Capítulo 1
LEBANON, KANSAS
_ Eu juro, se você não sair daqui eu vou te expulsar do Bunker!
Reviro os olhos.
_ Nem adianta revirar os olhos! Desde aquele dia você não sai mais, não come direito, nem nas caçadas você quer ir comigo!
Sem mover um músculo sequer, olho para Sam com o rabo do olho.
Ele tinha razão, desde que Dean foi embora eu ando passando dias e dias enfiada no Bunker em buscar de respostas. E o pior de tudo, eu as tinha, mas não eram suficientes.
O que sabíamos? Crowley tinha um novo cachorro de estimação. É difícil acreditar que ele me trocou por aquele pinguim de terno. Aquele filho da puta, gostoso do caralho me paga!
_ Eu estou falando com você!! _ o gigante chamou minha atenção novamente.
_ O que você quer?! Que eu saia? _ empurro o notebook para o lado.
_ Sim? _ perguntou ele como se fosse óbvio.
De repente, enquanto eu monitorava algumas câmeras de estabelecimentos onde certos "ataques" tinham ocorrido, mostra claramente na tela um homem de boné espancando outro sem um pingo de compaixão.
Agradeço aos céus pela tela estar virada para mim.
_ Você quer que eu saia? Tá bom _ não dei espaço para ele responder e catei o notebook.
Me levantei da mesa correndo e fui para o meu quarto, me trancando lá. Depois de analisar de novo aquela cena, não restaram mais dúvidas. Era o Dean, e de olhos pretos ainda por cima. O homem parecia estar o atacando, o que foi um erro, já que acabou morto.
Talvez eu não estivesse pensando muito bem naquele momento, e estivesse prestes a fazer uma tolice, mas eu precisava disso.
Tomei um banho rápido para me acalmar pois estava muito tensa, e se Sam me visse assim, ele iria saber que tinha algo errado. Depois me troquei e peguei minha bolsa, abastecendo com tudo que precisaria.
_ Sam!! _ gritei. _ Cadê a chave da Baby?
Procurei por toda parte e nada.
_ Em cima da mesa sua tonta! _ ele gritou de volta.
Eu podia jurar que tinha olhado ali e não tinha a visto, mas fui conferir e realmente estava lá. Talvez minha ansiedade estivesse tão alta que nem a percebi.
Depois de ir até a garagem, encarei o carro de longe. Ele me trazia boas, ótimas lembranças, mas eu tinha uma sensação horrível da qual chegava a doer quando olhava para ele. Me aproximei devagar e guardei minha mochila no porta-malas, ao fechar o mesmo, percorri ele com a mão até chegar na maçaneta.
_ Você não tem a decência nem de disfarçar! _ chamo a atenção do Winchester.
_ Ah qual é Kiddo? Vai me dizer que você não gostou? _ Dean se aproximou de mim, prendendo meu copo contra a porta do carro com o seu.
Caçar com Dean era uma tentação, não éramos nada profissionais. Sempre arrumando uma brecha para que nossas vontades fossem saciadas.
_ Temos uma criatura para caçar, agente _ mantive minha postura firme.
_ É mesmo, minha parceira? _ ele sussurrou em meu ouvido. _ Toda essa postura de certinha me deixa bem excitado, sabia?
O pior era que ele sabia o efeito que causava em mim, então bastou um beijo em minha orelha para que eu desmontasse. Eu nem sequer consegui segurar o gemido abafado que saiu de meus lábios agora, e ele sorriu com isso, um sorriso bem satisfeito.
_ Então vamos atrás dessa criatura _ ele se afasta e dá a volta no carro, indo para o lado do motorista.
_ Como é que é?! _ questionei.
_ Não era isso que queria? Ir atrás da coisa _ ele sorriu.
Mas é um tremendo cara de pau.
_ Você acha que pode me deixar nessa situação e simplesmente fingir que nada aconteceu?! _ eu estava frustrada, ele gostava de me provocar. _ Isso não vai ficar assim, agente. Não se esqueça que dois podem jogar esse jogo.
Finalizei e entrei no carro com raiva. Ele que não perca por esperar.
Sorri boba enquanto meus olhos estavam desfocados em direção ao carro, me fazendo piscar várias vezes para recuperar minha visão e minha noção de tempo.
Aquela lembrança doeu. Ah, como doeu!
_ Se concentre! _ disse a mim mesma e entrei no carro.
Dei partida e segui meu caminho, não podia ficar enrolando, a investigação não seria nada fácil.
[...]
WISCONSIN
Me troquei no carro mesmo, colocando algo digno de uma agente do FBI, catei um distintivo na caixa dentro do porta-luvas e fui até o pequeno mercado onde tudo aconteceu.
_ Boa tarde, gostaria de dar uma olhada nas imagens da câmera de segurança _ mostrei meu distintivo para não ser questionada e acelerar o processo.
Era a milésima vez que eu via aquelas imagens, e elas me deixava pasma toda vez.
_ Esse homem usou cartão de crédito?
_ Ele nem chegou a pagar o que levou _ o garoto atrás do balcão respondeu.
_ E você não fez nada? _ arque-o as sobrancelhas.
_ Um homem entra na minha loja e mata mais outros dois brutalmente e você ainda acha que vou cobrar ele? _ ele tinha razão, eu também não cobraria.
O garoto estava assustado, dava para ver em seus olhos.
_ Mas encontrei esse telefone _ ele me entregou.
Agradeci a atenção e sai às pressas. Aquela poderia ser a única forma de conseguir algum tipo de comunicação.
Vasculhei o histórico de chamadas e encontrei um desconhecido que foi discado várias e várias vezes. Era nesse mesmo que eu arriscaria.
Liguei, e torci para que fosse atendida.
_ Alô? _ perguntou a voz na outra linha.
Meu mundo desmoronou. Aquela voz, era familiar, familiar de mais. Eu sabia que tinha dedo daquele traste desde o início, mas ouvir aquilo foi como um baque para mim.
Crowley.
_ Vamos seu imbecil, não tenho o dia todo. _ insistiu.
Abri a boca para protestar várias vezes, mas nada saia dela, nem uma frase descente formava na minha cabeça. Eu só queria matá-lo, o esfaquear até a morte.
_ Seu desgraçado. _ enfim falei.
_ Oh... _ e tudo ficou quieto por um momento, exceto pelo fundo que estava a maior barulheira.
Deduzi que ele estivesse em um bar ou coisa do tipo.
_ Olá, Coelha.
_ Não venha com essa para o meu lado, seu miserável! Onde está o Dean?
_ Dean? Dean?... Ah, o seu namorado? Ou devo dizer ex? _ não me dei o trabalho de responder. _ Ele está bem, está se divertindo como nunca.
No fundo, bem lá no fundo, pude ouvir a voz de Dean em comemoração. Sinuca, talvez.
_ Você colocou um demônio na casca dele por acaso? Matou ele e fez isso?
Não entrava na minha cabeça que Dean tinha morrido e seu corpo estava servindo de recipiente para aquele verme.
_ Coelha, Coelha, acho que você não se permite sonhar alto o bastante. Aquilo, é cortesia da marca.
Nessa hora, eu congelei, apertando o celular em minha mão.
_ A única alma demoníaca dentro do Dean é dele e só dele. E... Um pouco perversa e meio mutilada para se perceber, mas posso garantir, é só dele. Está se sentindo melhor agora? _ finalizou sendo irônico.
Aquela ironia toda dele me tirava do sério.
_ Eu vou atrás dele, Crowley, e você vai pagar por isso, nem que eu morra!
_ Sabe qual o problema? Você não suporta o fato dele estar comigo, dele ser meu brinquedo.
_ Ele não é seu brinquedo! _ aumentei a voz.
_ Ele é meu melhor amigo! Meu parceiro no crime. Vão fazer canções sobre nós, e quadrinhos. "As desventuras de Crowley e Esquilo". Dean Winchester me completa, e isso faz você sair do sério.
Jamais diria que ele está certo em voz alta. Não suportava saber que Dean estava com ele.
_ Boa sorte tentando nos encontrar _ e ele desligou.
Apertei o celular com força e pensei várias vezes antes de o jogar longe, porque falta um fio para que eu fizesse isso.
Peguei meu celular e verifiquei se essa chamada tinha válido de alguma coisa, pelo menos para rastrear eles. Agradeço aos céus por ter dado certo.
_ Bom, próxima parada: Beulah, North Dakota.
🌶️Não se esqueçam da Estrelinha. Muito obrigada!
🌶️
Anne Bueno
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