ㅤㅤ ㅤㅤ XII. welcome to lady death.
‹ 𓆠⃮ 𝄿ֱ 𝚗𝚘𝚝𝚊𝚜 𝚒𝚗𝚒𝚌𝚒𝚊𝚒𝚜: ️I. ⚠️ esse capítulo contém gatilho a menções de estupro e violência grave ⚠️ II. por favor, apertem nessa estrelinha maravilinda que não custa nada, e se possível comente ao longo do capítulo. eu atualmente não ligo, mas é péssimo ver alguém que não vota e não comenta nada ir no final e só pedir mais. vejo que muita gente só lê e não vota ou comenta, isso ajuda muito na divulgação para que a história continue crescendo, e óbvio, eu ter motivação para continuar.‹ .↓֓ ܸ۠命𐄂
Mas eu fiquei mais inteligente, fiquei mais forte com o passar do tempo
Querido, eu me levantei dos mortos, faço isto o tempo todo
Tenho uma lista de nomes e o seu está em vermelho, sublinhado
Eu o marco uma vez, e aí marco duas, oh!
Ooh, olha o que você me fez fazer
look what you made me do, TAYLOR SWIFT!
𔖳﹙‣ࣰ𖥣᤺ →𝕨𝕖𝕝𝕔𝕠𝕞𝕖 𝕥𝕠 𝕕𝕠𝕝𝕝𝕙𝕠𝕦𝕤𝕖 ⍰ ׁ ۪
𖥻݁ ⟩ﹴ 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗼𝗿: -𝗌𝗅𝗒𝗍𝗁𝖾𝗉𝗋𝗈𝗇𝗀𝗌 ↑ꞌꞋ̸📑ۛ͟ ⸯ̳
✶ ׅ ゜᮫( SENHORA MORTE ) 𔓐 ⋆ 𔒅
──۠─᮫֩ ⑇⃫ֳ ៹۠🗒️۪ܺ #𝘤𝘢𝘱. doze ๋⇑ܸ 11 ◹
O ÓDIO É O MECANISMO QUE MODIFICA o mundo. É por meio dele que obtemos revoluções históricas, que nós mesmos moldamos nossos seres para que jamais passemos por situações que despertem aquele sentimento que corrói a alma do indivíduo.
Michael Afton sentia tais sentimentos crescendo em seu peito de forma exponencial a mais ou menos um mês. Sua depressão estava mais elevada do que nunca. A culpa era o mais ligante disso tudo. Ainda doía muito lembrar que perdeu o homem que era o mais próximo de pai amoroso, e pior ainda por suas mãos. E o pior, com certeza era ter de enfrentar que Brooke também não estava mais viva.
Ele ficou em torno de uma hora tentando a reanimar quando retirou seu corpo do lago. Não poderia perder ela sem que ao menos explicasse tudo. Infelizmente, não conseguiu. Ainda pegava-se lembrando de como chorou como uma criança sob seu corpo gelado. Brooke morreu achando que ele era um desgraçado que fodeu a sua vida, a traiu e também a odiava. Em partes, estava certa já que se estava sem um pai, isso era por conta dele.
Brooke foi embora sem que ele contasse a história toda, que expressasse o que sentia verdadeiramente por ela. Isso doía muito. Apesar de sempre que tinha oportunidade, fizesse sexo com qualquer um que desse oportunidade — que eram várias porque bem, famoso, rico e atraente era uma combinação rara —, á quem realmente tinha sentimentos, com toda a certeza queria muito mais do que a finalização do episódio no piano.
Ele agora ficava o dia todo deitado na cama, odiando-se por ser tão covarde e nunca falar a sua verdade. Odiava-se por tudo que tivera que fazer, agradecendo agora por seu corpo estar recusando-se a trabalhar mais para William. Mesmo o homem o forçando a vestir novamente aquela roupa e máscara maldita, não conseguia mais executar ninguém. Passava mal assim que vestia, vomitando como se não houvesse amanhã num enjoo intermitente. William começava a se irritar com isso. Entretanto, para a sorte do garoto, seu pai agora focava os esforços em tentar capturar Vanessa.
O telefone começou a tocar incansavelmente para o desprazer do garoto que estava até que contente em reviver detalhe por detalhe de sua miserável existência fracassada. Poderia continuar ignorando se isso não significasse acordar sua irmã mais nova, Elizabeth. Praguejou a todo tipo de entidade quando fora forçado a se levantar e levar o objeto amarelo ao ouvido:
— Quem é? — questionou, já levemente aborrecido.
— Oh, desculpe o incômodo — se irritou mais ainda com a voz. — Sou da escola e minha amiga me passou seu número...
— E para que exatamente? — foi rude. Quem o visse agora riria de que alguém estava querendo flertar consigo. Seu cabelo estava bagunçado, assim como sua roupa que consistia em puro moletom, olheiras gigantescas e caos reverberando sua expressão.
— Não sei... — a pessoa deu um singelo suspiro entre a pausa. — Conversarmos melhor, amigos, e quem sabe, algo a mais?
Michael suspirou olhando ao seu apartamento, pensando se deveria dar continuidade a conversa.
— Desculpa, mas você não é Brooke Emily. — falou, desejando que assim a pessoa se tocasse que não estava a fim de nenhum relacionamento agora.
E realmente achou ter dado certo pois o outro lado ficou mudo por longos segundos tortuosos.
— Brooke Emily? — havia um tom muito forte de surpresa na voz dela. — Nunca imaginei que você gostasse dela.
— Então minha estratégia deu certo. — riu sobre uma eternidade de tristeza que ressoava a ironia na ação. — Ela não está mais viva então não preciso me preocupar em dizer.
Falar aquela frase doeu muito. Ele limpou uma lágrima que queimava sua bochecha. Mesmo que uma semana tenha se passado, a dor de ver a garota morta e tentar a todo custo reanimá-la, apenas para iludir-se nas promessas que fizera no desespero tão nauseante que foi mais aquele trauma.
— Bem... — a pessoa parecia travada na proxima ação, ato que o Afton estranhou. — Já que por conta dela não estar mais aqui, pode falar como se sente sobre ela para mim, que sou uma desconhecida, então não irei te zoar, dependendo do nível...
— A pessoa que você tem uma paixonite falar da dela? — indagou com a sobracelha levantada ao telefone.
— Não sou ciumenta...
Michael riu. Ele acharia muito suspeito se a inteligência fosse um forte seu. No entanto, para ele, era apenas uma garota curiosa que muito provavelmente espalharia para a escola inteira a fofoca, e sinceramente, nem ligava mais.
— Acho que sou apaixonado por ela desde que vi ela arrebentando a cara de uma garota três vezes maior que ela na segunda série porque foi racista com um colega de turma negro. — riu, lembrando-se da cena hilária de uma Brooke em miniatura vencendo a luta contra uma valentona. — Nunca entendi na verdade. Sempre nos viamos em eventos, e mesmo que Henry e meu pai fossem sócios, não tomavamos iniciativa alguma para conversar com o outro. Eu sempre via ela me olhando, na verdade, era mútuo. Não era apenas alucinação da minha parte que, pelo menos no início, fosse correspondido o que sentia. Eu via como nosso encarar era intenso mesmo que não tivessemos trocado uma palavra.
A pessoa não falou nada, então Mike prosseguiu:
— Foi ela que tomou a iniciativa de falar comigo quando tinhamos sete anos, e sim, eu sei que era muita pouca idade para gostar de alguém desse jeito. Não consegui controlar. Foi muito fácil fazer amizade com ela naquela época. Era muito divertida e mesmo que eu, por várias vezes, fosse sem noção, ela me corrigia e explicava que certas coisas não eram certas. Eu amava isso, até quando ela me deu um soco no rosto por eu ter feito uma piada de mal gosto com a melhor amiga dela, Becky. — suspirou, sentindo-se um idiota. — Sei que vai me achar masoquista e tudo mais, mas eu simplesmente gostei dela irritada comigo, e percebi que queria ver mais daquilo. Foi quando nossa amizade começou a tornar-se tóxica por minha causa. Eu sentia que estava construindo alguma tensão de filmes de romance com brigas sem sentido. Acho que me apaixonei mais ainda nessa época.
O outro lado da linha estava mudo. Michael nem ligava se a pessoa estava ouvindo ou não, apenas queria se declarar como se fosse Brooke ali.
— Mas meu pai nunca quis essa amizade. Ele me puniu... — parou, não podia contar sobre essa parte. — Bem, o que restava, eu tive que destruir e só restou raiva em Brooke. Não tinha mais aquele brilho de paixão que antes eu sentia. Ela só me odiava e eu, por outro lado, amava aquela desgraçada. — riu, triste por saber que jamais seria sua naquela vida. — Eu não queria que ela me esquecesse, que fosse apenas uma história de mágoa e raiva, então me tornei mais presente ainda, a irritando sempre que podia. Eu agradeço muito por Henry querer ser próximo de mim e me proteger do meu pai. Várias vezes ele me levava para sua casa e até dormir lá. E eu amava tanto atormentar Brooke durante aquele tempo, e também gostava quando ela retaliava. Sentia que a nossa tensão aumentava cada vez mais.
— Então quer dizer que planejava conquistar a garota sendo uma peste em sua vida? — a garota ainda estava na ligação, embora Mike não pudesse decifrar o tom que ela usava.
— Eu sei bem que estava funcionando. No dia da festa de Misty, a gente quase ficou. — revelou, em um sorriso excitado lembrando-se da emoção daquele momento. — Se as coisas não ruissem tanto, tenho certeza que acabariamos transando vez ou outra até que ela se apaixonasse por mim tanto quanto eternamente serei por ela, e quando tudo ficasse bem, eu poderia ser uma ajuda para impedir que ela fizesse o que fez... Não acho que precisava mais de um namorado do que da família, mas... poderia ao menos prolongar a vida dela, remediar o sofrimento... Se eu não fosse tão babaca com essa história que criei na minha cabeça poderia ter acontecido e estariamos bem, deitados numa cama, abraçados, transando, ou ambos.
O outro lado da ligação podia-se ouvir apenas uma respiração pesada, que aumentou ainda mais a curiosidade de Michael sobre quem era ela.
— E por que nunca contou? — Michael surpreendeu-se pela garota estar mesmo prestando atenção em seu relato.
— Eu sou covarde. — admitiu. — Eu preferia fantasiar que ela já era minha namorada na hora de dormir a noite, assim eu sonhava e ficava feliz apenas com a migalha da minha imaginação para não ter que encarar coisas como declaração ou pedido de namoro que tenho certeza que ela recusaria.
— Tem certeza mesmo? — a insistência dela deixou Michael ligeiramente mais desconfiado. — Quer dizer, você é bonito, e provavelmente sua tentativa de criar uma tensão sexual não tenha falhado...
— Nunca poderei saber... — finalizou, suspirando mais uma vez, não conseguindo resistir em chorar mais ainda. Estava definitivamente destruído. Doia muito lembrar que tudo jamais passaria de fantasia.
Esperou que a pessoa retomasse o assunto ou mudasse o mesmo, porém, alguns minutos esperando o fez perceber que havia desligado. Revirou os olhos, sabendo que no dia seguinte seria zoado por ser apaixonado na garota morta de Hurricane, que um dia, já foi a sua melhor amiga de infância, sua maior rival e para sempre um amor não correspondido.
Suspirou jogando-se no sofá e ligando a televisão, rindo sozinho ao ver que passava "O massacre da Serra Elétrica", um dos terrores favoritos de Brooke.
A mensageira misteriosa do telefone observava a cena, com um cenho franzido em pura confusão. Brooke jamais esperaria aquela revelação quando planejou jogar com o psicológico dele, sadicamente, ao ligar. Ela sentia ódio originalmente, pela traição e por seu ato com Henry Emily. Agora, tudo se tornou confuso demais, e embora ainda sentisse raiva por tudo que fez, não queria mais o ferir, nem fisicamente ou psicológicamente, o que também se contradizia com toda a determinação assassina no começo da noite.
Michael Afton era simplesmente e perdidamente apaixonado por ela. Nem em seus sonhos mais estranhos aquela possibildidade havia passado por sua cabeça. Muito do que disse na ligação era verdade. Antes de se tornarem amigos e tudo ruír, ela tinha uma paixonite por ele, e nunca considerou isso muita coisa. A maioria das garotas também tinham. A energia de menino misterioso, que tinha ligação com sua família, mesma idade e ainda por cima bonito, para ela, não podia ser nada mais do que o primeiro amor. Ela nem se lembrava quando esse status mudou, e sentia-se mais apreensiva quando repensava o episódio do piano. Brooke queria, com todas as forças, transar loucamente com Mike durante horas caso pudesse. Disse aquilo sobre provavelmente obter sucesso com a tensão sexual porque sabia que era verdade.
— Isso não é hora para pensar isso, droga! — retirou a máscara branca da fantasia de Lorde Death de seu pai. A única diferença da de Henry para de Oliver era a máscara, que a do mais novo era pálida, o que causava mais terror ainda as vítimas. Seu plano com certeza não era ser surpreendida com uma declaração quando a colocou. Queria vingar-se e não ser fisgada numa armadilha de algo tosco como amor no meio daquele caos.
Infelizmente, já não sabia qual a próxima ação deveria tomar em relação a Michael, mas sobre a pessoa que atravessou a porta dos Afton, sabia.
Michael estranhou o fato de seu pai estar tão animado. Considerando que agora tornou-se um incapaz por conta de Henry Emily, era raro que houvesse nexo em sua felicidade, a menos que tivesse abusando de drogas ou que planejasse algo mirabolante, cuja possibilidade de já haver executado fosse grande.
— Ótimo dia, filho! — ele abriu uma garrafa de vinho importado antigo, servindo uma taça a ele e até para Michael, que estranhava ainda mais seu genitor, muito por estar o tratando bem, fato raro. — Beba com o seu pai!
Não, eles não mereciam nenhuma felicidade depois do que fizeram a tantas famílias. Independente do motivo pelo qual isso aconteceu, tinham que pagar.
O telefone novamente tocou. Michael se levantou para pegá-lo quando William pôs a mão sobre a sua, o impedindo de se levantar, para de forma convencida e irritantemente feliz ir atender, pensando ser simpático até com propagandas de telemarketing.
Seria mais macabro até do que isso.
— Um... dois... três...
William franziu o cenho pela falta de sentido na ligação.
— Alô? Quem é?
— Um... dois... três... — William revirou os olhos, já começando a perder a paciência. — A senhora Morte vai te pegar...
Arregalou seus globos oculares, desligando o telefone na mesma hora, amedrontado. Fazia muito tempo que não ouvia aquela frase medonha, criada no ápice do sadismo do mais velho dos Emily, entretanto, este não estava mais vivo. Pensou, imediatamente que tratava-se de Oliver, ficando irritado, olhando para todos os lados, ignorando o olhar apreensivo de seu filho.
Num único momento, três coisas seguidas se ocorreram. A energia da casa se desligou por totalmente, os deixando num profundo bréu; o telefone tocou novamente, o que fez a taça de vinho que o Afton ainda segurava, cair no chão e manchar o tapete com a coloração vermelha.
— O que quer, Oliver? — indagou William com fúria para o telefone ao atender. Ele não obteve resposta, apenas o respirar lento do outro lado, que parecia ouvir até o palpitar vulnerável de seu coração.
— Não sou Oliver... — sua resposta foi como uma dose de adrenalina do ouvinte, começando a analisar cada detalhe de sua casa a procura do meliante. — Não adianta, nunca saberá onde eu estou, mas eu sei onde você está.
— Ah é, onde? — resolveu desafiar.
— No meu filme de terror. — respondeu, a voz modificada tornando-se mais macabra. — Qual será que é o seu papel? Vai ser a estrela principal, ou vai ser a cena de abertura? Vai ser cortado para que todos vejam, incluindo o seu filhinho?
— Eu vou acabar com você, seu maníaco! — ameaçou William, sentindo-se vulnerável por ainda não ter se recuperado do roubo de poderes de Henry Emily.
— Eu? Maníaco? — a pessoa riu de forma sádica. — Está se confundindo. Mas me diga, William Afton, você se esqueceu de que seu filhinho estava no mesmo lugar que você?
William ficou confuso, logo arregalando os olhos procurando por Michael, que já não estava mais no sofá e nem em lugar nenhum da casa.
— Desgraçado! O que fez com ele?!
— Aposto que só há preocupação porque com Michael morto, seu poder não irá crescer mais porque o filho que comete os crimes pelo pai já não o fará. — falou, assustando-o mais ainda. — Tic Tac, Afton. Se não achá-lo, perderá sua única moeda.
O telefone se desligou enquanto o pai procurava por seu filho em todos os lugares da casa, revistando tudo, e quem visse, acharia que realmente se importava com ele. Por sorte, o maluco do telefone não havia mexido com Evan ou Elizabeth. Mesmo assim, sabia que o que estava enfretando era perigoso, quando ao adentrar a garagem onde fazia minutos que esteve, viu um empregado de sua empresa. Era um que sabia das corrupções por parte dele, então logo percebia que o assassino era alguém não interessado em machucar inocentes. Contudo, o mais intrigante no corpo do homem era o seu estado. Ele tinha um corte no pescoço onde nenhum sangue escorria mais, significando a ausência do mesmo.
— Katharina? — pensou, não obtendo sentido a teoria que se formou em sua cabeça. Então, lembrou-se de que ela não era a única que tinha como modo operandis a drenagem de sangue. — Maldito Theodore!
Michael estava em lugar que ele conhecia bem, apesar de não ir para lá a muito tempo. Na infância, quando ainda era amigo de Brooke, ao resolverem brincar na casa Afton quando seu pai não estava, acabaram descobrindo uma passagem secreta no armário de roupas de Mike. Provavelmente nem William sabia daquilo, pois não procurou lá.
O garoto estava com a boca coberta pela luva do mascarado assustador a sua frente. Tinha medo de que doesse, embora não tivesse nenhum de morrer, como pensava que iria acontecer agora. Quem poderia ser? Vanessa era uma das com mais motivos para fazer aquilo, ou quem sabe a família de Nathan Roer ou até alguma outra criança que William matou.
Quando retirou a máscara, foi como se alguém tivesse dando um choque com máquinas de reanimação. Não podia acreditar que outra vez iria ver aqueles cabelos tão perfeitamente ondulados em castanhos, ou os olhos da mesma tonalidade na pele parda dela.
— Brooke...?
Ele não esperou nenhuma resposta dela, do porquê estava fazendo àquilo ou como estava viva. Michael apenas se jogou em seus braços em um abraço apertado, não se aguentando em chorar pelo ombro dela.
Brooke não sabia como reagir. Era irônico que uma de suas missões ali fosse ferir Mike. Não, nunca quis o matar porque sabia que era complicado e traria consequências sérias quando retornasse sua humanidade, além de óbvio, Theodore não deixaria. Queria pelo menos o fazer sentir na pele o que ela sofreu com sua traição, mas, infelizmente foi surpreendida e traída por emoções novas nascendo sobre a terra árida de seu novo consciente. Michael percebeu a ausência de retribuição da garota e se afastou, limpando as lágrimas, entretanto, sem conseguir esconder o sorriso radiante.
— Depois conversamos sobre isso. — foi o que Brooke falou.
— Sobre o quê? — o garoto ficou confuso. Foi então que Brooke se lembrou que ele era burro. Não havia raciocinado de que a mesma pessoa que falou há minutos consigo, quem ligou a William e estava a sua frente agora. Não era atoa que passava raspando de reprovar todos os anos escolares.
— Esquece. — aliviou-se por não precisar pensar naquilo. — Agora, se me dá licença, vou ali esquartejar o seu pai.
— Ah claro, você vai... — sorriu, ainda não raciocinando a frase, porém, quando o fez, arregalou os olhos. — 'Pera aí, o quê?!
Brooke suspirou. Ela pegou na lateral da cabeça do garoto e com força e velocidade arremessou na parede ao lado dele, o fazendo cair e desmaiar na hora.
— É muito menos do que você merece, mas por enquanto, apenas para que não me atrapalhe.
William estava irritado enquanto não conseguia encontrar nem o assassino e nem Michael em lugar nenhum. Seu filho, querendo ou não, era uma parte essencial de seu plano. Não poderia perdê-lo até que tudo estivesse previamente alinhado.
Tomou um susto quando uma caixa de som alto começou se ligou, passando a tocar uma música aleatoria, que conhecidentemente era lenta e levemente assustadora. Seu telefone, em seguida, tocou novamente. Irritado, William foi até o mesmo e atendeu.
— Que porra você fez com meu filho, seu louco?!
— Para de fingir que se importa com ele, Hades. — o uso de seu nome mitológico e unico o surpreendeu ao mesmo tempo que assustou mais ainda.
— Se eu tivesse meus poderes já tinha te exterminado, filho da puta!
— Será mesmo? — a música se intensificou. Desse jeito, acordaria os mais novos da casa. William correu novamente para o quarto de ambos, e surpreendeu-se novamente por já não estarem ali. — Eu também não deixaria que ficasse sob conta de mais crianças, Afton, não considerando seu histórico com elas.
William se irritou e jogou o telefone na parede, quebrando em vários pedaços pequenos.
— Eu sei que é você, Theo! — gritoy para os arredores da casa, irado e preocupado. — Apareça, seu covarde!
Antes que William pudesse pensar na próxima ação, alguém o pegou por trás e enfiou uma faca em sua barriga, de forma profunda, o fazendo grunhir entre o aperto. Mancou quando o assassino o soltou para limpar a faca, assustadoramente. Ele tinha a mesma roupa de Oliver Emily, e se não era ele, havia apenas uma pessoa com tamanha audácia para vestir aquela roupa e cometer assassinatos.
— Oi, William — Brooke retirou a máscara, liberando seus longos cabelos que cairam como ondas pela roupa negra que escondia diversos crimes somente naquela noite, sorrindo maliciosamente. — Ficou surpreso?
William sabia que se Brooke tinha voltado, já sabia da história toda, incluindo de si mesma. Sem poderes, havia plena consciência em seu cérebro que não podia com ela. Sua única escolha foi correr para fora da casa.
Outra facada, dessa vez em seu ombro, quando abriu a porta. Theodore já o esperava ali. Chutou William para que perdesse o equilibrio aos pés de uma Brooke sedenta de curiosidade sobre os niveis do próprio sadismo. Sem perder tempo, desferiu outro golpe em sua perna.
— Assim você fica quietinho. — sorriu, pronta para começar o seu show.
— Tinha que ter outra pessoa para ligar e uma para atacar. — explicou Theo balançando o telefone.
— Que porra você está fazendo, Brooke? — tentou William, na esperança que ainda pudesse a manipular. — Vai mesmo me matar?
Brooke gargalhou.
— Não, por agora não. — respondeu. — Eu sei que matando você, faria o que quer, fato que me leva a crer que possui algum plano envolvendo sua própria morte, algo que não me surpreende. Talvez, eu só queira brincar um pouco...
Brooke se abaixou, na altura do homem que estava ajoelhado. Ela passou sua faca com sangue pelo rosto dele, não cortando, apenas o fazendo sentir o frio do metal e do rastro que seu próprio material deixava na pele.
— Não foi você que disse que adorava as coisas de forma violenta? — sussurrou em seu ouvido, da mesma forma que vira o mesmo fazer com Oliver na Fazbear. — Ou ainda não é o bastante?
De repente, assustando até mesmo Theo, Brooke enfiou sua faca no olho de William, o fazendo gritar alto pela dor excruciante.
— Brooke, chega! — Theo não queria que sua sobrinha extrapolasse o limite. Tinha medo que se tornasse muito sádica como um dia seu pai e sua mãe foram.
— Qual é? — retirou a faca do lugar completamente destruído, obtendo William cair no chão, gemendo de dor. — Eu apenas transformei ele em um PCD. — gargalhou com o próprio humor ácido. — Ele merece muito mais depois do que fez a minha família, com todas as outras crianças, por ter abusado do meu pai e ter tentado fazer o mesmo comigo.
— Então... — riu William, vendo outra oportunidade para fazer com que Brooke executasse o seu plano de forma indireta. — Quer saber se eu fiz "isso" com a sua irmãzinha?
Aquela hipótese nunca passou pela cabeça de Brooke, nem mesmo quando descobriu seu histórico predatório pedófilo. Não conseguiu projetar uma possibilidade em que conseguira ter coragem para fazer isso com Charlie, até agora. A fúria tomou conta como o único sentimento presente na garota. Segurou sua faca com força ao desferir uma sequência interminável de golpes em todo o corpo de William que grunhia em pura dor, porém, ainda sorrindo por ter conseguido realizar seu objetivo. Qualquer outro estaria morto com tantas facadas, significando que de alguma forma, suas habilidades sobrenaturais estavam retornando lentamente.
Theo retirou Brooke de cima dela, uma tarefa difícil pela determinação da garota. Havia ódio e revolta predominante em seus olhos cor-de-mel.
— Lembra do que você mesmo disse? — Theo a segurou de frente para ele, com força pois ainda tentava se soltar. — Se ele morrer, obtém o que quer, e pode voltar pior do que nunca!
Era óbvio que o homem não queria deixar que William se safasse assim, então, pensou em algo que uniria o útil, ao agradável. Soltou Brooke um pouco, não a ponto de conseguir o dominar e retomar ao que fazia antes. Kingslon foi até uma mesa de quatro pés e a quebrou, jogando-a na parede. Ele pegou um deles, que tinha em torno de cinquenta centímetros de comprimento, assustando William.
— Sabe o que fazem com estupradores, principalmente pedófilos, na cadeia, William? — indagou Theo de forma irônica ao Afton. — Brooke, pegue Michael e leve para o carro junto aos irmãos. Alcanço vocês depois que terminar isso, que mesmo ele merecendo, não sou tão podre a ponto de gostar de fazer.
— Como? — o homem que agora estava cego de um olho, questionou. — Não vão levar meus filhos...
— Vamos sim. — falou Brooke, dessa vez. — Você não vai manipular nenhum deles para que matem pessoas inocentes e assim ficar mais forte. — deu um chute na barriga dele. — Eu quero que você se lembre, que eu humilhei você. Que eu tirei tudo de você como fez o mesmo comigo. E quero que sabe que só está vivo porque eu permiti que estivesse, e para sempre, quero que associe a mim, como o maior de todos os seus pesadelos, seu desgraçado!
William bufou de raiva com mais um soco da Emily em seu rosto.
— E mais uma coisa: sabe onde iremos ao sair daqui? Vamos atrás da sua última esperança de se tornar maus forte. Pode advinhar qual é? — fez uma careta confusa ao sorriso sarcástico de Brooke. — Asher Afton, ou melhor, Mike Schmidt, como é mais fácil de rastrear.
— Sua fodida...!
— E você não conseguirá pegar Vanessa, protegida por Oliver, enquanto estiver, digamos, inútil. — terminou de humilhar com mais um soco, que dessa vez quebrou seu dente.
Deixou que seu tio assumisse agora. Correu para o armário secreto que Michael ainda estava desmaiado, pegando-o estilo noiva, odiando-se por ainda não saber controlar os poderes e ser muito difícil ter força para que isso se torne fácil. Lutou até que saisse da casa, ignorando os gritos de agonia merecidos de William.
Não soube o que pensar ao estar finalmente sozinha — ou quase, já que Evan e Elizabeth dormiam no carro ao lado da onde Michael fora posto. Não podia dizer também o que sentia, porque em tese, não deveria ser nada. Percebeu que não era tudo tão legal como imaginou ser. Sentiu ódio com a fala de William remetendo a Charlotte. Não podia ser que sua irmã havia sofrido mais do que uma morte tão prematura ao ponto de não ter nenhuma conquista na vida.
Agradecia, entretanto, a parte que realmente era indiferente, porque sentia que queria esquecer a declaração de Michael. Tudo que não queria lidar em seu período de liberdade emocional era um relacionamento ou ter crises existenciais para saber se era um amor correspondido.
Depois de alguns minutos esperando, Theo finalmente entrou no carro. Ele estava com fúria em seus olhos esverdeados. Brooke não perdeu tempo em dirigir, sentindo até medo pela forma que estava bravo, apesar de não fazer ideia da razão.
Ele fechou os olhos e Brooke teve a certeza de que ele leria a mente de alguém, e então, a oportunidade sanar a curiosidade foi vista em Brooke.
— Sem querer te atrapalhar, mas já atrapalhando — começou, um pouco tímida ao olhar impaciente dele. — Como você faz isso? Tipo, eu sei que tenho poderes mas não tenho a mínima noção de como usar.
— Com treino e prática. — respondeu. — Já tem a localização do Ash?
Brooke assentiu. Era irônico que em uma noite e madrugada ela tivesse feito tantas coisas depois de literalmente voltar dos mortos. Contudo, isso foi bem fácil. Precisou apenas de dez minutos no computador de uma biblioteca para saber da história de Hayley Schmidt e como fugiu, para após algum tempo, abusando das pessoas não protegerem bem os arquivos, conseguisse saber que foram para Nova York. William, muito provavelmente sabia disso. Ele era muito inteligente, e se ela conseguiu em tão pouco tempo, o Afton não o havia feito ainda por não querer, e sua falta de vontade significava que ainda não era hora.
— A mesma cidade que Misty está. — sorriu, sabendo que aquela sim, da sua lista de inimigos, morreria.
Theo assentiu e voltou a fazer o que já iria antes que Brooke o interrompesse. Demorou algum tempo em que a Emily dirigia apreensiva pela curiosidade. Quando reabriu os olhos verdes, eles estavam marejados e Brooke entendeu que era por Mike.
— O que foi?
— Tem certeza que quer saber? — perguntou, olhando de Michael a Brooke, que sabia que eram da lista alta de pessoas que mais se importava no mundo. Tinha uma tristeza em sua voz que fizera Brooke engolir em seco. — É algo pesado.
Mesmo que por dentro, tinha medo de saber, havia mais curiosidade do que isso, então assentiu.
— Enquanto eu estava, bem, fazendo aquilo naquele desgraçado, ele resolveu me provocar. — Brooke sabia que aquilo não terminaria bem. — William disse que ele já fez isso em Michael. Já abusou sexualmente do próprio filho... E eu confirmei lendo sua mente...
Brooke ficou em choque. Sempre soube que aquele homem era um dos piores pais do mundo, mas isso? Nunca se quer cogitou tal hipótese tão maldosa. Se sentiu mal imediatamente pelo garoto. Ninguém mereceria isso, ninguém, principalmente se viesse daquele que mais deveria proteger. Percebia como em ambos os mundos, dos naturais e dos sobrenaturais, haveria sempre o mal. Independente da civilização, a caixa de pandora afetaria para sempre todos, sejam por meios considerados normais, como uma moral de sociedade fadada a ser explorada para que outros sempre se beneficiem e elas, cada vez mais a margem da pobreza, ou seja pela forma do ser humano agir em sua natureza mais podre. William Afton era um exemplo de ambos. Era um monstro sem precedentes para sua maldade; nem mesmo seu filho poderia estar livre de suas garras afiadas e venenosas. Tristeza misturou-se a sua raiva, gerando por meios humanos químicos, a revolta. Era inadmissível que alguém que machucou tanto outras pessoas, incluindo Michael, ainda vivesse.
— Você deveria ter enfiado aquela mesa inteira no rabo daquele estuprador filho da puta! — xingou ela, apertando o volante com força. — Estou com vontade de voltar lá e eu mesma fazer isso!
— Relaxa, eu fiz. — contou num sorriso. — Ele queria que eu o matasse, porém, apenas prologuei sua tortura. Talvez morra por conta dos seus e dos meus machucados. Espero que não, mas de qualquer forma, agonizará por muito tempo.
Passou-se mais algum tempo dirigindo, ainda em puro ódio e pena de Michael, onde saiam da cidade e partiam a Nova York. Seria uma longa viagem de carro e Brooke esperava que nenhum Afton acordasse e pedisse explicação porque isso a estressaria e não podia ser tão ruim com duas crianças e alguém que acabou de descobrir sofrer algo que afetava diretamente sua empatia que começava a renascer.
— Brooke, para o carro. — pediu Theo, respirando rápido demais. Estava com raiva ainda, era possível sentir.
Brooke o fez, parando o veículo no acostamento, sentindo-se amedrontada pelo comportamento de seu tio. Ele saiu do carro, na plena escuridão de quatro horas da manhã. A Emily surpreendeu-se quando o viu deitar-se no meio do asfalto.
— Se quisesse um lugar para dormir, era só esperar mais um pouco que chegariamos num hotel. — falou sozinha, observando de longe.
Tentou criar teorias do que ele queria com aquilo. Fingia-se de morto com os olhos abertos quando o primeiro carro parou ali. O homem que dirigia saiu do automóvel vermelho, correndo no pensamento de que alguém havia atropelado-o. Theo atuou bem, fingindo estar machucado, e ao se levantar com a ajuda do ombro do homem, o empurrou contra o carro. O desconhecido não tentou resistir por algum motivo. Brooke sabia que poderia ter tempo para correr, todavia, jamais o faria novamente. Theo nem mesmo cortou seu pescoço com uma lâmina como no empregado de Afton, apenas o mordeu na jugular com força. Brooke arregalou os olhos ao ver como a vida do inocente e bondoso homem esvaziava, junto ao seu sangue que era tomado por Kingslon. Em seguida, a garota viu como sua aparência mudou levianamente. O branco de seus olhos agora era vermelho, assim como o sangue espalhado pela boca e queixo. Sua pupila antes verde, tornou-se um vermelho muito escuro, quase sendo impossível ver a pupila. E não soube se era impressão, mas suas presas estavam um pouco maior do que anteriormente.
Foi então que tudo fez sentido em sua cabeça. Elizabeth Bathory, sua avô, foi uma das assassinas conhecidas por ter matado mais pessoas na história do mundo, e absoltumamente todas as suas vítimas eram encontrados sem sangue. Alguns até afirmavam que ela tomava banho no liquor das veias das vítimas, e embora Brooke sempre tenha achado isso sensacionalista demais, agora tinha certeza ser verdade, porque seu filho era um quase igual. E não podia esquecer-se de que sua mãe também tinha o mesmo modo operandis no século XIX. Toda aquela parte de iluminados foram classificados com tal característica. A Condessa Sangrenta para Bathory; Senhor Vampiro para Katharina e Conde Carmesin para Theodore. Não entendia como Iluminados poderiam ser vampiros e nem se havia a possibilidade de ser igual a eles, e a hipótese realmente não pareceu tão ruim, visto que fora nítido notar como Theo pareceu melhor da ansiedade ao beber o sangue do pobre homem. E se fosse isso que precisava a vida inteira para suprir o vazio por drogas e sexo? Seria sua natureza?
Definitivamente, nenhuma parte de sua família era normal, então por que ela deveria ser?
‹ 𓆠⃮ 𝄿ֱ 𝚗𝚘𝚝𝚊𝚜 𝚏𝚒𝚗𝚊𝚒𝚜:
I. eu sei q demorei, mas esse capítulo ficou muito grande em minha defesa. quase 6k de palavras socorro. Por favor, deu trabalho isso aqui, então peço que me falem o que estão achando do segundo ato até agora, esse capítulo em questão, todas as revelações impactantes e tudo mais. É muito importante para mim.
II. se ainda não votaram, o façam e comentem teorias se tiver, assim como o que acharam divos. fiquem bem e até a próxima. bjus 💋
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