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━━ 𝒃𝒊𝒕𝒕𝒆𝒓 𝒃𝒆𝒕𝒓𝒂𝒚𝒂𝒍


Lorde Sunderland não a incomodou mais naquela noite. As horas após o jantar passaram rapidamente com danças e sobremesas. Quando a hora se tornou tarde demais para a cansada Rainha, Myris aproveitou a oportunidade para acompanhá-la de volta.

── Deixe-me em paz, por favor. ── ela afastou suas donzelas.

Myris retirou o diadema de aço sozinha, colocando-o no travesseiro macio onde costumava descansar quando não estava em uso. Seus brincos e colares foram removidos rapidamente em seguida. Deixada sozinha em sua camisola de dormir, sentiu que o peso da noite finalmente havia sido aliviado.

Ela apagou as tochas de seu quarto, deixando a lareira e o candelabro da mesa como suas únicas fontes de luz. Abriu o livro que a esperava na mesa e alcançou seu cabelo prateado. Enquanto lia, começou a remover as flores que adornavam as mechas, acumulando-as em um monte antes de começar a desfazer as tranças elaboradas.

Sua donzela seria mais rápida, ela tinha certeza, mas Myris se viu incapaz de suportar mais um momento da fachada. Ela precisava de um momento para si mesma, um luxo do qual estava cada vez mais privada durante essas festas incessantes.

Agitando suas ondas agora proeminentes, ela serviu um copo de vinho e começou a ler a próxima história: um romance que mergulhava sua imaginação e a despojava de suas preocupações.

Uma mulher de Blackmont, tendo casado por interesse, encontrou um cavalheiro que lhe ofereceu uma companhia agradável. Ele era um soldado elegante e ousado, muito mais atraente que seu marido, mas não possuía nenhum dinheiro. O cavalheiro a fez encontrar-se sozinha com ele em um pomar, puxando-a para seu peito e dizendo: "Madame, meu coração pertence a você."

Um par de olhos cor de tempestade invadiu seus pensamentos. A sensação de suas mãos calejadas a acompanhava.

── Harwin, alteza... ── sua voz grave a fez estremecer. Ela não pôde evitar imaginá-lo como o soldado de sua história.

Myris corou apesar de estar sozinha no quarto. O que ele disse a Lorde Sunderland para fazê-lo empalidecer? Foram as palavras em si ou o fato de que alguém de seu tamanho e estatura as havia dito? Deuses, ele parecia forte.

Ela suspirou. O livro caiu na mesa enquanto ela reajustava sua mente. Sua atenção se desviou para o projeto de bordado inacabado ao lado do seu copo. O tecido de seda era igualmente ameaçador e pouco inspirador, mas fez o trabalho de clarear seus pensamentos. Ela virou a página.

Ela protestou que ele amava apenas sua posição. E ele respondeu: "Madame, nada poderia adicionar às suas graças, exceto uma coisa que pode tornar um rosto mais belo, que é a transformação em êxtase..."

Uma batida forte a tirou de seu transe mais uma vez.

Desconcertada, ela virou-se para a porta. Embora a hora não fosse totalmente inadequada, era indiscutivelmente tarde demais para visitantes.

── Sim? ── ela chamou fraca. Não tinha forças para ser exibida mais uma vez.

── O Rei, alteza. ── veio uma resposta abafada. Era um aviso, não um pedido.

Myris puxou o monte de seda sobre o livro. Seu pai entrou enquanto ela se levantava.

── Pai? Mamãe está...

O sorriso do Rei era quase tímido enquanto ele afastava sua preocupação.

── Não, não. Por favor, sente-se, minha querida. ── a porta do quarto de Myris se fechou atrás deles. ── Desculpe, não percebi que você estava indo para a cama.

── Não exatamente ainda. ── suas sobrancelhas franziram por conta própria.

Viserys apontou para a cadeira vazia ao seu lado, educado o suficiente para esperar seu aceno antes de se sentar. O silêncio que se seguiu não era o conforto pacífico que lembravam. O que pairava entre eles estava denso, pesado com os restos de uma discussão que nenhum deles abordava.

Viserys olhou o quarto enquanto se acomodava, observando-o pela primeira vez em muito tempo. As pequenas mudanças feitas aqui e ali tinham sutilmente transformado o espaço em algo novo.

Há muito haviam desaparecido os vibrantes rosas e dourados que ele lembrava decorando seu quarto. Os tons de marrom e creme que ela agora preferia brilhavam na luz baixa da lareira. Livros e prensagens de plantas substituíram as tintas que antes cobriam sua mesa e escrivaninha. Ela ainda pintava? O Rei se perguntou.

Seus olhos foram atraídos para a mesa à frente deles.

──Ah. ── ele soltou um suspiro satisfeito ao ver o que a mantinha acordada tão tarde.

Ele notou a agulha ainda presa na seda e puxou o tecido dourado entre as mãos, desdobrando-o para inspecionar. Delicados padrões de seda, semelhantes à coroa de Viserys, bordavam as bordas. Seu orgulho era visível em seus olhos enrugados.

── Um presente para seu irmão... ── ele começou a examiná-lo mais de perto, fazendo um movimento para virá-lo.

── Não está terminado. ── explicou.

Viserys parou.

── Por que não, querida? ── suas sobrancelhas se franziram.

── Eu não... ── Myris mordeu o interior da bochecha. Havia algo em seu peito que implorava para sair, agudo e frenético como um pássaro preso entre suas costelas, desesperado para ser livre. Ela não ousou deixá-lo sair. ── Não sei a cor do fio a ser usado.

Viserys sorriu, bastante satisfeito por poder ajudar com algo tão mundano.

── Marrom seria perfeito para o Príncipe, não acha?

Myris apenas piscou em resposta.

No silêncio, Viserys explorou gentilmente o trabalho de costura, notando os pequenos pássaros que ela havia sutilmente adicionado ao padrão. Ele riu.

── Devo admitir, não sei de onde você tira seu talento. Deve ser sua mãe, eu suponho.

Não era totalmente verdade, pensou Myris. Ela lembrou-se do talento de seu pai para a escultura. Eles costumavam desfrutar do silêncio juntos; Viserys trabalhando em seus modelos enquanto uma contente Myris desenhava aos seus pés. Aquelas eram algumas das suas noites favoritas. Essas noites, Myris percebeu, haviam escapado em algum momento, talvez para nunca mais voltar.

Ela engoliu em seco.

── Pai?

Viserys fez um som de compreensão.

── Você... Queria algo? ── ele não havia vindo inspecionar seu bordado.

O momento de fantasia de Viserys desapareceu.

── Como você está, minha querida? ── seu rosto assumiu um tom mais sombrio enquanto seus ombros se enrijeciam. ── Você saiu cedo...

── Mamãe precisava descansar. Achei que ela ficaria triste que tivesse que se retirar sozinha.

Viserys entrelaçou as mãos, estudando a filha. Ele se inclinou mais perto, como se fosse compartilhar um segredo.

── Às vezes... Me preocupo que você seja gentil demais, minha menina. ── Viserys sorriu quase tristemente, parecendo refletir sobre algo. ── É só isso?

── Só isso?

── Eu esperava que você poupasse uma dança para seu pobre pai, mas você fugiu tão rapidamente. ── ele se referiu ao beijo casto em sua bochecha antes de ela ter anunciado que também se retiraria para a noite. Foi tão rápido que, quando ele se virou em sua cadeira, viu-a ser engolida pela multidão.

Ela piscou.

── Eu estava sobrecarregada, não comi o quanto deveria hoje e temia ficar enjoada de tanto girar. ── não era uma mentira completa.

── É só isso? ── seu pai parecia estar procurando algo enquanto abaixava a cabeça para olhá-la. Um nó formou-se no estômago da Princesa sob o escrutínio. Seu pai nunca a olhara assim antes. Tão... incrédulo.

── O que você quer dizer? ── Myris perguntou.

── Não há outros... Sonhos que possam tê-la perturbado?

Myris engoliu em seco.

── Não. ── mentiu. Será que ele se importaria se ela dissesse algo além disso?

Viserys parecia satisfeito com a resposta, mas não totalmente convencido. Mesmo assim, ele assentiu com sua aceitação.

── Você sempre teve sonhos tão estranhos, minha menina. Hoje mais cedo, sua mãe e eu estávamos lembrados do sonho com os homenzinhos verdes. ── ele se lembrou com uma risadinha.

Myris não mostrou emoção.

── Nunca disse que eram pequenos. ── ela sussurrou. Não era a primeira vez que seu pai colocava palavras em sua boca apenas para amenizar o desconforto do que ela disse.

── Hmm. Suponho que eu me lembre de forma diferente.

As portas se abriram sem aviso. Myris lançou um olhar fulminante para quem ousou entrar sem sua permissão ou a do Rei. O Mestre Mellos manteve a cabeça baixa enquanto fechava a porta, apoiando-se contra a madeira. Nem mesmo seu pai o reconheceu.

Viserys viu isso como um sinal para ir direto ao ponto.

── Sua mãe me disse que você está mal, Myris. Ela está convencida de que você não dorme. Ela... Nós ,estamos preocupados, minha filha. ── as mãos de Viserys se fecharam em um punho sobre a mesa. Um suspiro frustrado escapou de seu nariz enquanto ele fechava os olhos. ── Diga-me que isso não é sobre o bebê novamente.

O crepitar da lareira foi sua única resposta. Quando ele voltou os olhos para ela, Myris sentiu o pássaro em seu peito se debater violentamente, batendo-se contra os ossos até que ela sentiu dor física. Ela só encontrou forças para controlar a língua quando olhou para o fogo.

── Ofendi um Lorde... ── ela confessou. ── Não intencionalmente, é claro.

Uma mentira.

── Mas foi uma ofensa, ainda assim. Eu sabia que você ficaria desapontado se soubesse.

Era dever deles como anfitriões, não apenas como Princesa, conhecer o prestígio dos Lordes que visitavam suas casas e prestar os devidos respeitos. O incidente destacou que ela não era tão habilidosa quanto deveria ser para uma Lady, quanto mais para uma Princesa.

── Quem? ── Viserys grunhiu. Não 'como', deve-se notar.

── Bracken, eu o chamei de Blackwood por engano. Ele estava... Como você pode imaginar. ── seu pai bufou com isso.

── Tenho certeza de que foi perdoado.

Myris se lembrou do olhar dele durante o jantar.

── Acho que não. ── ela murmurou.

O sorriso de seu pai não chegava aos olhos.

── Vamos superar essa ansiedade então. Tenho certeza de que, com uma boa noite de sono, você se sentirá melhor.

── Sim, pai. ── era um acordo para lhe distrair.

Myris percebeu tarde demais quais eram as intenções de suas palavras quando ele se voltou para o Mestre que estava à porta. O Mestre Mellos foi chamado para frente com um gesto de pulso do Rei.

Mestre Mellos, que estava lá há vários minutos. Mestre Mellos, que não foi convocado pelo Rei enquanto estava aqui e ainda assim já sabia que deveria estar presente. Mestre Mellos, que parece já ter algo preparado muito antes de seu pai ter perguntado se ela estava bem.

Myris desviou o olhar do Mestre para seu pai. Sua língua estava pesada sob o peso de sua compreensão.

── Para uma noite tranquila, sua Alteza. ── na mão de Mellos repousava uma única xícara. Seu perfume floral traía sua aparência sem graça. Myris se recusou a reconhecê-la.

Em vez disso, ela manteve o olhar no lado do rosto de Viserys. Seus olhos queimavam com a intensidade disso, desejando que ele afastasse a mistura.

Ele não fez isso. Agradeceu ao Mestre e encontrou forças para olha-la. Myris sabia que seus olhos estavam implorando apesar de sua raiva, umedecendo-se enquanto ela pedia silenciosamente o máximo que a dignidade permitia. Mas Viserys estava rígido como uma barra de ferro, inflexível e imperturbável.

Não haveria inclinação para suas lágrimas desta vez. Isso ficou claro nas rugas ao redor dos olhos dele quando seu olhar se estreitou: duro e teimoso. Uma ordem não de um pai, mas de um Rei.

Tudo bem. Ela concedeu não em derrota, mas em raiva. Que ele tenha o que quer, se isso significar que ele vá embora mais cedo. A lareira não pode competir com o frio que lhe foi dado.

A traição é amarga.

Ela bebeu a infame poção com uma máscara de indiferença, incapaz de dizer se é o líquido ou sua raiva que queima depois. Mestre Mellos recuou com a xícara vazia, prudente o suficiente para não virar as costas para a tensão entre dragões. O aplauso satisfeito de seu pai a provocou ainda mais.

── Adicionei mel para adoçá-la para você. ── ele riu para si mesmo enquanto se levantava. ── Eu sei o quanto você ama seus bolos.

Se houvesse algum bolo para comparar com o gosto ruim, seria um esterco de vaca.

Quando ele virou as costas, Myris limpou os cantos da boca, o copo de vinho estava lamentavelmente vazio quando o levou aos lábios.

Ela pensou que isso seria o fim quando seu pai pausou acima dela. Ele a observou com uma testa franzida, sua boca tentando formar palavras que nunca vieram.

── Eu gostaria de ir para a cama agora. ── era a dispensa mais suave que ela poderia oferecer.

── Claro. ── sussurrou. Ele a surpreendeu quando se curvou. Seus lábios deram um beijo gentil em sua testa, aliviando a ruga ali. ── Durma bem, minha querida.

Um polegar suavizou completamente a ruga antes de cair em seu queixo. Ele ergueu seu rosto, atento ao seu orgulho ferido.

── Não confunda minha preocupação com raiva. ── ele assegurou. ── O que eu faço, o que fiz, sempre foi pensando em meus filhos.

Ela não ofereceu resposta.

Sua porta se fechou com um suave estalo, deixando Myris finalmente sozinha com seus pensamentos. Foram banidos quaisquer pensamentos de cavaleiros e romances, festas e bolos.

Myris voltou ao seu livro e à seda que o ocultava. Suas mãos alisaram o tecido. O esboço do rosto de dragão que ela havia modelado a partir de Balerion a encarava como um espectro, desbotado e gelado. Uma ideia nunca completamente formada.

A seda se amontoou sob seu punho, a agulha perfurando sua pele. Sua raiva a cegou para a dor. A cadeira de Myris bateu para trás enquanto ela se levantava.

A lareira aumentou sua chama quando a seda pegou fogo. Ela iluminou o quarto com um brilho flamejante, suas chamas dançantes refletindo em seus olhos vidrados. As palavras dele a assombravam:

Com meus filhos em mente...

Myris, indiferente ao sangue que escorria de seu dedo, deixou o fogo rugir por ela: E minha mãe?

💙 ׂׂૢ་01: As vezes da vontade de colocar o Viserys num potinho e jogar longe, não é mesmo? rs

💙 ׂׂૢ་02: Espero que estejam gostando dos capítulos! O relacionamento da Myris com o Harwin pode ser considerado um tipo de slow burn, hehe.

💙 ׂׂૢ་03: Não esqueçam de comentar e deixar estrelinhas! Até o próximo capítulo, amores.

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