ㅤㅤ ㅤㅤ IX. welcome to the depression of drowning.
𓄹⸼ ⊹ ִ notas iniciais: só lembrando para votarem no início já e comentarem ao longo do capítulo, é isso gente.
God rest my soul, I miss who I used to be
The tomb won't close, stained glass windows in my mind
I regret you all the time
I can't let this go, I fight with you in my sleep
The wound won't close, I keep on waiting for a sign
I regret you all the time
would've, should've, could've, TAYLOR SWIFT!
>capítulo nove<﹐(WTD)﹐🏠 .
❲ a depressão do afogamento ❳
┊-slytheprongs ➹
۫ 𝆹ㅤ࿀ ׄ ₊ ۪ ׂ ۪ ೀ ˙ 𝅄 ֪ ࣪ ♪ ׅ ࣪
4 DE OUTUBRO DE 1983 foi o dia em que a família Emily mais se sentiu perdida. Sem aquele que era o lider; onde Brooke perdeu o que restava. de sua sanidade mental e Oliver novamente retornou a seu estado de trauma de infância quando chegou naquela floresta.
Ele havia dirigido com toda a velocidade que o seu carro conseguia quando conseguiu desvenciliar do poder de William, ao qual sumira de repente. O homem tinha um pressentimento péssimo. Brooke e Henry corriam um perigo que o deixava zonzo. O medo se alastava por seu peito quando mais sentia se aproximar daquele local.
Infelizmente, talvez, ele não foi o primeiro a chegar.
Não teve nenhuma cerimônia. Ele estacionou perto, os paramédicos estavam colocando seu irmão mais velho numa maca e adentrando na ambulância. Oliver paralisou a ponto de quase perder o automóvel de vista, entrando no carro, apesar de sentir que eu seu estado, corria um risco sério de ser o próximo morto por acidente de trânsito, principalmente pelo fato da madrugada estar em seu ponto mais escuro, onde nenhuma estrela ousava ressoar sua luz sobre aquela cidade maldita.
Mesmo que nada tivesse confirmado, ele nunca havia estado nesse nivel. Alguém daquela raça caso chegasse ao ponto de se ferir naquela magnitude provavelmente estaria morta. Isso o fez chorar involuntariamente enquanto descia do carro e corria sobre a porta do hospital, ainda seguindo para onde os médicos o levaram, ignorando os protestos da recepcionista.
Cirurgia de emergência. Talvez houvesse uma chance.
Ele só conseguia pensar que havia perdido a oportunidade de o perdoar e assumir os erros de ambas as partes. A parte de seu cérebro responsável por sempre o torturar com a ansiedade, retornava no máximo de potência. Oliver não conseguiu andar até uma cadeira e sentar-se para esperar de forma amena. Só conseguiu deslizar pelo chão, sentindo seu peito afundar se no afogamento de uma depressão inerte.
Basicamente a pessoa que o criou poderia estar morta e isso doía muito. A possibilidade tão certa era a pior tortura existente para ele. Pensar que apesar das brigas, não falaria com ele nunca mais o deixou tonto e embrigado. E como contaria a Brooke que seu pai estava morto, nem um mês depois de sua irmã morrer?
Ele ouvia os médicos conversando, apreensivos na tentativa de salvar Henry Emily. Apesar de todos os crimes do passado, quando retornou ao seu antigo, o arrependimento fora tão grande que se tornou como um anjo na terra para todos. Ele simplesmente ajudava da melhor forma possível até as pessoas que não merecia. Para Hurricane, especificamente, todos gostavam dele.
Oliver podia sentir que faziam o possível, e como a tentativa, eventualmente falhara. Na hora em que falaram a frase: "Hora do óbito: 02:34", paralisou totalmente no tempo.
Ele não percebeu nem quando Vanessa chegou no hospital para que Brooke desse entrada. Ele não percebeu quando os médicos vieram dar a notícia, tristes pela perda. Não percebeu quando Becky e Vanessa choraram pedindo explicações a ele, já que, querendo ou não, se não fosse aquele homem provavelmente estariam já mortas. Ele também não percebeu quando Michael Afton chegou no hospital e começou a pedir perdão enquanto passava mal de chorar para ele. Na verdade, com aquele garoto foi a única vez que moveu as órbitas de seus olhos, onde notara por aquele olhar a verdade.
Oliver simplesmente ficou lá, sentado no chão frio do hospital, estagnado. Agora estava parado no tempo. Sempre soube que era dependente emocionalmente demais de sua família e agora chegava o preço disso. Não conseguia encontrar nenhuma forma de descongelar daquele momento, porque significaria deixar ele ir e não podia de forma alguma isso.
— Senhor? — a médica já parecia impaciente, provavelmente estava tentando contato e se deparando com a falta de reação. — Sinto muito pela sua perda, e sem querer parecer ignorando, mas são normas do hospital. Ele era doador de órgãos?
— O quê?! — ele retornou com aquele questionamento, um aborrecimento tomando conta dele de repente. — Vocês não vão retirar o que restou do meu irmão! — a mulher se recolheu quando o homem ficou mais agressivo. — Querem cortar mais ainda o corpo dele?! Qual o problema dessa cidade?!
Sabia também que nenhuma doação de Henry ou qualquer um daquela família beneficiaria um humano comum.
— Me desculpe, era apenas o que devemos perguntar, sabe, ele estava saudável nesses quesitos e isso podia salvar vidas...
— Não me importo. — disse seco e cansado de tudo. — A resposta é não.
Oliver levantou-se quando todos pareceram cansados de tentar falar qualquer coisa para ele. Entrar naquela sala, onde o corpo frio de Henry aguardava a despedida dos familiares para ir ao necrotério, foi a coisa mais difícil que fez na vida. Abaixou a cabeça sobre o lençol da cama que onde ele estava. As lágrimas que soltou foram quentes, quase ferventes. Seus olhos doeram quando passou as mãos pelo cabelo dele, tendo o choque de como estavam frio. Inevitavelmente as memórias voltaram com força, e isso era horrível porque lembrava-se de tudo muito bem: como Henry protegia ele da mãe abusiva e maluca, mesmo que fazia-o levar uma surra; de como ele trabalhava em dois empregos para os tirar daquela vida miserável que tinham; em como literalmente começou a matar pessoas para que conseguissem isso, e como no final ele se voltou para o dono das almas e jogou tudo a perder só para o salvar quando tinha se afundado naquela desgraça sem fim. Podiam brigar muito depois daquele desentendimento, mas se ajudariam sem hesitar.
— Você falhou comigo de novo... — disse ao levantar o olhar e deixando que as lágrimas assim como o soluço guardado no fundo de sua garganta saissem. — Diziamos que se um de nós caisse, os três caiam. Não. Os dois já eram. Você 'tá aí. Se safou de tudo... e eu aqui...
Com certeza foi o momento de maior tristeza na vida de Oliver.
— Por que se envolveu nessa porra? — questionou ao corpo sem vida, se sentindo deteriorar por dentro ao constatar que agora e para sempre ele não passaria disso. — Todos os anos demolindo nossos estandares serviram para quê? Viver para te atingir onde sabia que doeria, como vingança, serviu para alguma coisa? Minha revolta não serviu de nada, apenas perdi tempo. Tinha falta do que eu costumava ser antes de toda essa merda, e principalmente... — ele parou, sentindo sua voz travar. — Eu te perdoo por ter aceitado aquilo pensando que eu seria mais feliz com dinheiro do que com meu irmão.
Mais um choque para o homem fora os barulhos altos que vinham do lado de fora. Quando olhou, sentiu medo. Vanessa, Becky e Brenda tentavam impedir Brooke, que ainda andava com dificuldades, a ver o que tinha por de trás daquele vidro. Oliver, com os olhos vermelhos da tristeza que persistia em si, saiu do quarto e correu até onde a garota estava, determinada a barrar as amigas.
— Brooke... isso não é bom para você... — tentou segurar os ombros dela, mas esqueceu que pela nova posição, ela podia ver um pouco pela fresta do vidro.
Ela acordou e estranhou como todos pareciam tristes e receosos quanto a ela, principalmente Becky, que não conseguia parar de chorar.
— Ele tá...? — Brooke apertou forte a mão de Oliver quando viu os olhos vermelhos e lacrimejados do mesmo encarando diretamente a ela.
Uma tristeza maior se apossou dele ao saber quem havia feito aquela barbaridade. Ele mesmo não culpava Michael. Sabia bem de quem era a culpa real já que o próprio esteve sobre tal feitiço. Mas Brooke, assim como ele um dia foi, saberia o que é ser destruído de verdade por um Afton.
— Querida, é...
Brooke parecia que iria chorar. Tinha lágrimas nos olhos e sua expressão, por um mísero momento, denunciou toda a desgraça que restou dentro de si. Porém depois, fora como se tivesse se desligado completamente. Sua expressão se tornou nenhuma e a lágrima que ameaçava tanto, jamais se derramou naquele lugar
Negação. Era isso. Mesmo vendo seu pai morto, para ela não foi verdade. Começou a pensar que nada passava de um sonho. Que foi espancada tão forte que agora estava em um coma sendo forçada a viver num pesadelo sem fim.
Foi o que disse a si mesma todos os dias até chegar no velório de Henry.
Oliver tentou resistir o máximo possível. Era a missão mais difícil tentar não chorar, pois em sua cabeça, poderia ocasionar em algo negativo a sua sobrinha, que permanecia inexpressiva ao seu lado. Gostaria que continuasse assim. Tinha medo de quando a realidade a esmagasse como uma bola de alumínio comprensada.
As pessoas pareciam bastante solidárias a Brooke. Não é todo mundo que perde a família inteira antes dos dezoito anos, e 75% dela em questão de um ano. Entretanto, a garota não demonstrava nada, não se esforçava o mínimo a ser educada. Todas as solidáriedades eram retribuidas com um olhar tão frio que poderia congelar um vulcão.
Oliver ficou em choque ao ver que Michael Afton compareceu ao velório. Ele não o culpava, na verdade, sentia-se muito triste por ele. Não tinha como, mesmo que quisesse, o odiar por algo que William o fez fazer, e sempre soube que Henry considerava Michael como um filho e era retribuído isso. Merecia a chance de se despedir, porém, sabia que poderia dar uma briga gigantesca com Brooke.
Brooke quis chorar ao vê-lo ali. Era um misto de sentimentos tortuosos. Quando estava perto de sentir-se feliz e não sempre irritada com Mike, encantando-se com ele, a traição foi uma facada dolorosa, e agora a nova hipótese doeu mais ainda.
No momento em que falou aquelas palavras, a realidade, finalmente, chegou:
— Foi Michael que matou meu pai, tio?
O homem não queria responder, a hesitação presente em sua face somente fez a garota se emocionar negativamente mais.
— Me responde! — exclamou quase gritando pela fúria sendo percebida pelo lacrimejo de seus olhos castanhos.
— Sim... — por fim, disse.
— Entendi. — finalizou.
Nunca na vida a si mesmo fora tão intensa. Ao mesmo tempo em que agora, percebia que seu pai estava morto e queria se despedir, chorar e berrar por ele, queria ir até o Michael e o socar várias e várias vezes, deixando claro que quem devesse estar morto fosse ele. Respirou fundo, um suspiro longo para tentar conter aquele misto que assemelhava-se a uma crise de pânico.
Quando o caixão começou a baixar sobre a terra, Brooke não conseguiu mais. Não podia ficar naquele ambiente. A sufocava. Não podia respirar. Passou a ser pior do quando Charlotte morreu, porque agora não restava praticamente ninguém. E pior, lá, poderia pensar em contar com alguém tão conflituoso desde criança.
Brooke saiu correndo, ignorando o protesto de todos. Não tinha direção, ela só queria sair dali o mais rápido possível. Que se foda que sairia como uma lunática pelos repórteres. Que se foda com reputação ou qualquer pessoa que ainda se importava e que não. Não ligava para nada. No momemto de agora, queria que todos explodissem e a deixassem em paz. Tinha medo agora de qualquer um que fosse próxima a traisse de uma forma tão grande de novo.
Mesmo que ela e Michael sempre fossem rivais, brigassem por tudo e desejavam o pior do outro, estavam lá para o outro em casos como este; era as vantagens de se conhecerem desde sempre. Se Evan ou Elizabeth morresse, Brooke faria o que ele fez quando fora a vez de Charlotte. Em situações mais extremas, poderiam se ajudar.
Mas isso? Não. Nunca passou pela sua mente que ele fosse tão cruel. Saber da morte de sua irmã e matar seu pai? Ele era o responsável por ela estar morta por dentro agora.
A morte de Charlotte a destruiu por completo. A de Henry a matou. E a traição de Michael foi como o enterro. Brooke sentia que agora todos os gritos que deu quando se afastou da onde acontecia o velório, chegando na estrada perto do lago de Hurricane, não passavam de lamentos de uma alma que já se fora.
Não conseguia suportar aquilo. Doia muito. Se pudesse puxar o oxigênio duas vezes por minuto era muito. As lágrimas rolavam sobre tamanha intensidade do misto de alguém com transtorno Bordelaine. Se alguém normal com essa situação já seria o caos, para Brooke, era o fim.
— Brooke?! — poude ouvir os gritos de Oliver a procurando pela floresta. A irritação retornou ao sentir seu toque no ombro após minutos.
A chuva já havia iniciado, molhando completamente as roupas de ambos que arriscavam-se sobre a depressão do lado de fora. O vento estava forte e tinham quase certeza que não era algo natural. Nunca fora.
— Sai daqui...! — pedia entre dentes, furiosa e triste. — Me deixa em paz.
— Nunca me perdoaria se eu fizesse isso. — respondeu, não obstante em se afastar.
— Me deixa em paz... — segurava sua cabeça, tentando conter o caos dentro de si. — Minha mãe morreu, minha irmã morreu e agora o meu pai! Eu não mereço essa porra! Eu não fiz nada de ruim para ninguém!
— Brooke, se acalma... — o homem tentava.
Ele então, teve uma ideia. Poderia ser um risco alto demais, entretanto, era sua única opção considerando o fim que poderia ter aquele surto.
— Seu pai não morreu, Brooke. — falou, atraindo o olhar dela completamente, parando de chorar e esperando, esperançosa, a explicação. — Quem morreu foi... o seu tio, porque... Eu sou o seu pai...
— O quê? — ela riu em meio as lágrimas, completamente desacreditada. Não poderia nem começar a assimilar todas as coisas que isso poderia significar. — Você 'tá mentindo!
— Não estou... é... — pensou em como explicar isso logo naquele momento, começando a se arrepender.
— Quer saber? — Brooke não o deixou terminar. — Vai se foder! Não quero saber de nenhum mentiroso mais na minha vida!
Ela não sabia como fazer, mas talvez toda a intensidade acumulada fez com que uma explosão saisse de si mesma, acabando por arremessar o homem para longe, o nocauteando por bater em uma árvore a fez sentir os olhos sangrarem, literalmente. Não tinha nenhum controle de sabe-se-lá o que tinha dentro dela. E não precisaria mais.
Sua decisão já estava tomada. Se já estava morta e sabia que não haveria como passar por essa e toda a onda destruitiva que a sua vida se tornou, que oficializasse logo isso.
Quando Charlie morreu, essa foi sua vontade. Porém, ela sentia que ainda havia pessoas para lutar. E mesmo que ainda tivesse Oliver, Becky, Vanessa, Brenda e até Mark, não tinha mais sua irmã, seu pai e nem Mike.
Não era suficiente.
Ela correu com velocidade até onde ficava o lago, torcendo para que Oliver não a salvasse. Não queria ser salva por ninguém. E não era como se quisesse morrer, só queria que acabasse tudo, que não doesse mais. Queria estar em paz.
Poderia sentir a felicidade da probabilidade de reencontrar sua família no que chamavam de lugar melhor. Ela andou a pequenos passos, adentrando cada vez mais fundo na água. Seu sorriso se crescia com a alucinação de que esperavam por ela como há um ano atrás, quando forçava sua mãe, pai e trazia Charlotte para a sessão de filmes a noite e madrugada inteira.
E no fundo, após alguns minutos sem resistência, seu coração parou, na depressão do afogamento.
𓄹⸼ ⊹ ִ notas finais:
I. e tome baque fios, paro não, faço depressão seguida de depressão. mas para alívio de vocês (e de mim) os refrescos estão chegando, já que o primeiro ato está quase no fim, provavelmente o próximo será o ultimo, onde todas as dúvidas serão sanadas e explicadas (ou a maioria ne).
II. o que acharam da nova capa que fiz? demorei horrores nessa bomba.
III. acho que é isso, fiquem bem, se não votaram votem e comentem suas teorias/comentários a respeito do capítulo. bjus fml 💋
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