Logo cedo voltei a clínica, ouvia a arará gritar horrores " quero voltar pra casa"

— Calma... Vamos lá... — Assoviei logo ela pousou animada no meu ombro, faço carinho no seu bico e lhe ofereço um petisco.

E lá estava eu e a pequena companheira de penas frente ao parque abandonado, engoli seco e me encorajei dei o primeiro passo, mas parei, havia uma mulher saindo de lá, quem será ela?

Ela veio em minha direção e me comprimento um pouco receiosa.

— Oi, desculpa a pergunta oque faz aqui? — Ela perguntou timidamente fazendo uma pequena reverência, ela observou que eu tinha uma caixa de transporte nas mãos.

— Eu vim procurar alguém.

— Bom, se for o mágico ele desapareceu a anos.

— Mágico?

—  É sim o mágico, não está procurando ele?

— Eu não sei... — Digo pensativa, será que essa arara é desse tal mágico?

— Eu vou indo, estou atrasada.

— Obrigada pela informação. — Agradeço sorrindo e fazendo a pequena reverência.

— De nada.— E assim ela saiu.

E se esse tal mágico sumiu mesmo, ele será acusado de abandono.
Me agachei e abri a caixa de transporte.

— Ei amiguinha, vem comigo, vamos achar ele.

Então ela levantou vôo e pousou no meu ombro.
Respirei fundo e segui andando entrando lá liguei a lanterna.

— Ei, tem alguém aí? — Pergunto.

— Tem alguém aí? — Repetiu a arará e  eu ri.

— Para de me copiar!
— Para de me copiar!

— Sem graça!
— Sem graça!

Comecei a rir, mas logo fiquei quieta, ouvi passos longos, olhei para os lados e não vi ninguém, comecei a ficar com um pouco de medo.
Os passos começaram a se aproximar mais e mais, eu tentava seguir os passos, porém não sabia de onde vinha.
Quando olhei para o palco tomei um baita susto, um homem de chapéu estava em minha frente, um mágico? Bom ele nem me notou, ele estava com enorme sorriso em seu rosto.

— Bella... — Ele disse entre o sorriso.

A arará levantou vôo e pousou no ombro do homem, ele estava extremamente feliz que até chorava ao ver a ave.
Fiquei apenas observando a cena, bom ele não é o tipo de homem que  maltrataria a arara, ele parecia amar  demais aquela ave.

— Ah Bella achei que tinha... Não melhor não pensar, você está viva e comigo agora.

Realmente ele não me notou então coço a garganta lhe chamando a atenção, assim que ele me viu desceu as escadas rapidamente.

— Eu agradeço imensamente por cuidar da Bella.

— Hum, então seu nome amiguinha penosa é Bella, belo nome.

— Ela cuidou bem de mim. — Bella disse animada para o homem.

— Obrigada mesmo, posso recompensar você com um lindo show de mágica? — Ele se curvou tirando o chapéu e olhou esperançoso para mim.

— Olha, agora eu não posso, tenho uma reunião e não posso me atrasar. — Me virei rapidamente para sair.

— Você me achou estranho, não é mesmo?

Congelei e me virei lentamente engulindo seco.

— Bom não é todo o dia que se vê um cara meio estranho como você em um parque de diversões abandonado. — Digo olhando pra quele lugar escuro sem ter contato visual com ele.

— Eu não sou estranho, sou um mágico. Ele disse seriamente, acho que ele não tá brincando.

— Ok... Tá né... Posso ir embora?

— Só mais uma coisa...

Cruzei os braços e esperei ele falar.

Ele se aproximou cautelosamente e olhou no fundo dos meus olhos.

— Você... Acredita... Em ... Mágica?

Olhei para ele um pouco confusa, ele me perguntou isso mesmo?

— Eu...bom eu...

—Não precisa me responder agora... — Ele disse meio chateado.

Fiquei triste por ele, mas porque?

— Tá... Eu vou indo, até Bella. — Digo acenando para ela, olhei mais uma vez para ele acenei de leve pro mesmo e me virei indo embora do local.

Eu vou sentir falta da Bella, mas estou feliz que ela esteja com o seu dono.