𝕽𝖚́𝖇𝖊𝖓 𝕯𝖎𝖆𝖘 18
— Para a menina Mariana, uma salva de palmas! — Deixo o meu afilhado soprar as velas por mim, enquanto a família bate palmas
— Obrigada a todos, por estarem aqui — Sorri
— Antes de partirmos o bolo, alguém quer dar alguma prenda à aniversariante? — A minha mãe pergunta, inocentemente
— Eu! — O meu afilhado Gustavo desce do banco e corre até ao seu pai, que lhe dá um embrulho e o mesmo volta a correr na minha direção — Para ti madinha
— Obrigada, meu lindo — Pego no embrulho e abro. Sorriu ao ver uma caneca, que diz Melhor Madrinha, com um desenho feito por ele, de nós e do Rúben — Gostei do desenho
— Sou eu, tu e o tio Gato — Rimos pela maneira como ele chama o Rúben
— O Rúben também vai adorar o desenho, vou levá-la comigo
A minha mãe prepara-se para cortar o bolo, quando a campainha toca. Olho para ela, confusa, mas ela apenas me incentiva a ir abrir a porta.
Vou até à porta e, quando a abro, sou surpreendida ao ver o Ivan, o irmão do Rúben, que nem sabia que estava em Portugal.
— Ivan? — Pergunto surpresa
— Parabéns, cunhadinha — Ele cumprimenta-me — Não estamos no Natal, mas eu fui selecionado para ser o Pai Natal e entregar-te o teu presente
— Já vi que o Rúben te ligou — Rimos — Entra
— Primeiro, vais ter de abrir a tua prenda — Ele dá ao passo para o lado e só então vejo a enorme caixa atrás dele — Eu posso ser forte, mas isto é muito pesado para mim
— O que será que o Rúben anda a inventar? — Ouço a voz do meu pai atrás de mim e, quando me viro, percebo que toda a minha família já está atrás de mim, curiosa
— É um pesente do tio Gato? — Pergunta o meu afilhado, enquanto o Ivan o pega ao colo
— Isso mesmo — A minha tia dá-me um toque no ombro
— Estás à espera do quê para abrir? Não estás curiosa? — Ela pergunta, enquanto eu olho para a caixa e para o meu irmão, que filma tudo, provavelmente para enviar para o Rúben
— Eu estou muito curiosa para saber o que o maluco do meu namorado andou a inventar
Ando até à caixa e começo a desatar os enormes laços que a fecham.
Nos últimos anos, no meu aniversário, falta sempre alguém. No ano passado, eu passei o aniversário em Manchester, com o Rúben e longe da minha família, porque eu tinha tido uma lesão e precisava descansar. Este ano, eu prometi ir a Portugal, mas estaria longe do Rúben, porque ele tem um jogo no domingo e eu só volto a meio da semana. Talvez para o ano consiga ter um aniversário completo, com a minha família e o meu namorado, sem abdicar de nenhum.
Desato o último laço e tiro a fita-cola que fecha a caixa.
Os segundos a seguir são cheios de emoção. O susto ao ver a caixa abrir-se sozinha, o choque ao ver o Rúben a sair da caixa e, por fim, as lágrimas de saudade e os seus grandes braços a abraçar-me.
— Eu disse que ela iria chorar — Ouço o meu irmão falar mais alto no meio dos aplausos e todos rimos
— Parabéns, meu amor — O Rúben afasta-me, limpa as lágrimas do meu rosto e beija-me
— Mas como? — Pergunto após o beijo e após ele sair de dentro da caixa — Tu tens um jogo amanhã
— E estarei lá para o jogo, tenho voo marcado para a madrugada do domingo, mas não podia não estar presente no teu aniversário
— Isto sim é um namorado, agarra-o bem que ele vai ser um excelente marido — A minha tia solta um dos comentários dela e todos rimos — O teu tio nunca veio da outra ponta da Europa por mim
— Não se preocupe, porque mesmo que ela não me agarre, eu agarro-a bem, não posso deixar escapar a mulher da minha vida — Ele dá-me um beijo e ouve um "oh" das mulheres da família
— Agora que o Rúben chegou, vamos partir o bolo — A minha mãe exclama e todos voltam para dentro de casa, tirando eu e os irmãos Dias porque eles estão a guardar a caixa no carro
— Tio Gato — O Gustavo corre até ao Rúben, assim que entramos em casa e pega-o no seu colo
— Tudo bem, campeão?
— Sim — Olho-os hipnotizada com a sua cumplicidade, nem parece que o Rúben demorou algum tempo a ganhar a sua confiança, porque o meu afilhado tinha e tem alguns ciúmes de mim — Depois do bolo, podes jogar à bola comigo?
— Claro, só tenho de dar a verdadeira prenda à tua madrinha. E tu? Já lhe deste a tua?
— Sim, tu também apareces nela
— A sério?
— Sim — Respondo eu — Eu mostro-te depois
Após me cantarem os parabéns mais uma vez, desta vez com a presença do Rúben, comemos o bolo e as outras sobremesas da minha mãe. Também jogamos à bola com o Gustavo, o que divertiu todos devido às suas celebrações, principalmente a sua versão do "Siii" do Cristiano Ronaldo. As horas passaram, todos se foram embora e ficaram apenas os meus pais, eu, o Rúben, o Ivan, porque ele é que vai levar o irmão ao aeroporto, e o meu irmão.
Mas eu e o Rúben resolvemos ir para o meu quarto e aproveitar as horas que ainda temos. Até porque após este último jogo, ele ainda tem de jogar a Final da FA Cup, contra o Manchester United, a Final da Champions League, contra o Inter Milan, e dois jogos pela Seleção portuguesa.
Brinco com a sua mão, enquanto quebro o silêncio.
— Quem te vê com o Gustavo, não sabe o quão difícil foi conquistares a confiança dele...
— Eu entendo-o, ele estava a proteger a madrinha dele. Ela é linda, normal que ele seja ciumento — Coro com o seu elogio, o que o faz rir — És a mais linda e vou continuar a repetir isso para sempre
— A tua intenção hoje é fazer-me chorar?
— A minha intenção é mostrar-te o quanto eu te amo — Vejo-o levantar-se da cama, tirar algo da sua mochila e voltar de novo para o meu lado — Quando tentei escolher a prenda perfeita, muitas coisas me passaram pela cabeça, mas nada me pareceu ser suficiente.
— A tua presença e o teu amor são a melhor prenda que eu podia receber... — As palavras fogem da minha boca quando ele coloca entre nós uma pequena caixa vermelha — Rúben...
— Calma, não é um pedido de casamento... não ainda — Ele abre a caixa e os meus olhos enchem-se de água ao ver um anel prateado, com um coração de diamantes — Coloquei por dentro a data de quando aceitaste namorar comigo, o dia mais feliz da minha vida, e este coração de diamantes simboliza o meu coração e o entreguei a ti no dia em que percebi que te amo. Este anel só será substituído pelo de noivado, é uma promessa.
Em lágrimas pela sua declaração, o Rúben coloca o anel no meu dedo e puxo-o para um beijo, que é uma maneira de retribuir todas as palavras boas que acabei de ouvir da sua boca. E por que as minhas fugiram!
Após o beijo, ele limpa as minhas lágrimas mais uma vez e observa a minha mão, agora com o anel.
— Gostaste? — Ele ainda tem a audácia de perguntar
— Eu amei, Rúben. Obrigada por tudo, por teres vindo, pelo anel, por me amares — Abraço-o — Eu amo-te muito!
— Eu também te amo, Mariana — Após o abraço, deitámo-nos de novo e fico um silêncio até soltar um comentário e eu começar a rir — Será que também tenho de pedir permissão ao teu pai por este anel ou é só necessário pedir depois, antes do pedido de casamento?
— Acho que é só necessário para o pedido de casamento. Além disso, tens de chegar a Manchester em condições de jogar — A sua expressão séria faz-me rir ainda mais e logo percebe que estou a brincar com ele
— Tu és má, amor! Gostas mesmo de me ver com medo do teu pai
— É só uma brincadeira, amor — Roubo-lhe um beijo
— Nós resolvemos esta brincadeira quando voltares para casa, na nossa celebração privada, quando ganharmos a FA Cup
Eu não sei se lhe deu mais incentivo, mas eles realmente ganharam a FA Cup e a nossa celebração privada foi... explosiva!
PARABÉNS PARA MIM!! É difícil acreditar que tenho 20 anos! Escrevi este capítulo no ano passado, para os meus anos e resolvi que este é um bom momento para o fazer. E acreditem ou não, o meu bolo foi do Rúben ;)
Espero que gostem!
Não se esqueçam de votar e de comentar, qualquer coisa!
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