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𝕽𝖚́𝖇𝖊𝖓 𝕯𝖎𝖆𝖘 8

— Antes de falarmos sobre as vossas carreiras, penso que todos querem saber como é que vocês se conheceram...


Eu e o Rúben trocamos um olhar cúmplice e um sorriso, é uma história que adoramos contar. E vai ser um prazer contar mais uma vez esta história, a primeira vez para o grande público. Contar a história de como conheci o amor da minha vida. 

— Eu quero a versão dos dois — Exclama a Helena, uma das apresentadoras do podcast e amiga do Rúben de longa data

— Ótima ideia, assim sabemos todos os detalhes dos dois lados — A Liliana, a outra apresentadora, concorda — Quem quer começar?

— Nós conhecemo-nos no Alentejo, com 18 anos, quando passávamos as férias de verão com as nossas respetivas famílias. E tudo começou na típica festa da aldeia, no quarto ano — Começo a contar — Nesse ano, as minhas amigas de lá estavam particularmente insuportáveis com as suas provocações, apenas porque eu disse que achava o Rúben bonito

— Então já andavas de olho nele? — A Liliana pergunta

— Não, realmente só tinha feito um comentário e constatado um facto. O Rúben era muito bonito

— Era? Já não sou? — O Rúben questiona, a fazer beicinho, fazendo-nos rir

— Claro que ainda és, meu amor

— E tu, Rúben, andavas de olho na Mariana? — A Helena pergunta

— Sim — Elas riem-se — Eu sempre achei a Mariana bonita e interessante, mesmo que ela estivesse sempre no canto dela e ainda não tivesse tido oportunidade de a conhecer melhor. Mas estava interessado e todos os nossos amigos sabiam disso

— E por saberem do interesse do Rúben e por acharem que faríamos um casal bonito, resolveram agir. 

— Nós e os nossos espectadores queremos saber tudo

— As minhas amigas sabiam que a única maneira de me aproximar do Rúben sem eu perceber era na confusão da "pista de dança" e levaram-me até lá. E eu caí como uma patinha porque adorava dançar e elas sabiam

— E tu sabias do plano, Rúben?

 — Sabia que andam a planear algo, porque sempre que me aproximava, eles calavam-se. Só me contaram, segundos antes porque sabiam que seria impossível levarem-me para a "pista de dança" sem uma explicação.

— Ao contrário de mim, o Rúben não é nada dançarino 

— Então abriu uma exceção para as celebrações em Manchester? 

— Sim

— E qual era o plano afinal? — A Helena pergunta

— Elas iriam dançar uma música qualquer, para parecer tudo normal, mas depois iriam empurrá-la para cima de mim e obrigá-la a dançar comigo, nem que fosse uma música — Sorri com lembranças — Confesso que adorei o plano, deu-me esperança de algo acontecer

— E tu no meio disto tudo? 

— Completamente à nora. Fui dançar com elas, feliz e com energia para a noite inteira

— E como foi o momento? 

— A música acaba, respiro fundo para preparar-me para a próxima e é tudo muito rápido. Começam a olhar para alguém atrás de mim, cheias de sorrisos e quando me tento virar para ver, elas próprias me viraram e empurram-me para cima dele

— E o que sentiste? Raiva das tuas amigas? — Rimos

— Quando percebi que era o Rúben e que tinha caído como uma patinha no plano delas, sim, muita raiva e ódio. Mas a próxima música começou e começamos a dançar, só me deixei ir.

— E o Rúben no paraíso né?

— Completamente. Parecia um sonho, dançar agarrado a ela, tê-la nos meus braços

— E no fim da música?

— Elas devem ter falado com o responsável pela música, porque justamente quando eu fui dançar com o Rúben, a música era romântica e lenta — Olho para ele — Eu confesso que está tão hipnotizada pelos olhos dele, que nem percebi que a música estava a chegar ao fim

— Enquanto isso, eu estava a pensar no que iria acontecer quando acabasse a música, tinha a certeza que ela iria correr dali para fora, para matar as amigas dela e para pensar e pensar no que tinha acabado de acontecer entre nós — Elas riem — Então pensei, em adição à nossa dança, posso adicionar um beijão, para a deixar ainda mais maluca por mim. E foi isso que fiz, beijei-a e ela correspondeu

— Após o fim do beijo e da dança, tal como ele previu, eu fugi dali e quase bati nas minhas amigas, sem parar de pensar no beijo claro

— E segundo sei, nunca mais se viram, não é? — A Helena pergunta, por já conhecer o Rúben

— O beijo foi assim tão mau que fugiste dele? — A Liliana brinca e eu solto uma risada

— Eu podia ter 18 anos, mas beijava e beijo muito bem

— O beijo foi maravilhoso — Exclamei, para felicidade do Rúben — Mas, naquele ano, por coincidência, a minha família teve de voltar para casa mais cedo e nunca mais nos vimos

— Ela teve sorte na verdade. Sabem como são as aldeias pequenas, acontece uma coisa hoje e, no dia seguinte, todos já sabiam. Então na semana a seguir, falou-se muito desse beijo. 

— E como as vossas avós reagiram a isso? — A Liliana pergunta e nós sorrimos — Cada um estava na casa da sua e elas devem ter descoberto sobre o beijo

— Acho que posso afirmar que as nossas avós eram as pessoas mais felizes, mais até que o Rúben

— A sério? — Todos rimos

— Para vocês terem a noção da felicidade delas, um dia, depois de ter voltado para casa, a minha mãe está a falar com a minha avó, como sempre fazia e ela chama-me e diz-me assim "Hoje tive convidados ao almoçar. Rúben, querido, chega aqui" — Elas riem — A minha mãe começou a rir e fui esconder-me no meu quarto

 — Não posso... Ela convidou-te mesmo para almoçar?

— Sim, a mim e à minha família. Além de ter comentado várias vezes que nós seriamos um casal maravilhoso, "obrigou-me" a ver todas as fotos da Mariana em bebé conseguiu encontrar, incluindo algumas um pouco vergonhosas para ela — Elas riem — E digo obrigou-me entre aspas, porque adorei ver a Mariana e as suas bochechas gordinhas por meia hora

— Então não se viram mais nesse verão, nem por anos?

— Não, o Rúben começou a focar no futebol e eu na universidade

— E esqueceram-se totalmente do outro e do beijo?

— Mas é óbvio que não — O Rúben comenta — E mesmo sem tentássemos, as nossas avós nunca se iriam esquecer 

— E quando é que aconteceu o grande reencontro entre vocês? 

— Na verdade, eu reencontrei o irmão dele primeiro, num evento. O Ivan estava a acompanhar um amigo jogador, naquele evento, e eu estava a entrevistar todos os jogadores. 

— Como é que reagiste quando percebeste que era o irmão do Rúben?

— Simplesmente fiquei parada, a relembrar o dia da festa, a nossa dança e o nosso beijo. Fiquei muito desorientada, mas continuei a fazer o meu trabalho até chegar ao momento de falar com o Ivan.

— E como foi?

— Correu tudo bem. Até que ele, ainda com a câmara ligada, pediu-me uma foto, porque conhecia um grande fã do meu trabalho — Olho para o Rúben 

— Obviamente estava a falar do seu irmão

— Exatamente. Era um dia completamente normal, estava em casa a ver uma série. Quando o Ivan me liga e assim que atendo, começam os gritos. "Não vais acreditar quando te contar quem encontrei aqui" "Vais ficar maluco quando descobrires" "Prepara o coração maninho" e frases do género

— Temos essa foto, não é? — A Helena questiona a sua produção e a foto aparece no ecrã ao nosso lado — E qual foi à tua reação à foto?

— Após todos os gritos e frases sem sentido, ele finalmente me mandou a foto por mensagem 

— És um exagerado meu amor, o Ivan não gritou tanto como estás a dizer. Eu passei por ele e ouvi-o falar contigo, dizer algumas dessas frases, num tom de voz bastante aceitável 

— Deixa-me adicionar drama à minha história, amor, fica interessante — Rimos — Eu fiquei tão chocado, que o Ivan teve de desligar e ligar de novo, porque achou que a chamada tinha caído, com tanto silêncio da minha parte. Eu só fiquei a olhar para a bendita foto, hipnotizado

— Surpresa? Choque? Saudades? 

— Tudo isso e um pouco mais. Os anos passaram, mas sempre existiu um sentimento quando alguém falava nela e vê-la de novo, ao lado do meu irmão, deixo-me a bater mal.

— E o reencontro a sério? Quando é que esse momento icónico chegou?

— Temos de dar créditos ao cupido Ivan, que fez tudo aconteceu. Umas semanas depois, estou em casa e recebo uma encomenda dele. Uma caixa, com uma camisola da Seleção Portuguesa, com o número e o nome do Rúben, dois bilhetes para o jogo da Seleção no Estádio da Luz e um bilhete assinado pelo próprio Ivan, que dizia "Vais fugir de novo?"

— Uma coisa é certa, se estamos aqui, significa que não fugiste — Rimos 

— Não sabia onde iriam parar as coisas, mas decidi arriscar. Liguei para uma das minhas amigas, uma das que me empurrou para cima dele e que andou comigo na universidade, e fomos ver o jogo.

— Vestir a rigor, óbvio?

— Óbvio! 

— E tu, Rúben? Mais uma vez, a organizarem as coisas sem o teu conhecimento...

— Exato, o Ivan organizou tudo sem o meu conhecimento e foi bastante esperto. Então imaginem a cena — Ele levanta-se — O nosso hino nacional a tocar, todos a cantar com o coração, quando olho para a bancada que fica em cima do nosso banco, onde estão os suplentes e o mister, e vejo essa deusa, com a minha camisola e a cantar o hino, enquanto me olha nos olhos

— Ainda hoje nos gostamos de ver o vídeo do nosso hino, porque dá ver o momento exato que ele me vê. É lindo! 

— No final do jogo, o Ivan foi buscá-la e foi um reencontro hipnotizante, ficamos a olhar-nos. Isso até o meu irmão e a sua amiga empurrá-la para cima de mim. 

— E eu é que iniciei ao beijo! — Olho para o Rúben — E foi nessa noite que começamos a namorar! 

— Que história fofa! — Sorrimos — E como foi a reação das vossas famílias? Principalmente das vossas avós?

— Todos ficaram muito felizes. Nós aproveitámos uma folga do Rúben e fomos almoçar e jantar nas casas das nossas avós. Começamos por almoçar na minha e apenas lhe contámos que eu iria apresentar-lhe o meu namorado. 

— Então não lhe contaram que o namorado era o Rúben? 

— Não. Assim que entrei em casa, ela começou logo a reclamar, que tinha sonhado comigo e com o Rúben juntos e que nós eramos almas gémeas... — Rimos — Resumindo, achamos que ela iria ter um ataque do coração quando o Rúben aparece e me abraça

— E a minha avó reagiu da minha mesma, reclamou que não aceitaria mais ninguém, porque a Mariana é o amor da minha vida... Nunca a vi tão feliz quando a Mariana apareceu, às vezes acho que ela gosta mais dela do que do seu próprio neto

— E tudo um mar de rosas até a ida do Rúben para Manchester. Como foi esse momento?

— Eu estava a fazer o meu Mestrado, não iria desistir. O combinado foi passar as primeiras semanas lá com ele, mas depois voltaria para Portugal e iriamos tentar um relacionamento à distância. Quando eu terminasse, veríamos o que fazer a seguir

— Fizemos o nosso melhor para funcionar e, mesmo com os momentos mais difíceis, sobrevivemos até a Mariana terminar o seu mestrado e conseguir um trabalho como jornalista em Manchester. 

— E desde que me mudei para Manchester, nunca mais nos largamos.

— E num futuro... Teremos casamento ou filhos? 

— Os dois queremos casar e ter filhos, mas ainda não falamos no quando. Por enquanto, ambos estamos focados nas suas carreiras.

— Espero ter mais uma Champions quando tiver um filho! — Rimos

— E o que gostariam de ter? Menino ou menina?

— Gostaria de ter um casal, mas se vierem duas meninas ou dois meninos também ficarei muito feliz.

— Eu adoraria ser pai de meninas, mas se saírem bonitas como a mãe, vou ter bastante trabalho a afastar muitos rapazes. Também adoraria ter meninos e criar os futuros jogadores na nossa Seleção. Bom, veremos.

— Venha o que vier, tenho a certeza de que serão ótimos pais. 

— Agora faremos uma pausa e voltaremos para falar sobre as carreiras dos nossos convidados. 


1 ano depois

rubendias: A nossa história é feita de grandes coincidências. Claro que estes dois grandes momentos das nossas vidas também seriam marcados pela coincidência. Duas mentes que pensam de forma igual e decidiram concretizar os seus planos exatamente no mesmo segundo. Oficialmente, podemos ser chamados de noivos e de futuros pais.

👤m.a.r.i.a.n.a


Mais um do Rúben Dias e o stock de imagines dele continua bem grande. Ainda esta semana irei publicar um bónus deste capítulo, com as cenas mais marcantes contadas pelo Rúben e pela Mariana. 

City voltou a ganhar, graças a Deus, e o Benfica empatou e agora tem de ganhar ao Braga de qualquer maneira e rezar por um empate do Sporting e do Porto. E ainda temos Champions amanhã! 

Mal posso esperar para estar de férias, para passar o dia a escrever e poder postar dois por semana ou até mais. Mas até lá tenho de manter o meu stock de rascunhos. 



Espero que gostem! 

Não se esqueçam de votar e de comentar, qualquer tipo de coisa. 

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