▐ 004
Hwang Hyunjin P.O.V
ㅡ Não vai mesmo me contar quem era aquele garoto?
Mais uma vez, Felix fazia a mesma pergunta desde que saímos da frente de uma loja. Ele me irrita, tudo o que saí da boca dele me irritava nesse momento, apesar dele ter ajudado a relaxar um pouco, porém ele é um saco!
ㅡVocê fala muito ㅡ Deixei um suspiro escapar junto com a minha calma, nítido de cansaço e exausto demais. Cansando de escutar a mesma pergunta o tempo todo.
Ele pareceu notar, tanto que parou de fazer perguntas e fechou a sua boca até perto da entrada da escola já fechada. Engoli em seco, pois se minha mãe souber que eu não fui à escola hoje, o chinelo roda na minha cara.
ㅡ Que saco! Não é nada agradável pular o muro e sujar a camiseta ㅡ Lee falou com uma voz esforçada e assim que virei meu rosto para encarar ele ao meu lado, assisti ele subindo em cima do muro com a mochilas em sua costa. Para ele, parecia fácil pular o muro, mas pra mim é como quebrar alguma regra do time de basquete e levar bronca do técnico.
ㅡ Eai, vai ficar só me olhando ou vai pular a droga do muro? ㅡ Cínico e com as pernas balanceando sentando no muro, debochou da minha pessoa com aquele sorriso desgraçado em seu rosto, que um soco meu é capaz de tirar.
ㅡ Prefiro ir embora do que perder meu tempo quebrando regras ㅡ Sorri cínico dando meia volta, porém, algo me impedia de ir embora e esse "algo" era as porradas que vou levar se voltar embora, sem tirar que prometi ao Changbin ajudar Sunghoon com as posições do time e estratégia.
Droga! Como eu o odeio.
ㅡ Você que sabe princesa.
Me virei novamente para o muro e bufei irritado encarando Felix me olhando com os olhos fixos no meu rosto, até ele se mover e virar para o outro lado. Ele ia descer.
ㅡ Espera! ㅡ Chamei a sua atenção recebendo um olhar de canto que me arrepiou.
ㅡ Me ajuda subir? Sabe, eu nunca precisei fazer isso e... Também, nunca perdi o horário ㅡ Droga! Eu estava quase gaguejando de nervoso ao tentar me explicar, mas ele deve ter notado o que eu queria dizer.
ㅡ É só dizer que não sabe subir no muro ㅡ Ele sorriu descendo de volta e limpando suas roupas. Só por dois segundos, senti meu diabinho sentar no meu ombro e mandar socar a cara dele. "Vai soca. Você está louco pra quebrar ele". Não, não estou louco, apenas sinto vontade.
ㅡ Okay, eu não sei subir no muro. Agora vai me ajudar? ㅡ Cruzei os braços.
Ele riu. Forcei um meio sorriso com a "gentileza" dele ao tentar me ajudar. Se agachou em frente ao muro e pediu para que eu colocasse os meus pés nas suas mãos e assim fiz com ele impulsionando para cima o peso do meu corpo.
Felizmente, consegui sentar no muro e respirar um pouco já que tenho mó medo de altura ㅡ mesmo que eu seja alto. ㅡ Felix subiu logo depois ficando do meu lado e encarando a rua pouco movimentada da escola.
Encarando ele de canto, percebi o seu olhar completamente direcionado para meu rosto, tanto que, ele não desviava de modo algum. Entrei em choque e precisei virar meu rosto para encarar ele e quebrar aquele clima e assim que olhei, ele desviou o olhar rapidamente.
ㅡ Ainda está curioso sobre o garoto? ㅡ Perguntei como uma maneira de puxar assunto com ele, mesmo que eu perca uma ou duas aulas.
ㅡ Sim, mas não precisa contar se não quiser. Sou babaca, mas não idiota ao ponto de não perceber quando as pessoas se incomodam com algum assunto pessoal.
Tá, essa foi a primeira vez na minha vida escutando essas palavras saindo da boca de Lee, ainda mais com compreensão.
ㅡ Eu irei, já que não é um assunto que me importe tanto ㅡ Tentei sorrir e continuei a falar. ㅡ Aquele garoto era meu ex, ou quase isso. Ficante? Bem não sei dizer o que éramos.
Me encarou. Felix parecia pasmo com o que eu dizia, ou melhor, meio que eu chutava a minha sexualidade na cara dele dizendo "Eu sou gay, vai fazer o que?". Bom, talvez não seja isso, mas ele ficou com uma cara incerta e depois mudou seu olhar não dando a mínima pra isso.
ㅡ Belo ex. Quase soquei a cara daquele tampinha arrogante ㅡ Rangeu os dentes cerrando sua mão em um punho enquanto olhava com raiva para a calçada. Não julgo ele, mas não tenho coragem de relar um dedo em alguém mais fraco que eu, apesar de sempre ameaçar socar a cara.
ㅡ Mas então, o que houve entre vocês pra acabar de frente com uma loja. De tanto lugares pra brigar, logo na calçada?! ㅡ Indignado, fez cara me julgando, mas quem é ele pra dizer alguma coisa sendo que ele arruma confusão por causa de um esporte.
ㅡ Tsk! Ele veio atrás de mim pedindo pra voltar. Ele acha que sou idiota ao ponto de querer-lo de novo, mas deve ser apenas mais uma brincadeira dele igual na festa ㅡ Mordi meus lábios inferiores deixando suspiros longos escaparem, lembrando daquela vez, a desgraça que foi a porra da festa.
Eu fui perceptível por Felix, este que me olhava com pena, ou não. Seu olhar não era comum, estava meio que me reconfortando e foi mais nítido, quando sorriu olhando para meus olhos.
ㅡ Então ele é um filho da puta. Não precisa contar o resto da história, acho que saquei o que quer dizer ㅡ Sorriu ladino, mas não pelo o que eu contava, como se achasse uma piada em sua mente igual a minha.
ㅡ Em uma festa com seu namorado e amigos, ele some, você bebe bastante ao ponto de quase cair e encontra ele dando o rabo para qualquer um. É engraçado como temos as mesmas convivências ㅡ Estalou a língua no céu da boca terminando sua fala em um tom debochado. Ele acertou tudo, apesar de eu ter dito apenas sobre a porra da festa. Sabe, um porre mesmo.
Eu queria perguntar quem foi, mas eu estaria sendo muito invasivo com seu espaço. Droga! Estou amolecendo com isso? Mil vezes droga! Droga!
ㅡ Ah, eu- ㅡ Antes que eu pudesse terminar a minha frase ㅡ Começar ㅡ escutei alguém gritando do fundo. Eu e Felix olhamos para trás e vimos o zelador da escola vindo pra cá. Virei meu rosto e encarei Lee apontando com o olho para as nossas mochilas já dentro da escola e jogadas no chão, nos restando pular, pegar elas e sair correndo pelos fundos da escola.
Espero não ser pego, mas temos vantagens por sermos jogadores de basquete e precisamos de fôlego pra correr. Vai dar tudo certo.
Felizmente, eu e Felix conseguimos despistar o zelador quando corremos pra dentro. Chegamos bem na hora que bateu o horário de mudança de aulas, assim nós conseguimos nos esconder entre os alunos e ir para a quadra de basquete. Foi muita sorte.
Sentamos nos bancos da quadra com as mochilas jogadas no chão e suados pela pequena maratona, mas posso fingir que isso foi um aquecimento antes de ensinar Felix.
ㅡ Que merda! Essa corrida valeu meu treino de segunda e terça, no caso, o mês inteiro ㅡ Dramático, reclamou estralando seu pescoço.
Eu não aguentei o drama e precisei revirar meus olhos. Felix me olhou com deboche, mas logo seu olhar sumiu quando dei de ombros indo para o vestiário com a minha bolsa.
Tenho certeza que Felix não estava ligando muito para o treino e muito menos me levando a sério, mas pelo menos, temos que nos manter bem dentro de quadra pra não afundar o time, ou transformar Felix na âncora do time. Mais uma vez, droga!
Me troquei e logo Felix também foi se trocar colocando sua bolsa dentro do seu armário.
Ele saiu do vestiário com a maior cara de bunda existente do mundo, mas se exercitou um pouco e quando acabou, me encarou esperando meus próximos passos. E vamos dar aula de basquete, de novo.
Talvez não fosse ruim. Eu prefiro a mil vezes estar aqui ao invés de estar na sala de aula, apesar de eu gostar - Meio termo - de estudar, porém prefiro matemática.
No fim, eu realmente tenho que admitir, isso é um saco. Não, não só "um saco", mas um porre.
Ensinar Felix não foi nada fácil. Apesar dele pegar rapidamente os movimentos e comandos, ele ainda agia como se fosse o "ás" da sua equipe e não consegue de modo nenhum mudar seu jeito de jogar, mesmo que ele esteja se esforçando.
Precisei analisar tudo com os meus olhos, anotei todos os detalhes que reparei nele e nas dificuldades que ele tinha jogando e precisava ser ajeitada. Também, analisei seu jogo individual, mais agressivo de jogar. Tentei juntar alguns dos movimentos rápidos e difíceis de serem reproduzidos em nossa equipe, movimentos em que, se você acostuma-se acho os erros rápido.
Foi difícil, mas consegui ensinar e encaixar ele na sua posição, mesmo que ele fique reclamando até não parar e foi exatamente isso que está acontecendo agora.
ㅡ Porra, Hyunjin! Essa droga não vai a lugar nenhum se jogar assim! ㅡ Acho que era a quinta ou sexta vez que ele reclamava disso para mim, mas só ignorei suas palavras. Ele já é um selecionado do nosso time, não dá mais tempo de tirar ele ou sumir com ele para outro planeta e que droga!
ㅡ Está me escutando?! ㅡ Esbraveja. Ergui meu olhar encarando seu rosto irritado. Cansado de escutar as mesmas palavras, mudei um "sim", deixando ele mais irritado que antes.
Escutei seus passos pesados na quadra se aproximando da onde estou sentado e desenhando as táticas na folha de papel para depois passar no quadro. Achei que ele iria arrancar a folha da minha mão, mas apenas bufou e se sentou do meu lado com um enorme bico de pato nos lábios.
Uma coisa é sentar do meu lado e ficar quieto, outra é ser Lee Felix e ficar bufando a cada cinco segundos, me irritando apenas fazendo isso.
Eu não aguentei e acabei deixando um dos meus pensamentos escaparem pela minha boca em voz alta, suficiente para saber que Felix meteria um murro na minha cara ou me encararia com um olhar estranho.
ㅡ Quer uma chupeta? Tem uma enorme entre minhas pernas
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