𝟎𝟏 . 𝐋𝐈𝐁𝐄𝐑𝐃𝐀𝐃𝐄
⋆ㅤ⎯⎯ 𝖣𝖨𝖠𝖲 𝖠𝖳𝖴𝖠𝖨𝖲 . . .
𝗔𝗗𝗘𝗟𝗜𝗡𝗘 𝗩𝗔𝗡𝗗𝗘𝗥𝗕𝗜𝗟𝗧.
𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖!
"𝐕𝐎𝐂𝐄 𝐒𝐄𝐑𝐀 𝐋𝐈𝐁𝐄𝐑𝐀𝐃𝐀". As palavras de Orion, meu advogado, ecoam na minha mente e um enorme sorriso se forma em meu rosto.
── Isso é sério? ─ Pergunto para Orion e ele concorda com a cabeça. ── Quando? ─ Pergunto animada com a idéia de sair daqui, eu não posso mais ficar nesse orfanato nem por mais um minuto, não importa o que eu faça mas a lembrança daquela noite da semana passada a qual me fizeram eu me humilhar como uma doente, se repete na minha mente sem parar deixando meu corpo trêmulo e com medo de fazerem novamente o que a muito tempo não faziam mais.
── Semana que vem, provavelmente na quarta, mas posso tentar fazer com que te liberem antes. ─ Orion comenta quando ver meu olhar mudar quando ele disse a última parte.
── Tudo bem, eu estou aqui desde os meus quatorze anos, que diferença irá fazer mais alguns dias. ─ Falo e dou um sorriso amarelo na direção do meu advogado que claramente sabe que estou mentindo mas ele ignora sabendo que essa é a melhor opção.
── Bom, era apenas isso que eu precisava falar com você. ─ Orion diz pegando sua pasta com meu relatório em cima da mesa e se levanta deixando apenas a mim sozinha a mesa. ── Lembre-se que se precisar de algo e...
── E só te ligar, eu sei. ─ Corto sua fala.
Orion se despede e logo em seguida vai embora, observo o campo ao meu redor vendo algumas pessoas se exercitando, conversando entre si ou pintando, o céu está com certeza maravilhoso então só inspira mais ainda quem está pintando agora, mas o ânimo e a animação que eu sentia para pintar as telas simplesmente não existe mais, ela se foi a muito tempo e parece que não tem vontade alguma de voltar.
Me levanto da cadeira e caminho pelo campo e vou para uma área mais afastada que não há muita gente, quanto melhor eu passar despercebida não iram mexer comigo, só mais alguns dias, repito na minha mente, só mais alguns dias e saio daqui após sete anos sem nem pôr o pé para fora daqui, eu nem ao menos lembro de nada do mundo lá fora, e tenho um certo medo do que pode acontecer comigo lá fora.
Algumas semanas atrás eu recebi uma visita de uma pessoa inesperada e que eu não conhecia até alguns dias atras, ela me fez uma proposta da qual eu aceitei mas claramente coloquei meus próprios interesses também, é o primeiro ponto dessa proposta era que essa pessoa iria me livrar daqui e ela conseguiu, só não a agradeço pois é uma troca de favores, uma mão lava a outra.
Suspiro e fecho os olhos massageando minha contemporânea, faz semanas que não durmo tranquilamente e isso era apenas o que eu queria agora, mas só de pensar que se eu deitar a dor no meu abdômen e na costela irá doer mais do que já está, só de eu estar respirando dói, então estou passando todas as minhas noites em claro por isso e também por medo de que o grupo do Alex e seus babacas voltem ao meu quarto.
Decido entrar para dentro da casa onde chamam de um orfanato que está mais para um hospício e vou direto para meu quarto tomar um banho, encho a banheira com água morna e começo a retirar minha blusa já vendo meus hematomas bem roxos no meu abdômen e costelas além de marcas vermelhas na maior parte da minha barriga, bom, quando os homens ficam sem sexo e presos em um orfanato, eles ficam loucos presos aqui e quando eles veem que podem ter o poder de qualquer coisa que todos morrem de medo deles, eles fazem o que querem, com quem querem, na hora que eles querem, sem nem se importar se estão machucando alguém, estrupando ou matando, eles não ligam, são animais selvagens presos em jaulas que fariam qualquer coisa para terem uma presa para ser seu brinquedinho e infelizmente tive a devastadora não sorte de eles terem me escolhido para ser o brinquedo deles, eu tinha apenas quatorze anos quando começaram os abusos, depois começaram a me bater e logo em seguida a chamar novas pessoas para fazerem parte do que eles faziam a mim e a outras garotas. Alex, Joe, Raul, Axel e Aaron. Eles eram o terror aqui no orfanato esses sim são os fodidos da cabeça e que com certeza deveriam apodrecer em um hospício, eu não deveria nem ao menos estar aqui, eu deveria estar lá fora tentando viver minha vida normalmente depois do acidente da minha família, era para eles estarem aqui, quantas vezes eu preferia que eu nunca tivesse conseguido sair da casa e sim ter morrido lá junto a eles.
Termino de me despir e entro dentro da banheira com a água morna e sinto meus músculos relaxarem em contato com a água, fecho os olhos para tentar relaxar pelo menos um pouco e respiro devagar enquanto minhas costelas doem a cada vez que respiro.
Levanto da cama mais uma vez sem nem ter dormido quando batem a porta do meu quarto indicando que é a hora de levantar e irmos para o café da manhã, tomo um banho rápido e visto um
conjunto moletom preto.
Vou até o balcão onde estão servindo o café da manhã e pego uma bandeja e me sento em uma mesa sozinha pra variar, eu estou sempre sozinha, não tenho amigos aqui, muito pelo contrário todos aqui parecem me odiar e eu nem sei porque.
Eu tive uma amiga aqui quando cheguei, ela foi super simpática comigo e tínhamos a mesma faixa etária de idade, quatorze anos, mas um tempo depois a encontraram morta no chão da lavanderia todos disseram que ela se matou, mas eu sei que era mentira, tenho certeza que os culpados e o Alex e os babacas amigos dele, a lavanderia e onde eles usam para terem o que querem, lá você pode gritar o quanto quiser que não iram te escutar ou escutam e fingem que não é nada demais e só alguns órfãos sem nada para fazer da vida.
Já tentaram dedurar os caras uma vez que eles bateram em uma mulher aqui dentro mas não fizeram absolutamente nada apenas deixaram isso de lado como se fôssemos lixos, e três dias depois a mulher morreu, adivinhem, ninguém sabe a causa da morte e isso só podia ser a culpa de algumas pessoas.
Levo a bandeja de volta ao balcão quando termino de comer e vou para a fila onde entregam nossos remédios, e obrigatório todos tomarem mas eu não tomo, eu dou um jeito de escondê los na parte de cima da minha boca na minha gengiva, e um comprimido pequeno ou seja dá para escondê-lo.
── Bom dia Adeline. ─ A enfermeira fala quando chega minha vez na fila. ── Aqui. ─ Me entrega um copo pequeno com dois comprimidos e os coloco na mão e os levo para a boca e finjo que engolir e os escondo logo em seguida abro a boca mostrando para a enfermeira que eu havia "engolido" os comprimidos e ela me libera. Saio de lá e vou para o banheiro e cuspo os comprimidos dentro do vaso sanitário e dou descarga e lavo minha boca antes de sair do banheiro.
Começo a andar pelos corredores sem rumo e sou parada por um dos funcionários do orfanato.
── Você tem visita, ela está te esperando no campo em uma das mesas, vá logo. ─ O homem fala com toda sua boa vontade do mundo, reviro os olhos e vou em direção ao campo e avisto de longe a mulher que veio me visitar semana passada.
── Você veio mais cedo do que eu esperava. ─ Falo quando me aproximo dela e sento na cadeira à sua frente.
── Vim aqui para dizer que eu cumpri minha parte na proposta e te dizer que agora basta apenas você cumprir a sua. ─ A mulher à minha frente diz e solto uma risada sarcástica a fazendo me olhar confusa.
── Você tecnicamente ainda não cumpriu sua parte no plano, só vou ser liberada semana que vem e eu te disse que eu queria sair daqui o mais rápido possível! Sem falar que você ainda não cumpriu sua segunda parte no plano.
── Eu já te disse que essa segunda parte do plano será difícil, eu não posso matar alguém.
── Sim você pode, eles fazem coisas piores aqui dentro e ninguém nem ao menos liga! Se você não fizer o nosso trato acaba agora mesmo! Você me deu sua palavra então me mostre que posso confiar em você. Eu estou confiando em você, Alice. ─ Falo e me levanto a deixando sozinha, ela me deu sua palavra assim como eu dei a minha palavra e espero que ela cumpra o que ela me prometeu, porque eu irei cumprir a minha parte sem nem pensar duas vezes.
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