
⁰⁰.ᵖʳᵒˡᵒᵍᵘᵉ
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Subestimar é algo que fazemos quando tememos o potencial de alguém.
Não sabemos até onde nos podemos chegar, imagine os outros.
Isso é o meu medo, todos os dias jornais mostram a realidade, em quanto as pessoas estão discutindo sobre qualquer coisa banal, outras são assassinadas, e outras apenas fazem algo que não fazem ideia de que pode causar um problema tão grande, sendo que foi uma coisa tão pequena, isso é a teoria do caos, ou efeito borboleta na opinião de alguns.
Eu era uma adolescente que esperava coisas que praticamente todos os adolescentes querem, namoro, sexo, bebidas e drogas.
Porém quando eu experimentei um pouco dessa realidade, eu tive certeza que não era para mim.
Antes de seguir o meu próprio rumo. Me forcei a gostar de certas coisas para socializar, músicas, roupas, tipos de festas em especifico, ou ficar com as pessoas e jogar fora.
A primeira pessoa que eu fiquei, comenti o primeiro erro, me apaixonar. Eu me iludi, e no final me trocaram por alguém muito melhor do que eu.
Então depois que outras situações aconteceram, eu me isolei, para saber quem eu realmente era, de que eu gostava.
O meu maior erro, foi perder minha identidade, para ser aquilo que queriam que eu fosse.
Hoje eu sigo com poucos amigos, somente aqueles que realmente se identificam com quem eu sou de verdade.
Demorou muito tempo para eu me conhecer novamente, eu ainda tenho costumes de minha antiga fase. Mas agora eu aprendi o suficiente para saber o que eu realmente quero.
E o que eu quero? Que toda essa merda de vida acabe.
Abro os olhos derrepente, encaro o teto branco já desbotado , com uma dor de cabeça horrível e a visão meio escura, conseguia sentir meu coração batendo freneticamente em meu peito, uma garrafa de cerveja escorregando de meus dedos indo de encontro ao chão, fazendo uma barulho ou pouco alto para mim no momento
A porta se abre lentamente, fazendo um barulho fino e irritante pra caralho.
Não fiz questão de ver quem era, meus olhos ardiam muito
Mas quando escutei quem quer que fosse se aproximar eu me virei para encarar
— Pegou pesado ontem-Vejo meu amigo adentrar mais no quarto, com uma expressão nada agradável— Não me lembrava que usava drogas
Ainda meio lenta, respondo o garoto sem intender muito bem o que ele disse mantendo-se na cama, com o braço entre os olhos
— Cala boca
— Então, o que houve de ruim na sua vida agora?
Eu não vejo Erick a muito tempo, talvez meses, mas mesmo não se falando muito sei que ele é de confiança. Eu falo com ele e ele fala comigo, sabemos exatamente o que falar quando à algum problema. Se o meu tipo não fosse somente idiotas, ele seria o primeiro no qual eu iria namorar.
— O mesmo de sempre, não tenho nada a comentar sobre isso
— Você tem que aprender a viver com isso, não é como se eles fossem sumir do nada —
Exagerei quando disse que sabemos exatamente o que falar quando à algum problema, eu esperava que ele me desse alguma solução. Eu tenho que colocar em minha cabeça que a única pessoa que pode achar uma solução para isso tudo sou eu mesma
— Muito obrigada Erick, me sinto muito melhor —Talvez não fosse totalmente irônico, ele pode ter me dado uma ideia de como dar um jeito nisso
— O que quero dizer é que, eles vão continuar te encarando e falando mal de você, se você continuar mostrando pra eles que você se importa demais. Eles ganham sua desgraça depois, porque assim que você começa a usar essas merdas —Ele pega o saquinho que estava no chão perto da porta, somente com mais dois compromidos— E se afunda mais ainda.
— Você é um traficante, literalmente vende drogas para gente da minha idade. Você não tem local de fala sobre isso —
Eu sinto como se o clima tivesse pesado depois que eu disse isso, deveria ter ficado calada em quanto ouvia sua bronca
— Eu sempre aviso para as pessoas sobre as consequências e os riscos que correm, elas que escolhem o errado, mas você é diferente. Eu realmente me importo com você e não quero que vire uma dependente química, Mirela—Assim que Erick aumentou a voz eu comecei a me estressar. Ficamos em silêncio por alguns segundos até ele começar a falar de novo
— Essas não são minhas, onde comprou?
— Onde mais será? Com aquele seu amigo lá
— Que amigo? Eu quero o nome
— Eu não me lembro agora, talvez depois eu te fale
— Eu quero o nome agora, você se lembra muito bem —O mesmo olha novamente para o saquinho. Pela cara, ele já sabe o que é e de quem é, ele se aproxima mais e diz—Você tem algum tipo de problema? Eu não vendo mais desse tipo depois que uma aluna da sua escola teve uma overdose, você sabe disso.
Eu não o respondo, mas percebo que Erick estava pensando em algo e logo soltou seu ultimato
— Você não vai mais usar essas coisas, vou falar para o Mark não te vender mais
Me levanto da cama rapidamente, me sentindo meio tonta pelo movimento repentino
— Você não pode fazer isso!
— Garota você não entende? Isso pode causar mais dependência do que maconha ou cocaína, além disso se você continuar nessa porra você vai morrer de overdose.
— Eu uso só de vez em quando, não vou virar uma viciada
— Você já está começando, e difícil sair depois que entra. Eu mesmo sei muito bem disso
— Erick a última pessoa que deve cuidar da minha vida, é você, então me deixa fazer o que eu bem intender. Se nem meu pai se importa, porque você tem que se importar?
Vou em direção a ele
— Mas eu me importo com você pelo menos, ao contrário dele
Olho nos olhos dele, depois de suas palavras foi como se toda a minha confiança fosse por água a baixo, eu senti uma pontada em meu peito. Aquilo realmente doeu, e por mais que aconteça sempre eu nunca vou me acostumar com esse sentimento
Ficamos calados por alguns segundos até ele dizer algo, ele parecia arrependido do que disse, logo suspira e me responde de novo
— Entra no carro que eu te levo em casa —Passo por ele evitando contato visual, por constrangimento, sabia que ele estava certo.
Entro no banco do passageiro e fecho a porta com força, logo ele entra e me repreende
-Não adianta você me culpar, eu só estou tentando te proteger
Encaro minhas mãos e digo
-Eu sei-Logo o carro começa a andar, ele liga o rádio e tenta me convencer de que aquilo era errado
-Cara, você tem 16 anos, tem outras formas de cuidar dos seus problemas. Você poderia falar com a sua mãe, uma tia ou algo assim
Eu nunca falava da minha família com ele, minha mãe morreu quando eu era mais nova, minha madrasta é uma sonsa, e o meu pai é um ganancioso, narcisista que só pensa nele mesmo e vê a família como uma forma de crescer seu sobrenome no mercado de trabalho
-Minha mãe morreu, Erick
Pelo cantos dos olhos vejo o mais velho ficar sem palavras, pela primeira vez
Acho que eu pesei o clima
-Eu sinto muito, não deveria-Corto ele no mesmo instante, todo mundo fala a mesma coisa quando eu comento sobre minha mãe
-Não precisa se desculpar, isso já faz muito tempo-O que disse não adiantou em nada, ele continuou desconfortável, então eu liguei o rádio do carro para ver se o clima melhorava um pouco
Uma música qualquer começou a tocar em seguia cortaram para uma transmissão do canal de notícias
-Cientistas, alertam para ficar em casa. Pessoas da capital do país devem aguardar em um local seguro, a ajuda está vindo. A misteriosa doença que veio dos Estados Unidos está se espalhando pelo Brasil e pelo mundo. China diz que assumem total responsabilidade pelo erro e está se dedicando ao máximo para reverter o quadro da doença e evitar sua contaminação. Os Estados Unidos está em toque de recolher, países asiático estão totalmente contaminados, voos estão temporariamente fechados para fora dos países- Desligo o rádio, não havia nada de interessante
Eu olhava as gostas de chuva pela janela do carro, eram a penas 6 da manhã e eu já estava enjoada, eu com certeza odiava minha vida
-Mirella, esqueci de perguntar onde você mora
Respiro fundo e começo a guiá-lo, vai ser um dia longo
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