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07.

Vᴏᴛᴀ ᴇ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀ, ᴘᴏʀ ғᴀᴠᴏʀ!


A chuva batia contra as janelas de Hogwarts. Um som distante que ecoava por todo o castelo. Eu caminhava ao lado de Hermione pelos corredores, perdida em pensamentos.

— Eu vou pra biblioteca, tá afim? - Hermione perguntou, virando-se para mim com um olhar esperançoso.

— Acho que vou me deitar um pouco, Mione. - sorri fraco, tentando afastar a preocupação dela.

— Tudo bem. Se precisar de alguma coisa, você sabe onde me encontrar. - ela me lançou um olhar carinhoso antes de seguir pelo corredor, sumindo pelos corredores.

Sozinha, continuei caminhando em direção à minha sala comunal. Meus passos ecoavam vazios nos corredores, e o silêncio me trazia uma sensação estranha de inquietação. Eu devia ter percebido que algo estava errado.

— Olá, Lety.

Minha cabeça girou tão rápido que quase perdi o equilíbrio. Lá estava ela, Pansy Parkinson, parada bem no meio do corredor, forçando um sorriso que me fez gelar por dentro.

— O que você quer? - perguntei, erguendo a sobrancelha.

— Draco pediu para me avisar que ele quer te encontrar no terceiro andar. Segunda sala à direita. - ela disse, a voz doce demais, quase venenosa.

— No terceiro andar? - a desconfiança fez minha pele arrepiar.

— Sim, ele disse que é urgente. - Pansy se aproximou, pousando a mão no meu ombro com uma expressão tão falsa que quase quis rir. — Posso até te acompanhar, se preferir.

Cada instinto gritava que havia algo errado, mas, tola como fui, acabei cedendo. Draco nunca pedia nada sem motivo, certo?

— Tudo bem - murmurei.

Caminhei ao lado dela em silêncio. O som dos nossos passos reverberava no chão de pedra, e a atmosfera parecia cada vez mais sombria. A cada lance de escada, o desconforto crescia em meu peito, mas Pansy caminhava com tanta confiança que quase me convencia de que estava tudo bem.

— Tenho que admitir, Lety. - ela disse de repente, rompendo o silêncio. Seu tom era doce, mas as palavras soaram como uma faca — você e Draco fazem um casal... interessante. Quase bonito.

— Ah, obrigada - respondi desconfiada, sentindo o veneno escondido naquelas palavras.

Ela parou de repente diante de uma porta antiga e meio apodrecida no terceiro andar.

— É aqui. - disse com um sorriso calculado, como se aquilo fosse uma brincadeira divertida.

Engoli em seco, mas girei a maçaneta e entrei. A sala era fria e escura, iluminada apenas por uma luz fraca que vinha das janelas sujas. No centro, havia apenas um baú. Grande. Antigo. Algo dentro dele parecia... respirar.

— Draco? -  minha voz ecoou na sala vazia. Virei-me para Pansy, mas foi tarde demais.

A porta bateu com um estrondo, fazendo a sala tremer.

— PANSY! - gritei, correndo até a porta, mas do outro lado ouvi apenas uma risada abafada e cruel.

— Boa sorte, Lety. - a voz dela ecoou maliciosa. — Ah, e enquanto isso, acho que vou aproveitar a cama do Draco.

— SUA MALDITA! - gritei, batendo na madeira com força.

Foi então que senti. O frio. Ele veio rastejando como uma onda, prendendo meu fôlego. Fumaça espessa se espalhou pelo chão, gelada como gelo derretendo sobre a pele. O baú estremeceu. Depois, abriu-se com brutalidade.

Meu coração parou.

Não... não podia ser.

Um manto negro começou a emergir do baú, uma figura alta, de rosto oculto, que parecia drenar toda a luz da sala. Um Dementador. O frio aumentou, e com ele veio a sensação de vazio, como se arrancassem as lembranças mais felizes da minha mente.

— Não... não pode ser. É só um bicho-papão... - sussurrei, recuando até minhas costas baterem na parede.

A figura avançou, o som de sua respiração horrível ecoando como um pesadelo. Minha visão ficou embaçada. Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto enquanto eu gritava por ajuda, batendo com força contra a porta.

— Alguém me ajuda! - minha voz saiu fraca, quase um sussurro.

Foi então que ouvi.

— LETY?! - a voz de Draco, forte e desesperada, do outro lado da porta.

— Draco... - minha voz falhou, quase inaudível.

— Sai de perto da porta! - ele gritou.

Com o resto das forças que tinha, me arrastei para um canto. A madeira explodiu com um estrondo tão forte que fez a sala estremecer.

— Lança o Expecto Patronum rápido! - ele gritou me tirando pra fora da sala em seu colo, eu peguei a varinha e lancei o feitiço contra o dementador que já avançava pra cima de nós.

O bicho voltou para dentro do baú e Draco me olhou.

— Você está bem? - perguntou ele. — Eu não posso ficar cinco segundos longe de você, garota!

— Foi ela... - tossi, tentando recuperar a respiração. — A louca da sua ex...

Ele franziu o cenho, seus lábios se forçaram um contra o outro, como se estivesse se contendo.

— Que bicho-papão horrível... - falei, num sussurro.

— Lety... - ele respirou fundo. — Isso não foi um bicho-papão.

Meus olhos se arregalaram. — O quê?

— Era um dementador de verdade.

O choque me fez perder a voz. Draco não esperou uma resposta.

— Vou te levar pra enfermaria - murmurou ele, me segurando firme enquanto me tirava dali.

Draco chegou à comunal da Sonserina rápido, os olhos faiscando de raiva. Encontrou Pansy rindo com as amigas.

— VOCÊ TÁ LOUCA, PORRA! - Draco rugiu, agarrando o braço dela e forçando-a a se levantar.

— Ai! Draco, o que você está fazendo? Me solta! - Pansy tentou se livrar do aperto, mas ele não cedeu.

— Ela poderia ter morrido, sua vadia! - Draco gritou, o rosto próximo ao dela, a fúria faiscando em seus olhos. — Trancar alguém com um dementador?! Você tem ideia do que fez?

— Não foi tão grave assim! - Pansy rebateu, tentando soar indiferente, mas sua voz tremeu.

— NÃO FOI GRAVE? - Draco apertou mais o braço. Ele se inclinou, o rosto agora a centímetros do dela. — Fica longe dela, Pansy. Ou eu juro que você vai se arrepender.

— Calma, Draco! - Blaise tentou interferir.

— Calma o caralho! - o loiro gritou. Draco voltou a agarrar o braço de Pansy e saiu arrastando a garota para os dormitórios.

— O que você vai fazer?! - uma das amigas da garota gritou.

— É melhor não interferir gatinha. - Nott riu, achando graça na situação.

O silêncio pairou por um instante.

— Eu não acredito que ele esteja gostando da Lety de verdade. - Goyle murmurou.

— Melhor não falarmos nada.. eu nunca vi o Draco tratar ninguém assim, eu fiquei com medo. - Crabbe respondeu, trocando olhares sombrios com os outros.

Pansy tentava se soltar dos braços do garoto enquanto ele a arrastava para o quarto dela. Ela vê ele lançar um feitiço contra as janelas que rapidamente se fecha, seu corpo é jogado brutalmente contra o chão, e ele tranca a garota dentro de seu próprio quarto.

— Divirta-se com seus pesadelos Pansy, talvez assim você entenda o que fez Lety passar. - o garoto sussurrou, a voz cheia de raiva. Ele escutou ela gritar do outro lado da porta. Draco lançou um feitiço, e de dentro do cômodo o maior medo de Parkinson apareceu.

Os gritos da garota eram agonizantes, mas não foi suficiente para fazer Draco se arrepender. Ele desceu os corredores às pressas, e uma das amigas de Pansy foi pra cima dele.

— O QUE VOCÊ FEZ?!

— Tá afim de subir lá com ela também? - a voz dele saiu fria. — Tenho certeza que o seu bicho-papão está te esperando ansioso.

A garota recuou, engolindo seco.

— Não tinha necessidade de fazer isso cara, ela já entendeu! - Blaise cruzou os braços.

— Vai se fuder Zabini. - Draco falou. — Quer salvar a sua garotinha? Daqui uma hora aquela porta destranca.

— O quê? - Nott olhou para Draco. — Garota do Blaise?

— Você não sabia que ele e aquela vadia transa? - Draco falou, olhando para Zabini que engoliu seco. Nott abriu a boca chocado, e Crabbe e Goyle se entre olharam.

Draco saiu da comunal sem dizer mais nada, e foi direto para a enfermaria ver como Lety estava.

Olá amores!! Draco defendendo sua garota🫦🫦
Que ódio dessa Pansy!

Não se esqueçam de votar e comentar, eu amo ler o que vocês estão achando da história!! Obrigado por lerem, beijos de luz <33

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