto respirava fundo em uma falha tentativa de se acalmar.

Não conseguia entender o motivo de estar tão nervosa, mas não conseguia evitar.

No entanto, seus passos, antes decididos, foram diminuindo seu ritmo e seus ouvidos captaram o momento em que uma risada típica de um filme adolescente sobre garotas ricas e mimadas soou de trás da arquibancada.

De início, não deu muita importância a esse fato, mas quando conseguiu perceber a voz de Momo pronunciar um agradecimento tímido, sentiu que precisava espiar discretamente o que acontecia ali.

Antes não tivesse feito isso, já que quando se aproximou em passos leves e silenciosos e apoiou suas mãos em uma das barras de sustentação dos acentos, viu Momo sorrir abertamente para Tzuyu, que acariciava lentamente o braço direito da japonesa, subindo e descendo seus dedos pela pele branquinha.

A líder de torcida também sorria, e seus dentes brancos e perfeitamente alinhados pareciam ofuscar até mesmo as luzes do local.

Na visão de Dahyun, elas estavam próximas demais e por algum motivo, aquela cena lhe embrulhou o estômago.

Não queria presenciar o beijo que provavelmente ocorreria em poucos segundos, então saiu dali rápido o suficiente para não ser notada, bufando de maneira irritada e frustrada.

Ela geralmente se sentia assim quando cenas intensas entre Momo e Sana eram narradas nos livros de Jihyo. Os beijos sempre muito bem detalhados e os momentos de prazer entre ambas deixava Dahyun subindo pelas paredes.

A coreana jamais imaginou que se sentiria assim por alguém que não fosse a sua doce, delicada, amável e incomparável Momo literária, no entanto, era exatamente assim que se sentia agora.

Sua mente trabalhava a mil e seu coração batia acelerado diante de todos os pensamentos e sentimentos que tomavam conta de si.

Parecia egoísta até mesmo para ela, mas não queria perder Momo. Já havia a perdido para Sana e talvez não suportasse vivenciar tal dor mais uma vez.

"Elas não são a mesma pessoa. Que merda!"

Praguejava mentalmente e nem mesmo sabia para onde estava indo. Apenas queria poder voltar no tempo e nunca ter saído de casa naquela maldita noite.

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