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OO2 ── a dor de perder alguém

O vento frio entrava pela janela lateral, mesmo que uma das criadas tenha fechado e acendido a lareira do quarto de Tatiana, ele não era grande, mas tinha luxos que ela não possuía em casa, típico dos adornos da corte, pelo menos a deixava confortável quando resolvia se isolar e tinha uma visão para o jardim, conseguia ver seu irmão treinando espadas com o príncipe Aemond, já que Aegon observava os dois e fazia algumas gracinhas, Tatia não gostava dele, para um segundo filho do rei ela sentia que ele deveria ser mais responsável, não importava se haviam três de seus sobrinhos a sua frente na caminhada para o trono.

O que também era comum para a jovem Blackwood era acordar no meio da noite, remexendo na cama, as cobertas coçam ou talvez fosse saudade de dormir entre os pais quando estava com medo, Tatiana não chorava desde que os dois tinham partido, ela achava que chorar era abrir espaço para Tristane ver que ela precisava de proteção, precisava dele, ela vivia o afastando, parte dela entendia porque ele se aproximou dos outros príncipes, ele não lidava bem com a solidão, não como ela.

A medida que o vento batia nas paredes o eco poderia ser ouvido, passando por entre às portas, Tatia se perguntava se mais alguém estava acordado como ela ou se apenas tinham dormido, ela olhou o jardim, pendurada na janela, não pensou em se jogar, não, lembrava das janelas de sua própria casa, quanto tempo levariam para poder voltar? Ela via os guardas em ronda, parecia muito cansativo, sua mente ativa em meio a noite só queria uma distração e naquele momento a biblioteca não pareceu tão ruim.

Ela só queria um refúgio temporário, de pés descalços, agasalhos sob os ombros e um candelabro pequeno em mãos ela caminhava pelos corredores, viu dois guardas, evitou encará-los nos olhos, quando passou pela brecha da porta da biblioteca a sua cabeça não pensava que encontraria alguém por lá, mas via algumas luzes entre as prateleiras, pensou nos meistres de início, um deles com certeza a daria uma bronca, mas debruçado sob uma das mesas cercado de livros encontrou o príncipe Aemond.

— Perdeu o sono também? — Ele nem tirou os olhos do que lia. — Não deveria andar sozinha pelo castelo.

— Você andou. — Ela rebateu, aproximando de uma prateleira e puxando um livro. — É perigoso por não ser minha casa?

— É perigoso, pois é a Fortaleza Vermelha. — Ele a encarou pela primeira vez. — Pessoas estranhas andam por aí às vezes, algumas delas usam armaduras e gostam de menininhas.

Tatiana sentia os dedos formigarem, Aemond parecia alertar ela de algo que normalmente deixaria passar, no alto de seus 9 anos praticamente recém-completos, ela não tinha medo de muitas coisas, mas aquilo a fez se arrepiar, como uma dor de cabeça estranha. O jovem príncipe não se importava com muitas coisas ou pessoas, tinha 12 anos e uma seriedade que não era comum em seus irmãos, mas ele via coisas e ouvia outras, não é como se ele se preocupasse com ela como fazia com Helaena, mas o fez daquela vez.

Ela continuou ali parada, o encarando com o candelabro em mãos, o príncipe trincou os dentes impaciente e se afastou no banco, talvez dando um espaço para ela, num ato silencioso ela colocou o objeto que tinha em mãos sob a mesa, suspirando, Aemond tinha trago tantos livros que ela não se importou em puxar um deles, um pequeno de capa escura, o colocando aberto sob a mesa, parecia em um idioma diferente.

— É Alto Valiriano. — Ele nem sequer a olhou. — Você não vai entender.

— Seu irmão sabe ler isso? — Ela perguntou, pelo tom era claro falava de Aegon.

— Um pouco, Helaena é melhor que ele nisso, que nós dois. — O príncipe olhou na direção dela por breve. — Daeron prefere as espadas, mas ele está em Vila Velha agora, Aegon tem outros interesses.

— Se ele sabe um pouco, não deve ser difícil. — Ela olhou as letras, não era muito de estudar também, mas não podia ser pior que ele. — Ainda quero saber o que ele tem de tão admirável para o meu irmão viver atrás dele.

— Talvez seja uma válvula de escape. — Aemond parou e a olhou. — Ouvi a princesa Rhaenyra falar com o rei sobre seus pais, meus pêsames.

Tatia olhou na direção a folha, não costumava falar dos pais com ninguém, mas Aemond tinha razão em certo ponto, Tristane e ela se afastaram nos últimos tempos, não que fossem extremamente unidos, mas depois que vieram para a capital eles estavam mais afastados do que nunca, de uma forma que ela não conseguia entender bem, mas pouco se viam, menos ainda se falavam, não conversaram hora nenhuma sobre como se sentiam, eram crianças não?

— Por que você está raramente com os outros no fosso? — Ela mudou o foco e viu Aemond fechar o livro. — Você não tem um dragão, não é?

— Isso não é da sua conta. — Ele resmungou saindo de perto dela, já tinha ficado tempo demais fora da cama. 

— Eu sei como é se sentir sozinha. — Ela falou e ele parou. — Imensamente, como se não me encaixasse, meus tios acham que por eu ser jovem não entenda a tristeza do "não ter".

— O que você sabe sobre não ter um dragão? — O príncipe se virou para ela. — Você não é uma Targaryen.

— Eu também ouço conversas quando não devo. — Ela deu de ombros, pegando um livro de alto valiriano. — Ouvi sua mãe falando sobre seu ovo não ter chocado. Meus pêsames.

— É só um dragão, existem outros. — O loiro só não sabia onde. — Não há outros de seus pais.

— Eu sei, por isso o vazio. — Ela ponderou, apertando o livro a frente do corpo. — Boa noite, Aemond.

— Boa noite ... — Ele respondeu a deixando sozinha.

Tatia passaria o resto da noite e várias outras, enfiada com aquele livro de Alto Valiriano tentando entender alguma coisa sozinha, não acontecia com frequência, ela tinha mais dúvidas do que qualquer outra coisa, o fato de terem a obrigado a ir em aulas de etiqueta só piorava as coisas mais ainda, ela não gostava daquilo, queria atirar em algo lá fora, mas isso era um privilégio dado aos meninos, como a Aegon e Tristane que estavam agora.

Dessa vez o jovem Blackwood brandia as espadas contra um guarda muito mais velho que ele, mas ele tinha habilidade, o príncipe Aegon via isso, gostava mais de beber do que de se meter em treinamentos, Aemond vez ou outra se saía melhor e tinha certeza que Daeron voltaria de Vila Velha melhor que os dois, mas ele fingia bem, fingia tanto que tinha aprendido os sinais para tornar mais realista quando estava só de saco cheio, então ele reconhecia, como aquilo, quando via alguém lutando com raiva, seus olhos se arregalaram por breve ao ver Tristane cair no chão e se levantar indo para cima do guarda, mas o homem vacilou, dando dois passos atrás.

— Acho que está na hora da gente fazer uma pausa. — Aegon riu, jogando a espada em um monte de outras.

— Você mal treinou. — Tristane rosnou. Ele tinha uma aura pesada, Aegon já havia notado, sempre parecia ter um corvo os observando quando Tris estava no ambiente, o príncipe havia notado, como um que estava sob uma das torres menores que circulavam o pátio. — E já quer parar?

— Estava falando por você. — Aegon ponderou. — Vai devagar.

— Não preciso de seus conselhos, alteza. —  Tristan passou por ele, Aegon pressionou os lábios, já estava acostumado com as grosserias das pessoas com ele. — Quer dizer ... Desculpe. 

— Dá para ver na sua cara que algo não está bem. — Aegon não se importava com muita gente, mas Tristane era um cara legal, então ele bateu duas vezes no ombro dele. — É sobre ... Seus pais? Sua irmã também é estranha, esgueirando pelos corredores do castelo como um espírito. Como estão lidando com isso?

— Sem querer ofender... — Tris afastou a mão dele. — Mas deixe-nos em paz, alteza. Não é da vossa conta, são assuntos de família.

— Minha mãe ainda chora pela mãe dela. — Aegon deu de ombros, às vezes espiava Alicent. — Acho que é uma dor que nunca passa, vocês deveriam se apoiar.

— E você não se meter na minha vida. — Tristan passou por ele batendo no ombro de Aegon.

Nas semanas seguintes Tatiana só tinha um hiperfoco, o livro que tinha pego na biblioteca naquela noite que topou com Aemond, as amas ficavam mais tranquilas, era menos uma criança se metendo em confusão e mais uma estudando, Helaena até mesmo ajudou Tatiana em uma ocasião, mas a mania de se isolar era constante, enquanto todos estavam no jantar ela se escondia no quarto, quando corriam no pátio ela ia para biblioteca, quando saíam para o fosso dos dragões ela ia para os jardins como agora.

Ela estava deitada de barriga para baixo, olhando para o livro, já havia passado a maioria dele, mas ela voltava e lia de novo, quando estava na biblioteca usava a pena e o tinteiro para riscar palavras que ela não entendia, em lugares como aquele ela só dobrava as páginas enquanto se entretia, pelo menos não estava atirando em algo com um arco, seu avô gostaria de saber que ela se interessava por algo menos selvagem.

— Você riscou um dos livros do meistre Fahrein? — Uma voz chamou a atenção dela e a sombra se projetou sob o livro. — Esse é o Reconto da Queda de Valíria?

— Sim, é. — Ela olha para ele, Jace estava todo sujo, o cabelo bagunçado e chamuscado. — Não conte a ele.

— É um segredo? — Ele viu o rosto dela, estava vermelho, o papel do livro um pouco manchado. — Você estava chorando?

— Não. — Ela se sentou, trazendo o livro consigo. — Só dói os olhos ler aqui fora.

— Eu sei quando alguém chora. — Ele continuou lá de pé. — Minha mãe disse que você é triste as vezes, está triste agora?

Os olhos verde azulados de Tatia miraram Jace, ela não tinha os típicos olhos Blackwood, pretos que nem dava para ver as íris, ela tinha os olhos da mãe, quando ela chorava parecia maiores ainda, mas toda vez que ela começava a leitura sentia que os olhos ardiam, lembrava dela brigando consigo para prestara a atenção nas tarefas ou de passar horas com a mãe lendo o livro de contos que o lord Arryn tinha a dado de presente.

— Não sei. — Ela abraçou o livro, se sentando, baixando um pouco a guarda. — Não conta que me viu chorando.

— Eu sei como é estar triste também. — A mente dele se lembrava de Harwin. — Acho que a mamãe também sabe, por isso ela se preocupa com você, a vovó morreu a alguns anos.

— Ela deve me achar boba. — Os olhos de Tatiana seguiam Jace se sentando perto dela. — Me fez fazer muitas aulas recentemente.

— Acho que ela te entende. — Ele deu de ombros, sentia falta de Harwin, mas era complicado. — Não quer que você fique sozinha, não precisa ficar.

Ele colocou a mão sob a dela, havia visto as pessoas fazerem aquilo com Rhaenyra quando Harwin se foi, principalmente Sir. Erryk, que era amigo de ambos, Laenor tinha uma visão um pouco mais distante do que era consolar alguém, então Jace passou a replicar, Luke também mesmo sem entender, o que era confortar alguém, ele era jovem, mas observador, a dor não ia embora, mas a solidão não era necessária.

— Sinto falta de como a minha família era. — Ela apertava os dedos dele sem perceber. — Da mesa cheia, das risadas, de dormir com meus pais quando chovia, aqui é vazio, distante.

— Você pode dormir na minha cama se tiver com medo. — Ele riu ponderando a cabeça. — O Luke faz isso, mas um dia ele fez xixi na minha cama e a mamãe achou que tinha sido eu, mas acho que você não faria isso.

— Claro que não, eca. — Ela fez uma cara de nojo e ele riu dela. — Mas não sei, só queria minha família de volta.

— Nós vamos visitar meus avós em breve, em Driftmark, conhece? — Ele a encarou, esperando que ela o olhasse. — Lá é quente e agradável, tem uma paisagem bonita, nossas primas Baela, Rhaena e Maella estão vivem lá.

— Parece um lugar bonito. — Ela o olhou, seus olhos formaram lágrimas sem perceber. — Você podia me escrever de lá e contar como estão sendo esses dias.

— Porque não vem conosco? — Ele chama animado.

Tatia sabia que seu avô a queria longe dos problemas, queria seguindo na linha, pronta para a hora que voltariam para casa, ela também sabia que Tristane ficaria sozinho ali, mas ele não parecia se importar em manter longe dela, muito pelo contrário. Parte dela se sentia atraída pela ideia de trocar o vazio de King's Landing por alguma outra coisa e os olhos castanho médio de Jace pareciam quase brilhar com o pedido.

— Eu não sei ... — Ela hesitava, puxando a mão. — Não sei se meu avô deixaria. Não teria espaço para mais uma.

— Eu falo com a mamãe. — Jace riu se virando para ela. — O castelo deles é grande, tem espaço para todo mundo. Só a não ser se você não quiser ir.

— Eu quero. — Ela percebeu logo que falou aquilo rápido demais. — Quer dizer...

— Sair um pouco daqui. — Ele bateu o ombro no dela, ele fedia a queimado. — Eu também quero e então? 

— Ok, eu vou se meu avô deixar. — Ela deu um curto sorriso.

Tatiana não sabia o que Driftmark faria com ela ou como poderia sentir que aquilo a levaria, mas o ar pesado da capital não havia surtido um efeito positivo, parecia mais melancólica do que achava que fosse estar em casa, Jace parecia alguém gentil e Luke também era, muito mais do que Tristane havia sido desde que chegaram lá, ela pensava em escrever para o irmão também, no fim das contas estar com os meninos Velaryon a fazia esquecer o quanto doía estar ali.

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