𝟢𝟢𝟣 ┊ 𝗋𝖾𝗌𝖾𝖽𝖺
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❝ Estou aguentando firme
Eu mesma nunca fui o
suficiente para mim
Tenho que ser muito forte ❞
Outside — Calvin Harris, Ellie Goulding
O SUOR ESCORRIA PELA TESTA da garota, ela se sentia exausta e ansiosa enquanto lutava para carregar as caixas até o segundo andar do condomínio modesto. Os únicos pertences da família eram algumas tralhas e uma coleção preciosa de livros, dos quais Lilith não conseguia se separar.
Enquanto atravessava o pátio, a caixa cedeu sob o peso, espalhando os livros no chão como uma chuva de palavras que ela tanto amava.
— Não, não, não — ela resmungou, frustrada, enquanto se abaixava para recolher os livros — DROGA!
Seu estômago roncava de fome, e a lembrança dos gritos impacientes da mãe só aumentava a pressão.
Enquanto juntava todos, sentiu a presença de mais alguém se aproximando, e pensou ser seu irmão.
Uma voz masculina quebrou o silêncio, fazendo-a erguer o olhar para se deparar com um garoto moreno, cujos olhos brilhavam com genuína preocupação.
— Você tá bem? — ele perguntou, a voz suave e reconfortante.
Sem responder ela voltou a atenção para os livros.
Insistente o garoto se abaixou e começou a ajudá-la.
— Eu te ajudo com isso — sua voz transmitia determinação, como se recusasse a deixá-la lutar sozinha.
Quando terminaram, ele organizou os livros na caixa e a ergueu com facilidade.
— Você é a nova vizinha do andar de cima, certo? — ele perguntou, tentando dissipar a tensão.
— Sou — a resposta dela foi curta, mas ele persistiu, determinado a quebrar a barreira que ela erguera ao redor de si mesma.
— Eu sou Miguel, muito prazer.
Seu sorriso irradiava calor e bondade, como se prometesse um raio de luz na escuridão que a cercava.
— Lilith — ela respondeu, o olhar cauteloso, mas não podia negar a gentileza genuína do rapaz.
Percebendo o olhar de tristeza da garota Miguel se comoveu. Com seu coração bondoso decidiu que mesmo que ela não quisesse iria ajudá-la.
— Vem — ele guiou o caminho até as escadas, carregando a caixa como se fosse uma carga leve — Eu levo isso pra você.
— Olha só, eu não preciso de ajuda falou? — discordou Lilith com a ajuda do garoto.
— Eu insisto — Miguel apenas sorriu, sua determinação inabalável.
Percebendo que não conseguiria se livrar dele tão facilmente, ela subiu as escadas, seguida por Miguel.
Ao chegarem ao apartamento, Miguel depositou a caixa sobre a mesa.
— Prontinho. Se precisar de mais alguma coisa, estarei aqui embaixo. É só bater na minha porta — ele se despediu com um aceno, mas antes que pudesse sair, Lilith o deteve.
— Ei, espera — a platinada o chamou — Obrigada. E desculpa se fui rude — se desculpou o encarando.
— Sem problemas, os vizinhos não costumam gostar muito de mim — Miguel disse com tristeza lembrando do vizinho loiro rude que conhecera mais cedo.
— Tem problema sim. É que não estou acostumada com tanta simpatia assim. De onde eu vim, era cada um por si e ninguém se ajudava, se é que me entende.
— Entendo sim, a escola é um ótimo exemplo de um lugar como esse, parece até uma selva — Miguel disse tirando um sorriso da garota.
— Lilith — uma voz do quarto a chamou — Quem está aí? — Diana saiu do quarto com uma lata de cerveja na mão.
— O vizinho — respondeu, sem entusiasmo— Ele está ajudando com as caixas.
— Mas que belo rapaz — exclamou Diana com um sorriso — Obrigada por sua gentileza — o maliciou.
Lilith revirou os olhos com a ousadia da mãe.
— Não foi nada — o moreno respondeu, claramente envergonhado — Sempre que precisarem.
Miguel fez um aceno com a mão e saiu de lá o mais rápido possível.
Lilith bufou, resignada com a situação.
— Você não tem vergonha? — a platinada se virou para a mãe — Ele deve ter uns 16 anos.
— Deixe sua mãe em paz. E além do mais, eu não disse nada — retrucou bebendo mais um gole de sua cerveja.
A TENSÃO PAIRAVA NO AR enquanto a mãe de Lilith a chamava da sala, interrompendo seus estudos em seu quarto.
— Lili! — voz da matriarca ecoou pela casa.
— O que é, mãe? — Lilith respondeu, mostrando apenas metade do rosto na porta.
— Vai até centro comercial aqui perto comprar umas cervejas para mim, pode pegar o carro.
Lilith franziu o cenho, a frustração clara em seus olhos.
— Mas estou estudando agora. Quero manter meu conteúdo em dia para quando as aulas começarem — sua voz era firme, mas sua mãe não parecia se importar.
— Não quero saber — a mãe retrucou nervosa.
— Está bem — concordou Lilith — Quer ir comigo Apólo? — se dirigiu ao irmão mais novo.
— Sim! — Apólo respondeu, animado, levantando-se do sofá.
— Não! — a mãe chamou sua atenção — Apólo fica aqui, esse bairro é perigoso. Não confio em você para proteger seu irmão.
Lilith encarou a mãe com sangue nos olhos. Não acreditava que ela não daria conta de proteger seu irmão mais novo, a platinada daria a vida por ele.
— Da próxima vez você vai, baixinho — Lilith sussurrou, escondendo o turbilhão de emoções que a invadia, enquanto afagava os cabelos do irmão.
Apólo era alguns anos mais novo que Lilith. Ela não entendia porque a mãe tinha toda essa fissuração com ele se machucar, ele já pode se virar sozinho.
CHEGANDO NO CENTRO COMERCIAL, a platinada foi parada por uma mendiga que ficou implorando por dinheiro. Ela queria ajudar, mas mal tinha para si mesma.
Dentro da loja, ela foi direto para a geladeira, pegando as cervejas que sua mãe havia solicitado. Foi então que ouviu uma voz conhecida.
— Ei, olha quem está aqui! — Miguel exclamou, animado, ao vê-la na seção de bebidas.
— O vizinho — Lilith deu um sorriso de canto para o moreno.
Ela notou quando ele pegou um xarope da prateleira ao lado.
— Parece que alguém está com diarreia — ela brincou, provocando-o.
— Não! — ele respondeu envergonhado — Não é isso! É pra minha avó, não pra mim.
— Ah, sei... tanto faz — Lilith deu de ombros, sem dar muita importância.
Os dois seguiram até o caixa, onde um homem mais velho e loiro estava sendo atendido.
— Minha avó está passando mal — Miguel comentou, parecendo conhecer o homem.
— Não perguntei — ele respondeu grosso — Como se fala: "Me dá logo essa pizza"?
Sem responder o homem da loja disse algo em espanhol para Miguel e o mesmo riu.
— O que você disse? — perguntou o loiro confuso — O que ele disse? — se dirigiu a Miguel.
— Esquece — Miguel tentou desconversar.
Lilith observava a conversa, achando-os idiotas.
— Sei que é algo ruim. Me fala — exigiu o homem.
— Ele disse que o seu é pequeno... — Miguel respondeu, hesitante.
— Que eu tenho pau pequeno? — encarou o homem da loja — Diga que ele que tem — retrucou.
— Eu falo inglês, babaca — reclamou o vendedor.
— É mesmo? — perguntou o loiro com ironia.
— Os dois palhaços já terminaram? — Lilith interveio pela primeira vez na conversa — Eu quero ir para casa.
O loiro a encarou, jogou o dinheiro no balcão e saiu.
— Que idiota — Lilith murmurou assim que ele saiu da loja.
— É nosso vizinho — Miguel informou.
— Que pena.
— Se quer ir, pode passar na frente — Miguel ofereceu, simpático.
— Obrigada — Lilith agradeceu, passando na frente do caixa.
— Identidade — pediu o vendedor.
— Eu não trouxe, e não é pra mim, é para minha mãe — Lilith respondeu, seca.
— Puede vender, su madre es una mujer a la que le gusta mucho la cerveza — Miguel interrompeu.
— Está bien — O homem concordou, com uma expressão carrancuda.
— Valeu — Lilith murmurou enquanto passava pelo caixa, e Miguel sorriu para ela.
Quando terminou de pagar, alguns garotos entraram na loja encarando Lilith de cima a baixo. Talvez tenham até sussurrado cantadas ridículas para ela, mas a garota não deu moral e saiu.
Quando saiu viu o homem loiro mal-educado e a mendiga discutindo.
Ela estava prestes a passar por eles e ignorar a confusão, quando uma voz saiu em alta gritaria da conveniência.
— Ele achou que a gente tava na faculdade! — um asiático gritou com Miguel.
— Eu não sabia que iam comprar cerveja. Desculpe — Miguel tentou se desculpar, mas o garoto o empurrou para o chão.
— Ei! Deixem o garoto em paz! — Lilith gritou, tentando intervir.
Ignorando totalmente ela, os garotos continuaram zoando Miguel, chamando-o de reia e jogando o remédio em sua cabeça.
Lilith se aproximou para ajudar, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, o garoto voltou e desferiu um soco em Miguel.
No impulso sem pensar muito, a garota pulou nas costas do asiático. Apenas para defender o garoto que havia conhecido no dia.
— Ache alguém do seu tamanho! — ela exclamou, batendo na cabeça do garoto.
— Alguém tira essa vadia de cima de mim! — ele gritou.
Em um movimento rápido, ele a jogou em cima de um carro vermelho.
Enquanto os garotos riam da queda de Lilith, Miguel correu para ajudá-la a se levantar.
— Ei! Cuidado com o meu carro! — o homem loiro interferiu.
— Quem é esse babaca? — um dos garotos maiores perguntou.
— Deixem o nerd em paz, e não se bate em mulher! — ele disse bravo.
— E esse cara? Comendo na conveniência como um vagabundo — um do bando exclamou.
— Você tá bem? — Miguel sussurrou para Lilith, que apenas assentiu.
— Acho que conheço esse cara. É o idiota que limpou a fossa do meu pai — exclamou o asiático.
— Isso explica porque ele cheira a merda — o maior zombou fazendo todos rirem.
Miguel e Lilith observavam tudo aqui paralisados.
— Olha, estão irritando o cara errado no dia errado, está bem? — exclamou Johnny.
— Sério? — debochou o garoto.
— É, sério— afirmou o loiro.
— Dê o fora daqui, fracassado — disse o asiático, empurrando o homem loiro.
Johnny olhou para todos, determinado, e em um movimento surpreendente, deu um mega chute no rosto do garoto.
— Caraca! — Lilith exclamou, impressionada.
Todos tentaram atacá-lo ao mesmo tempo, mas ele revidou com força, dando uma surra neles.
— Puta merda. Como você... — Miguel tentou perguntar, mas foi interrompido quando um dos garotos o agarrou por trás.
A briga continuou e só parou quando a polícia chegou, espirrando spray de pimenta nos olhos dele.
— Ei, não foi culpa dele! — Miguel tentou argumentar, mas Lilith o puxou.
— Vamos embora, senão vamos nos meter em problemas também — ela o alertou, enquanto se afastavam da cena caótica.
FANFIC TÃO PEDIDA PELOS MEUS LEITORES FINALMENTE CHEGOU!
Se quiserem dar ideias de como querem a fic sou toda ouvidos.
Espero que gostem!❤️
S C A R S
© 𝖻𝗒 𝗅𝖺𝗐𝗅𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋𝗌, 2022.
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