𝟢𝟣𝟥 ┊ 𝗆𝗒 𝗅𝗂𝗍𝗍𝗅𝖾 𝖻𝗈𝗒
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ⓒ 𝘸𝘳𝘪𝘵𝘵𝘦𝘯 𝘣𝘺 𝗅𝖺𝗐𝗅𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋𝗌
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MEU GAROTINHO
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❝ Você é o único amigo
que eu preciso ❞
Ribs — Lorde
NOS CORREDORES MOVIMENTADOS da escola, Lilith e Miguel caminhavam ao lado de Demetri, cujo semblante refletia um misto de arrependimento e frustração por sua experiência no dojô.
— Cara, você não pode desistir agora — Miguel insistiu, determinado a encorajar o amigo.
— Ele gritou comigo, me bateu, e eu ainda paguei por isso — Demetri lamentou, expressando sua desilusão — Sabe quem vive assim?
— Prostitutas? — Lilith interveio, provocando um breve momento de humor.
— Você leu meus pensamentos — Demetri concordou, um sorriso irônico brincando em seus lábios.
— É, eu sei, mas ele não é tão mau assim — Miguel tentou persuadi-lo — Precisa dar uma chance para ele. Você não conhece ele como a gente — apontou para si mesmo e Lilith.
— Ele costuma ser assim sempre — Lilith revelou, levando um cutucão de Miguel.
— Isso é papinho de prostituta — Demetri sorriu, irônico — Além disso, não preciso aprender karatê, tenho vocês dois para me protegerem.
Demetri apontou para frente e ambos os garotos olharam. Kyler vinha na direção deles, mas assim que viu os dois, deu um suspiro e foi na direção oposta.
— Viu? Ninguém vai mexer com vocês — afirmou Demetri, confiante.
— Exatamente. Ninguém vai mexer com a gente — Lilith enfatizou que ele se referia a ela e Miguel — Já você, — encarou Demetri de cima a baixo — não garanto nada.
— Você está sendo uma péssima amiga, sabia? — Demetri a olhou, incrédulo — E toda aquela promessa de que "sempre nos protegeríamos"?
— Tudo bem então — Lilith cedeu, revirando os olhos — Miguel é seu guarda-costas de manhã e eu à tarde. Satisfeito, bonitão? — ela provocou, um sorriso divertido dançando em seus lábios.
— Aceito a oferta — Demetri entrou na brincadeira, sorrindo também — Mas espero que façam um bom trabalho. Está difícil encontrar bons funcionários hoje em dia.
— Você é péssimo — Lilith riu, dando um tapa brincalhão no braço de Demetri.
DURANTE A TARDE, O DOJÔ novamente preenchido, embora não tanto quanto no dia anterior. A agressividade do Sensei havia espantado alguns alunos.
— Pessoal, em formação! — ordenou o Sensei, emergindo do escritório — Cadê todo mundo? — ele observou a turma mais esvaziada — Cara de cratera? Brinco de nariz? Estilingue?
— Eles desistiram, Sensei — Miguel respondeu, com uma voz desanimada.
— Sério? — exclamou, indignado — Quer dizer, ótimo. Aquilo foi um teste. Queria ver quem desiste fácil. Não serão vocês. Estamos aqui para ganhar. Podiam estar em casa no computador, jogando videogame, comendo doce. Mas estão aqui, fazendo flexões, aprendendo a lutar.
Johnny varreu a turma com um olhar crítico.
— Olha só. Até o Lábio é mais durão que eles — apontou para Eli, que recebeu olhares de todos — Ele não desistiu.
— Não me chame assim — Eli pediu, sua voz baixa ecoando no dojô.
— Como disse? — Johnny o encarou, incrédulo.
— Não me chame assim, por favor — Eli pediu novamente, sua expressão claramente desconfortável.
— Vou fazer o aquecimento — Miguel interveio, tentando evitar mais humilhação.
— Não, não, não — Johnny o deteve — O lábio quer dizer algo.
Johnny caminhou até Eli.
— Fale alto, Lábio. Ou sua língua também está ferrada?
— Sensei, por favor — Lilith tentou defender seu amigo, se lembrando da promessa que fizeram um ao outro.
— Quieta! — Johnny a cortou, voltando-se novamente para Eli — Você é uma daquelas crianças especiais?
— O médico disse que posso estar no espectro — respondeu Eli.
— Eu não sei o que é, mas sai disso agora. Beleza? — Johnny o encarou com desdém — Se não quiser que eu te chame de Lábio, arruma essa coisa. Não tem cirurgia?
— Eu nasci com lábio leporino. Essa é a cicatriz da cirurgia — Eli explicou, desviando o olhar.
— Quer dizer que era pior? Ou o médico piorou as coisas? Porque se esse é o resultado, devia ser péssimo! Cara, você deveria processar.
— Será que... podemos mudar de assunto?
— Eu também quero isso, mas é difícil com você aí na minha frente. Se não quiser ser um nerd com uma cicatriz no lábio, precisa mudar o script. Sacou? Tatue o rosto ou arranque um olho. A gente te chama de "pirata". Não, isso não. Ainda vai ser uma aberração.
Lilith viu a tristeza nos olhos de Eli quando ele olhou para os lados, envergonhado. Era uma tristeza antiga, profundamente enraizada.
Com um suspiro pesado, Eli saiu do dojô, seus olhos prestes a transbordar em lágrimas.
— Ótimo! Mais um babaca que sai — Johnny comentou, indiferente.
Miguel suspirou, desapontado, enquanto Lilith lançava um olhar furioso para Johnny. Ela sentia um nó apertando em seu peito ao ver Eli partir daquela maneira. Ele não merecia ouvir aquelas palavras cruéis. Eli era gentil e bondoso, e enquanto estivesse lá, Lilith faria o possível para protegê-lo.
APÓS O TREINO, LILITH E MIGUEL dirigiram-se ao escritório do dojô, determinados a confrontar Johnny.
Miguel bateu levemente na porta enquanto Johnny retirava uma cerveja do frigobar.
— Vão embora. Chega de aula por hoje — Johnny respondeu, dando um longo gole na cerveja.
— Tem que ser tão duro com eles? — Miguel questionou, ignorando a ordem e adentrando o escritório.
— Ah, qual é, Diaz? São um bando de perdedores.
— Alguns dos "perdedores" são nossos amigos — Lilith retorquiu, indignada com a atitude de seu Sensei.
— Vai chorar porque eu falei umas verdades pro seu namoradinho? — Johnny provocou, olhando para ela.
— Ele não é meu "namoradinho", mas certamente não merece ouvir aquele tipo de coisa — ela defendeu Eli, com firmeza.
— Você queria um dojô cheio e agora tem — Miguel encarou Johnny.
— Mas não desse jeito — Johnny observou a turma desajeitada através do vidro.
— Sim, entendi. Eles são perdedores. Talvez a gente também seja — Miguel murmurou, enquanto Johnny os observava atentamente.
— Vai chorar também? — Johnny ironizou.
— Não, Sensei. Pelo amor de Deus! — Lilith suspirou, exasperada com a obstinação dele.
— Deixa pra lá — Miguel interveio — É que... Você não sabe como é ser como nós.
Johnny ouviu em silêncio, olhando para os dois com uma expressão indecifrável.
— Até amanhã — os dois garotos deixaram o escritório do Sensei, ainda decepcionados com suas atitudes.
LILITH NÃO PERDEU TEMPO. Após sair do dojô, dirigiu-se diretamente à casa de Eli, determinada a saber como ele estava. Demetri havia lhe passado o endereço, e ao chegar, ficou surpresa ao se deparar com uma casa enorme e luxuosa. Eli era realmente rico.
Três batidas na porta foram suficientes para que alguém atendesse rapidamente. Uma mulher de cabelos negros e um sorriso simpático estava na porta, observando Lilith com um olhar curioso.
— Posso ajudar?
— Sim — Lilith respondeu, com firmeza — Me chamo Lilith Taylor. Eu estudo com Eli. Gostaria de vê-lo. Ele está em casa?
A expressão da mulher se transformou em uma surpresa profunda. Ela lançou um olhar analítico para Lilith, avaliando a garota minuciosamente.
— Claro — respondeu, embora com um tom de desconfiança — Pode entrar.
Quando a mulher deu passagem, Lilith a seguiu para dentro. Apenas no hall de entrada, Lilith ficou impressionada com os enfeites chiques espalhados por todo o lugar e também pelas paredes.
— Ele está no porão — a mulher anunciou, tirando Lilith de seus devaneios.
A senhora acompanhou Lilith até uma porta e parou por um segundo, soltando um suspiro pesado.
— Boa sorte — foi a última coisa que ela disse antes de se afastar.
Lilith abriu a porta e desceu as escadas. Assim que chegou ao porão, se surpreendeu ao encontrar um ambiente claro e bem decorado. A sala em que entrou possuía uma entrada para outros dois quartos.
— Eli? — sua voz ecoou pelo espaço.
— Estou aqui — uma voz rouca veio de uma das portas.
Lilith caminhou em direção à origem da voz, sentindo seu coração acelerar. Ao abrir a porta, encontrou Eli sentado em um sofá, com os olhos vermelhos e inchados. Ele parecia menor, mais vulnerável do que nunca.
— Lilith? O que está fazendo aqui? — ele perguntou, sua voz fraca e carregada de dor.
— Eu vim ver como você está, gatinho — Lilith respondeu suavemente, fechando a porta atrás de si e se aproximando dele — Depois do que aconteceu no dojô... Eu precisava saber se você estava bem.
Eli abaixou a cabeça, evitando seu olhar.
— Eu estou bem... Ou pelo menos estou tentando ficar — ele murmurou, a voz quebrando um pouco.
Lilith sentou-se ao lado dele no sofá, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.
— Eli, você não precisa passar por isso sozinho. Nós estamos aqui para você. Eu, Miguel, todos nós. Não deixe que as palavras do Sensei te derrubem.
Eli finalmente levantou o olhar, encontrando os olhos de Lilith. Ela viu a dor e a luta interna ali, mas também uma faísca de esperança.
— É difícil, Lilith. Sempre foi difícil — ele confessou, a voz quase um sussurro — Mas quando estou com vocês, sinto que posso enfrentar qualquer coisa. Só não sei se consigo fazer isso sozinho.
— Você não está sozinho. Nunca estará. Nós fizemos uma promessa, gatinho — Lilith assegurou, com uma intensidade que ele não podia ignorar — Vamos enfrentar isso juntos. E se o dojô não é o lugar certo, encontraremos outro caminho. O importante é que você saiba que tem pessoas que se importam com você.
Eli soltou um suspiro de alívio e enxugou a última lágrima que escorria. O peso que carregava no coração parecia um pouco mais leve com as palavras de Lilith.
— Mas eu não quero desistir do dojô. Quero realmente aprender a lutar — ele confessou, desviando o olhar para o chão, envergonhado por seus próprios sentimentos conflitantes.
— Bom, se você não se importar com a humilhação do Sensei dia após dia, volte tranquilamente. A escolha é sua, mas saiba que estarei ao seu lado, não importa o que decidir.
— Talvez ele esteja certo, Lili — Eli olhou para ela, um brilho de determinação em seus olhos — Eu tenho que mudar o script se quero que a minha vida mude.
— Talvez — ela concordou, com um tom pensativo — Mas o que você vai fazer? Arrancar um olho como o Sensei sugeriu?
— Não, meu Deus — Eli riu, balançando a cabeça.
— E um corte de cabelo diferente? — Lilith sugeriu, uma ideia começando a formar em sua mente.
— O que tem de errado com o meu cabelo? — ele passou a mão pelos fios castanhos claros, um pouco defensivo.
— Não tem nada de errado com ele — Lilith riu, tentando aliviar a tensão — Mas se você quer ser confiante, tem que fazer algo radical, algo que mostre ao mundo que você está mudando.
— Como você? — Eli perguntou, olhando para os cabelos platinados dela, brilhando sob a luz suave do porão.
— Mais ou menos — ela confessou, mexendo no cabelo com um sorriso — O loiro parecia tão sem graça antes. Prefiro desse jeito, fica melhor.
— É lindo... O seu cabelo — ele corrigiu, envergonhado, sentindo o rosto esquentar.
— Obrigada — ela sorriu, apreciando o elogio genuíno.
— E o que acha de um moicano? — ele perguntou, sua voz carregando uma mistura de excitação e nervosismo — É radical o suficiente?
Lilith ergueu uma sobrancelha, considerando a sugestão. Um moicano certamente seria uma mudança drástica, um verdadeiro símbolo de transformação e coragem.
— Um moicano seria incrível — ela disse finalmente, um sorriso cheio de entusiasmo surgindo em seu rosto — Você teria um visual durão, e ninguém ousaria te chamar de "Lábio" novamente.
Eli riu, sentindo a energia positiva dela o contagiar. Pela primeira vez em muito tempo, ele se sentia empoderado, pronto para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente.
— Então é isso — Eli murmurou, mais para si mesmo do que para Lilith. Seus olhos, antes sombrios e incertos, agora brilhavam com uma nova determinação — Vou fazer isso. Vou mudar, de verdade.
Lilith observou a transformação no amigo com um sorriso de apoio e orgulho. Ela estendeu a mão para ele, e quando Eli a segurou, sentiu a força e a segurança na promessa dela. Era um gesto simples, mas carregado de significado.
— E eu estarei lá, ao seu lado, para garantir que essa mudança seja para melhor — Lilith garantiu, apertando a mão dele com firmeza.
Naquele momento, no porão iluminado da casa de Eli, um novo capítulo começava para ele. Com Lilith ao seu lado, ele sabia que podia enfrentar qualquer coisa. O medo e a insegurança ainda estavam lá, mas agora havia algo mais forte: a determinação de se reinventar, de reescrever sua própria história.
Lilith sentia um carinho profundo por Eli. Ele era um amigo verdadeiro, alguém que merecia ser defendido e apoiado. Para ela, a amizade era a base de tudo, mas, para Eli, as coisas iam além. Ele olhava para Lilith com uma paixão crescente, uma chama que se acendia mais forte a cada dia.
Eli sabia que precisava ser honesto com ela, que precisava revelar o que sentia antes que fosse tarde demais. O temor de perder a amizade dela era real, mas a possibilidade de nunca expressar seu amor era ainda mais aterrorizante. Aquele novo caminho que ele decidira trilhar exigia coragem, e isso incluía abrir seu coração para Lilith.
Enquanto Lilith se preparava para sair, ela deu um último olhar a Eli, seu sorriso caloroso refletindo a promessa de apoio constante. Eli retribuiu o olhar, sentindo seu coração acelerar. Ele sabia que tinha que encontrar o momento certo para falar com ela, para compartilhar seus sentimentos.
Quando Lilith finalmente saiu, Eli se deixou cair no sofá do porão, refletindo sobre tudo o que tinha acontecido. A transformação estava apenas começando, mas ele sentia que, com Lilith ao seu lado, ele poderia alcançar qualquer coisa. E quem sabe, um dia, ela pudesse ver nele algo mais do que um amigo.
Mas até lá, ele iria trabalhar duro, mudar por dentro e por fora, e se preparar para o momento em que pudesse finalmente dizer: "Eu estou apaixonado por você, Lilith Taylor."
Esse pensamento o motivava, e enquanto ele olhava para o futuro, sentia-se pronto para enfrentar qualquer desafio. Porque agora, ele não estava mais sozinho. Ele tinha Lilith, e isso fazia toda a diferença.
Lilith e Eli são a coisa mais fofa do mundo
Minha amizade favorita das minhas fics
Digo para vocês que tenho muita coisa planejada para esses bests em, então não percam.
Pra quem fica pedindo pro Robby aparecer em todo o capítulo, peço para que entendam que essa fanfic é no estilo slow burn, então vai demorar pro sentimento aparecer, ou melhor, reaparecer. Sem contar que é muito difícil fazer cenas dele com a personagem já que ele está sempre treinando com o Daniel. Espero que entendam e não fiquem chateados.
Pessoal, interajam um pouco comentando e votando, tô sentindo que estou escrevendo para fantasmas kkkkkkk.
Peço também que vejam meu perfil no tiktok. Tô postando várias coisinhas das fanfics. O perfil é @lawletters
Espero que gostem! 🫶
S C A R S
© 𝖻𝗒 𝗅𝖺𝗐𝗅𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋𝗌, 2022.
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