16.
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Termino de arrumar a gravata e dou uma última olhada no espelho. Diferente de todos os meus amigos eu não estava nem um pouco animado para ir a esse baile. A única garota que me fazia ficar animado com a ideia e que eu desejava passar a noite toda dançando decidiu trair a minha confiança.
A dias eu não falava com a Lety, eu ainda tentava assimilar tudo oque aconteceu. Eu achei que ela poderia ser diferente. Mas é apenas uma garota gananciosa, tola e que só pensa em si própria como todos os amiguinhos dela.
— Malfoy? - Nott entra em nosso dormitório e toca em meu ombro. — Está pronto cara?
— Sim.
— Desfaz essa cara, até parece que você não quer ir ao baile.
— Mas eu não quero.
— Tudo isso por causa daquele idiota da Grifinoria? - ele me encara. — Você é o Draco Malfoy. Esquece essa traíra, mulher gostosa é o que tem mais nessa escola. E uma delas está te esperando ali fora.
— Droga, agora ela não vai sair do meu pé.
— Quem manda ser bonitão! - Theo riu. — Mas se não queria ir com ela, por que a convidou?
A verdade é que nem eu sabia o por que eu convidei a Parkinson. Talvez poderia ser por ego, para mostrar que eu estou bem e com a garota que eu "desejava" na aposta, ou eu só não tinha opção.
— Não tinha outra opção, ela não iria sair do meu pé. Você a conhece.
— É, realmente. - ele da dois tapas em meu ombro. — Então, vamos Draco. Vamos beber muito e aproveitar, e vê se não pensa naquela traíra sangue ruim.
— Lety é mestiça. - disse entre os dentes, incomodado pelo jeito que ele falou dela.
— Pouco me importa, vamos.
Saí do dormitório e encontrei a Parkinson, que me lançou um sorriso, no entanto, decidi não retribuí-lo. Descemos juntos as escadas das masmorras em direção ao saguão de entrada. Estava distraído em meus pensamentos, ignorando completamente o que Pansy falava ao meu lado, até que meus olhos se cruzaram com os dela. Nesse instante, meu coração começou a bater mais rápido. Embora estivesse irreconhecível aos olhos de terceiros, era evidente que eu reconheceria a garota mais bonita daquela escola. Faltavam-me palavras para descrevê-la enquanto a observava. Estava extraordinariamente bela, mas seria Jorge Weasley o seu par, e não eu.
Retomei minha concentração no momento em que aquele ruivo ao lado dela a distraiu, fazendo-a desviar seu olhar do meu. O ruivo envolveu os braços dela, e a raiva tomou conta de mim mais uma vez. Por que não estou ali? O que Potter, Weasley tem que me falta? Por que ela me magoou daquela forma? Respirei fundo e voltei minha atenção para a Parkinson que continuava a falar ao meu lado. Hoje não posso me permitir pensar nela.
Entramos no Salão Principal e fomos direto para a mesa mais afastada possível. O lugar estava totalmente diferente do que estávamos acostumados a ver todos os dias. As mesas das casas já não estavam mais ali, agora havia um grande espaço e em volta centenas de mesas redondas que tinham velas flutuantes em cada uma, as paredes que antes eram um marrom sem graça agora se destacava com um gelo prateado e cintilante.
— Cadê Crabbe e Goyle? - Pansy perguntou.
— Devem estar procurando algo para comer, é a única coisa inteligente que esses dois sabem fazer. - respondi.
Ao meu lado Pansy e Daphne falavam sobre os alunos, mas especificamente do grupinho da Lety.
— Aonde estavam? - digo assim que Crabbe e Goyle se aproximam.
— Fomos atrás de uns petiscos.. mas não encontramos nada. - Crabbe diz.
— Vocês são dois idiotas mesmo. Está vendo isso aqui? - eu pego o menu que estava na mesa. — É um menu, sentem essa bunda de vocês na cadeira e pedem o que vocês querem.
Os dois sorriram e sentaram depressa pegando o menu da minha mão.
— Como você sabia disso? - Goyle me olha.
— Costuma ter esses menus nos restaurantes que vou com meus pais. - falo indiferente.
Meus olhos passaram por todo o salão parando na mesa da garota que conversava distraída com Jorge.
— O que está olhando Draco? - Pansy diz, mas eu a ignoro e continuo olhando para a mesa da Grifinoria. Ela bufa ao meu lado cruzando os braços.
Vejo Lety olhar para nossa mesa e logo em seguida todos seus amigos olharem também. Continuei a olhá-la até a mesma desviar o olhar mais uma vez. Parecia que ela me evitava.
— Malfoy! Bebe isso. - Adriano me entrega um pequeno frasco.
— O que tem aqui? - arqueio uma sobrancelha.
— Só bebe, vai melhorar esse seu mau humor.
— Como vocês conseguiram trazer bebida alcoólica? - Parkinson pergunta e é respondida apenas com um sorriso do mesmo.
Viro o líquido de dentro do frasco que desce rasgando pela minha garganta. Balanço a cabeça para os lados e Adriano sorri.
— Bom né?
— Sim, mas duvidoso.
Depois que todos os alunos estavam satisfeitos dos quitutes que estavam sendo servidos, Dumbledore se levantou e liberou a pista de dança.
— Vamos Malfoy!
— Não quero.
— Não ensaiamos essa coreografia atoa.
— Você quis ensaiar por conta própria, eu não te obriguei.
— Para de ser chato com ela, e vamos ir dançar logo. Snape já está nos encarando feio. - Marcos fala e levanta pegando na mão da sua acompanhante.
Eu devia estar focado na minha própria dança, nos passos que ensaiei com Pansy. Devia estar fingindo que isso não me afetava, que nada disso importava.
Mas meus olhos estavam nela.
Lety se movia com Jorge Weasley, rindo de algo que ele disse, e era impossível ignorar a forma como ele segurava sua cintura, como se tivesse todo o direito de fazê-lo.
Ridículo.
— Você está tenso, Draco. - Pansy murmurou, apertando minha mão com mais força. — Relaxa um pouco.
Relaxar? Como diabos eu ia relaxar enquanto via Lety nos braços de outro? Enquanto aquele idiota ruivo segurava sua mão, sua cintura, a fazia rodopiar pelo salão como se fosse a coisa mais preciosa do mundo?
Porque ela era.
E, por Merlin, eu queria ser aquele cara.
Meus passos perderam o ritmo por um segundo, e Pansy me lançou um olhar impaciente.
— Se você vai ficar dançando assim, era melhor ter convidado outra. - ela resmungou, mas eu mal ouvi.
Porque naquele momento, os olhos de Lety encontraram os meus.
Foi rápido, um instante passageiro, mas o suficiente para eu ver algo ali. Talvez um resquício do que éramos. Talvez algo que ela também tentava esconder.
E talvez, só talvez, isso fosse a minha ruína.
O salão parecia menor. O ar, mais pesado. E a música, que deveria me guiar nos passos da dança, soava distante.
Porque tudo que eu enxergava era ela.
Lety dançava nos braços de Jorge Weasley, o sorriso fácil no rosto, os olhos brilhando sob as luzes do salão. Ela estava linda. Linda de um jeito que fazia algo dentro de mim revirar e se contorcer.
E ele a segurava como se fosse o dono do mundo. Como se tivesse algum direito sobre ela.
Senti meu maxilar travar quando o ruivo sussurrou algo em seu ouvido, fazendo-a rir. Rir daquele jeito que antes era só meu. Que só eu arrancava dela.
Merda.
— Draco. - Pansy me chamou, puxando minha atenção de volta para nossa dança.
Sua expressão irritada deixava claro que ela tinha percebido.
Que todos tinham percebido.
— Você quer que eu saia e deixe vocês dois se olharem melhor? - ela zombou, estreitando os olhos.
Ignorei.
Meus olhos voltaram para Lety no instante em que Jorge a puxou para mais perto. Minha mão, ainda apoiada na cintura de Pansy, apertou o tecido de seu vestido sem que eu percebesse.
Isso não devia estar acontecendo.
Ela devia estar comigo. Dançando comigo.
Não com ele.
Lety olhou para mim de novo. Dessa vez, demorou um pouco mais. Tempo suficiente para eu enxergar a confusão em seus olhos, para ver que ela sabia exatamente o que estava fazendo comigo.
Ou talvez ela estivesse tão ferrada quanto eu.
A música continuava, mas eu já não fazia parte dela. Tudo em mim gritava para atravessar esse salão, arrancá-la dos braços dele e reivindicar o que sempre foi meu.
Mas eu não podia.
Porque, nesse momento, ela não era minha.
E isso estava me matando.
Quando eu vi os rostos deles tão próximos, eu apertei ainda mais a cintura da Pansy, que reclamou pela dor. Mas toda aquela tensão passou quando outra música começou a tocar e Lety se separou dele. A banda apareceu no palco, chamando a atenção de todos inclusive da Pansy que saiu correndo.
Respirei fundo, e no meio do tumulto perdi a Lety de vista.
A mesa no fundo, que antes estava vazia, agora tinha algumas bebidas e aperitivos. Me aproximei, sem real interesse em nada daquilo, apenas para escapar dos olhares que sentia sobre mim. Foi quando alguém esbarrou em mim.
— Ei, por que você não olha... - virei-me irritado, pronto para soltar algum xingamento, mas as palavras morreram na minha garganta no momento em que nossos olhos se encontraram.
Lety.
Ela piscou algumas vezes, parecendo perdida por um instante, e então de forma quase automática, sussurrou:
— Desculpa.
Desculpa? Depois de tudo?
Cruzei os braços, esperando alguma explicação. Mas ela apenas suspirou, pegou um copo e começou a enchê-lo com suco de abóbora como se nada tivesse acontecido.
Era isso? Ela ia simplesmente me ignorar?
A raiva cresceu dentro de mim antes que eu pudesse impedir. Quando ela fez menção de se afastar, agarrei seu braço e a puxei de volta.
— Será que você pode soltar o meu braço? - ela reclamou, a voz tensa. — Está me machucando.
Soltei, mas não recuei.
— Por que você nos dedurou para a McGonagall? - perguntei, o tom frio.
Ela me encarou. — Eu já disse que não fui eu!
Revirei os olhos.
— Não é mais fácil você confessar de uma vez? - estreitei o olhar. — Fui um idiota de deixar você e aquele bando de otários entrarem na minha festa, e foi assim que você retribuiu?
— Draco, eu não vou falar novamente. Não fui eu!
— Eu enfrentei meus próprios amigos por você. - minha voz baixou sem que eu percebesse. — Entrei nessa pra te ajudar.
Ela balançou a cabeça, como se estivesse cansada dessa conversa.
— Olha, eu não vou ficar aqui falando várias vezes que não fui eu. Se você não quer acreditar, tudo bem! Mas eu nunca faria algo assim pra te prejudicar, Malfoy. Nunca!
Senti um aperto incômodo no peito, mas a raiva ainda queimava forte.
— Então você está me dizendo que foi só o Potter? Logo depois do que eu vi? Você se atirando nos braços dele na minha própria festa? Francamente... eu sou tão desprezível assim pra você não ter sentido nada nesse meio tempo que ficamos juntos?
Ela arregalou os olhos, incrédula.
— Quê?! Draco, o Harry me beijou à força! À FORÇA! - sua voz saiu alterada. — Que droga, por que é tão difícil você acreditar em mim? Será que você ainda não percebeu que eu gosto de você?!
Minha respiração falhou por um segundo.
— E você não é desprezível, pelo contrário...
Antes que eu pudesse processar o que ela tinha acabado de dizer, Nott se aproximou.
— Ah, não, cara! Você tá falando de novo com ela? Você não aprende mesmo? Ela te meteu um chifre e você está aqui.
Virei-me para Theodore, sentindo minha paciência desaparecer de vez.
— Fica fora disso, Nott.
— Ficar fora? Eu tô tentando te ajudar! Você vai deixar ela te enganar de novo?
Minha mente estava dividida. Eu queria continuar essa discussão, queria jogar na cara dele que ele não sabia de nada. Mas quando me virei novamente, Lety já não estava ali.
Ela saiu.
Porra.
Corri os olhos pelo salão, mas ela já tinha sumido.
Senti um peso no peito, algo que me sufocava. Meu corpo se moveu sozinho. Eu precisava encontrá-la.
A torre de Astronomia. Foi a primeira coisa que veio na minha cabeça.
Subi os degraus apressado e parei assim que a vi.
Sentada no chão, encolhida, os ombros tremendo com os soluços que tentava conter. Os saltos jogados de qualquer jeito ao lado.
Eu queria dizer algo. Qualquer coisa. Mas as palavras simplesmente não vinham.
Porque, pela primeira vez naquela noite, tudo que eu sentia não era raiva.
Era arrependimento.
— Lety?
Minha voz saiu baixa, embargada. Pela primeira vez, senti meus olhos queimarem com lágrimas.
Ela estava ali, encolhida no chão da Torre de Astronomia, o rosto marcado pelo choro, os ombros tremendo. Cada soluço dela parecia apertar ainda mais meu peito.
Por que diabos eu tinha que me sentir assim?
Estendi a mão para ela, e por um segundo, ela hesitou antes de segurar. Seu toque era quente, real. Com um puxão firme, a levantei, mas não soltei sua mão. Não dessa vez.
— Sabe por que eu aceitei essa sua ideia maluca de fingirmos que namorávamos?
Ela me olhou, os olhos cheios de incerteza, como se tivesse medo da resposta.
— Aceitei porque sempre te achei intrigante. Porque, por mais que eu tentasse, nunca conseguia ignorar você.
Minha voz saiu mais baixa agora, quase um sussurro.
— Te zombava porque era o único jeito que eu conhecia de chamar sua atenção.
Os olhos dela brilharam com algo que eu não soube decifrar.
— E quando vi você, a garota intrigante, a amiga do Potter que eu deveria desprezar... Quando te vi parada na minha frente, me pedindo para fingir ser seu namorado, algo em mim se desfez. Porque naquele instante, eu soube que estava perdido.
Ela engoliu em seco. — Draco...
Apertei sua mão sentindo sua pele macia contra a minha. Meu peito subia e descia rápido.
— Você pode ter entrado nisso como um jogo, como uma aposta, como qualquer coisa que fosse. Mas eu?
Soltei uma risada fraca, sem humor.
— Eu nunca fingi. Nem por um segundo.
Os olhos dela arregalaram um pouco, e minha respiração ficou presa.
— Tudo foi real pra mim. Cada toque, cada olhar, cada provocação. Meu sentimento por você é real.
Minha voz saiu mais dura do que eu pretendia, como se eu odiasse admitir.
— E isso... isso é algo que eu nunca senti por ninguém. E, Lety, eu sei que...
— Draco, eu te amo!
A voz dela saiu desesperada, carregada de emoção.
Eu congelei.
— O que eu sinto por você é muito mais forte do que qualquer coisa que já senti
pelo Potter.
Meus olhos brilharam por um instante, mas eu desviei o olhar. Não podia simplesmente acreditar. Não podia simplesmente me deixar levar.
— E eu deveria confiar nisso depois de tudo? - Minha voz saiu baixa, hesitante, carregada de dor.
— Sim, deveria!
Ela se aproximou, sem medo, sem hesitação.
— Porque é a verdade, Draco. Eu não quero mais ninguém além de você.
Meus olhos se prenderam nos dela, e naquele instante, tudo ao nosso redor desapareceu.
Eu não queria mais pensar. Não queria mais duvidar.
Em um movimento rápido, puxei-a pela cintura, colando nossos corpos, e tomei seus lábios com os meus.
Não foi um beijo calmo, nem cuidadoso.
Foi urgente, desesperado, carregado de tudo o que eu estava sentindo. Minhas mãos seguraram sua cintura com força, trazendo-a para ainda mais perto. Eu precisava senti-la, precisava ter certeza de que isso era real.
Ela retribuiu com a mesma intensidade, as mãos deslizando para o meu cabelo, puxando-me para mais perto. O calor dela me queimava, me consumia, me fazia querer mais.
Quando finalmente me afastei, ofegante, olhei nos olhos dela e não consegui evitar um pequeno sorriso.
— Eu te odeio por me fazer sentir assim... -
minha voz saiu baixa e rouca, carregada de algo que eu não sabia como lidar.
Ela sorriu, deslizando os dedos pela minha nuca, arrepiando minha pele.
— Eu também te odeio por me fazer sentir assim.
Houve uma pausa.
— Eu te amo, Draco Malfoy.
Soltei um suspiro, deslizando os dedos pelo rosto dela, gravando cada detalhe. Eu também queria dizer que a amava, mas eu não consegui. Eu nunca tinha dito isso antes.. então apenas respondi:
— É bom que ame mesmo... porque eu não vou mais te deixar escapar, garota.
Olá amores! Aqui está o capítulo na perspectiva do Draco!! Espero que vocês tenham gostado de ler sobre os pensamentos e saber o que ele sente.
Obrigado por lerem! Não se esqueçam de votar e comentar. Beijocas <33
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