
━━ 𝒂 𝒅𝒂𝒏𝒄𝒆
A rainha Alysanne foi a primeira Rainha Targaryen a usar uma coroa. Uma simples faixa de ouro amarelo com sete pedras preciosas de diferentes cores, era uma versão mais fina e feminina da coroa de Jaehaerys. Era um lembrete para o povo e para a corte de que ela era uma extensão da coroa e detinha toda a autoridade, assim como seu marido. Um fardo pesado para qualquer homem, quanto mais para uma mulher.
Não havia lugar mais apropriado para essa coroa do que na cabeça da Rainha Aemma Arryn. Ninguém olharia para a Rainha, visivelmente grávida, no topo do trono e pensaria que ela estava de cama há meses. As velas do salão de baile da Rainha lançavam um brilho sobre ela, enquanto um sorriso sereno iluminava seu rosto e o riso dançava em seus olhos. O orgulho irradiava do rei ao seu lado, cegando a todos para qualquer coisa que não fosse a sua felicidade.
Um equilíbrio não declarado havia sido restaurado.
── Você está bem, querida? ── Viserys acariciava suavemente a mão dela com o polegar para acalmá-la. Não importava o quão régia ela se mantivesse, ele ainda conseguia detectar o desconforto na postura de sua amada.
── Muito bem. ── ela sorriu. Ele levou a mão de Aemma aos lábios, depositando um beijo carinhoso nela.
Sentada no topo do trono ao final do salão de baile da Rainha, a família real estava em plena exibição pela primeira vez em anos. A entrada da Rainha Aemma foi um deleite bem-vindo, a graça e a beleza da gentil Rainha foram sentidas por todos os presentes. Ninguém mais do que seu marido.
Os olhos de Viserys se estreitaram alegremente antes de olhar para além dela. Rhaenyra deveria estar sentada à sua esquerda, Myris ao lado dela, e Alicent Hightower, filha da Mão, após. Seu rosto caiu ao encontrar Rhaenyra e Alicent rindo, conversando sem interrupção, graças à cadeira vazia entre elas.
── Rhaenyra. ── ele chamou baixinho. A garota se virou. ── Onde está sua irmã?
Rhaenyra deu um olhar despreocupado, encolhendo um ombro nu antes de dispensá-lo com o virar da cabeça.
Viserys amaldiçoou em silêncio.
── Onde ela foi parar agora? ── resmungou Viserys.
Sua testa se franziu ainda mais. Seus olhos varreram o salão, procurando a jovem pela cor de seu vestido. Quando não conseguiu encontrá-la, começou a se levantar de seu assento. Uma mão gentil o puxou para baixo.
── Ali, meu amor. ── Aemma assentiu para o lado do movimentado salão de baile, despreocupada com a ausência de sua filha.
Ao lado de uma coluna, Myris estava envolvida em uma conversa com Sor Harrold.
O cavaleiro inclinou a cabeça para ouvir sua conversa animada, sussurrando de volta com igual conspiração. Mão na espada, seus olhos semicerrados não desviavam do animado salão de baile. Apenas o pequeno sorriso curvando seus lábios quebrava sua aparência severa de estar em serviço.
Uma risada quebrou sua expressão séria, Myris tendo dito algo tão engraçado que até ele não pôde ignorar. "O Doce Dragão" ela era de fato.
Viserys bufou com preocupação ao lado dela, interrompendo as divagações de Aemma. Seu marido chamou a garota novamente sem resposta. Ele tentou de novo, levantando um dedo para chamar sua atenção e fazer com que ela olhasse para ele. Myris permaneceu alheia, virando as costas para ele. Quando ainda não obteve resposta, olhou para Otto, à sua direita.
A Mão assentiu que cuidaria disso, acenando para um guarda para buscar a princesa.
Aemma foi mais rápida.
── Myris. ── chamou docemente.
A princesa se virou em direção à voz da mãe, o som distinto para ela, não importando o barulho ao redor. Ela deixou a segurança de Sor Harrold sem um olhar, deslizando através da multidão de dançarinos e bebedores que impediram o guarda enviado para buscá-la.
O tecido vermelho-sangue de seu vestido brilhava sob a luz das velas. O tecido caro era cortado rente ao corpo, um corpete justo pressionava seus seios para cima enquanto a saia solta se alargava e caía sobre seus quadris em crescimento, sua figura esbelta era realçada pelo cinto de correntes douradas ao redor da cintura. Apenas as mangas esvoaçantes e finas que fluíam além dos pulsos ainda mantinham um ar de infantilidade nela.
Esbelta e graciosa, ela abria caminho entre a multidão sem perceber. A menina que antes agarrava sua mãe estava longamente desaparecida, Aemma pensou solenemente, Rhaenys renascida estava em seu lugar.
── Sim, mamãe? ── Myris parou entre os assentos do rei e da rainha, inclinando a cabeça entre eles para que sua mãe não precisasse se virar.
── Não há nada melhor para te entreter do que a guarda real, Princesa? ── Otto perguntou com um sorriso condescendente.
Ele apontou para o salão onde malabaristas e bobos entretinham pequenas multidões, e cuspidores de fogo e engolidores de espadas eram aplaudidos entre as danças. Tudo estava exatamente como seu pai havia planejado. Apenas uma coisa estava faltando: a grande apresentação do Príncipe tardio.
Myris permaneceu impassível. Seus olhos, no entanto, pareciam se acender com fogo quando se voltaram para Otto. Será que todo homem precisava testar sua paciência? Ela piscou inocentemente enquanto inclinava a cabeça, do jeito que sempre fazia quando decidia morder a língua na presença de seu pai.
── Rhaenyra estava ocupada com Lady Alicent e... ── ela olhou para o pai de maneira carinhosa. ── Você trabalhou tanto, pai, eu apenas segui a sugestão do Lorde Mão de encontrar maneiras de me entreter em vez de incomodá-lo. Eu peço desculpas.
A boca de Viserys se abriu e fechou, sua postura inteira suavizando diante das doces palavras da filha. Ele nunca tinha sido capaz de resistir ao olhar ferido dela. Ele sorriu desculpando-se, apesar de lançar um olhar cortante para sua Mão. Otto desviou o olhar, repreendido.
Aemma pegou a mão da filha para acariciar.
── Você comeu, meu doce? ── Myris assentiu. ── O suficiente?
A sobrancelha da Rainha se ergueu em desafio.
── Não estou com fome. ── a Princesa olhou para o prato da própria Rainha, ainda mais cheio do que o prato de Myris, pela metade. Seu olhar era investigativo quando ela olhou de volta para sua mãe.
Os nervos roubaram seu apetite, assim como a náusea roubou o de Aemma.
── Tudo bem. ── Aemma cedeu. ── Então, que tal uma dança? Há tantos cavalheiros bonitos, certamente um chamou sua atenção?
Sua filha era muito animada e encantadora para ficar escondida nas sombras a noite toda. Myris era uma criatura social, mesmo que cautelosa em meio a multidões.
── Não esta noite. ── Myris lançou um olhar para a multidão à sua frente.
A Rainha franziu a testa, começando a se preocupar.
── Você adora dançar.
── Eu...
── Por mim? ── a mão de Aemma apertou a dela, confortando e encorajando. A outra mão repousava apontadamente em sua barriga protuberante.
Aemma tinha usado toda sua força para carregar aquele bebê até o salão de baile da Rainha. Só tinha o suficiente para carregá-lo de volta. Myris virou a cabeça para observar a multidão, de maneira desconsolada.
── Sim, mamãe. ── suspirou. Ela ignorou o sorriso radiante da mãe. Sua voz abaixou enquanto ela se inclinava mais perto, seu discurso em valiriano um resmungo. ── Lo pōnta dekuragon va ñuha dekossa, nyke'll mazverdagon nyke naejot ñuha tistālion
(Se pisarem nos meus pés, eu vou fazer o guarda me carregar para o meu quarto.)
Aemma soltou uma gargalhada, atraindo muitos olhares para o trono, enquanto sua filha girava, aparentemente ansiosa para terminar a tarefa. Myris ignorou os olhares esperançosos dos homens que esperavam, preferindo puxar sua irmã para a pista de dança.
── Ela é muito tímida. ── comentou Viserys. Ele observava a filha com cuidado, preocupado que Aemma estivesse certa; talvez ele tivesse prestado pouca atenção a ela nos últimos meses.
── Ela é seletiva.
── Você a mimou demais.
── Você a subestima. ── o sorriso de Aemma não vacilou.
Suas unhas arranharam o tecido restritivo de seu vestido. Ela inclinou a cabeça, observando o marido com um olhar afiado, apesar de sua expressão amigável, um espelho da irritação da filha.
── Nossas meninas são sangue do dragão, Viserys. Eu temo por qualquer homem que se atreva a esquecer isso.
Uma batalha silenciosa de vontades ocorreu entre os dois governantes. Os olhos violeta de Viserys não se desviaram dos olhos azuis de Aemma.
De repente, os lábios de Viserys se curvaram em um sorriso apaixonado diante do fogo que sua esposa ainda demonstrava.
Sangue do Dragão, de fato.
── Então devo me considerar sortudo por elas terem o perdão da mãe. ── disse encantadoramente. Ele levantou a mão dela para um beijo prolongado, e a risada apaixonada dela o aqueceu novamente.
Mas nem todos os olhares relaxaram sua intensidade. Quando Viserys se endireitou em seu assento para observar suas filhas dançarem, ele revelou o olhar implacável de sua Mão ainda fixo em sua Rainha.
Calculista e astuto, a Mão observou enquanto Viserys se curvava mais uma vez aos caprichos de sua esposa teimosa. Alegre e maleável como sempre, quando de bom humor. Como sempre fazia, Otto observava a Rainha com cuidado, estudando o poder que ela exercia além dos sorrisos graciosos e risadas delicadas.
Ele observou. E ele esperou...
A Dança dos Dragões era um antigo costume valiriano incomum em Westeros porque não tinha líder nem seguidor. Os próprios dançarinos contavam a história de dois dragões estranhos se encontrando no ar. Às vezes, eles eram amantes se testando antes de se enlaçarem, e outras vezes, estranhos investigando se eram amigos ou inimigos. De qualquer forma, era um espetáculo de se ver.
Myris e Rhaenyra tomaram suas posições; imagens espelhadas da realeza Targaryen em suas diademas de aço e vestidos vermelhos. Elas fizeram uma reverência, começando com distância antes de lentamente circularem uma à outra com passos medidos. Duas espirais se encontrando. Ao ver as Princesas dançando, o chão se abriu para dar passagem, a maioria das cabeças se virou para assistir. Era uma dança de nome, mas os jovens dragões a transformaram em arte.
Myris não conseguiu esconder o sorriso enquanto avançavam e depois recuavam em seus giros, como dragões cheirando um ao outro com cautela.
── Ele está olhando para você. ── Rhaenyra avisou quando finalmente se encontraram.
Elas circulavam uma à outra de perto, conectadas pelo leve toque das palmas direitas. A mão esquerda estava estendida atrás das costas, num sinal de vulnerabilidade.
── Quem?
── O filho de Lorde Strong.
O sorriso de Myris se tornou divertido.
── Todos estão olhando para nós, Rhaenyra. ── elas se separaram com um floreio, girando sozinhas antes de se conectarem novamente. Myris sempre se sentia eufórica quando seu vestido se abria.
── Não nós. Você. ── Rhaenyra garantiu. Myris parou suavemente. Ela levantou os braços acima da cabeça. O tecido das mangas se abriu como asas de dragão.
Rhaenyra, assumindo o papel do dragão dominante, circulou sua forma imóvel. Seus dedos se espalharam suavemente, roçando a cintura e o estômago de Myris enquanto ela deslizava ao seu redor.
── Olhe. ── sussurrou em seu ouvido ao passar.
O olhar de Myris passou por Rhaenyra.
O jovem Lorde Strong desviou o rosto antes que ela pudesse capturar seus olhos. Ele estava à beira da multidão, uma mão em sua taça de vinho e a outra apoiada carinhosamente no ombro do irmão abaixo. Larys, estava sentado no final do banco. Os irmãos pareciam entreter duas damas, embora elas parecessem encantadas apenas com Harwin.
Compreensivelmente, já que o jovem lorde estava bem arrumado desde a primeira vez que ela o viu. Alto e forte, seus cachos haviam sido cortados e presos atrás da cabeça, e sua barba desgrenhada aparada para um comprimento mais nobre, destacando seu queixo forte. Bonito, ele era. Sem dúvida.
Myris desviou o olhar. Rezou para que o calor que sentiu não se manifestasse como um rubor.
── Você está delirando. ── ela zombou quando Rhaenyra reapareceu.
Seus braços caíram para apoiar nos ombros da irmã, apesar de saber que Rhaenyra não era forte o suficiente para levantá-la. Elas giraram juntas de qualquer maneira, tão rápido que não puderam deixar de rir até a música diminuir até o fim. As garotas se separaram, fazendo reverências uma à outra em meio aos aplausos da multidão.
A exibição cerimonial completa, os Lordes e Senhoras voltaram a ocupar a pista de dança ao redor delas. Myris e Rhaenyra respiraram suavemente enquanto firmavam os pés.
A alegria delas foi de curta duração.
── Ah, não... ── sussurrou Rhaenyra. Algo havia tirado o sorriso do rosto dela. Myris questionou o quê. ── Sunderland.
O Lorde em questão contornava a crescente multidão com o entusiasmo de um filhote. Como se fosse um aviso do próprio destino, Myris poderia jurar que o viu no rubi da coroa de Rhaenyra. Seus olhos fixos apenas em Myris.
── Separar. ── Rhaenyra avisou.
Elas agiram instintivamente. Myris cortou para a esquerda enquanto sua irmã girou para a direita. As garotas se separaram com tanta graça que poderia ser confundido com o início de outra dança.
── Princesa Myris?!
Myris atravessou a multidão com facilidade, se esgueirando e girando entre os lordes enquanto tentava criar mais espaço entre ela e o incômodo Lorde.
── Sua Alteza! ── o chamado dele soava mais próximo do que ela esperava.
Myris olhou para trás, chocada ao perceber que ele parecia segui-la. Sua atenção teria sido melhor focada nos homens à sua frente do que atrás.
Parecia que ela havia colidido com uma coluna.
Myris ofegou ao perder o equilíbrio. Sua mão se estendeu para se agarrar a algo, mas encontrou apenas ar. Ela se preparou para a dor de cair de costas, sentindo o calor da humilhação que a cena criaria.
Maldito seja...
Uma mão agarrou seu braço para desacelerá-la enquanto um braço se envolvia atrás de suas costas para ampará-la. O pequeno solavanco não foi nada comparado à dor que ela esperava.
── Cuidado, Princesa. ── uma voz desconhecido a acalmou.
O filho mais velho de Lorde Strong a havia segurado em um mergulho. Seus olhos escuros, um azul tempestuoso em vez do marrom que ela assumiu, a examinavam em busca de danos. Ele a trouxe de volta aos pés com facilidade.
── Minhas desculpas, Lorde Strong. ── Myris suspirou. Ela tocou a diadema de aço no topo de sua cabeça, confirmando que ainda estava no lugar.
── Ser Harwin, Sua Alteza. ── ele corrigiu a lacuna na introdução. Ele removeu o braço de suas costas enquanto ela se estabilizava. ── E as desculpas são minhas.
A mão que a segurava acima do cotovelo relaxou, mas não foi removida. Ela deslizou por seu braço em uma carícia tranquilizadora, segurando suavemente sua mão na dele e levantando-as a uma altura formal. Ele silenciosamente ofereceu seu apoio caso ela precisasse. Provavelmente pensou que ela estava bêbada.
── Não, a culpa é minha. ── Larys se apoiou em sua bengala ao se levantar e fazer uma reverência. Foi sua bengala que ela tropeçou após bater contra o muro que era seu irmão.
Divertimento e constrangimento iluminaram o rosto dela ao pensar nisso.
── Estou bem. ── ela tossiu uma risada, ── Terrivelmente envergonhada, mas a culpa é minha por andar mais rápido do que meus olhos podiam ver.
Correndo seria mais preciso. As sobrancelhas de Harwin se franziram, mas ele guardou seus comentários para si mesmo. Ele só ficou preocupado quando os dedos dela apertaram sua palma, sua coluna enrijecendo ao avistar algo desagradável.
── Princesa?! ── Lorde Sunderland rompeu a pequena multidão de espectadores. ── Eu... Eu estava esperando por uma dança. E-E talvez para falar com você.
── Talvez você pudesse esperar até ela se recompor primeiro? ── Harwin franziu a testa com a falta de preocupação de Sunderland. ── Ou será que não ensinam boas maneiras?
Se ele não entendia a aversão de Myris por ele, certamente sentiu a de Harwin...
── Boas maneiras melhores do que as que ouvi sobre você, Quebraossos. ── ainda assim, o Lorde pressionou a Princesa por uma resposta.
Ela não teve tempo para pensar no apelido. Myris tinha ouvido coisas naquele dia. Coisas preocupantes. Ela tinha uma forte suspeita do porquê ele queria conversar.
A Princesa piscou, sentindo o peso do olhar dele e a contenção do Lorde ao lado dela.
── Acho que não, meu Lorde.
O sorriso tenso de Sunderland desapareceu. Sua atenção se voltou para a mão que ainda apoiava a dela. Uma ação respeitável, manchada apenas pelo tempo que o toque parecia durar.
── Entendo... ── ele insinuou. Harwin devolveu seu olhar ameaçador com um próprio.
Ela sentiu os dedos calejados dele flexionarem-se protetoramente enquanto ela puxava sua mão de volta ao lado. Harwin se endireitou, alcançando toda a sua altura, desafiando o pequeno Lorde a dizer algo impróprio.
Myris olhou para a mesa real, procurando por ajuda de seu tio, pai ou mãe. Somente o olhar de sua mãe pôde ser encontrado, observando com um olhar curioso e nada além de um sorriso. As sobrancelhas de Myris se franziram. Aemma não fez nenhum esforço para intervir, apesar do pedido silencioso.
── Posso perguntar por quê, Princ...
── Vocês só tem pau, mas nenhuma bola. ── as palavras vulgares de Daemon foram uma bênção. O príncipe parecia quase exasperado ao interromper. ── Três homens cercam uma Princesa e nenhum deles é homem o suficiente para convidá-la para dançar. Não se incomodem, rapazes.
Daemon não ofereceu desculpas ao agarrar a mão de sua sobrinha e tirá-la da confusão. Myris teve o bom senso de não rir enquanto voltavam para a pista de dança.
── Não é de admirar que você esteja morrendo de tédio. ── Daemon a trouxe para mais perto, começando um passo rápido enquanto a música mudava para algo mais animado. ── Embora eu esteja satisfeito por ver que você elevou sua companhia, marginalmente.
O olhar de Myris voltou aos lordes que ela havia deixado. Suas sobrancelhas franziram ao ver Lorde Sunderland e Ser Harwin ainda em desacordo. O cavaleiro se inclinou, dizendo algo perturbador o suficiente para fazer o pequeno Lorde empalidecer.
── Sunderland já pediu sua mão. ── Daemon a informou como quem fala sobre o tempo.
── Eu ouvi falar. ── Myris franziu a testa. ── Felizmente, meu pai teve o bom senso de recusá-lo.
No entanto, parecia que o Lorde ainda não aceitara isso. Quando ela voltou para seu tio, ele tinha um olhar curioso em seus olhos semicerrados.
── E onde você ouviu isso? ── ele provocou, sabendo a resposta.
Myris sorriu. Em vez de responder o que ambos sabiam, ela mudou de assunto:
── Achei que você estaria ocupado com a Patrulha. Você parecia ansioso para sair depois do jantar.
── O que sua mãe quer, ela consegue. ── ele ignorou o comentário. Sua mão circulou a cintura dela, levantando-a enquanto eles faziam uma pequena volta.
── Você está dançando comigo apenas para ganhar a boa vontade do meu pai? ── Myris lançou um olhar irritado, apesar do sorriso.
── Não seja absurda. ── ele se ofendeu, insultado. ── Faço isso para ganhar a da sua mãe. Muito mais intimidadora.
O Príncipe murmurou.
Myris riu enquanto ele a girava novamente.
── E eu pensei que você só queria se exibir. ── ela suspeitava por que ele havia intervindo, mas em vez de se concentrar nisso, ela o agradeceu por sua intervenção.
O Príncipe Mercenário apenas murmurou em pensamento. Ele estudou o diadema de aço que ela usava. O aço valiriano áspero, da Rainha Rhaenys, se ele lembrava corretamente, era suavizado pela delicada fileira de flores atrás dele.
Até Daemon notou como suas sobrinhas tinham crescido belas.
── Você atraiu um bom número de seguidores, pequeno pássaro.
── Não posso dizer o mesmo de você. ── ela sorriu. ── Ouvi dizer que Otto pediu para que você fosse removido como Comandante da Guarda.
Daemon deu uma gargalhada, despreocupado com qualquer reprimenda.
── Ele parece achar que sou eficaz demais. ── ele sorriu, estendendo o braço para que ela pudesse girar sob ele antes de puxá-la de volta. ── Tem certeza de que não quer que eu diminua o ritmo? Você ainda pode ficar em cima dos meus pés.
── Para nós dois sairíamos do ritmo?
Daemon riu.
── Eu poderia sempre pegar aquele garoto cor-de-rosa para você, se o achar melhor.
── Não sei o que você tem contra ele. ── Myris fez beicinho. ── Acho ele encantador, à sua maneira.
── Rosado, baixo e gago. Um porco seria menos problema. ── ele zombou.
E ainda assim, menos teimoso que a alternativa.
── Ele é quieto. ── ela defendeu. ── Quanto mais tempo passo perto de homens, mais aprecio quando eles sabem ficar calados.
Seus pensamentos se voltaram para Lorde Sunderland e suas ideias interessantes. Ela rapidamente contou a Daemon sua opinião sobre a luz do sol para as mulheres.
── Hm, talvez você devesse se casar comigo então, eu não poderia me importar menos com o que você faz. ── Daemon nunca professou amor por sua esposa. Na verdade, ele sempre arranjava uma oportunidade de estar longe dela.
── Eu acho que não! ── ela zombou. ── Eu valorizo minha vida.
Daemon a girou mais uma vez em um mergulho.
── Você tem medo da minha esposa? ── ele a levantou. Rhea Royce era de fato uma mulher formidável, a admissão foi o mais próximo de um elogio que Daemon podia fazer por ela.
── Não. Tenho medo da minha irmã.
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