Prólogo
MISSOURI
Vendo Crowley fazer o nome do pai me deixou com um pé atrás. Não é todo dia que vemos um demônio com medo, e forçado a se voltar a Deus.
Isso era loucura! Quando foi que decidimos apelar para a marca de Cain? Alguém me avisa porque não estou lembrada.
- Amor, você tem certeza disso? - segurei do braço de Dean. - Podemos procurar por outra coisa, deve ter outra saída!
Ele se virou para mim e afastou uma mecha de cabelo do meu rosto, a colocando atrás da orelha. Descendo seus dedos para meu queixo, ele me puxou carinhosamente e me beijou.
- Se tivesse outra saída, eu já teria pegado - disse ele. - Não se preocupa, vai ficar tudo bem.
Dean se voltou para Cain e eles deram as mãos, transferindo a marca de Cain para Dean.
Não posso negar que senti um arrepio percorrer minha espinha ao notar a cara de dor, de agonia, que Dean fez.
Meu estômago estava embrulhado. A sensação de que algo não estava nada bem e muito menos certa me assombrava de forma assustadora. Mas já estava feito, o que me resta agora é torcer para que tudo dê certo e que possamos logo se livrar daquilo.
LEBANON, KANSAS
Aquelas noites pareciam intermináveis, a cada segundo que passava meus olhos vacilão mais e mais. Me senti em uma busca sem fim e sem solução!
Um lado bom no meio de tudo isso? Dean matou Abaddon, mas ele pagou caro por isso. A marca ainda estava lá e ela parecia o comer vivo!
Ele não comia, não dormia e nem sequer bebia, o que é um grande problema!
Vê-lo naquele estado fazia com que eu me sentisse na obrigação de achar uma cura... se é que existia uma.
Sam e eu estávamos exaustos, isso sem contar na Charlie e no Castiel que nos ajudavam. Nem irei contar a Rowena porque ela não estava ali por Dean e sim porque foi obrigada e com direito a correntes.
E sobre Crowley? Sem comentários.
Olhei de relance para meu namorado, o peguei encarando a marca enquanto passava o dedo por cima dela. Ele parecia tão cansado quanto.
Levantei de meu acento e me aproximei dele, pegando em sua mão para desviar sua atenção daquela coisa.
Eu queria poder fazê-lo se sentir melhor, mas nada do que eu fizesse adiantaria. Dean estava tão tenso, carregando aquele peso em seu braço sozinho. E o pior de tudo, nem comigo ele falava sobre o assunto.
- A gente vai dar um jeito, você tem que ser paciente. Eu...
- CALA A BOCA, VADIA!! - Dean gritou. - Essa bosta não tem cura! Será que não consegue entender?!
Aquela forma dele de agir me assustou, me fazendo engolir em seco. Me afastei na hora.
Sam deve ter ouvido o grito, já que surgiu direto do corredor. Ele nos olhou apenas para conferir se estava tudo certo.
- Vai ficar tudo bem, apenas... apenas confie em mim, por favor - minhas palavras quase vacilaram.
Fui obrigada a engolir o choro que estava entalado na garganta. Dean não precisava ver o quanto eu estava frustrada em não achar a solução para aquilo.
Eu precisava ser forte. Senão por mim, por ele.
[...]
Uma sombra atrai minha atenção enquanto eu procurava por qualquer coisa que me agradasse na geladeira. Curiosa, vou atrás do ser e acabo vendo Dean com uma mochila nos ombros, subindo os degraus para a porta principal.
- Dean? _ o chamo e o mesmo para ainda sem olhar para trás. - Aonde você vai?
Ele permaneceu quieto, então subi poucos degraus atrás dele.
- Não. Venha. Atrás. De mim - sua forma de falar me causou calafrios.
Havia algo de errado, notei apenas em seu tom frio.
Eu queria uma resposta, mas por algum motivo, estava com medo. O jeito que ele falou, sua forma de ficar parado ali, de costas para mim.
- Vai caçar? - engoli antes de perguntar.
- Não, eu vou embora e não quero que você tente me impedir.
- O que?! Não! É por causa da marca, não é? Eu já disse que vamos dar um jeito... Dean, por favor...
Fui tomada pelo impulso de te abraçar, mesmo que fosse apenas as suas costas. O apertei em meus braços, segurando as lágrimas que insistiam em meus olhos. O nó na minha garganta impedindo que eu sequer ameaçasse dizer algo para tentar fazê-lo mudar de ideia.
_ Me solta, eu não quero te machucar.
_ Não! Eu não vou deixar você ir _ me agarrei em sua camisa e nada mais me tirava dali.
Dean bufou algumas vezes. Até que senti sua mão gelada na minha, eu podia jurar que ele estava acariciando-a, mas tudo que houve foi ele usando sua força para tirar meu braço de si. Se virando para mim, ele me empurrou. Amaldiçoo eu mesma por estar tão próxima da escada.
Meu corpo se esparramou pelos degraus e ao terminar, eu nem tinha forças para me levantar. Estava jogada ao pé da escada, sentindo um líquido escorrer pela minha testa.
Minha visão estava embaçada, mas consegui ver Dean uma última vez, me encarando e em seguida se virando para a porta novamente.
A sensação de vê-lo ultrapassar a porta e sumir na noite chuvosa, na escuridão. O aperto que senti. Eu queria ir atrás dele, mas tinha medo do que pudesse acontecer comigo, tinha medo dele, do que ele se tornou.
E essa foi a última coisa que vi antes de meus olhos se fecharem e eu apagar.
[...]
Aos poucos fui sentindo a gravidade do que estava acontecendo. Eu tinha desmaiado, e estava acordando nesse desmaio.
Meus olhos lutando para se abrirem, meus dedos abrindo e chegando. Eu podia ver uma certa sombra em cima de mim, mexendo a boca, mas não saindo som, não a princípio.
_ Pequena? _ a voz começou a ganhar forma, então identifiquei Sam. _ Ei, pequena!
Apertei os olhos com força e logo fui levantada.
Sam aprecia tão preocupado e atento a qualquer coisa que fosse de estado grave. Ele me ajudou a levantar e me sentou na cadeira, pegando outra e ficando na minha frente.
Minha cabeça estava latejando de dor. Levei minha mão até o local onde mais transmitia dor, e ao tocar, tive um pequeno momento de flashback.
Ah não!
_ SAM! _ gritei, como se ele já não estivesse na minha frente.
_ Calma, eu estou aqui, o que foi? _ ele abraçou meus ombros.
As lembranças vinham devagar, mas eram o suficiente para eu saber o que tinha acontecido.
_ Dean, ele... Ele saiu... Ele... Precisamos ir atrás dele! _ dei de querer levantar, mas as mãos grandes do Winchester me impediram.
_ Você acabou de acordar se um desmaio, não vai a lugar nenhum.
Sam podia ser bem mandão quando queria.
Depois de muito café, eu contei exatamente o que tinha acontecido com o Dean.
Confesso que eu parecia tranquila ao contar para ele, mas por dentro eu estava destruída. Eu nem sequer sabia onde o loiro estava! E a dor de saber que ele foi capaz de me empurrar, pedir para não ir atrás dele, eu não poderia suportar isso.
Chegava a ser quase um pesadelo. Não podia ser real, por Deus não!
🌶️Não se esqueçam da Estrelinha. Muito obrigada!
🌶️
Anne Bueno
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