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𝕽𝖚́𝖇𝖊𝖓 𝕯𝖎𝖆𝖘 14.2

Flashback On

— Podemos conversar, Mariana? — Paro de ler o meu livro e olho para o Rúben, percebendo que o assunto é sério, apenas pela sua expressão

— Claro, Rúben — Fecho o livro e viro-me para ele, sentado no sofá à minha frente — O que se passa?

— Nestes últimos dias, eu tenho pensado bastante neste assunto, acredita em mim. Pensei em ti e principalmente na Francisca, mas também pensei mim e é por isso que tomei uma decisão — Olho-o confusa — Eu quero pedir o divórcio

— O quê? — Exclamo surpresa, definitivamente não esperava isto — Por quê? Eu sei que esta situação é difícil, mas...

— Eu sei que a situação é difícil, principalmente para ti, que sofreste um acidente e não te lembras dos últimos anos da tua vida — Ele levanta-se, irrequieto — Mas para mim também é difícil e eu estou exausto. O amor da minha vida não se lembra de mim, porra! Tu tiveste memórias de todos, menos de mim: da nossa filha, dos teus pais, da tua carreira e até dos meus pais! Sabes o quanto isso doí?

— Eu sinto muito por isso, eu quero muito lembrar-me de ti. Vai acontecer, só preciso de mais tempo, eu sei que vai acontecer — Levanto-me também — Não tomes uma decisão tão drástica, por favor

— Eu tentei dar-te tempo para te lembrares, tentei ser forte pela nossa filha, mas depois de quase um ano, eu estou exausto! Estou cansado! — Ele olha-me — Talvez esteja a ser egoísta? Talvez! Talvez esteja a ser injusto contigo por não te dar mais tempo? Muito provavelmente!

— Eu entendo que também seja difícil para ti, mas tens a certeza de que queres dar este passo? É muito drástico...

— Tu sabes o quão difícil é chegar a casa, após um jogo fora, e não passarmos horas na banheira a relaxar e a discutir todos os detalhes do jogo? Ou o quanto eu sinto falta de quando tu ias ver os meus jogos no Etihad e fazias questão de dar os parabéns a todos os jogadores, mas também fazias questão de esfregar na cara deles que o teu marido é melhor que todos eles juntos? — Sento-me no sofá, enquanto o olho em choque. Sabia que também estava a ser difícil para ele, mas isto apanhou-me bastante desprevenida — Ou o quanto me doí o coração ao acordar e não te ver ao meu lado, totalmente enrolada no lençol que me roubaste durante a noite? Ou o quanto fico louco só com o simples gesto de entrar em casa e não te beijar?

— Rúben...

— Desculpa Mariana, mas eu não consigo mais

Flashback Off


— O jogo está quase a recomeçar, convém voltares à Terra, Mariana — Volto ao mundo real com a voz do Ivan, nós e a Francisca viemos ao Etihad, o estádio do City, para assistir ao jogo — Estás bem?

— Mais ou menos, Ivan. A minha conversa com o teu irmão não me saí da cabeça, estou a sentir-me mal por não me lembrar dele, por não ter percebido o quão mal ele estava

— Eu acho que ele está a tomar uma decisão muito drástica, mas não me surpreende — Ele olha para o campo — Eu já o tinha avisado que guardar tudo dentro dele não era uma boa ideia, mas ele não me quis ouvir

— Tens de falar com ele, Ivan — Olho para ele — Não por mim, pela Francisca

— Eu vou tentar, Mariana — Ele olha para o campo, observando os jogadores entrarem em campo — Mas não acho que vá fazê-lo mudar de ideia. Eu sei que doí ouvir isto, mas quando ele reclama que tu tiveste memórias de tudo, menos dele, ele está certo, é injusto

— Eu sei, Ivan...

— A culpa não é tua, mas é muito injusto para ele — O jogo recomeça — Vamos prestar atenção ao jogo, eu vou falar com ele depois

— Obrigada


Antes de focar no jogo, olho para dentro da sala e observo a Francisca a brincar com a Carlota, a filha do Bernardo Silva, e solto um sorriso. Se o Rúben não mudar de ideia, ela vai ficar devastada com a separação. Eu sinto-me muito egoísta, mas sinto que me vou lembrar e que não é necessária uma atitude tão drástica. Ou talvez, porque a expressão que vi no Rúben hoje foi assustadora, parece que ele usou uma máscara desde o acidente e só agora a tirou.

Volto a olhar para o campo e a focar no jogo, não sei se o Rúben vai voltar para casa, mas talvez com ele sobre o jogo me ajude a lembrar de um momento com ele, seja pequeno ou grande.


Alguns minutos depois

— És a mulher dele, eles vão deixar-te passar, vai Mariana — O Ivan empurra-me, sempre com o olhar no campo e na confusão ao pé da baliza — Eu fico com a Francisca

— Eu mando-te mensagem, quando tiver notícias


Saiu dali quase a correr, com a cena a repetir-se na minha mente sem parar.

Durante um canto para o City, o Rúben saltou para tentar cabecear, como normalmente faz, só que desta foi atingido por um cotovelo e foi percetível o momento que o Rúben apagou e caiu no chão. Os rapazes do City rapidamente rodearam o Rúben, para evitar que as câmaras captassem o Rúben desmaiado, enquanto a equipa médica fazia os primeiros socorros.

Rapidamente chego a um dos seguranças, que me reconhece e faz questão de me acompanhar até à saída do campo, enquanto os paramédicos tiram o Rúben do campo. Tudo acontece muito rápido, não tenho tempo de falar com nenhum dos jogadores, só lhes prometo que darei notícias assim que as tiver. Acompanho-os até à ambulância e deslocamo-nos até ao hospital. Tento informá-los de tudo o que me lembro, mas não os informo nem metade do que deveria, porque simplesmente não me lembro.

As enfermeiras impedem-me de ir mais longe e a última coisa que vejo são as portas a fechar, antes de tudo ficar preto. 


Flashback On

— Mariana, tens alguém lá fora que quer conhecer-te — Acabo de pentear o meu cabelo molhado, depois de mais um treino cansativo — E é bem bonito

— Quem é? — Olho para a minha melhor amiga Sofia

— É bonito, português e amigo da tua treinadora

— Eu já vou. Deixa só terminar de arrumar o meu saco — Ela aproxima-se, pega na minha escova e começa a mexer no meu cabelo — O que estás a fazer, Sofia?

— Vou garantir que estás apresentável, eu vi o bonitão a observar-te durante todo o treino, completamente hipnotizado — Ela termina e anda na direção da porta — Agora anda logo, não deixes o bonitão à espera


Ela saí e eu solto uma risada, a Sofia é maluca e é por isso que ela é a minha melhor amiga.

Guardo a roupa do treino no meu saco, volto a observar-me ao espelho e saiu do balneário, onde rapidamente percebo a razão da Sofia ter usado a palavra bonito ou bonitão mais do que uma vez... Ele é mesmo bonitão!

Aproximo-me dele, com um sorriso, que já me estica a sua mão.

— Eu sou o Rúben Dias

— Mariana Ferreira — Aperto a mão dele — Prazer em conhecer-te

— Acredita em mim, o prazer é todo meu

Flashback Off


Flashback On

Solto um sorriso ao ver o Rúben encostado ao meu carro, o bonitão é persistente.

— O que estás aqui a fazer, Rúben? — Pergunto, enquanto abro o carro e coloco o saco no banco de trás

— Eu pensei em fazer isto durante uma das nossas chamadas, mas isso não seria muito cavalheiro da minha parte, então vim aqui pessoalmente

— E como é que sabias que eu iria treinar até mais tarde hoje?

— Eu sou amigo da tua treinadora, lembraste?

— Um pequeno detalhe importante — Olho para ele — Então diz-me, o que te traz aqui?

— Eu quero convidar-te para jantares comigo amanhã, um encontro — Solto uma risada e ele olha-me confuso

— Acabei de perder 50 euros por tua causa, bonitão

— Não entendi

— Eu e a Sofia fizemos uma aposta, ela achava que tu irias convidar-me para um encontro num espaço de 3 semanas e eu achava que não

— Então deves-lhe 50 euros — Ele aproxima-se — Mas eu preciso que me digas, aceitas ir num encontro com este bonitão?

— Aceito bonitão

Flashback Off


Flashback On

— O que achaste do nosso encontro? — O Rúben pergunta, ao chegarmos à porta do meu apartamento, depois do nosso encontro

— Eu tenho de admitir, foi um dos melhores encontros que já tive, nunca me diverti tanto — Encosto-me à porta, não querendo terminar o encontro já

— Isso quer dizer que se eu te convidar para um segundo encontro tu aceitas? — Ele aproxima-se

— Não faças isso, bonitão — Digo ao vê-lo aproximar-se muito — Eu não costumo beijar no primeiro encontro

— Então vamos encerrar o primeiro e iniciar o segundo — Ele aproxima-se mais, colocando as suas mãos na minha cintura — Porque eu estou ansioso para te beijar

— Tudo bem, bonitão — Abro a porta, mesmo de costas, e os dois entramos no meu apartamento — Bem-vindo ao nosso segundo encontro!

— Finalmente!


Os seus lábios colam-se aos meus e o meu corpo derrete-se nos seus braços... É, ele deveria ter feito isto mais cedo!

Flashback Off


Flashback On

— Rúben, eu odeio surpresas e tu sabes disso

— Desta tu vais gostar, eu garanto-te


Seguro a mão dele com mais força, enquanto ele me guia, porque a surpresa dele envolve uma venda nos meus olhos.

— É por que estejas certo, porque se não as coisas vão correr mal para o teu lado

— A Sofia e a tua treinadora garantiram-me que ias gostar, enquanto teoricamente se não gostares a culpa é delas — Paramos de andar finalmente — Pronta?

— Pronta


Ele tira a venda dos meus olhos e eu fico em choque.

— E então?


Ele pergunta e eu ainda não tenho palavras para responder. Olho para ele e depois volto a olhar para o chão à minha frente. O Rúben utilizou as penas do Badmínton para escrever uma frase, uma pergunta.

— É agora que respondes à minha pergunta — Ele aproxima-se e sussurra no meu ouvido — Aceitas namorar comigo?

— Rúben Gato Dias, tu continuas a surpreender-me, mesmo quando eu acho que é impossível surpreenderes-me de novo — Viro-me para ele — É claro que eu aceito namorar contigo!

Flashback Off


Flashback On

— Amor! Cheguei! — Chamo o Rúben, ao chegar a casa mais cedo — Rúben?


Continuo a chamá-lo, andando pela casa, até ouvir o barulho do chuveiro e perceber a razão dele não me responder. Pelo horário, ele deve ter chegado agora do treino e está no banho.

Entro no nosso quarto, com a ideia de o surpreender na casa de banho, mas paro ao ver uma pequena caixa vermelha em cima da cabeceira do lado dele. Aproximo-me, sem pensar, e abro a caixa e quase a deixo cair com a surpresa... Um anel.

— Eu sabia que devia ter pedido ao Bernardo para guardar isso na casa dele — Viro-me para trás, ainda com a caixa na mão e vejo o Rúben acabado de sair de banho, apenas com uma toalha presa na cintura — Tu e a tua curiosidade vão obrigar-me a acelerar ainda mais os meus planos

— Rúben... — É a única coisa que consigo dizer, enquanto ele tira a caixa das minhas mãos

— Eu passei por esta joelharia, há uns dias, e este bendito anel chamou-me para o comprar. Eu sabia que era a tua cara, então comprei e resolvi guardar para o momento certo. Tenho pensado no bendito anel todos os dias, então resolvi adiantar os meus planos, ainda mais agora que já o viste — Ele ajoelha-se, mesmo só de toalha, o que me faz rir, já com lágrimas nos olhos — O teu pai vai adorar saber que fiz isto apenas de toalha...

— Rúben, faz a pergunta de uma vez

— Mariana Ferreira, aceitas casar-te comigo e aturar-me para o resto da tua vida?

— Claro que sim


Ele coloca o anel no meu dedo e eu puxo-o para um beijo.

— Lembra-te de também não contares esta próxima parte ao meu pai... — Digo enquanto o puxo para outro beijo, ao mesmo tempo, que puxo a toalha da sua cintura

Flashback Off


Flashback On

— Mariana? Demoras muito? Estás aí há muito tempo...

— Só um segundo, amor


Olho para o teste de gravidez positivo na minha mão. O que eu faço? Conto-lhe já? Ou espero e preparo uma surpresa?

Ouço outra batida na porta e decido acabar com a ansiedade, até porque eu nunca conseguiria guardar este segredo por muito tempo.

— Amor, podes chegar aqui — Chamo o Rúben

— Claro — Ele entra — O que se passa? Estás bem?

— Eu estou... Eu não sei como eu estou — Entrego-lhe o teste — O que se passa é isto

— Isto? — Ele olha para o teste, um pouco confuso

— Eu estou grávida, Rúben


Olho para ele, à espera de uma reação ao que acabei de lhe contar. Ele continua a olhar para mim e para o teste na sua mão.

— Rúben? Diz alguma coisa

— Acreditas em mim, se eu te disser que sonhei contigo grávida? Contigo grávida de uma menina?

— A sério? — Um peso saí de cima de mim, quando ele confirma — Então estás feliz?

— Estou muito feliz! Vou ser pai! — Ele grita, pega-me e roda-me — Vou ser pai!!

— Nós vamos ser uma família

— Nós já somos uma família, ela só vai aumentar

— Uma menina? Tal como tu sonhaste? — Pergunto, com um sorriso no rosto

— Uma menina seria maravilhoso. Uma mini Mariana para eu ensinar a jogar futebol e proteger dos rapazes

— Meu futuro papá — Abraço-o

Flashback Off


Flashback On

— Eu nem sei mais o que dizer! Vocês chegaram tão perto da perfeição hoje, a todos os níveis. A única sorte do Real Madrid hoje é terem o Courtois, se não teria sido muito pior para eles. Erling, de novo, a sorte deles foi terem um dos melhores guarda-redes do mundo, se não terias marcado pelo menos 3. Bernardo, tu és sempre maravilhoso, mas hoje deixaste-me de boca aberta no melhor sentido, dá orgulho ser português, tal como tu. Manu, tu e o resto da defesa... Só tenham cuidado ao tirar Benzema, o Vini e o Rodrygo do bolso. Julian, eu não tenho palavras para ti, o teu talento é tanto que bastaram uns 3 minutos para marcares um golo.

— Tantos elogios! Obrigada Mariana — O Bernardo ri e abraça-me

— Só me esqueci de dizer algo

— O quê? — O Ederson questiona

— O meu marido foi muito melhor que vocês todos juntos — Eu ando até ao Rúben e beijo-o, com risadas de fundo — A única coisa que podem fazer é lidar com a mais pura verdade

Flashback Off


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— Mariana? Estás bem?


A primeira coisa que ouço quando acordo é a voz do Ivan ao meu lado. O meu olhar percorre o cómodo onde estou, até perceber que estou num quarto de hospital. Volto a olhar para o Ivan e consigo lembrar-me da primeira vez que o conheci, no rosto bobo que tinha no rosto quando pegou na sobrinha pela primeira vez...

Mas o mais importante agora é o Rúben, não eu.

— Vocês devem querer matar-nos do coração, a mim, aos meus pais, aos teus pais... — Olho para ele com um sorriso — Estás bem? Consegues explicar-me o que aconteceu?

— Eu estou bem — Levanto-me da cama onde estou, devagar — Como está o Rúben? Eu preciso de falar com ele

— Ele está bem, os médicos dizem que está tudo bem. Só precisamos de esperar que ele acorde e refazer os exames para confirmar.

— Eu quero vê-lo, mesmo que ele esteja a dormir

— Tudo bem


O Ivan ajuda-me a levantar e os dois andamos até ao quarto do Rúben. Segundo a enfermeira, o horário de visitas já terminou, mas ela entendeu a minha situação e até porque foi ela que me ajudou quando eu desmaiei. Ela abre a porta do quarto, eu entro e os dois deixam-me sozinha com ele.

Sento-me na cama e seguro a sua mão.

— Parece que foi preciso apanhar um susto, para relembrar-me do meu marido gostoso. Ainda não contei a ninguém, nem sequer ao Ivan que me trouxe até aqui. Mesmo a dormir, tinhas de ser o primeiro a saber... Talvez assim, desistas de pedir o divórcio, porque eu com certeza não consigo viver sem ti — Olho para o seu rosto e ajeito o seu cabelo, que está colado à testa. Solto um sorriso — Eu adoro o teu cabelo assim, ambos sabemos disso e mesmo assim vais cortá-lo. E ambos também sabemos que irás questionar-me, para teres a certeza que eu me lembrei, detalhes que só eu poderia saber. Questiona-me o quanto quiseres, eu vou responder a cada pergunta.


Levanto-me, para o deixar descansar mais um pouco mais. Aproximo-me e deixo um beijo na sua testa, os preferidos dele. Ando até à porta, mas antes de sair, decido relembrá-lo que ele não ouve de mim desde o meu acidente.

— Eu amo-te, bonitão, não te esqueças disso!


Abro a porta, mas os meus movimentos param ao ouvir uma voz baixa, atrás de mim.

— O que foi que me chamaste? — Viro-me e vejo o Rúben acordado

— Bonitão...

— Tu...? — Olho-o nos olhos, com um sorriso bobo no rosto

— O que achas, bonitão? — Volto a aproximar-me dele — Testa-me

— Quanto dinheiro deste à Sofia, quando eu te convidei para um encontro?

— 50 euros, convidaste-me dentro do espaço de 3 semanas que ela apostou

— Qual foi a tua regra que quebraste no nosso primeiro encontro?

— Em teoria, nenhuma. Eu disse que não beijava no primeiro encontro e nós só nos beijamos após eu ter iniciado o segundo encontro.

— Onde me contaste que estavas grávida da Francisca?

— No último dia da nossa lua de mel, dentro da casa de banho do quarto onde estávamos. Sonhaste com uma menina, uma mini Mariana, para ensinares a jogar futebol e para afastar os rapazes dela.

— O que disseste para o Akanji após o nosso jogo contra o Real Madrid, em 2023?

— "Manu, tu e o resto da defesa... Só tenham cuidado ao tirar Benzema, o Vini e o Rodrygo do bolso"

— E o que eu sussurrei no teu ouvido, quando o teu pai te entregou a mim no altar? — Pela expressão dele, ele já tem a certeza só pelo 'bonitão' e pelas duas primeiras perguntas, mas continua a fazer perguntas para lhe dar um alívio ainda maior

— "Eu vou parar ao inferno com os pensamentos que estou a ter contigo nesse vestido. Mas com as coisas que vou fazer contigo, hoje, naquele quarto de hotel, vou para o inferno feliz e realizado"


Então termino de o citar, sento-me na cama e volto a segurar. Quando termino a frase, uma lágrima solitária caí pela sua face, mas não tenho tempo de fazer algo, porque ele puxa-me para um abraço.

— Pensei que este dia nunca chegaria... — Sussurra — Deveria ter levado uma cotovelada na cabeça há mais tempo

— Não digas isso nem a brincar — Rimos — Ficamos todos preocupados contigo

— Eu estou bem

— É tão bom ouvir isso... — Sento-me na cama — Tenho de avisar o médico e as nossas famílias que acordaste

— Ainda não — Ele puxa-me de novo, fazendo-me apoiar a minha cabeça no seu peito — Deixa-me aproveitar a minha mulher, agora que ela se lembra de mim

— Não te preocupes, assim que for possível, tiramos uma semana de férias só para nós — Olho para a porta e decido contar ao Rúben — Só mais uma coisa...

— O que se passa?

— Eu desmaiei assim que chegamos ao hospital, o meu corpo não deve ter aguentado com tantas memórias — Interrompo-o, antes que ele possa dizer algo e começar a preocupar-se — E antes que perguntes, eu estou bem

— Tens a certeza?

— O meu único problema é a grande saudade dos teus beijos

— Então deixa-me resolver esse problema, minha querida esposa


Os seus lábios encontram os meus e um grande alívio atinge-me... Como eu senti falta disso! 


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— Eu preciso de avisar o Rúben, sua teimosa!

— Vocês vão ficar quietos — Respiro fundo — Tu achas mesmo que eu vou permitir que ele se desconcentre num dos jogos mais importante da vida dele? Eu aguento o tempo que for preciso

— Mariana, tu estás em trabalho de parto

— E o Rúben está a jogar a final do Europeu e nós estamos a ganhar — Paro para respirar — 10 minutos e somos campeões!

— Tu é que sabes — O Ivan cala-se, mas levanta-se na mesma — Mesmo assim, vou tentar achar um médico da equipa médica para ver como estás

— Desde que a notícia não chegue ao Rúben, faz o que quiseres


Enquanto o Ivan desaparece pela porta, acompanhado pela minha mãe e pela sogra, eu sento-me numa das cadeiras e respiro fundo a cada contração.

Por mais que pareça teimosia da minha parte, eu sei o que estou a fazer. O Rúben sempre teve o sonho de ganhar algo por Portugal, pela sua seleção, então eu não vou dizer nada até o jogo acabar e nós ganharmos. Não é o meu primeiro parto e eu consigo aguentar mais uns minutos, só preciso que o nosso mini Rúben desfrute da barriga da mãe por mais um pouco.


10 minutos depois

O árbitro apita e é oficial, somos oficialmente campeões da Europa, de novo. As teimosas das nossas famílias mandam o Ivan e o Rafa, que viajou para ver a final, atrás de qualquer um que os ajudasse, para a notícia chegar ao Rúben. Enquanto isso, eu sou levada para uma das enfermarias do Estádio, porque o bebé está em posição para nascer e não há tempo para ir para o hospital.

Não sei quando tempo passou, devido às dores, mas sinto um alívio quando ouço a voz do Rúben.

— Devias ter ido para o hospital... — Ele segura a minha mão — E deviam ter-me avisado

— Claro que não. Tu fizeste milagres naqueles minutos finais, sem ti poderia ter sido diferente e a médica disse-me que ainda não estava na hora

— Tu és tão teimosa — Ele coloca a outra mão na minha barriga e sussurra para a barriga — A tua mãe é muito teimosa, meu filho

— Vamos tirar esse campeão daí? — A médica daí

— Vamos a isso


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m.a.r.i.a.n.a & rubendias: Bem-vindo Lucas! 



Mais um imagine do Rúben, a parte 2 do último que postei dele. 

Espero que esta pausa internacional ajude o Benfica a voltar ao eixos e traga a confiança necessária ao City para esmagar o Arsenal. Devo admitir que foi muito bom ver o Gyökeres no bolso do Rúben. 

Para quem não viu ou não fez o seu pedido, podem voltar ao capítulo anterior, que diz especial Maratona e fazer 2 pedidos baseados na tropes disponíveis.



Espero que gostem!

Não se esqueçam de votar e de comentar, qualquer coisa! 

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