ㅤㅤ ㅤㅤ XXI. welcome to the pain in the king's heart.
‹ 𓆠⃮ 𝄿ֱ 𝚗𝚘𝚝𝚊𝚜 𝚒𝚗𝚒𝚌𝚒𝚊𝚒𝚜: .meus amores, chegamos na desgraça. esse capítulo vai ser o início do caos e eu amo que agora acabou a paz momentanea que o último capítulo proporcionou. enfim votem de começo e comentem ao longo do capítulo. e sinto mto aos team schmidtKKMKKKKKKKKKK↓֓ ܸ۠命𐄂
de: Ash Afton/Mike Schmid
Por que você
Fez eu te querer?
Por que você
Não me dá nada em troca?
Por que você
Me faz te amar?
Eu disse: Te amo
Você não diz nada de volta
Por que você me deu falsas esperanças?
Por que passou sal nas minhas feridas?
Foi embora e me deixou sangrando, sangrando
Por que sussurrou no escuro
Só pra me deixar na noite?
Agora, o seu silêncio me faz gritar, gritar
para: Brooke Emily
say don't go, TAYLOR SWIFT!
𔖳﹙‣ࣰ𖥣᤺ →𝕨𝕖𝕝𝕔𝕠𝕞𝕖 𝕥𝕠 𝕕𝕠𝕝𝕝𝕙𝕠𝕦𝕤𝕖 ⍰ ׁ ۪
𖥻݁ ⟩ﹴ 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗼𝗿: -𝗌𝗅𝗒𝗍𝗁𝖾𝗉𝗋𝗈𝗇𝗀𝗌 ↑ꞌꞋ̸📑ۛ͟ ⸯ̳
✶ ׅ( A DOR NO CORAÇÃO DO REI )
──۠─᮫֩ ⑇⃫ֳ ៹۠🗒️۪ܺ #𝘤𝘢𝘱. vinte e um ๋⇑ܸ 21 ◹
BROOKE ESTAVA ATÔNICA QUANDO acordou na manhã seguinte. Seu cansaço foi tanto que nem mesmo contou a alguém sua descoberta. Apenas tomou um banho muito quente e nem esperou Michael terminar o dele, o que não foi preciso, já que no meio da noite o que restava do frio pelas cobertas extingiu-se pelo calor de seu corpo atrás do dela. Era muito carente e todas as noites precisava dormir de conchinha com a namorada para não ficar triste.
Ela estranhou o motivo da janela ter amanhecido aberta no frio tão absurdo que fazia na noite e manhã em praticamente todo o país. Para quem dormia com apenas um vestido curto de ceda como pijama, sentiu-se no Alaska enquanto andava até fechar aquela droga.
Moravam num condomínio de elite que o dinheiro os proporcionava. Havia outras mansões vizinhas a sua, porém, ninguém estaria andando em plena oito da manhã numa tempestade de neve. Ali embaixo a temperatura poderia beirar quinze graus negativo. Por isso, estranhou a figura que passou como um vulto por seus olhos.
Lembrava-se ainda de Henry dizer que William estava observando-a quando dormia na casa de Schmidt. Óbvio que a retirada de seus filhos dele, em meios humanos legais, o poderia deixar irritado — não que ela achasse que o homem os queria criar —, assim como toda a felicidade na residência. Óbvio que ele planejava algo, mas ninguém parecia suspeitar de nada. Era muito inteligente, tudo com ele era cruel e sigiloso.
Ao se virar novamente, percebeu, na extensão do quarto, Michael acordado. Sua expressão era tensa por de trás do olhar perdido de sono. Brooke, ainda com frio, nem percebendo o tempo em que ficou parada teorizando, o puxou para debaixo das cobertas, em cima de seu peito desnudo. Ele dormia apenas com uma cueca, em que ela sentia já os efeitos da ereção matinal.
— Não 'tô afim hoje, Brooke. — falou ele antes de qualquer iniciativa da garota.
Ela não entendeu. Michael nunca recusava sexo, podendo estar em qualquer ambiente possível. Percebia rapidamente que havia alguma coisa errado para isso. Brooke colocou a mão em seu peito e sentiu como seu batimento cardíaco estava mais elevado do que o comum.
— Você está com ansiedade. — concluiu ela, preocupada. — O que aconteceu? Sabe que pode conversar comigo, não é?
Ele apenas deu um sorriso leve, ao qual Brooke teve de admirar. Era muito lindo em todas as situações. Michael pegou uma mecha de seu cabelo e colocou atrás de sua orelha.
— Não é nada demais. Pode ficar tranquila, amor. — beijou sua testa e se levantou para ir ao banheiro.
Brooke revirou os olhos. Iria para aquele banheiro agora mesmo. Não deveria ter enrolado tanto, agora tinha que correr o risco de entrar em algum dos outros e ver alguém pelado.
Ela poderia ser vidente.
No banheiro que ficava no fim do corredor, acabou entrando pela porta estar destrancada. Não conseguiu ter a racionalidade de sair quando viu a fumaça de água quente. Olhar para o corpo escultural de Ash, a paralisou. Ele havia acabado de sair do chuveiro e estava secando seus cabelos loiros molhados. Não pode deixar de reparar em tudo: os músculos definidos muito mais do que a última vez que o viu, as pernas também muito melhores, tais como os braços. Aquele garoto só precisava ser tratado. Mesmo se xingando por dentro, ela reparou, por mais tempo do que devia, em seu membro exposto, e só parou quando viu como estava mudando sua forma. Ao retomar o olhar para cima, viu Ash a encarando tão intensamente que a vergonha a quis matá-la. O susto de alguém ter entrado já tinha passado, então restou apenas o tom brincalhão e provocador que havia adquirido em um mês de convivência com Oliver.
— Sei que você adora a visão, e até o gosto — começou, sorrindo como o diabo, o que aumentou o vermelhidão na bochecha de Brooke —, mas se não vai ficar, feche a porta. Está frio e acabei de tomar um banho quente.
Brooke murmurou um rápido desculpa e saiu do banheiro, inspirando e expirando rápido demais. Não deveria ter sentido àquilo, ter olhado por tanto tempo, ter quase cedido a vontade estranha. Não, não podia.
Brooke correu ao primeiro quarto que viu e entrou, dando graças a Deus por ser um pequeno depósito. Deslizou suas costas da porta até o chão, sentindo o início de uma crise existencial. Ela odiava essa droga. Sua mãe poderia ter várias qualidades, mas não queria herdar a alta infidelidade dela. Michael poderia ser um idiota na maior parte do tempo com as pessoas, mas não com ela. Não merecia isso. Estava feliz com ele. Não deveria ter tido qualquer reação a não ser fechar a porta. Não deveria sentir nada daquilo. Não podia. Não podia. Não podia.
Nem percebeu quando a crise existencial se transformou em uma de ansiedade. A fala de Katharina em sua memória, a imagem de Mike descobrindo qualquer ato e descontando a raiva no irmão ou em si mesmo; ela sendo taxada como a maior vagabunda. Não queria nada disso.
Por que foi tão burra de não bater na porta antes? Evitaria não conseguir olhar para nenhum dos gêmeos sem sentir nojo de si mesma.
— Calma, foi uma reação normal. É um homem bonito, literalmente a mesma cara do seu namorado. Isso é normal. — tentava repetir a si mesma para tentar fazer a ansiedade passar, coisa que era difícil. — Você está sendo dramática demais para apenas um olhar...
Tentou contar a respiração. Henry a ensinou essa técnica quando ela teve muitas crises de ansiedade devido a culpa após a morte de Melinda. A ironia era que esse sentimento era tão recorrente nela, que acabou esquecendo-se da mulher que querendo ou não, morreu por sua causa.
Ela tinha pavor de traições porque Michael já havia feito isso com ela quando omitiu a verdade sobre sua irmã, e jurou nunca mais fazer. Não podia fazer isso com ele. Iria dar razão ao seu ciúmes maluco. Não podia ser como Katharina. Não podia machucar os dois em benefício próprio. Não podia ser essa vagabunda. Não podia cometer o mesmo erro.
Foi então, que reprisando sobre a ideia de como sua mãe poderia ter advinhado isso, percebeu finalmente o significado de: "Tudo bem amar os dois. Eu amei". Não queria dizer que podia ficar com os dois e os magoar, mas sima uma previsão. A mulher sabia que uma hora ou outra, a conclusão de que estar vivendo em um triângulo amoroso chegaria, percebendo que gostava de ambos, talvez até amando. O que queria dizer era para a tranquilizar, que as coisas ficariam bem e que estava tudo bem a indecisão, pois tal como ela, conseguiu escolher a opção certa para seu coração e agora, toda a família estava bem.
E ela namorava Michael e era feliz no relacionamento. Já havia escolhido e estava tudo bem.
Estava tudo bem.
— Brooke, está tudo bem? — ela ouviu justamente a voz de Ash, a qual ela conseguia diferenciar da de Mike por sempre haver uma melancolia a mais. — Desculpa por ter falado aquilo, 'tá legal? Foi errado... e...
Brooke pensou que se ela queria continuar plena, sem pensar em mais nenhuma indecisão amorosa ou ter medo de magoar os dois, e si mesma, tinha que agir. Essa situação não poderia se repetir.
Se levantou e abriu a porta. Ash estava com a expressão culpado, lágrimas em seus olhos azuis manchados de preocupação. Sentiu ódio de si mesma pela sua ação seguinte.
— Tudo bem, mas não quero que fale comigo mais. — proferiu e viu o semblante de Ash vacilar enquanto ele se afastava, visivelmente abatido. — Não é nada com você, mas não podemos, mesmo, ser amigos nessa situação. Entendo agora o porquê você ter se afastado.
— Mas eu já me arrependi... — ficou sem jeito. — É... eu iria me desculpar agora por ter sido um idiota e ter parado de falar com você, mas...
Antes de terminar, Brooke se esquivou e seguiu seu caminho ao banheiro onde tudo aconteceu, trancando-se lá, sentindo mais do que nunca raiva de si mesma. Não podia o deixar terminar porque era doloroso demais, para ela e para ele. Ter escolhido a ação que, vista por cima, era o melhor para ambos, foi algo que doia muito. Não conseguia parar de chorar quando ligou o chuveiro. Ash era de longe o melhor garoto que já conheceu e ela havia acabado de destruir seu coração para que tudo ficasse bem futuramente. Tinha que conviver sem seu melhor amigo decretado e por culpa dela.
Como novembro pôde ser tão bom e dezembro tão ruim, apenas começando?
Se ela soubesse do resultado do final daquele dia, teria sido egoísta, ignorante, uma filha da puta novamente. Ela não faria o que fez de novo. E para sempre, em anos depois, Brooke Emily estaria fadada a reviver esse terrível momento. Porque se lembraria em todo momento de como Ash sempre a deu flores e agora Brooke as deixava para morrer. Para sempre voltaria para dezembro. Pensaria em como errou; como ele era bom para ela e fazer a si mesma mudar de ideia.
Depois do banho, desceu para a sala, ainda abalada demais. Viu que teria de ignorar Ash até lá. Estava sentado, isolado até de Theo — ao que Brooke suspeitava ser que tivesse como filho favorito o loiro. Sentia-se cada vez um monstro pior. Não tinha nenhuma saída nesta droga. De qualquer jeito seria uma desgraçada. Essa era a maldição de ser o centro de um triângulo amoroso.
— Toma, prova aqui — ela foi tirada de sua atenção por seu pai, vestido com roupas natalinas mesmo faltando vinte dias para o evento. A casa inteira já estava decorada com árvores e o máximo de enfeites que o homem conseguia achar. Ele adorava o natal por motivos de ser a única época que se lembrava de passar com sua irmã antes dela ir embora e morrer. Agora, oferecia um pequeno biscoito em formato de boneco que estava tentando fazer a horas sendo instruído por Theo.
Brooke deu de ombros e comeu. Foi uma das piores comidas que já havia colocado em sua boca, e nunca pensou que algo com massa pudesse ser tão ruim. Fez um sorriso falso e ergueu um chimite em aprovação. Quando Oliver se virou para se gabar com Katharina, Brooke aproveitou a oportunidade para cuspir o alimento em sua mão. A risada da Respreton, infelizmente, atraiu o olhar do mais velho para a filha, e imediatamente a garota se culpou pela expressão de tristeza nele.
— Achei que você tinha gostado... — disse de cabeça baixa, visivelmente triste, ato irônico pois Oliver era fácil uma das pessoas com maior controle emocional possível, e coisas como isso o fazia parecer uma criança que não recebeu o elogio que queria após fazer um desenho feio. — Não precisava me iludir também.
Quando ele disse isso, imediatamente os olhares de Brooke e Ash encontraram-se. Ela sabia o que ele pensava. Percebeu que seu coração podia sim se afundar mais ainda.
— Eu apenas não queria te magoar — Oliver aceitou isso, porém, Brooke continuou: — Pois as vezes não temos escolhas e fazemos aquilo que numa vastidão de destruição, é a bomba que menos causa estrago. O biscoito era ruim e amargo, mas dizer isso não era algo que eu queria porque nunca quis que ninguém fosse machucado por nada que eu fizesse não intencionalmente... Talvez eu já tivesse comido outro biscoito e isso fez com que este, que me deu, não fosse de bom tom comer porque não faria bem no meu estômago! Seria traição com o primeiro, já que depositei minha confiança nele e ele de que eu gostaria! Eu não posso simplesmente comer o outro biscoito para agradar todos porque isso é impossível! Ou talvez, embora eu tenha dito que foi amargo, seja mentira, e ele ser muito bom, ótimo, mas não com os ingredientes certos, e assim, não seja para mim, porque o primeiro que é, e quero que continue me fazendo bem, porque as vezes, temos que fazer escolhas difíceis que ninguém parece entender!
Brooke falou todo o seu desabafo em analogia de biscoito encarando fixamente Ash, que prestou atenção em cada mísera palavra, parecendo ficar mais triste quanto mais ela falava. Havia uma fina lágrima descendo pelo olho direito de Brooke, ao qual ela limpou, tentando ignorar a vergonha de todos estarem a olhando como se estivesse finalmente enlouquecido.
— Acho que isso não foi sobre o biscoito... — Becky falou ao fundo, e quando notou o peso do desabafo de Brooke, quis logo mudar a temática. — Porque todos sabem que bolacha é o nome correto.
E a discussão que se seguiu abafou o desabafo da garota, algo que agradeceu. Mas Ash e Brooke ainda estavam pensando um no outro e deveria parar urgentemente. Katharina tinha um olhar compreensivo para sua filha. Todos sabiam que ela era quem mais entendia o sentimento dela agora.
— O que acham da gente sair para jantar hoje? — Becky tomou a iniciativa quando Brooke se sentou ao seu lado no sofá minutos após refletir mais e mais. — Nós seis juntos. Talvez possamos achar alguma festa, não sei...
Brooke não queria decepcionar sua amiga, e apesar de a última coisa que queria era estar no mesmo lugar que o outro gêmeo, aceitou.
— Não sei se Michael vai querer ir. Ele está estranho hoje. — falou, estranhando o fato de somente agora o ver descendo as escadas.
— Deixa que eu resolvo isso. — a ruiva afirmou, sorrindo, para então se virar ao gêmeo moreno. — Ô resto de aborto! — por alguma razão, Michael se virou a Becky. — Vamos sair hoje, todo mundo. Vai querer ir?
— Claro — respondeu ele, não muito interessado enquanto pegava uma xícara de café. Brooke conseguiu perceber ainda mais seu estranhamento, o que a deixava irritada pois ele não desabafava com ela. Era obrigada ver seu namorado estranho, sem saber se podia ajudar ou se era sua culpa.
Vanessa foi conversar com Ash ao ver como ele estava estranho, logo percebendo o motivo. O convenceu a aceitar o pedido de Becky. Com sorte, haveria música e bebidas para distrair seu irmão.
— Tomem cuidado. — instruiu Henry depois de tirar seu irmão mais novo da cozinha quando essa quase pegou fogo na última tentativa dos biscoitos com tanta história.
— Não vou deixar nenhum dos seus vários filhos se machucar, tio Henry. — riu Becky, animada.
Todos usavam roupas apopriadas a estação quando a noite chegou. O frio não deixaria que usassem os trajes que quisessem. Varios casacos redigiram seus corpos. Era bom a diferenciar o estilo. Ash e Vanessa não tinham as melhores condições antes de começarem a morar com a atual família. Agora, Theo fez questão de dar um quarto para cada um com um closet enorme em que eles tinham certeza de jamais usarem metade das roupas que estavam lá.
O carro estava em silêncio total. Apenas Becky e Brenda tentavam puxar assunto, mas ninguém estava a fim de conversar, todos demonstrando tensão e presos em lutas internas contra seus próprios demônios internos. Ao chegarem, perceberam que não seria o estilo de festa, e sim comida com uma banda tocando, o que já era ótimo para distrair a mente. Brooke precisava disso.
Quando se sentaram numa mesa em que cabiam seis pessoas, três do lado esquerdo e três do direito, Brooke fez questão de estar no extremo mais distante de Ash na mesa, ato que o irritou e magoou ao mesmo tempo.
— O que vamos pedir? — a Emily questionou querendo que o olhar de Ash sobre ela doesse menos.
— Quero tudo. — sua amiga ruiva respondeu, e de fato, não houve nem a chance dos outros escolherem algo, pois a garota pediu de tudo, enchendo a mesa. — Adoro ter amigos ricos.
Brooke tentou disfarçar desde o ocorrido do banheiro, porém, acabou que era visível a todos sua tristeza. Enquanto remexia em seu prato de comida, ao qual nem sabia o que era, pensava, refletia e se culpava.
— Vou ali no banheiro. — falou Michael passando por Brooke sem nem olhar em sua cara e sumir de sua vista.
Agora ficou paranoica com relação ao seu namorado. Que tipo de problema ele agora enfrentava para que nem reparasse nela? Ontem estava bem e hoje, respondia todas as perguntas e assuntos com secura. Tentou não ficar magoada porque poderia ter problemas maiores que os seus, mas Mike nem notar que estava mal, quando todas suas amigas e parentes vieram mais cedo questionar porque demonstrava estar tão diferente, a magoou um pouco.
— Brooke, pode me passar o sal? — questionou Ash a tirando de sua zona de tormento mental. Brooke era quem estava mais próxima do tempero, porém, ele poderia ter pedido a Brenda, cuja distância seria a mesma. Não entendeu qual era a dele quando ela mesmo já havia deixado as coisas claro. — A carne está sem gosto. Pode me passar o sal?
Sua repetição e desculpa irritaram a Emily. Ela não moveu um músculos para pegar o objeto, o encarando, tentando decifrar o que o garoto queria com aquilo. Os dois trocavam olhares de tanta amargura, desprezo, tristeza e ressentimento que Becky impediu sua namorada de pegar o tempero, sabendo muito bem que aquilo não mais se tratava de sal.
— Entendi. — ele abaixou sua cabeça, e pareceu que choraria, mas apenas retirou dinheiro de sua carteira e deixou na mesa, levantando-se em seguida. — Perdi a fome.
Vanessa o iria seguir, porém o olhar de Becky a parou.
— Vai falar com ele. — mandou a Brooke. A garota nem tentou discutir. Poucas vezes via seriedade no olhar de sua amiga, e se essa era uma dessas, não iria ser louca de desobedecer, embora estivesse entrando em uma luta que valia sua dignidade e orgulho.
Brooke não esperava que Ash pudesse ser tão rápido para fugir de seu campo de visão assim, porém ele foi. Não o achava em lugar algum, até ver no fim de um beco, uma fumaça subindo. Não pôde acreditar quando o viu fumando, sozinho, parecendo nem ligar para mais nada.
— Isso é maconha — observou pelo cheiro quando chegou finalmente. — Você está usando coisas ilicitas agora só por que do que disse?
Ash tinha um olhar sarcástico quando as iris azuis puderam finalmente encarar a garota.
— Por que está vindo aqui fingindo que se importa comigo?
Mágoa e dor. Isso ela pode sentir na entonação de sua voz assim que a ouviu.
— Mas eu me importo com você... — suspirou quando ele não se aguentou e riu. — Você sabe que eu namoro o seu irmão! Que mais você quer de mim?
— Quero minha amiga de volta. — falou em tom áspero dando outra tragada em seu cigarro. — Queria a Brooke que quando me viu para baixo por conta da minha autoestima disse que eu era o rei de seu coração. Queria a Brooke que cuidou de Abby por livre e espontânea vontade e deu um dos melhores dias da vida para minha irmã.
— Fala como se não fosse você o primeiro a se afastar. — acusou.
— Não sei se sabe, mas seu namorado e meu irmão é tóxico com ciumes. Estava apenas preservando de apanhar, e além do mais, eu não tinha tempo para isso.
— O que quer dizer com isso?
— Não sei se sabe, porque nunca contei, mas meu sonho desde criança é ser médico. — ela se surpreendeu. — Por isso eu me esforço tanto para ter as melhores notas; estudo no melhor colégio e mesmo querendo, não bato em ninguém que me faz bullying para não manchar meu currículo. A última semana foram as provas finais e isso decidiria se eu conseguiria entrar na faculdade. Eu consegui. Princeton me mandou uma carta comprovando minha solicitação, e, sabe... era meu sonho de infância, ao qual lembro de minha mãe me incentivando antes de enlouquecer, minha chance de dar uma vida melhor a Abby. E hoje, quando anos depois, consegui com todo esse esforço, foi o pior dia de toda a minha vida.
Brooke, em toda sua existência, se sentiu tão horrível, como se fosse a pior pessoa de todo o mundo. Ash não pôde aguentar segurar e desabou, escorrendo pelo chão e começando a chorar de forma além da natural, tentando esconder seu rosto entre as mãos.
— Por que v-você tinha... que me destruir tanto? O que... eu fiz para você que merecia... i-isso? — ele perguntava entre soluços. Brooke nem percebeu quando ela também começou a chorar. — Eu nunca achei que tivesse qualquer chance que fosse com você. Eu não sou burro, sei onde é o meu lugar apesar de sua ilusão de "Rei do meu coração". Mas precisava mesmo me machucar tanto?
— Eu nunca quis isso! — ela tentou, se abaixando e tentando colocar a mão sobre seu rosto que estava quente pelas lágrimas, o que só sinalizava que eram muitas presas por conta do frio que não deixaria essa tempertura em circunstâncias normais.
— Nunca quis mas fazia! — exclamou, quase em um berro regido por lágrimas de desespero. — Você acha que eu sou o quê para resistir aos seus toques, seu beijo, e seus atos para atiçar meu irmão, sem que eu mesmo me apaixonasse?!
Ela sabia que Ash era apaixonado por ela, mas não fez com que se sentisse pior ouvindo de sua boca. Eram duas pessoas chorando num beco, completamente quebradas.
— Quando eu disse para não falar comigo mais, eu só queria seguir em frente e parar de gostar de você também. — revelou, fazendo o garoto parar de chorar momentaneamemte para escutar melhorar. — Eu não quero ser uma filha da puta que magoa duas pessoas porque é indecisa... achei que se eu dissesse aquilo, seria apenas dois coração partido ao invés de três. Eu não queria mesmo gostar de você, mas não controlei. Talvez eu gostasse desde que você me deixou dormir na sua casa para não ter que voltar a minha. Eu não sei, apenas de que o que sinto vai mais do que atração, e eu não posso fazer isso com Michael. Me desculpa, mas não vou retirar o que disse mais cedo... Não podemos.
— Me iludiu de novo. — Ash gargalhou enquanto chorava, desacreditado no que havia acabado de ouvir. — Chega, eu não aguento mais essa merda!
Ele se levantou tão rápido que Brooke não teve tempo de assimilar sua próxima frase:
— Não posso mais ficar na mesma casa que você e não vou pedir a ninguém para se mudar por mim ou comigo. — Brooke não entendeu. — Amanhã cedo vou pegar a Abby e voltar a minha casa. Como você quer, não vou mais falar com você. Mas espero que de verdade, nunca mais apareça na minha frente novamente. Já que escolheu Michael, espero que tenha uma vida feliz com ele, porém, quando ele quebrar o seu coração, o que sei que vai, a minha porta estará trancada para você. Eu não sou nenhum brinquedo para ser segunda opção de ninguém! Vou achar, em algum momento, alguém que me mereça e espero que essa pessoa não me machuque tanto quanto você fez comigo, porque não sei se aguentaria isso de novo...
Quando disse aquilo, Ash estava rezando para que Brooke dissesse para ele não ir. Não era uma ideia que ele estava a fim de cumprir, mas o faria se não restasse outra opção.
A única reação que Brooke pôde ter foi chorar. Se sentiu tão mal que não se importou de fazer isso na frente de Ash. Seus soluços tornaram-se altos e incontroláveis. Ash abaixou-se, e ainda chorando, abraçou a garota que era apaixonado.
— Por favor... não vá! — ela pediu, fazendo exatamente o que ele queria mentalmente. — Eu sei que te machuca, porque também me machuca... mas eu não consigo. Você em tão pouco tempo foi muito incrível e não quero te perder. Não quero virar um fantasma de sua vida e só te ver por fotografia.
— Mas isso vai fazer mal a todos nós. Michael também. — avisou ele, tentando achar soluções para as perguntas que nem mesmo Brooke tinha.
A garota apenas chorou mais. Pensou que matando Aquiel, estaria livre de toda maldição e poderia ser feliz. Isso não era possível mais. Para sempre seria atormentada por tantos males que não poderia contar.
— O que você quer, Brooke? — levantou sua mão ate acariciar a bochecha molhada dela.
— Não sei. — foi sincera. — Só sei que posso estar pronta para te ver sem poder tocar, do que simplesmente não te ver. E sei que vai trazer muitas consequências, mas eu te imploro se precisar, e você nunca vai me ouvir implorar nada para um homem... Por favor, não vá...
Ela foi egoísta e sabia disso. Uma das poucas vezes em que pode se permitir ser isso por conta do desespero que tomou conta de seu ser. Em todas as ocasiões, Brooke priorizava outra pessoa, como quando não puniu Mike mesmo que ele tivesse culpa na morte de Charlie e na suposta de Henry. Se em qualquer condição houvesse, por chances iguais, a probabilidade dela ou de alguém que ela gostava de se dar bem, ela escolheria a outra pessoa sem nem pensar. Preferia chorar em arrependimento do que magoar mais a outra pessoa que a si mesmo. Nessa situação, entretanto, foi a única vez que não conseguiu.
— Tudo bem, eu não vou. — ele sorriu a ela, que retribuiu aliviada, mesmo que fosse apenas destruir todos no caminho. — Agora volta lá para dentro. Becky, Brenda e Vanessa estão nos observando agora mesmo. Daqui a pouco eu vou.
Ash beijou a sua testa — a parte mais obscura dela queria aue fosse na boca —, e mais do que nunca Brooke quis que o sentimento romântico entre os dois sumisse porque não podia perder aquela amizade. Se levantou, limpando as lágrimas, vendo como de fato, suas três amigas voltaram rápido ao restaurante.
Olhou mais uma vez para trás e sorriu a Schmidt, antes de finalmente entrar no restaurante.
Becky estava parada a esperando enquanto Vanessa e Brenda conversavam na mesa. A frase que saiu da boca de sua melhor amiga foi algo que jamais esperaria ouvir de alguém tão amena como ela.
— Desculpa dizer isso, mas nem vivendo cem vidas você mereceria aquele garoto.
Olhou em choque a ela. Sua expressão não continha o tom brincalhão de sempre, era um que via quando pedia conselhos a Becky, algo raro pois não gostava de desabafar. Entretanto, não era como se a ruiva a julgasse, pois parecia entender independente do que havia dito.
— Onde está Michael? — ela questionou, colocando outro assunto na mesa que não fosse o visto pelas garotas.
— Ele não voltou. — quando Brenda contou, Brooke levantou a sobracelha. Estranho como estava, sabia que isso não era normal.
— Vai ver que pegou uma doença e morreu, seria do caralho! — disse Becky eufórica.
— Brinca com isso não. — respondeu Brooke, não gostando.
— E quem tá brincando?
— Vou lá procurar ele. — ofereceu-se Vanessa, ignorando Becky.
Brooke sentiu novamente aquele mal pressentimento, como na vez da morte de Charlotte. Ela teria impedido a amiga se a loira não fosse mais rápida e sumisse de sua vista antes que tivesse outra reação.
Becky e Brenda conversavam normalmente, contudo, Brooke não conseguia. Estava inquieta, apreensiva demais em sua cadeira.
Era amaldiçoada a sua intuição sempre estar certa.
Levantou-se quando ouviu barulho alto vindo do lugar onde Vanessa se dirigiu. Ela correu até o banheiro masculino e quando entrou, berrou vendo a quantidade de sangue que lá havia. Quase vomitou, em choque ao ver um braço de um corpo escondido atrás de uma das portas.
A roupa que nele havia, era de Michael. O sangue todo via dele.
Antes que pudesse correr até lá para prestar ajuda, se caso houvesse possibilidade, a porta do banheiro feminino se abriu e Brooke apenas caiu no chão com o peso sendo jogado em cima dela. Sua mão e todo seu corpo encheu-se com o líquido vermelho a ponto de a dar nojo. Ela jogou o corpo ao lado para poder se levantar, arregalando os olhos ao ver o corte grave e fatal na garganta de Vanessa.
Vanessa Afton estava morta, e provavelmente Michael Afton também.
Não pode gritar ou fazer qualquer coisa para tentar ajudar nenhum dos dois, pois da onde o corpo da loira saiu, a figura intimidante de Lorde Death surgiu. Sua máscara prateada brilhou conforme a iluminação e gritos de todos.
Antes que qualquer cliente fugisse do restaurante, o assassino ergueu sua mão direita e todos paralisaram. No movimento seguinte, mais se cinquenta pessoas inocentes tiveram seus pescoços quebrados, com excessão, é claro, de Brooke e seus amigos que restaram.
Limpou sua faca suja do sangue dos Aftons e falou na voz modificada e horrível que jamais poderia advinhar quem era por trás da máscara:
— Pronta para o ato três, Brooke?
‹ 𓆠⃮ 𝄿ֱ 𝚗𝚘𝚝𝚊𝚜 𝚏𝚒𝚗𝚊𝚒𝚜:
I. é fml, acabou a paz, agora é apenas caos, não só para shipp, já que mostrei nesse capítulo que não tenho dó de eliminar personagens da história, e não queria dizer nada, mas mais personagens irão de base até o capítulo 24. Vanessa foi apenas a primeira.
II. deixando os coringamentos de lado, o que acharam do capítulo? depressivo demais né? aposto que os teamafton achavam estar vencendo até se depararem com esse finalKKKKKKKKKKKK. caso ainda não tenham votado, o façam, e comentem suas teorias sobre esse plot twist final. Bejus e até o próximo divos 💋
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