A pedido de Lucy_Saad_Silva

_ Acha que ela está melhor? _ ouço meu namorado perguntar para meus irmãos.

_ Ela está no quarto a dias, ainda deve estar abalada _ Sam responde.

Por que esses imbecis ainda insistem em continuar a conversa? Será que não é óbvio que eu posso ouvir?

_ METAM O PÉ! _ grito de meu quarto.

Assim que solto meu grito, ouço os paços de afastarem.

Tudo que eu queria era ficar sozinha. Só isso. Era pedir muito?

Já estava ficando chato todo mundo querer inventar algo novo para me animar. Sei que estão preocupados comigo, mas mesmo assim, é difícil você perder um filho. O filho que eu nem tive a chance de conhecer.

THEN

_ Chuck!!! _ vou até ele de forma bem fofa, tentando o agradar.

_ Qual vai ser o pedido da fez? _ ele já revira os olhos e sorri.

_ Tô com vontade de comer sorvete! Um potão onde eu possa comer sozinha!! _ o abraço por trás.

_ Estarei de volta em breve _ ele disse se virando paga mim, e sumiu.

Enquanto meu namorado não chegava com meu mimo, fiquei atormentando todo mundo no Bunker.

Quando estou pronta para dar um susto em meu irmão mais velho, uma dor toma conta de mim. Era quase insuportável.

_ Kiddo? _ Dean se levanta e vai até mim ao me ver gritando em agonia.

Sam e Jack logo aparecem para ver o que estava acontecendo.

Sinto um líquido escorrer pelas minhas pernas e o desespero toma conta de mim. Como se já não bastasse os gritos, agora lágrimas me dominavam.

[...]

_ Calma, querida... _ minha mãe me abraça.

Eu chorei em seu ombro. Chorei com vontade.

_ Eu estava tão feliz, mãe _ falei entre o choro.

Chuck tem o péssimo hábito de aparecer do nada na hora errada, e esse foi uma dessas ocasiões.

_ O que está acontecendo? Senti que tinha algo errado de longe... _ ele vê o sangue na hora e fica sem fala.

_ Vou deixar vocês a sós _ Mary sai do quarto.

_ Amor, o que aconteceu? _ perguntou ele, vindo até mim e me puxando para seu peito.

_ Eu não sei! _ o abraço e começo a chorar em dobro. _ Eu senti dores, e teve sangue... E...

_ Calma, eu estou aqui com você _ ele acariciou meu cabelo.

NOW

Decidi entrar no jogo deles, deixarem que ficasse felizes por me deixar feliz.

No começo, fingir era difícil, mas com o tempo eu já estava agindo espontaneamente. Até mesmo as piadas sem graça de Dean tiravam um sorriso de meu rosto.

Os dias passaram e aquele sentimento horrível da perda foi desaparecendo, até que eu não pudesse mais nem ao mesmo pensar na sensação.

YEARS LATER

_ Você vai mesmo insistir nisso? _ encaro Chuck.

_ Vou! E nada vai me fazer mudar de ideia. _ ele cruzou os braços na frente do peito.

_ Nem se eu chorar?

Meu namorado fica um pouco pensativo mas logo volta a mim.

_ Nem se você chorar _ afirmou ele.

_ Ainda tentando descobrir o sexo do bebê? _ Dean me interrompe antes mesmo de começar a falar.

_ Ela é insistente... e tem bons argumentos. Mas não vou ceder.

Faço bico e me emburro no canto, me sentando em uma poltrona do lado da prateleira de livros.

_ Não faça essa cara, amor! _ levanto os olhos para o ver. _ Pensa comigo, vai ser mais divertido se for assim.

Eu estava nessa a 9 meses! Chuck insistiu nessa palhaçada de esconder de todo mundo qual o sexo do bebê até a hora do parto.

Eu deveria socá-lo? Céus! Claro que sim!

12 HOURS LATER

_ Preciso que vocês saiam!! _ Mary tenta convencer os quatro homens a sair do quarto. Mas pelo o que parece não deu muito certo.

_ Olá, rapazes _ Crowley aparece do nada, o que deixa todo mundo curioso. _ Eu vim ajudar, aliás, é da minha melhor amiga que estamos falando.

_ Eu também quero ajudar! _ Jack entra pela porta todo confiante.

Dean começa a ficar enfurecido e grita.

_ MAS QUE MERDA É ESSA? Será que vocês podem sair daqui?! A única pessoa que deveria estar aqui sou eu, a minha mãe e meu irmão! E tem mais... _ Dean se vira e vê a irmã se contorcendo de dor, o sangue já se espalhando pela cama. _ Eu acho que vou vomitar...

_ Isso é sério, Dean? _ Sam encara o loiro. _ Você já matou tantas criaturas e fica enjoado em ver sangue.

Dean sai correndo do quarto.

_ Você, Alce! _ Crowley o chama. _ Vamos lá dar um jeito no seu irmão...

Antes que o rei pudesse terminar de falar, Chuck começa a ter a mesma reação de Dean, o que deixa todos surpresos.

_ Eu preciso sair daqui! _ ele diz e sai pela mesma porta que Dean saiu.

Crowley encara a porta pela qual os dois saíram e volta ao Sam.

_ Vamos lá dar um jeito nos dois! _ ele diz mais animado.

Era impressão minha ou o rei do inferno estava se divertindo com tudo aquilo?

_ Tá. Vamos.

Com o quarto mais vazio que antes, Jack me dá todo o apoio enquanto eu fazia a força para que meu bebê nascesse. E isso pareceu a eternidade.

Sendo surpreendidos por Castiel, ele vem até nós pedindo desculpas pelo atraso e da a força extra para que aquele momento de tortura terminasse.

Ao ouvir o choro de meu filho, um sorriso se iluminou em meu rosto. E eu aposto que estavam todos atrás da porta aguardando por esse choro, porque não deu um segundo e estavam todos entrando no quarto igual um bando de curiosos.

_ Parabéns, Kiddo _ Dean sorriu. _ Ele parece com você.

Ele. Era um menino.

Minha mãe entrega o bebê para Chuck, que o pega com o maior cuidado do mundo.

_ Ei! Vocês! _ Mary chama a atenção de todos. _ Pra fora! AGORA!!

Seguro o riso ao ver a cara de decepção de todo mundo ao serem expulsos do quarto, ficando apenas eu e Chuck.

_ Você sabia que era menino.

_ Eu sempre soube. Mas me diz, não foi mais divertido guardar segredo?

_ Eu tenho que admitir que foi.

Meu namorado me entrega o bebê. Seus olhos eram azuis como de se esperar. Ele era tão pequeno.

_ Já tem um nome? _ Chuck me perguntou.

_ Sim. Charles & acaricio sua bochecha com cuidado.

Ele era tão frágil que chegava a dar medo.

_ É um ótimo nome!... Eu te amo, S/N e amo nosso filho.

Chuck se aproxima de mim e me beija calmamente.

Nunca tinha me sentindo tão completa como agora. Eu era mãe, e isso preencheu o vazio que tinha dentro de mim.

Eu tenho um primogênito.