𝟢𝟤𝟢 ┊ 𝗉𝖺𝗋𝗍𝗒 𝗂𝗇 𝗍𝗁𝖾 𝖼𝖺𝗇𝗒𝗈𝗇
⎧ ୧ ⋅ 🥋 SCARS ❱ 𓆗•˖*
ⓒ 𝘸𝘳𝘪𝘵𝘵𝘦𝘯 𝘣𝘺 𝗅𝖺𝗐𝗅𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋𝗌
⸝ 𝗋𝗈𝖻𝖻𝗒 𝗄𝖾𝖾𝗇𝖾 & 𝖿𝖾𝗆 𝗈𝖼 ;
࣪ ˖˙ 𝐜hapter 020 ◞ ̑̑
۫ ּ ִ ۫ 🐍 ˑ ֗ ִ ˑ
FESTA NO CÂNION
ˑ ִ ֗ ִ 🥋 ۫ ˑ ᳝ ࣪
❝ Bem quando pensei que havia atingido o fundo do poço
Estou morrendo de novo
Estou afundando (afundando)
Me afogando em você
(afogando em você)
Estou caindo para sempre
(caindo para sempre)
Preciso me libertar ❞
Going Under — Evanescene
NA CONVENIÊNCIA PERTO do dojô, um grupo de adolescentes desajeitados tentava comprar bebidas alcoólicas, e as chances de sucesso eram praticamente nulas.
— Levem bastante coisa — Aisha incentivava, enquanto todos pegavam salgadinhos e outras coisas — Convidei todo mundo. "Somente VIP" — ela debochou de Yasmine, rindo sarcasticamente — Só VIP é o cacete.
— Ainda não sei como vamos comprar álcool — Demetri expressou suas sinceras dúvidas.
Na realidade, nenhum deles faziam ideia de como conseguiriam realizar tal ato. Lilith conseguiu comprar cervejas naquela conveniência apenas uma vez, e isso só foi possível graças a Miguel que a ajudou naquele dia.
— Se Miguel deixasse o celular de lado e nos ajudasse, teríamos mais chance — resmungou Lilith, frustrada.
Miguel preferiu esperar os amigos do lado de fora da conveniência. Ele estava inquieto e incomodado, o principal motivo era Sam, que parecia ignorar suas inúmeras mensagens e ligações.
— Por favor — Falcão debochou, passando por eles e indo em direção à geladeira — Nunca subestimem o poder do Falcão — se gabou, enquanto exalava uma áurea de superioridade.
Demetri e Lilith se olharam brevemente, com as sobrancelhas arqueadas enquanto Eli pegou vários engradados de cerveja, carregando-os com uma confiança quase palpável. Falcão se dirigiu ao balcão, com um sorriso confiante e os amigos seguiram, ficando mais no fundo da loja.
— E aí? — ele cumprimentou o atendente — Você viu o jogo de ontem? — apontou para a camiseta do homem, que exibia o logo dos Los Angeles Dodgers — Viu o walk-off do Puig?
— Não, mas ouvi dizer que ele rodou o bastão até a lua — o homem respondeu.
— É, eu estava no bar com amigos do trabalho — Falcão se gabou, tentando parecer mais velho do que realmente era — O lugar foi à loucura.
— Eu queria ir, mas minha namorada me arrastou para uma peça idiotia — o atendente contou, com um tom de frustração.
— Coisa de mulher — Falcão disse, dando de ombros enquanto sorria levemente.
— É — o homem concordou sem demonstrar muita emoção.
Lilith, Aisha, Demetri e Bert estavam logo atrás, fingindo olhar algumas coisas pela loja e folheando algumas revistas, mas claramente atentos à interação, torcendo para que tudo desse certo.
— Quanto vai custar? — Falcão perguntou, lançando um olhar rápido para as cervejas no balcão.
— Preciso ver sua identidade — o homem respondeu rápido, fixando os olhos nele.
Os garotos que estavam atrás começaram a trocares olhares discretos entre si, compartilhando do mesmo nervosismo.
Falcão soltou uma breve risada diante do pedido do homem, mas ainda assim, sem perder a compostura.
— Estou lisonjeado — ele disse, olhando para o atendente.
Um silêncio se instalou na conveniência enquanto o homem continuou a encarar Falcão, esperando pela identidade. Uma pontada de nervosismo pareceu atravessar as feições de Falcão, mas ele manteve a fachada.
— Acha mesmo que sou menor de idade? — Falcão questionou, fingindo indignação — É o meu filho ali — ele apontou para Bert, que folheava uma revista aleatória — E a gata platinada? — apontou para Lilith dessa vez — É a minha garota.
Todos arregalaram os olhos, trocando olhares de incredulidade. Lilith se segurou para não explodir em risadas diante da desculpa, mas então forçou um olhar irritado na direção de Falcão.
— Eu não sou sua garota — ela disse, e Falcão se virou para ela com os olhos arregalados — Sou sua noiva, gatinho.
Ele sorriu aliviado, vendo que ela havia entrado no jogo.
— Ah, sim, verdade — ele concordou, se virando novamente para o atendente.
O atendente lançou um olhar crítico para Bert o avaliando e logo em seguida fez o mesmo com Lilith. O coração de todos estava disparado, enquanto eles torciam para que a desculpa mais idiota do mundo desse certo.
— Mesmo assim, preciso ver — o homem declarou, se virando novamente para Falcão — É exigido por lei.
— Claro. Você tem que cumprir a lei — Falcão concordou, tirando a carteira do bolso e entregando sua identidade, visivelmente nervoso.
O atendente olhou entre a identidade e Falcão, avaliando criticamente, enquanto o grupo encarava a cena. Os segundos de espera pareciam horas enquanto todos cruzavam os dedos.
— Tanto faz — o homem finalmente cedeu, dando de ombros.
Quando o atendente se abaixou para pegar algo no balcão, Falcão se virou para os amigos, fazendo o sinal da mão chifrada e mostrando a língua. Todos sorriram aliviados, contentes com o sucesso da compra.
— Também vou querer oito garrafas dessa vodka — Falcão pediu, apontando para uma prateleira.
— Beleza.
COM A COMPRA DE BEBIDAS finalmente concluída, o grupo saiu triunfante da loja, mas ainda em silêncio, temendo que o atendente pudesse mudar de ideia.
Miguel os aguardava na porta, encarando o celular com uma expressão de desânimo que parecia pesar sobre todos.
— Que cara é essa, Miggy? — Lilith se aproximou dele — Só de olhar para você eu me sinto depressiva.
— A Samantha não me responde — ele confessou, suspirando como se a situação fosse a pior do mundo.
— Só isso? — Lilith franziu o cenho — Deixe a Samantha 'pra lá.
Miguel levantou os olhos do celular, visivelmente frustrado.
— Acho que ela ficou chateada pela maneira que eu agi de manhã — ele encarou a parede, sua expressão ainda abatida.
Lilith fez uma careta diante do drama exagerado de Miguel. Depois de ontem à noite era Samantha que merecia um gelo, não Miguel. Na tentativa de animar Miguel, a platinada o segurou pelos ombros e olhou em seus olhos.
— Miguel, menos drama e mais atitude. Para de ser capacho de mulher — Lilith chamou sua atenção, com firmeza — Depois do que ela fez, não é você que tem que ficar correndo atrás.
Falcão, carregando as garrafas de vodka com um sorriso de satisfação, se juntou a eles.
— Lili tem razão, deixe essa garota para lá. E além do mais, temos uma festa para aproveitar hoje.
— Isso mesmo — disse Aisha, tentando animar Miguel — Vamos nos divertir hoje à noite e esquecer um pouco dos problemas.
— E talvez beber um pouco ajude — acrescentou Lilith, dando um tapinha no ombro de Miguel.
— Sim — Falcão concordou — Hoje à noite o cânion vai ser nosso.
NO CÂNION, A PREPARAÇÃO PARA A FESTA foi rápida e eficiente. Mesas foram posicionadas estrategicamente, caixas de gelo foram distribuídas e os membros do Cobra Kai se uniram para garantir que tudo estivesse perfeito. Uma música animada ecoava pelo local, criando uma atmosfera vibrante e cheia de energia.
Lilith e Falcão estavam no centro da diversão, jogando uma partida acirrada de beer pong contra outros dois membros do Cobra Kai. A tensão era enorme enquanto as duplas se encarava e a bola de pingue-pongue voava de um lado para o outro. Lilith, com um sorriso malicioso, lançou a bola com precisão, acertando o último copo do time adversário e arrancando aplausos e gritos de aprovação daqueles que assistiam a partida.
— Essa é a minha garota! — Falcão exclamou, animado, enquanto levantava Lilith em seus braços.
— Isso aí! — a garota comemorou com os braços para o alto, até o momento em que Falcão começou a apertá-la em um abraço — Mas não é pra tanto, Falcão, relaxa aí — ela cortou o gesto animado de Eli.
Eli sentiu uma pequena dor em seu peito enquanto colocava Lilith no chão. Ele estava totalmente sem graça. Milhares de pensamentos passavam por sua cabeça naquele momento. Ele se esforçava para apoiar e estar sempre próximo de Lilith, mas parecia que ela nunca o notava, pelo menos não da maneira que ele gostaria.
— Olha só quem apareceu para festa — Lilith chamou a atenção de Eli, que olhava para a mesa com amargura.
No alto do cânion, Kyler, Brucks, Yasmine e Moon haviam acabado de chegar. Yasmine lançou seu habitual olhar de nojo sobre a multidão e parecia furiosa por ter sua festa VIP totalmente destruída. Lilith deu um sorriso satisfeito ao perceber que os garotos já pareciam estar de saída, retornando ao jipe de Kyler.
Apesar de adorar ver Yasmine sofrer, Falcão olhou para eles sem muita emoção. Tudo parecia cinza após o corte que havia levado de Lilith. Seu olhar percorreu por todos eles no alto no cânion até chegar em Moon. Tudo pareceu parar ao redor quando ele percebeu que a garota já o encarava com um sorriso nos lábios. Quando ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha em uma tentativa de chamar a atenção dele, Falcão não pôde deixar de sorrir. Era a primeira vez que ele tinha uma troca de olhares intensa, também era a primeira vez que uma garota parecia se interessar por ele. Não era quem ele realmente gostaria, mas por um momento ele deixou de pensar que Lilith era a única garota em seu mundo.
Lilith pareceu não notar a intensa troca de olhares entre os dois, pois logo virou-se para Miguel, que estava próximo, virando uma garrafa de cerveja.
Finalmente, com um sorriso satisfeito, ela se aproximou de Miguel e Aisha.
— Agora sim você está para o crime — ela comentou assim que se juntou aos dois — Esse é o bom e velho Diaz.
Miguel deu um sorriso fraco e olhou para a garrafa com desgosto.
— Isso é horrível — ele reclamou balançando a garrafa de cerveja.
Instantaneamente, Lilith e Aisha caíram na gargalhada.
— Acho que esqueci de mencionar, mas esse é o preço que se paga para ficar bêbado e esquecer os problemas — Lilith comentou, ainda rindo.
— Então acho que é um preço que vou ter que pagar — disse Diaz.
Miguel, mesmo odiando o gosto, virou a garrafa toda em uma golada, buscando um certo conforto na bebida.
— Melhor ir com calma, garotão — Lilith aconselhou quando ele jogou a garrafa no chão — Não quero cuidar de ninguém hoje.
Miguel revirou os olhos e olhou para ela.
— Você não queria que eu me divertisse? Vou me divertir — ele declarou, saindo de perto das garotas.
— Aposto cinco pratas que até o final da noite ele está desmaiado em algum lugar por aí — Lilith sussurrou de canto para Aisha, que riu.
— Beleza — as duas trocaram um aperto de mão.
AO ENTARDECER, LILITH CONTINUOU A passar o tempo com Aisha, divertindo-se enquanto trocavam confidências sobre a vida. Aisha finalmente explicou toda a história com Samantha, detalhando como ela havia mudado desde o verão, quando começou a andar com os populares e a excluir Aisha.
— Durante todo esse tempo você permitiu que o Miguel namorasse com essa cobra? — brincou Lilith, incrédula, com uma expressão de descrença em seu rosto — Não acredito nisso!
Aisha soltou uma gargalhada antes de dar de ombros, resignada. O riso dela tinha um toque de amargura, uma tristeza escondida que Lilith pôde perceber.
— Mas e você, Lili? Algum namorado ou alguém especial? — perguntou Aisha, seus olhos brilhando com uma intenção oculta além de conhecer melhor a sua amiga.
Lilith hesitou, seus pensamentos se voltando involuntariamente para Robby. Era inevitável não pensar nele quando se falava sobre "alguém especial". Apesar de como terminou, ele foi alguém importante para a sua vida. Seu primeiro namorado. Ela o carregaria consigo para sempre, como uma marca cravada em sua pele com o ferro quente.
— Não — respondeu ela, tomando um gole de sua cerveja, tentando esconder o tumulto interno — Nenhum namorado e nenhum alguém especial.
— Sério? — Aisha questionou, surpresa e um pouco desconfiada — Não é o que parece.
Lilith estreitou os olhos, intrigada pela insinuação de Aisha.
— Como assim? — ela perguntou, tentando entender.
— Existe alguém especial.
— Não existe não — Lilith negou, balançando a cabeça.
— Bem, talvez você não o veja assim, mas com certeza você é muito especial para ele.
Lilith sentiu um nó se formar em seu estômago. Ela estava se perguntando se Aisha havia descoberto algo e se referia a Miguel.
— Ele? — Lilith arqueou uma sobrancelha, seu coração batendo mais rápido — E quem seria "ele"?
— O Falcão, garota — Aisha revelou com um sorriso — Ele é completamente apaixonado por você.
A revelação foi um choque, fazendo o coração de Lilith disparar e sua mente girar.
— O quê? O Falcão? — ela arregalou os olhos, uma onda de confusão e surpresa a inundando.
— Sim, o Falcão — Aisha confirmou, sua voz firme — Para alguém que é tão inteligente, às vezes você é meio sonsa para perceber as coisas.
— Então você está dizendo que o Falcão é apaixonado por mim? — Lilith mal conseguia acreditar no que ouvia.
— É exatamente isso que estou dizendo — Aisha olhou profundamente nos olhos de Lilith, tentando transmitir a sinceridade de suas palavras.
Lilith começou a ligar os pontos. Todas as vezes que eles estavam juntos, os flertes discretos de Falcão, os toques físicos, as tentativas de chamar sua atenção. Tudo fazia sentido agora, e seu coração se apertou com a nova compreensão.
— Eu não fazia ideia... — ela disse, sentindo-se uma idiota por não ter notado antes — Por que ninguém me avisou antes?
— Eu achei que não era necessário avisar. Estava explícito — Aisha respondeu com um sorriso suave, tentando confortar a amiga.
Lilith ficou em silêncio por um momento, processando a revelação. Era muita coisa para digerir de uma vez só. Ela pensou em todas as interações com Falcão, cada momento que parecia insignificante, mas agora tudo parecia diferente com essa revelação.
— Não sei o que dizer... — Lilith finalmente murmurou, olhando para o horizonte — Ele é meu melhor amigo.
— Os melhores relacionamentos são aqueles que começam com uma amizade — Aisha comentou com uma voz suave, tentando incentivar Lilith.
— Acho que já ultrapassei a cota de ficar com meus melhores amigos — murmurou Lilith, lembrando-se de Miguel e das complicações que isso trouxe.
— Como assim? — Aisha olhou para ela com confusão, sentindo que havia algo mais por trás dessas palavras.
— Nada... — a platinada respondeu, evitando o assunto.
Ninguém sabia sobre ela e Miguel a não ser eles, e ela pensava que era melhor assim. Isso já era algo no passado, um segredo enterrado que já havia sido superado.
Aisha franziu o cenho, intrigada, mas decidiu não pressionar.
— Mas enfim — ela retomou o assunto — Ele é o seu melhor amigo. E daí?
— E daí que nunca da certo — Lilith respondeu, o receio evidente em sua voz.
— Fala sério! — Aisha zombou, tentando aliviar o clima — Vocês dois vivem tão agarrados que é surpreendente que ainda não tenham se pegado.
Lilith corou levemente, a ideia de estar com Falcão de uma maneira romântica fazendo seu coração acelerar.
— A nossa amizade é assim...
— E como você se sente em relação a ele? — Aisha insistiu, sabendo que as respostas de Lilith revelariam mais do que ela percebia.
— Agora eu já nem sei mais — Lilith respondeu com um toque de confusão.
— Você gosta do tempo que vocês passam juntos? — Aisha continuou, sua voz suave e encorajadora.
— Sim — Lilith admitiu.
— E você se sente confortável com todo aquele lance de toque físico de vocês? — Aisha perguntou, sorrindo ao ver Lilith corar novamente.
— Sim... — voz de Lilith era um sussurro, quase tímida.
— E vocês se entendem? — Aisha finalizou, olhando atentamente para Lilith.
— Melhor do que ninguém.
— Então, como sua amiga, sou obrigada a dizer, pense sobre o que eu disse. Às vezes a gente não percebe o que está bem na nossa frente — Aisha sorriu, dando um tapinha no ombro de Lilith.
Lilith assentiu, sentindo uma mistura de emoções. A proximidade de Falcão sempre a confortou, mas ela nunca imaginou que ele pudesse ter sentimentos tão profundos por ela. Pensando nisso agora, ela se sentia desnorteada.
— Acho que vou falar com ele — disse Lilith, sentindo um pico de coragem — Preciso esclarecer isso.
— Boa ideia — Aisha concordou, encorajando a garota — Seja honesta com ele e consigo mesma.
Enquanto o sol se punha, Lilith se despediu de Aisha e foi procurar Falcão. A noite começava a cair e a luz alaranjada da fogueira era o que iluminava o ambiente, lançando sombras longas e melancólicas sobre o cânion. Seu coração batia acelerado enquanto ela tentava focalizar seus pensamentos em todos os sentimentos confusos.
Ela finalmente o avistou sentado em um tronco de madeira, mas seu coração afundou ao ver Falcão envolvido em um beijo profundo com Moon. A cena parecia um soco no estômago, roubando o ar de seus pulmões e deixando um gosto amargo na boca.
Lilith parou, sentindo uma mistura de surpresa e desapontamento.
'Por que essa merda sempre acontece comigo?'
Ela murmurou para si mesma, frustrada. Parecia que toda vez que uma nova opção romântica se apresentava para ela, alguém aparecia e tirava essa opção.
Lilith respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos. Ela sabia que precisava falar com ele, esclarecer seus sentimentos e descobrir a verdade por trás do que Aisha havia dito.
— Falcão! — a platinada o chamou com uma voz firme apesar do turbilhão de emoções.
Falcão se afastou de Moon rapidamente, a surpresa estampada em seu rosto ao ver Lilith interromper seu beijo. Moon, percebeu o olhar de Falcão ao ouvir a voz de Lilith e intercalou o olhar entre os dois.
— A gente se vê depois — ela se despediu de Falcão e se levantou.
Ao passar do lado de Lilith, Moon sorriu de maneira simpática para ela, mas logo seguiu seu caminho.
— Lilith... — começou Falcão, levantando-se do tronco, o olhar dividido entre surpresa e culpa.
— Podemos conversar? — perguntou Lilith, tentando manter a calma, embora a voz tremesse levemente.
Falcão assentiu, ainda um pouco atordoado. Eles se afastaram um pouco mais da festa, procurando um lugar mais tranquilo. Quando finalmente pararam, Lilith virou-se para ele, determinada a esclarecer tudo.
— Aisha me disse algo hoje... algo que me deixou confusa — começou ela, olhando diretamente nos olhos de Falcão.
— O que ela disse? — ele perguntou, o coração batendo rápido, já imaginando do que se tratava.
Uma mistura de ansiedade e medo percorria seu corpo. Ele se sentia nervoso pela possibilidade de Lilith ter descoberto seus sentimentos por outra pessoa já que ele não teve coragem o suficiente para revelar.
— Ela disse que você gosta... — Lilith ia dizendo, mas uma cena distante fez ela parar instantaneamente e olhar por trás de Falcão — Que merda é aquela?
Falcão rapidamente se virou, buscando encontrar o que Lilith se referia. No alto do cânion, Robby e Samantha haviam acabado de chegar e estavam descendo o pequeno morro de mãos dadas enquanto riam um para o outro. Uma onda de raiva tomou conta de Lilith e o seu coração começou a bater mais forte.
— Com licença — disse Lilith para Falcão e então ela começou a caminhar até os dois, onde Miguel já estava encarando a cena com ódio. O olhar no rosto dele era uma mistura de raiva e traição.
Lilith deu passos largos e rápidos para chegar até eles, e Falcão veio logo atrás. Cada passo que dava aumentava sua determinação de confrontar Robby.
— Que porra você 'tá fazendo aqui, imbecil? — Lilith chegou, olhando para Robby com ódio fervente. Cada palavra estava carregada de raiva reprimida.
Miguel e Samantha se viraram, surpresos com a chegada repentina de Lilith.
— Vocês dois se conhecem? — Miguel perguntou, alternando o olhar entre Robby e Lilith, a confusão estampada em seu rosto.
— Sim. Nós... — Robby começou a dizer, mas foi interrompido.
— Infelizmente — Lilith cortou, seu tom agressivo deixando claro o quanto ela desprezava Robby.
— Espera aí — Falcão finalmente se pronunciou, olhando para Robby com desdém — Esse cara aí não era um "Zé ninguém"? — ele encarou Lilith, confuso — Achei que era um desconhecido que estava te enchendo o saco naquele dia.
— Ele realmente estava enchendo o meu saco naquele dia — Lilith respondeu, o olhar de ódio ainda fixo no de Robby.
Miguel ficou confuso, tentando entender o que estava acontecendo. Ele se virou para Samantha, seu olhar exigindo uma explicação.
— O que vocês dois estão fazendo juntos? — Miguel questionou Samantha, o ciúme evidente em sua voz — Quem é esse cara?
— Esse é o Robby. Ele trabalha para o meu pai — respondeu Sam, em um tom calmo que parecia ser uma tentativa de esconder a tensão ao ver Miguel tão perturbado.
— Ah, com o seu pai. Faz muito sentido — Miguel disse em um tom sarcástico, a desconfiança crescendo em seus olhos.
— Você costuma ir para festas e jantar com os caras que trabalham para o seu pai? — Lilith lançou um olhar rápido para Samantha, sua voz carregada de sarcasmo e provocação.
Lilith sabia que Robby estava trabalhando na concessionária LaRusso, mas não fazia ideia de que ele estava tão envolvido com a família de Sam.
— O que você quer dizer com isso? — Samantha encarou Lilith, indignada e ofendida.
— Você não entendeu o que ela quis dizer? — Miguel zombou, dando uma risada sarcástica.
— Você andou bebendo? — Sam encarou seu namorado, incomodada com a situação e o diferente estado de espírito de Miguel.
— E o meu mano não pode mais beber agora? — Falcão revirou os olhos, impaciente com a situação.
— Não, não. Você não pode virar isso contra mim — Miguel disse na defensiva, sua voz carregada de frustração — Mandei mensagem e te liguei o dia todo, e você não podia responder uma vez? — ele encarou Samantha, cheio de mágoa.
— Não pude mesmo. Minha mãe pegou meu celular — Sam se justificou, sua voz subindo um tom, a tensão crescendo entre eles.
— Ah, que conveniente — debochou Miguel, sentindo-se cada vez mais traído.
— Você não tem o direito de me julgar, Miguel — Sam se aproximou com um olhar feroz — Você também passa todos os seus dias com ela e eu ainda não reclamei — ela lançou um olhar de desprezo para Lilith.
— Espera aí — Lilith olhou para a Samantha com o cenho franzido, agora mais irritada do que já estava — Por que você 'tá me botando no meio da briguinha de vocês dois?
— Você sabe o porque — Samantha respondeu de maneira agressiva — Você está sempre atrapalhando o meu relacionamento com o Miguel.
— Como é que é? — Falcão perguntou, totalmente irritado com as acusações de Samantha sobre Lilith e Miguel.
A tensão entre todos era palpável, como uma bomba prestes a explodir.
— Cuidado com o que fala, LaRusso — Lilith deu um passo à frente, se aproximando de Samantha com um olhar intenso e ameaçador.
— Ei, espere... — Robby tentou se aproximar, querendo evitar um confronto maior ao perceber Lilith tomada pela raiva.
Miguel e Falcão notaram o movimento de Robby e perceberam que ele ia tocar em Lilith para afastá-la de Samantha. No instante seguinte, ambos empurraram Robby com força, que caiu no chão com um baque surdo.
— Da o fora daqui, babaca — Miguel disse quando o empurrou, sua voz cheia de desprezo.
— Não ouse encostar um dedo nela — Falcão se posicionou ao lado de Lilith, sua voz firme e protetora.
— Miguel, pare! — Samantha gritou, seus olhos arregalados de choque e medo, vendo a situação sair do controle.
Robby se levantou rapidamente, o ódio brilhando em seus olhos enquanto encarava Miguel e Falcão.
— Ei, que tal tentarem de novo? — ele provocou.
— Tentar de novo? — Miguel repetiu, sua voz carregada de ironia e desafio.
Lilith, tomada pela raiva, avançou e empurrou Robby com força. Miguel, com a mesma intenção, mas devido a grande quantidade de bebida, foi um pouco mais lento e, ao agir, acabou acertando um soco acidentalmente em Samantha, que tentava se interpor entre eles.
Samantha caiu no chão com um grito abafado, o impacto ressoando no silêncio tenso ao redor. Robby, atordoado, olhou para Lilith, seus olhos arregalados em surpresa e descrença. A troca de olhares entre eles era intensa, carregada de uma tensão complexa, misturando ódio e sentimentos há muito reprimidos, mas ainda assim, teimosamente persistentes.
Miguel, vendo Samantha no chão, correu imediatamente para ajudá-la a se levantar, sua expressão cheia de preocupação e culpa. Quando Robby finalmente desviou o olhar de Lilith, sentindo um turbilhão de emoções confusas, ele também se apressou para ajudar Samantha, a dor e a fúria ainda pulsando dentro dele.
— Sam, desculpe — Miguel disse enquanto tentava se aproximar, a voz cheia de arrependimento.
— Nossa, seu imbecil! — Sam se desviou do toque de Miguel e se levantou com a ajuda de Robby — Que merda foi essa? — ela gritou, olhando para Miguel com ódio.
— Calma aí, princesa — Lilith revirou os olhos — Você aparece na nossa festa com esse imbecil e agora quer dar chilique? — ela deu uma olhada rápida para Robby, o desprezo em cada palavra.
Samantha também revirou os olhos para Lilith e a ignorou.
— Meu pai tinha razão sobre o Cobra Kai. Boa sorte no torneio. Eu não estarei lá — Sam declarou, a decisão firme em sua voz, antes de começar a subir o cânion.
Miguel tentou impedi-la, mas Lilith o segurou pelo braço, seus olhos fixos nos de Robby.
— Hora de vazar, babaca — Lilith disse, sua voz fria e controlada.
Robby olhou para Lilith, a raiva e a decepção misturadas em seus olhos.
— Agora eu vejo. A Lilith de antes já não existe mais — Robby murmurou, sua voz cheia de ressentimento e desilusão, as palavras atingindo Lilith profundamente.
A garota sentiu um leve desconforto, mas não demonstrou. Ao invés disso, ela lançou seu olhar de desprezo sobre Robby.
— Ela se foi a muito tempo — respondeu Lilith, sua voz dura e implacável, um escudo contra as emoções que ameaçavam transbordar.
Robby desviou o olhar, a decepção tomando conta de suas expressões, e então começou a subir o cânion, seguindo Samantha.
Olá, leitores!
Já faz um bom tempo...
Fiquei várias semanas sem postar pois estava fazendo um curso na USP em São Paulo e teve a duração de 3 semanas. Eu não tinha tempo pra nadinha e achei melhor esperar chegar em casa pra revisar o capítulo e postar. Espero que entendam o sumiço.
O que vocês acharam da briga enorme, queridos?
Sobre o próximo capítulo, espero que vocês possam me ajudar a decidir. Sei que muitos aqui não param de pedir Lilith e Falcão, então eu pensei sobre isso. No que eu havia planejado, nada ia acontecer entre esses dois, ainda... Mas já que vocês querem tanto assim, posso tentar, para agradar os meu leitores que me apoiam tanto 🤭
Mas já deixo avisado que se realmente eu escrever algo sobre os dois, vai ser uma coisa de uma noite e não um relacionamento, então estejam preparados para mágoas por parte do Falcão.
Vocês teriam mais alguma sugestão? Se sim, comentem aqui.
Peço perdão mais uma vez pelo sumiço, vou tentar atualizar com mais frequência, mas como estava fazendo o curso, eu perdi uma caralhada de prova da faculdade e vou ter que repor tudo agora.
Espero que gostem! 🫶
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro