⋆ㅤ⎯⎯  𝖣𝖨𝖠𝖲 𝖠𝖳𝖴𝖠𝖨𝖲  . . . 
𝗪𝗜𝗟𝗟 𝗚𝗥𝗔𝗬𝗦𝗢𝗡 𝗜𝗜𝗜.
𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖!

── Você não acha estranho ela não ter medo de nada? ─ Emory murmura enquanto faço o nó na gravata. ── Ela não treme, não vacila, ela… 

── Para de perseguir a garota, deixe-a em paz, Emory. ─ Interrompo Emory não deixando ela continuar falando de Adeline.

── Você agora protege ela ou o que? ─ Pergunta Emory parando a minha frente me olhando com um olhar fulminante.

── Não é nada disso, Emory. ─ Saio de sua frente e vou calçar os sapatos. ── A garota já sofreu o bastante, não acha? ─ Pergunto à minha namorada. ── Tenha um pouco de empatia, amor. ─ Falo para ela que mesmo assim não muda sua postura e cruza os braços.

── Não vem com essa, Grayson! Todos sofremos, você mesmo sabe tudo o que eu passei e mesmo assim tudo isso me assusta pra caralho! ─ Argumenta furiosa.

── Não compare o que aconteceu com Adeline com o mesmo que te aconteceu! ─ Levanto da cama parando a sua frente. ── Ela perdeu os pais e a irmã e todos dizem que ela os matou, ela foi pra um manicômio desde adolescente e saiu recentemente daquele inferno! E isso é só o que sabemos, Emory. Então não se compare com ela. ─ Explico para a ondulada.

── Tá vendo como você sempre está do lado dela? Porra Will, eu sou a sua namorada, não ela! Eu, William! Eu! ─ Emory diz histérica e duvido muito que alguém já não a ouviu gritando.

── Caralho, Emory. Esquece essa ideia, vamos focar em nós dois e só isso. ─ Me aproximo dela e seguro seus braços os alisando. ── Eu estou aqui com você, vamos sair dessa juntos, eu ligo para você. Apenas quero que tenha respeito por ela, ela era… 𝑢𝑚𝑎 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑎. Só isso, pequeno problema. ─ A puxo para mim a envolvendo em meus braços. ── Eu te amo. ─ Sussuro ao silêncio do quarto enquanto aliso suas costas com meu polegar.

── Eu te amo mais. ─ Emory respondeu respirando fundo e ficamos assim por alguns minutos até ela quebrar o silêncio. ── Temos que descer, já está pronto?

── Já, você tá pronta? ─ Pergunto e ela concorda dando uma última olhada no espelho, Emory veste um vestido preto justo, que realça todas suas curvas. E eu estou vestido com um smoking. 

── Você tá uma gostosa nessa roupa. ─ A abraço por trás enquanto beijo seu pescoço, Emory sorri recebendo meu elogio.

── Você também não fica muito atrás. ─ Sai dos meus braços e se vira me beijando e retribuo. ── Agora precisamos mesmo ir, vamos acabar logo com esse jantar. ─ Fala Emory e vai até a porta abrindo-a e saímos do quarto para ir à sala de jantar, mas damos de cara com Adeline ao descer as escadas. Adeline bate seus olhos primeiro em mim e respira fundo e eu retribuo seu olhar, ela está tão linda, como sempre foi desde quando eu a via quando eramos adolescentes, lembro de como fugiamos durante a noite para ficarmos a sós e de como aquilo era a minha parte 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟𝑖𝑡𝑎 da noite, ela era como um remédio para mim, eu era a porra de um viciado que não conseguia ficar longe dela, mas fiquei por tanto tempo longe de Adeline que tenho medo de acabar falando ou 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑛𝑑𝑜 o que não devia.

Adeline passa à nossa frente e desce as escadas tranquilamente e apenas o barulho de seus saltos são escutados enquanto descemos as escadas. Quando chegamos a sala de jantar, apenas Michael e Rika, Kai e Banks estão lá sentados nos lugares, a mesa conta com nove lugares à mesa, nos aproximamos da mesa e consigo vê que tem papéis com nossos nomes escritos dizendo cada lugar que devemos estar, cada casal está um do lado do outro, Adeline está entre eu e Damon, 𝑜𝑡𝑖𝑚𝑜. Emory está sentada ao meu outro lado e parece que ela não gostou nada de Adeline está do meu lado.

Todos estamos em silêncio e ninguém ousa falar, estamos todos em alerta, à espreita de que algo pode acontecer essa noite, algo não muito bom ou como Addie disse, pode ser apenas coisa da nossa cabeça.

── Desculpem a demora. ─ Winter fala amigável enquanto entra na sala junto a Damon. Meu amigo bate o olho em mim e me dá um breve aceno com a cabeça que retribuo. Ele e Winter se sentam em seus lugares e então todos começam a olhar uns para os outros exceto Addie. Ela está com o olhar fixado na taça a sua frente enquanto batuca o dedo na mesa, lembro que ela sempre fazia isso quando estava nervosa, era uma mania de Addie.

── Então quem irá comer primeiro? ─ Banks pergunta ao lado de Kai.

── Não sei. ─ Michael murmura meio distante.

── Vocês estão cogitando comer 𝑖𝑠𝑠𝑜? ─ Minha namorada fala tirando o Cloche de cima de seu prato e apontando para a comida.

── Infelizmente é o que temos. ─ Responde Erika do outro lado da mesa.

Tum. Tum. Tum. Adeline continua batendo seus dedos na mesa e sem pensar tiro o Cloche do meu prato pego o garfo e provo a comida recebendo um olhar rápido um pouco… 𝑝𝑟𝑒𝑜𝑢𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑜…? De Adeline. 𝐸𝑛𝑡𝑎𝑜 𝑣𝑜𝑐𝑒 𝑎𝑖𝑛𝑑𝑎 𝑠𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑜𝑢𝑐𝑢𝑝𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑖𝑔𝑜, 𝑟𝑎𝑝𝑜𝑠𝑖𝑛ℎ𝑎. Você ainda está aí, eu sei disso, você apenas quer fingir para que ninguém veja o quanto você está destruída, ou o quanto seu coração está quebrado, queria apenas poder toca-lá e dizer que está tudo bem que 𝑓𝑖𝑐𝑎𝑟𝑎 tudo bem, mesmo que eu saiba que essas palavras são tão mentirosas quanto as palavras ditas por mim “Eu não me importo com a Adeline”. Mas não posso. Não mais. Não posso forçá-la mais a isso, ela está melhor longe de mim, afastada de mim ela está protegida e a salvo.

── Eu não morri, comam logo. ─ Explico quando saio de meus pensamentos e desvio meu olhar de Addie para olhar os meus amigos que começam a comer em silêncio.

[...]

O jantar todo foi um completo silêncio, ninguém ousou dizer sequer uma palavra.

Observo o prato vazio à minha frente e pego a taça de vinho bebendo o resto da bebida. 

── Era só isso? ─ Rika pergunta nós olhando. ── Só um jantar normal…? Sem pegadinhas ou mortes?

── E o que parece. ─ Kai responde.

── Isso é tão estranho. ─ Emory murmura mas ainda consigo ouvir.

── Mas o que importa é que todos estamos vivos. ─ Banks comenta ao lado de Kai e Emory dá uma risada amarga ao meu lado e sei que ela está pensando. Em Adeline, ela acha que Addie deveria morrer. Minha namorada já deixou isso bem claro diversas vezes.

── Então já podemos ir para o quarto? ─ Winter pergunta. ── Esse lugar está me dando arrepios.

── Eu não sei, mas não vou ficar aqui nem mais um segundo. ─ Emory se levanta e caminha até a porta para sair da sala de jantar.  ── A porta está trancada.  ─ A morena fala forçando a maçaneta da enorme Porta.

── Como assim? Tem certeza? ─ Michael fala se levantando e indo até a porta e força a maçaneta para abrir e nada.

── Porra. ─ Damon se levanta e vai a porta tentar abri-la. Quando nos damos por vê todos estão em pé observando um a um tentar ir até a porta. Menos Adeline que está calada desde que chegamos aqui, Addie rodeia a sala observando o teto, observando as paredes e analisando alguns móveis no ambiente.

── O  que você está fazendo? ─ Banks perguntou voltando sua atenção a Vanderbilt.

── Algo de útil, suponho. ─ Adeline bradou.

── E como você vai fazer isso? ─ Fane pergunta se aproximando mais de Adeline.

── Vocês fazem perguntas demais. ─ Protestou Vanderbilt.

── Tente explicar. ─ Damon fala com ternura se aproximando de Adeline.

── Simples, nas cartas estavam dizendo Que a pessoa sabia exatamente como estávamos porque ele deve estar nos 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑛𝑑𝑜. ─ Explica dando de ombros.

── 𝑃𝑜𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑒𝑟𝑎. ─ Complemento a fala de Adeline.

── Isso, talvez até uma que tenha áudio. ─ Argumenta. ── Esse 𝑟𝑎𝑡𝑜 gosta de nós observar então porque não nos ouvir o tempo todo também?

 ── Ela está certa. ─ Kai se aproxima levando a mão ao queixo.

── Mas o que isso teria haver com estarmos presos aqui? ─ Erika pergunta confusa.

── Não sei, talvez o fio da câmera possa levar algum lugar na sala que pode dá para acessar algo, também não sei no que isso ajuda. ─Responde Adeline para Erika.

── Mas só dele não poder nos vê e nos ouvir isso poderia deixá-lo 𝑝𝑢𝑡𝑜. ─ Michael sorri entendendo o que Adeline estava pensando.

── Exatamente, Crist.

── Nada mal, Vanderbilt. ─ Banks parabeniza Adeline sem dizer exatamente parabéns. ── Nada mal mesmo. ─ Confessa é começa a olhar pela sala e passar as mãos pelas paredes em busca de algo.

── Vocês vão ficar parados ou vão ajudar? ─ Erika fala começando a ajudar as outras meninas e Damon, Emory, Michael, Kai e eu começamos a ajudar também. Damon não deixa Winter ficar longe dele então ela está segurando seu braço a todo tempo.

── Procurem por algum fio ou brecha que não devia tá por aqui. ─ Adeline insiste. ── Ou qualquer coisa fora do normal.

── Acho que achei alguma coisa! ─ Banks exclama chamando nossa atenção do outro lado da sala.

── O que é? ─ Adeline pergunta indo até ela.

── Não sei, mas aqui tem um relevo no carpete da parede. ─ Banks aponta para onde tem o relevo e Adeline passa a mão pelo carpete.

── Alguém tem uma… ─ Erika para de falar quando vê Adeline levantar o vestido longo até a coxa e tirar a uma pequena faca do cinto preso na sua perna. ── Mas porque…  ─ Rika diz sem entender.

── Gostei de você. ─ Nikova comenta rindo cruzando os braços. Adeline corta o carpete da parede e depois puxa o pano revelando um pedaço de madeira que ela puxa e conseguimos ver uma caixa cheia de fios dentro.

── Xeque Mate otário. ─ Adeline fala mais para si mas todos conseguem ouvir. Vejo pelo canto do olho Damon me olhar com a mandíbula cerrada e eu olho sem expressar algo mas sei que ele me entende mesmo assim. 𝐼𝑠𝑠𝑜 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟 𝑎𝑟𝑟𝑖𝑠𝑐𝑎𝑑𝑜. Ela tá se colocando em perigo demais.

── O que você vai fazer? ─ Michael perguntou.

── Arrancar o resto do carpete e ver até onde mais esses fios levam. ─ Comentou dando de ombros e quando Addie iria continuar ouvimos um som dentro da sala.

── 𝑁𝑒𝑚 𝑝𝑒𝑛𝑠𝑒 𝑛𝑖𝑠𝑠𝑜, 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎 𝑉𝑎𝑛𝑑𝑒𝑟𝑏𝑖𝑙𝑡. ─ Uma voz robótica fala de algum lugar da sala com nós.

── E o que você vai fazer? ─ Adeline pergunta olhando ao redor. ── Me matar? 𝐸𝑢 𝑎𝑐ℎ𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎𝑜… ─ A morena diz virando um pouco a cabeça, ela está o 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑜𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜. Não quero que ela se prejudique, mas também quero que ela dê uma lição nesse filho da puta.

── Exatamente, você vai matar todos nós? ─ Paro ao lado de Adeline gritando abrindo os braços para seja lá quem está nos vendo. 

── Qual é seu filho da puta, se você acha que nos conhece e porque nunca viu o que podemos fazer… ─ Damon se aproxima de Adeline e eu, e fala em um tom ameaçador. ── Eu vou acabar com você, vou te virar do avesso depois de te matar e arrancar cada parte do seu corpo. ─ A sala está em silêncio. ──E depois… Ah e depois que vem a melhor parte, vou te da para os cachorros da minha irmã enquanto todos nós assistimos a isso seu fudido do caralho.

── 𝑀𝑎𝑙 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑖𝑠𝑠𝑜, 𝑇𝑜𝑟𝑟𝑎𝑛𝑐𝑒. ─ Novamente a voz do alto falante. ── 𝑆𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟 𝑣𝑖𝑣𝑜 𝑎𝑡𝑒 𝑙𝑎…

── Mas o jogo está totalmente desvantajoso. ─ Kai agora fala. ── Você nos prendeu nesta ilha, você monitora cada passo que damos.

── 𝐴 𝑐𝑢𝑙𝑝𝑎 𝑛𝑎𝑜 𝑒 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑠𝑒 𝑛𝑎𝑜 𝑠𝑎𝑜 𝑖𝑡𝑒𝑙𝑖𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒.

── Não é nos que estamos escondidos atrás de uma câmera, seu rato idiota. ─ Adeline rosnou com raiva.

── 𝑉𝑜𝑐𝑒 𝑛𝑎𝑜 𝑒𝑟𝑎 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚, 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎 𝑉𝑎𝑛𝑑𝑒𝑟𝑏𝑖𝑙𝑡.

── Acha mesmo que ainda sou a mesma menina tola do acidente? ─ Vanderbilt pergunta amargurada. ── Ela morreu junto com a minha família naquele Dia, agora é apenas eu. Não tenho nada a perder já que 𝑡𝑖𝑟𝑎𝑟𝑎𝑚 isso de mim.

── 𝐴ℎ, 𝑐𝑜𝑚 𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎 𝑣𝑜𝑐𝑒 𝑛𝑎𝑜 𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑎 𝐴𝑑𝑒𝑙𝑖𝑛𝑒 𝑉𝑎𝑛𝑑𝑒𝑟𝑏𝑖𝑙𝑡, 𝑛𝑎𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟 𝑠𝑒 𝑑𝑖𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜𝑠 𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑚𝑎𝑛𝑖𝑐𝑜𝑚𝑖𝑜… ─ Adeline parece perder o fôlego e fica pálida ao escutar as palavras ditas. Mas porque? O que ele quis dizer com isso.

── Como… como você pode saber disso…?  ─ Pergunta aflita, atingida pelas palavras desse filho da puta que eu vou matar com as minhas próprias mãos.

── 𝐸𝑢 𝑠𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝑡𝑢𝑑𝑜, 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑎, 𝑒𝑢 𝑠𝑒𝑖 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒 𝑓𝑒𝑧 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑎𝑖𝑟 𝑑𝑒 𝑙𝑎… ─ Cantarola alegremente enquanto Adeline falta pouco desmaiar aqui mesmo.

── Vai se fuder! ─ Grita.

── 𝑄𝑢𝑒 𝑓𝑜𝑓𝑜. ─ Finge uma falsa tristeza. ── 𝑅𝑒𝑔𝑟𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑗𝑜𝑔𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑗𝑒… 𝐴𝑑𝑒𝑙𝑖𝑛𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑠𝑒𝑔𝑟𝑒𝑑𝑖𝑛ℎ𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑜𝑠!

── EU VOU MATAR VOCÊ! ─ Adeline berra com os olhos cheios de lágrimas. 

── 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑠, 𝐴𝑑𝑒𝑙𝑖𝑛𝑒, 𝑣𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑎 𝑓𝑎𝑙𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑠𝑒𝑢 𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑜𝑏𝑠𝑐𝑢𝑟𝑜. ─ Esse filho da puta parece está se divertindo, a sala está em silêncio exceto pela voz robótica e a de Adeline junto com sua respiração acelerada.

── Por favor não… ─ Vanderbilt fala quase como uma súplica.

── 𝐴ℎ, 𝑣𝑜𝑐𝑒 𝑡𝑎 𝑡𝑖𝑚𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑟? ─ A voz pergunta com um tom ameaçador mesmo que por traz da voz robótica. ── 𝑁𝑜𝑣𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑔𝑟𝑎𝑠… 𝑂𝑢 𝑣𝑜𝑐𝑒 𝑓𝑎𝑙𝑎 𝑜𝑢 𝑣𝑎𝑜 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑓𝑎𝑚𝑖𝑙𝑖𝑎.

── Mas do que ele tá… ─ Winter para de falar quando Erika aponta para a porta aflita pois tem álcool sendo jogado por de baixo da porta para dentro da sala.

── Porra. ─ Michael diz.

── O que a gente faz? ─ Banks pergunta passando seu olhar por todos nós.

 ── Não sei, caralho deve ter uma saída por aqui não é? ─ Kai pergunta levando a mão à cabeça.

── Não tem saída Kai! E só por aquela porta que por coincidência Tá trancada porra! ─ Damon rebate. E vou até Adeline que está com dificuldade para respirar.

── Ei, ei tá tudo bem, Addie? ─ Pergunto preocupado com a garota.

── Eu não consigo respirar direito. ─ Addie sussurra e por instinto levo minhas mãos para seu rosto a fazendo me olhar.

── Você tem que manter a calma, Addie. ─ Aconselho a garota enquanto acaricio a lateral de sua cabeça. ── Ninguém vai te machucar, 𝑒𝑢 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑢 𝑎𝑞𝑢𝑖. ─ Quando falo isso Adeline me empurra para longe dela.

── Mentiroso! Quando você disse isso, você não estava lá quando eu mais precisei de você! Você só sabe mentir, Grayson! ─ Debate franzindo o cenho.

── Eu juro que agora isso não vai acontecer… Acredite em mim, eu quero te ajudar. ─ Tento me aproximar dela mas sem chances, ela não deixa eu nem me aproximar.

── Não! Não é não! Cansei das suas mentiras, isso não vai acontecer nunca mais! ─ Indaga limpando as lágrimas que insistiam em cair.

── A gente tem um problema! ─ Emory grita pela sala. 

── Não vamos entrar em pânico, precisa ter uma saída em algum lugar!  ─ Ouço Michael dizer.

── PORRA MICHAEL! Vamos todos morrer aqui! ─ Olho ao nosso redor e vejo o fogo se alastrando pela sala.

── Não precisamos de mais drama aqui Emory! ─ Banks se intervém no meio da discussão.

── O que caralhos você quer da gente seu filho da puta? ─ Damon pergunta tentando ficar calmo. 

── 𝑆𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠, 𝑞𝑢𝑒𝑟𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎 𝑉𝑎𝑛𝑑𝑒𝑟𝑏𝑖𝑙𝑡 𝑛𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑠𝑒𝑢 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑚𝑎𝑛𝑖𝑐𝑜𝑚𝑖𝑜… 𝐸𝑙𝑎 𝑡𝑒𝑚 𝑡𝑎𝑛𝑡𝑎𝑠 ℎ𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠.

── Conta logo o que ele quer! ─ Emory aponta o dedo na direção de Adeline que nem sequer esboça alguma reação.

── Porra, tá calor aqui. ─ Erika Argumenta tentando se abanar para afastar o calor que ronda pela sala.

── Eu não sei se vou aguentar aqui. ─ Winter fala passando a mão pela nuca e o pescoço. Tiro o paletó que estava usando para o jantar e o jogo em qualquer canto.

── Adeline, não importa o que aconteceu naquele lugar ninguém vai te julgar por isso! ─ Banks exclama para Adeline que a encara. ── Você precisa falar ou vamos morrer!

── Adeline, fala, nós precisamos da sua ajuda. ─ Damon se aproxima de mim e da garota.

── 𝑃𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟, 𝐴𝑑𝑑𝑖𝑒. ─ Imploro para Vanderbilt abrindo alguns botões da camisa social. Todos na sala estão suando, gotas de suor pinga da minha testa e passo a blusa social pelo meu rosto.

── Pessoal, dá pra ir mais rápido? O fogo tá aumentando. ─ Erika alerta.

── Vamos lá, garota, não faça isso por nós e sim por você! ─ Emory para a frente de Adeline. ── Faça isso que você consiga descobrir quem tá por trás disso e quem matou sua 𝑓𝑎𝑚𝑖𝑙𝑖𝑎.

── 𝑇𝑖𝑐 𝑡𝑎𝑐, 𝑡𝑖𝑐 𝑡𝑎𝑐, 𝑡𝑖𝑐 𝑡𝑎𝑐… 𝑉𝑎𝑛𝑑𝑒𝑟𝑏𝑖𝑙𝑡. ─ Cantarola.

── Vamos Adeline! ─ Michael a incentiva. Todos na sala estão olhando para Adeline tentando respirar mas fica difícil a cada instante que o fogo cresce e a fumaça toma conta do lugar nos fazendo tossir.

── Eu… ─ Adeline ameaça querer começar mas trava um pouco. ── Eu não posso. ─ Fala negando é pego sua mão a virando para mim.

── Sim, você consegue. Já suportou coisa pior e pode vencer isso, Addie, vamos lá por favor. Não faça Por nós, faça por 𝑒𝑙𝑒𝑠. 𝑆𝑢𝑎 𝑓𝑎𝑚𝑖𝑙𝑖𝑎. ─ Argumento olhando em seus olhos marejados.

── Eu negociei minha liberdade pela… ─ Suspira antes de continuar. ── 𝑀𝑜𝑟𝑡𝑒 de cinco pessoas. Um trato que eu fiz com uma mulher que foi me vê no manicômio.

── Mais rápido, Adeline, o fogo tá aumentando! ─ Banks a apressa.

── Eu tô cozinhando aqui! ─ Winter fala.

── Uma proposta que eu coloquei meus próprios interesses, eu pedi para que matassem Alex, Joe, Raul, Axel e Aaron, cinco pacientes no mesmo manicômio que o meu. ─ Addie fala e funga tentando afastar as lágrimas.

── E só isso? ─ Emory pergunta simples com tédio na voz. Calor, está quente, a temperatura só sobe e a fumaça toma conta mais ainda do ambiente.

── 𝑉𝑎𝑛𝑑𝑒𝑟𝑏𝑖𝑙𝑡, 𝑛𝑎𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑑𝑎 𝑜 𝑗𝑜𝑔𝑜. 𝐹𝑎𝑙𝑒 𝑜 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒 𝑓𝑒𝑧 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑓𝑒𝑧… 𝑣𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑎.

── NÃO! EU NÃO VOU FAZER ISSO. ─ Arfa gritando.

── 𝐸𝑛𝑡𝑎𝑜 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟𝑎𝑚.

── Não, eu não posso não assim na frente deles… por favor. ─ Implora e vejo mais lágrimas escorrerem por suas bochechas.

── FALA LOGO! VAMOS MORRER AQUI! ─ Emory grita e olho para ela vendo que está toda suada, seu cabelo está grudando em seu corpo pelo suor. 

── Vamos, Adeline, precisamos de você… Vamos. ─ Damon a incentiva. 

── Eu não consigo.

── Consegue. ─ Winter fala.

── Prometemos não falar sobre isso, Addie. ─ Falo para ela. ── 𝑁𝑖𝑛𝑔𝑢𝑒𝑚 𝑓𝑎𝑙𝑎𝑟𝑎 𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒, 𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑚𝑒𝑠𝑠𝑎. ─ Ela me olha e se abana pelo calor.

── Se eu falar você apaga o fogo? ─ Pergunta para a pessoa que nos observa.

── 𝐸 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑚𝑒𝑠𝑠𝑎. Repete minhas palavras.

── Tá legal, eu… 𝑒𝑢 𝑓𝑢𝑖 𝑎𝑏𝑢𝑠𝑎𝑑𝑎. ─ Adeline fala e desaba por chorar. 𝑁𝑎𝑜. Eu só queria poder ir até ela e abraçá-la, mas meu corpo não se move, não sinto mais calor e sim raiva, ódio, se esses filhos da puta ainda estiverem vivos eu mesmo vou matá-los. ── Eu fui abusada com quatorze anos pela primeira vez, pelos cincos. ─ Desvia o olhar para o chão e ninguém ousa falar alguma coisa, todos estamos imóveis apenas ouvindo Adeline falar. ── E os abusos aconteciam até um pouco antes de eu sair de lá. 𝑃𝑜𝑟 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑒𝑖 𝑠𝑢𝑎𝑠 𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠. ─ Adeline explicou sem nos olhar, acredito que por medo, vergonha por estar tão vulnerável em nossa frente. Damon me olhou como se quisesse matar os filhos da puta que fizeram isso com Addie, mas nessas condições é impossível.

── 𝑃𝑎𝑟𝑎𝑏𝑒𝑛𝑠, 𝑣𝑜𝑐𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖𝑢 𝑉𝑎𝑛𝑑𝑒𝑟𝑏𝑖𝑙𝑡. ─ Os Sprinklers da Sala são acionados e o fogo se apaga e Erika corre para a porta e tenta abrir, a porta se abre facilmente e todos saímos de lá, pego a mão de Addie e a tiro de lá. Nos espalhamos pela sala tentando buscar ar puro, Kai abre a porta de entrada e Banks as janelas e corremos para frente da janela e da porta. Todos buscando ar, e precisando apagar um pouco do calor em nossos corpos. Todos nós começamos a tirar nossos sapatos e roupas ficando só de roupa íntima. Estamos deitados no chão do Hall de entrada respirando. Adeline está sentada no degrau da escada com a cabeça apoiada nos joelhos, da para vê por seu rosto que ela está longe, 𝑝𝑒𝑛𝑠𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎, 𝑎𝑠𝑠𝑢𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎 não dá para dizer.

Após longos minutos Adeline se levanta da escada e a sobe, provavelmente indo para o quarto. Ninguém a para ou vai atrás dela, ela precisa de espaço, precisa pôr a cabeça no lugar novamente. Então só a deixo ir, amanhã eu vou atrás dela. 

── Não vamos falar sobre o que ela contou lá dentro. ─ Banks pergunta.

── Não! ─ Respondo. ── 𝑁𝑖𝑛𝑔𝑢𝑒𝑚 𝑓𝑎𝑙𝑎 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑖𝑠𝑠𝑜. Ela não precisa de mais isso. ─ Rebato e me levanto indo para o quarto, eu preciso de um banho depois daquela sala em chamas.

Mas preciso mais ainda saber como Addie está, ela precisou de mim e eu não estava lá, ela tem razão, eu sou um mentiroso. Eu falhei com ela, eu poderia tê la ajudado, ter 𝑠𝑎𝑙𝑣𝑎𝑑𝑜 ela. Não vou me perdoar nunca por ter causado essa dor para a 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑎. Sinto falta do que éramos antes, eu sinto falta dela antes e a ter visto aqui depois de anos só me faz perceber o quanto Adeline Vanderbilt ainda mexe comigo.

★.ᐟ : : 3456 palavras... Capítulo grande para vocês em.

★.ᐟ : : Voltei depois de um mês ✋️😓 me desculpem mesmo, o tempo foi passando que eu nem percebi que tinha passado um mês, desculpa.

★.ᐟ : : Alguém ainda lê SG?

★.ᐟ : : Votem e comentem por favor!!