O temporal parecia aumentar cada vez mais e Seungmin mexia em seu celular sem nem mais saber o que ver, sabe quando você já viu de tudo e nada parece ser mais engraçado? Bom, é isso. Bang Chan havia saído para pedir os almoços no restaurante de baixo e Seungmin apenas deu de ombros, realmente qualquer coisa que Bang Chan fazia ou falava estava lhe irritando, seu pescoço doía por conta da batida de mais cedo mas estava apenas tentando fingir que nada daquilo estava acontecendo.

Como que uma viagem que era pra ser só dele escutando Lana Del Rey e comendo chocolate sem parar se tornou uma catástrofe? Se Deus existia ele morreu agora mesmo para Seungmin. Estava sendo punido? Já não bastava ser viado agora precisava aturar isso tudo.

Não iria chegar tão cedo no casamento de Bambam e Yugyeom, tinha que chegar antes do jantar e sabia que não ia dar tempo, Yugyeom é do tipo que é muito afoito e precisa que cheguem na hora, porque se um não chega, ninguém come.

Estava sem coragem de ligar para os amigos e contar o que aconteceu pois sabia que Yugyeom iria infantar, Bambam já é um pouco mais calmo, mas ele também ficaria triste caso seu melhor amigo não chegasse a tempo do jantar de abertura.

— Cheguei! — a porta se abriu e Chan chegou com os pratos com comida, o cheiro estava delicioso mas Seungmin nem tentou ligar. — Eu disse que cheguei!

Chan fechou a cara e suspirou, colocando os pratos na bancada e indo até Seungmin, pegando seu celular de sua mão e lhe assustando, Bang Chan guardou o mesmo em seu bolso, vendo Seungmin se levantar e lhe olhar de forma brava, Chan apenas lhe ignorou e lhe entregou seu prato.

— Sem cara feia de chupa cu, coma e deixe de parecer uma criança.

Sua voz saiu séria e Seungmin se arrepiou, enquanto ele apenas aceitava a derrota e se sentava na cama, começando a comer. O silêncio se acabou assim que Chan ligou a TV, estavam falando sobre a previsão do tempo e que até a tarde a chuva iria acabar, Seungmin não queria passar mais uma noite aqui no hotel.

Os garfos batiam de leve nos pratos e Bang Chan se via olhando para Seungmin vez ou outra, realmente odiava estar naquela situação e se um carro aleatório aparecesse do nada ele com certeza pegaria para não ter que ir até Étretat com Seungmin do seu lado.

— Vamos sair agora de tarde. — Bang chamou a atenção do Kim, que franziu o cenho.

— Mas ainda está forte.

— Eu dirijo.

Sem mais e nem menos Bang Chan mordiscou seu frango, Seungmin terminou sua comida e suspirou, colocando o prato na bancada e limpando os dedos com o guardanapo.

— Desculpa. — murmurou.

— Oi?

— Me... Desculpa.

Bang Chan segurou seu sorriso e colocou o prato na bancada também, limpando a boca e as mãos, enquanto analisava o rosto do Kim, que estava avermelhado. Parecia que ele havia levado duas bofetadas na cara e sua perna tremia mais que um choque.

— Eu acho que não enten–

-— Christopher Bang! Não me faça arrancar todo esse seu cabelo e depois fazer você lamber o chão do banheiro só para ter que repetir algo que você escutou. — cruzou os braços e ali Christopher sabia que a onça voltou ao normal.

Bang Chan começou a rir tanto que ele até imitou um porco, fazendo Seungmin segurar a risada e revirar os olhos. Se levantou e estendeu a mão na direção do mais velho, que lhe olhou e deixou um tapa ali, como se fosse isso que Seungmin queria, então o mesmo lhe deu um peteleco fazendo Chan reclamar.

— Eu quero meu celular besta anta!

— Ai que horror...

Chan fez bico e entregou o celular para o mesmo, se levantando e indo para o banheiro.

— As coisas já estão prontas para irmos? — perguntou do banheiro, escovando os dentes agora.

— Sim. — Seungmin pausou e pensou um pouco, olhando o número de celular de Yugyeom discado em sua tela. — Você acha que deveríamos falar para o Yug?

Escutou Chan tossir e logo andou para a porta do banheiro, parecia que agora quem levou duas bofetadas foi ele porque até seus olhos tavam vermelhos.

— Tá doido?! Claro que não! Ele vai matar eu e você e ainda é capaz de mandar um helicóptero das forças armadas virem atrás de nós. — limpou a boca com água e a secou, indo guardar suas coisas.

Seungmin deu de ombros e ele realmente concordava, e nem é brincadeira, Yugyeom com certeza faria algo do tipo porque quando se trata de Bang Chan e Seungmin juntos em um só carro é capaz de crimes reais acontecerem.

Preferia realmente pular em um mar cheio de cobras do que ligar para Yugyeom e contar o que aconteceu, era melhor evitar isso e apenas seguirem a estrada.

— Então vamos logo, você dirige, minha bunda tá doendo. — resmungou.

— Um bundão desse. — Bang Chan disse baixinho, rindo logo após. — O que?

Seungmin fingiu não escutar e apenas pegou suas coisas e saiu, Bang pagou a hospedagem e logo colocaram as malas no porta-malas. Christopher entrou e assim que Seungmin ia entrar, escutou uma buzina ao seu lado.

— Seungmin?!

— Jisung?! — Seungmin se aproximou do carro e viu a silhueta de Minho ao seu lado. — Quanto tempo.

— Realmente bicha, como cê tá?! — sorriu animado e bateu palminhas, chamando a atenção de Minho, que arregalou os olhos em surpresa.

— Seungmin? Caralho boy quanto tempo! — Minho sorriu e olhou para dentro do carro do Kim, vendo Bang Chan. — É o Bang Chan ali?

— O que?! — Jisung deu um gritinho fino, olhando para o carro e vendo o Bang sorrir de forma tímida como se fosse pego no flagra. (ps: a mona foi sim pega no flagra).

Seungmin suspirou fundo e contou até dois, pensando em alguma forma de (se matar) como explicar aquilo. Todo mundo que estudou na escola soube do término dos dois e para ser sincero aquilo virou um burburinho enorme que fez o Kim entrar em crise existencial por bastante tempo, até Jeongin ficou preocupado por precisava passar toda sexta um pedaço de pizza por debaixo da porta e colocar um copo de coca na janela do quarto dele.

E o pior, ele precisava colocar uma escada porque o quarto do querido era no segundo andar, Jeongin claramente foi um grande guerreiro, aplausos.

— Estamos... Indo para um casamento juntos.

Minho e Jisung se olharam, confusos, mas logo sorriram.

— Vocês... Sabe, né? — Jisung disse baixinho, enquanto Seungmin ficava vermelho. — Fizeram aquilo lá... De pôr no toba.

— QUE?! JISUNG MEU DEUS BICHA.

Bang Chan estranhou o grito repentino e olhou novamente pela janela, vendo Jisung e Minho acenarem para ele, com sorrisos fofos no rosto, fazendo Christopher estranhar mas acenar de volta.

— Ok, ok! Esquece o que o Jisung disse, mas vocês voltaram?!

— Não! É meio complicado explicar, mas houve um imprevisto e ele teve que pegar carona comigo para irmos para o casamento de Yugyeom e Bambam.

— Oxi, tu vai pra o casamento dos Yugbam?! — Jisung perguntou, fazendo o Kim concordar.

— Nós também! — Minho sorriu animado. — Vamos todos juntos! A gente segue juntos e pronto!

— Ah... Pode ser! Eu só preciso falar para Christopher, eu já volto!

Seungmin entrou dentro do carro e levantou o vidro, Christopher parou de mexer no celular e viu de relance que era alguma garota qualquer, seu coração parou por um segundinho e sua respiração entrou pelo buraco errado e só faltou ele tossir no rosto de Christopher porque estranhamente eles estavam pertos demais.

— É... O Jisung e o Minho estão ali! Eles ficaram felizes em nos ver e disseram que também estavam indo para o casamento dos meninos, Minho perguntou se não queremos seguir com eles.

— Hum, pode ser. Se acontecer alguma merda só deixar o carro pra trás e a gente vai no deles. — ligou o carro novamente e abaixou o vidro do lado do Kim, sorrindo para os dois namorados. — Vamos todos juntos sim!

— Ótimo! Qualquer coisa que acontecer é só buzinar. — Jisung fez um joinha. — Seungmin você ainda tem meu número?

— Uhum! Tenho sim. — sorriu fraco e acenou assim que os dois seguiram em frente.

Seungmin colocou o cinto e suspirou fundo, a chuva havia parado e com isso a onda de calor havia voltado, a França estava tão quente ultimamente que nem ficar pelado ajudava, se você sentasse no chão sinto muito mas se você é branco demais sua bunda ficaria preta.

— Christopher liga o ar. — murmurou.

— Vai gastar gasolina, Seungmin.

— Mas tá muito quente! — puxou a gola da camisa, passando a mão pela franja.

— Você quer mesmo deixar o carro pra trás caso a gasolina acabe? Eu estava blefando. — lhe olhou de canto.

Seungmin revirou os olhos e apoiou o cotovelo no encosto do carro, suspirando. Sentia que até sua cueca tava molhando, odiava quando a França ficava quente, estava pensando muito em abrir a porta e cair no asfalto pra ir de comes e bebes de uma vez.

A voz de Frank Ocean começou a tocar no carro e simplesmente conhecia aquela letra de cor, vivia cantando depois que Christopher e ele haviam terminado. Os dedos do seu pé se contraíram e seu coração acelerou, queria que Frank Ocean fosse para a puta que pariu por ter escrito Ivy, como uma pessoa escreve uma música dessas? Ele está querendo ajudar os psicólogos a ganharam mais dinheiro do que ganham?!

Oh, eu poderia te odiar agora
Está tudo bem me odiar agora
Quando nós dois sabemos que no fundo
O sentimento ainda, no fundo, é bom

Se eu pudesse ver através das paredes, eu conseguiria ver você fingindo
Se você pudesse ver meus pensamentos, você veria nossos rostos
Protegido na minha casa como um caminhão blindado naquela época
Nós não dávamos a mínima na época

Bang Chan não colocou aquela música de propósito, ele nem sabia que Seungmin gostava dela, mas ele também escutou ela quando terminaram e doeu bastante, lembra até hoje que já até pensou em levar Seungmin em un concerto de Ocean, estava juntando dinheiro para isso, mas infelizmente o diabo veio e acabou com a relação deles.

Seungmin olhou Christopher de canto e o mesmo mordiscava seus lábios de uma forma um tanto quanto quente e o calor parecia aumentar cada vez mais, pegou a água no porta malas da frente e bebeu tudo de uma vez, chamando a atenção de Chan que engoliu sua saliva.

Nunca seremos aquelas crianças de novo
Tudo é diferente, marfim é ilegal
Você não se lembra?
Eu quebrei seu coração semana passada
Você provavelmente se sentirá melhor até o final de semana
Ainda me lembro, fiz você enlouquecer
Gritar meu nome
O sentimento, no fundo, é bom

Eu poderia sonhar a noite toda
Sonhar a noite toda
Eu poderia dirigir a noite toda
Dirigir a noite toda
Sonhando, sonhando

É, parece que eles ainda teriam muita estrada na frente e muitos sentimentos para contarem um ao outro.

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Frank Ocean você acaba com a vida de dois viados e ainda quer ter lugar de fala?