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𝑿𝑽𝑰𝑰𝑰. everbody hates hospitals.

CAPÍTULO DEZOITO
Todo mundo odeia hospitais.

A PRIMEIRA coisa que Theodora ouviu ao acordar foi o barulho rítmico e incessante do monitor cardíaco preso em si. Os olhos dela piscaram algumas vezes se acostumando com a luminosidade branquíssima do quarto do hospital enquanto o cheiro de antisséptico invadia as narinas com violência.

Ela odiava hospitais.

A garota se remexeu devagar, sentindo o corpo pesado e dormente e uma dor suave nas costelas, provavelmente minimizada pelo medicamento que gotejava lentamente de maneira intravenosa.

Os olhos cinzentos rodaram o quarto com cautela, prestando atenção no sofá desarrumado e desocupado ao lado da maca, onde seu pai provavelmente tinha passado a noite. A quanto tempo ela estava desacordada?

Ela tentou se lembrar dos acontecimentos mas tudo parecia um borrão desde a queda até o hospital, talvez fosse culpa do choque intenso ou da grande dosagem de drogas no seu organismo. A Young sentiu os olhos imundarem novamente ao lembrar de Miguel, o grito do garoto ainda ecoando nos ouvidos dela juntamente ao som do impacto do seu corpo contra o corrimão.

Sua mente a sabotava, imaginando os piores cenários possíveis, se Miguel estivesse morto Carmen ficaria sozinha, Johnny jamais se perdoaria e ela seria obrigada a enfrentar a perda de outro familiar, dessa vez seu irmão, mesmo que não compartilhassem do mesmo sangue.

A porta do quatro foi aberta com delicadeza, como se o dono da ação temesse acorda-la. Christopher adentrou o cômodo com uma sacola de papel e um copo de café nas mãos, juntamente a uma feição cansada mas ao perceber os pequenos soluços da loira o rosto dele se iluminou de preocupação, depositando os objetos na primeira superfície plana que viu e se aproximando.

── Não se mexa tanto, eu vou chamar uma enfermeira — disse, apertando um botão na parede — Você está com dor? Como está se sentindo?

A preocupação do mais velho só fez a garota soluçar mais forte. Christopher deveria gritar com ela, coloca-lá de castigo por ter brigado na escola mas ao invés disso ele tinha manchas arroxeadas ao redor dos olhos e a aconchegava nos lençóis.

── Desculpa...

── Shh, tá tudo bem... Você está com dor?

O Young mais velho passou os dedos entre as mechas descoloridas da filha, fazendo um carinho suave. Theo não sentia nenhuma dor física mas o seu peito doía de culpa e de medo por um luto antecipado.

── Eu quebrei a promessa. Eu me meti em mais brigas por causa do karatê — a loira emitiu um barulho estranho ao buscar por ar entre as lágrimas — Mamãe me odiaria agora.

As palavras duras da filha consigo mesma levaram os próprios olhos de Christopher a se encherem de água, como ele gostaria de tirar a dor da própria filha. Como ele gostaria que a mais nova parasse de buscar a aprovação da mãe que infelizmente não podia estar ali.

── Tá tudo bem... — o mais velho hesitou segurando as próprias lágrimas — Não estou com raiva de você.

── Você devia! — rebateu Theodora — Eu... Eu... O Miguel... Ele...

Os soluços da garota ficaram violentos a ponto do peito  começar a doer, ela colocou a mão sobre as costelas do lado direito do corpo percebendo que havia machucado seriamente durante a briga e a maldita adrenalina a manteve anestesiada.

Não era justo. Miguel tinha morrido e tudo que ela tinha sofrido era um par de costelas quebradas.

── Ele está em coma... Mas Miguel é um garoto forte, Theo. Ele vai ficar bem — Christopher afirmou com a esperança que só um pai era capaz de ter. Enquanto a loira sentia o peito suavizar minimamente. O Diaz não estava morto. Ainda.

Theodora deixou o pai afagar seus cabelos enquanto ela pouco a pouco se acalmava, aceitando o conforto familiar. Uma médica de cabelos cacheados e pele negra entrou no quarto e explicou sobre as duas costelas quebradas e a pancada que deixou o nariz da garota inchado, cujo ela só percebeu quando foi citado, mas as palavras da doutora pareciam cada vez mais vazias e distantes.

Theo gostaria que os analgésicos que estavam dando pra ela fossem fortes o suficiente para fazer-lá dormir e desejou que quando acordasse tudo aquilo fosse um pesadelo cruel e confuso. Mas infelizmente isso não era possível.

˚ ⊹˚.⋆ ₊

Christopher nunca foi o tipo de pai que comparecia as reuniões de colégio com frequência. Não que ele fosse um pai ruim, muito pelo contrário, ele só não via a necessidade. Quando Theodora mudou de escola no início do ensino médio e suas notas e vida social começaram a melhorar, o homem passou a ir apenas nas reuniões realmente indispensáveis e infelizmente essa era uma delas.

Desde a briga na escola os pais estavam com os ânimos exaltados e o corpo docente não sabia como prosseguir com a situação. As aulas foram suspensas durante uma semana, os alunos que participaram da briga, incluindo Theodora, foram suspensos por duas semanas e Tory e Robby foram expulsos, com a desculpa de terem causado os danos mais graves, mas isso não parecia ser suficiente para a comunidade de pais.

Ao adentrar o edifício o maxilar do Young trava automaticamente, enquanto os olhos analisam a figura de Daniel e Amanda LaRusso conversando no corredor principal.

Christopher sabe da relação de amizade do LaRusso com sua esposa no passado e entende a escolha dele de se afastar da família após a morte dela. Mas como pai não consegue perdoa-lo ainda, pelas palavras cruéis dirigidas a Theodora. Tudo por causa de estúpida uma rivalidade de karatê que ela não tinha responsabilidade.

── Daniel. Amanda — o homem se esforçou para ser simpático, principalmente com a mulher que parecia não estar a par da situação.

── Christopher.

── Como está Theodora? — a LaRusso perguntou, ignorando a resposta seca do marido e colocando um sorriso educado no rosto — Melhoras pra ela.

── Melhorando — disse o mais alto, simples — Melhoras pra Samantha também.

── Obrigada — Amanda respondeu, enquanto o casal e o homem se separavam adentrando o ginásio do colégio.

── Sentem-se, por favor. Obrigado por virem — a voz do diretor ecoou nos alto falantes, indicando o início da reunião.

Os LaRussos se acomodaram na primeira fileira, enquanto Christopher arranjou um lugar na última. Ele não estava ali para brigar, afinal sua filha também tinha um pedaço de responsabilidade na confusão.

O corpo docente estava sentado em uma grande mesa de frente para arquibancada. O diretor deu algumas batidinhas no microfone, checando o som antes de começar a falar.

── O conselho se preocupa com a segurança dos alunos.

── Onde caralhos estavam os professores? — uma voz gritou na multidão, fazendo os múrmuros começarem. Cristopher foi obrigado a revirar os olhos, a reunião mal tinha começado e ele já estava arrependido de estar ali.

── Sei que estão nervosos. Mas as normas do sindicato são claras. Docentes não podem apartar brigas de alunos — uma coordenadora falou, tentando apaziguar os ânimos do ginásio, o que claramente não funcionou.

── E aquele que atacou as crianças? — outro grito.

── O Sr. Arraia nunca lecionou aqui — cortou o diretor — Soubemos... Soubemos que ele está na condicional e não pode se aproximar de menores.

── E como sabemos que não acontecerá de novo? — dessa vez uma mãe se levantou na primeira fileira, expressando sua indignação com os braços cruzados.

── Temos um novo projeto: "Abraços sim, socos não." É como o 'Proerd', mas funciona — a cordenadora adicionou sorridente mas resmungos de negação fizeram os lábios dela murcharem.

── Sua ideia é abraçar crianças?

── Bem, eles é que se abraçariam.

── A conselheira Blatt quer dizer que não terá mais karatê. Tolerância zero daqui pra frente — o diretor gesticulou mas nada parecia satisfazer o grupo de pais.

── Não há por que transformar isso num Footloose de karatê — Daniel se levantou indignado — Karatê não é o problema! Quando eu estudava aqui, eu sofri muito bullying e o karatê foi o que me salvou.

── Que mentira! Eu ouvi que você batia nos outros — alguém exclamou na multidão.

── Pais, por favor... Podemos...

Novamente o ginásio havia se tornado um campo de guerra enquanto vozes e xingamentos se sobrepunham na multidão. Christopher se pegou pensando sobre como os adultos as vezes se assemelham aos adolescentes no comportamento, parecia que estavam prontos pra criar uma briga na escola 2.0.

── Queremos cuidar disso da maneira correta.

── Me diga como é correto nossa filha ser suspensa após uma maníaca quase arrancar o rosto dela — foi a vez de Amanda LaRusso se levantar, ficando lado a lado com o marido.

── Ela estava saindo com o namorado de outra! — refutou uma voz desconhecida e o caos voltou a ser emanado. Os olhos do diretor se alargaram, ele estava perdendo novamente.

── Com licença?

── Quem disse isso? — Daniel se exaltou — A culpa não é da nossa filha!

── Não banque o todo certinho, LaRusso. Você lhes ensinou aquela baboseira Miyagi. Foi o seu aluno que feriu o garoto que está em coma. Você colhe o que planta — cuspiu o homem ao lado de Chris, se levantando bruscamente.

Novamente à multidão se transformou em um bando de ruídos caóticos enquanto os pais se xingavam e levantavam, abandonando a ordem. O Young cruzou os braços assistido os LaRussos se encolherem no próprio lugar, pelo menos em uma parte do discurso do homem ele concordava: Você colhe o que você planta.

˚ ⊹˚.⋆ ₊

Se Theodora queria sair do hospital o mais cedo possível, a médica responsável pelo seu caso tinha um plano um pouco diferente. A garota estava internada a quase duas semanas, devido a preocupações da doutora com as fraturas na costela e a maldita saúde mental da Young.

Theo queria espernear e esbravejar que estava bem mas sabia que estava frágil, revivendo os terrores do período mais sombrio da sua vida, e ainda por cima, detestava a ideia de voltar as aulas depois de tudo. Só de imaginar o olhar de centenas de adolescentes sobre ela depois de assistirem ela em seu maior momento de vulnerabilidade fazia a pele da garota se arrepiar.

A loira se olhou no espelho do banheiro do hospital. A raiz do cabelo dela estava por fazer revelando a cor castanha natural que a Young tanto detestava, os olhos verdes estavam mais cinzas do que nunca acompanhados de manchas arroxeadas embaixo, ainda haviam alguns arranhões e pancadas presentes no rosto dela no final do processo de cicatrização, uma grande faixa imobilizava o tronco dela por baixo da camisola do hospital e um curativo estava sobre o nariz levemente inchado.

Theodora nunca teve muitos problemas de autoestima mas sentiu uma súbita vontade de estilhaçar o espelho em mil pedaços ao perceber seu estado deplorável.

── A polícia ainda procura por Robby Keene, que fugiu após empurrar o colega Miguel Diaz do parapeito do 2° andar, fazendo com que caísse nessa escada. Keene foi expulso desde então — a voz de uma repórter anunciava na televisão do pequeno quarto. Com a porta do banheiro aberta a Young assistiu as imagens dos dois garotos passarem na tela, como se fossem só uma notícia qualquer e não a sua própria vida.

Theo caminhou lentamente em direção ao quarto vazio, já que Christopher havia saído, deixando sua visão morta viva no espelho pra trás. A garota ainda tinha dificuldade para respirar profundamente graças as bandagens que imobilizavam seu torso.

── Diaz continua em coma no Hospital de West Valley. Seu prognóstico... — a loira desligou o aparelho com violência, resistindo a vontade de arremessar o controle contra a parede. Ao invés disso Theodora ficou no silencio, respirando lentamente enquanto as engrenagens da sua mente giravam.

Era a primeira vez que estava sozinha durante treze dias, sem o olhar preocupado do seu pai ou de qualquer médico ou enfermeiro. Então a garota agarrou a oportunidade, abandonando o próprio quarto.

Theo não sabe como seus pés descalços a guiaram entre os corredores gelados do hospital sem ser barrada por um funcionário. Ela congelou em frente a porta do quarto, o coração errando as batidas violentas dentro da sua caixa torácica, ainda não havia tido autorização e muito menos a coragem de visita-lo.

Ela se aproximou pouco a pouco, os olhos cheios de água, observando a figura pacifica de Miguel adormecido na maca, utilizando um colete para imobilizar a fratura na coluna. Ele parecia apenas estar dormindo profundamente, como se estivesse muito cansado após um treino intenso de karatê, e não lutando entre a vida e a morte.

A Young envolveu a mão na do Diaz, sentindo a pele gelada dele sobre o toque morno dela.

O garoto não se moveu.

── Eu sinto muito, Miguel — Theo soluçou baixinho, não querendo chamar a atenção de ninguém, por mais que ela quisesse gritar e chacoalhar o corpo do Diaz violentamente até ele acordar — Eu devia ter subido mais rápido... Eu devia ter segurado o Keene...

O garoto não esboçou nenhuma reação enquanto a loira deslizava o polegar carinhosamente na mão dele. Os bipes do monitor cardíaco e o choro abafado da garota servindo como a trilha sonora do quarto.

── Me desculpa... Isso é tudo minha culpa... — Theo passou a mão sobre o rosto fungando e emitindo um resmungo ao tocar no nariz machucado — Só por favor não me deixa... Eu preciso de você...

Quem olhasse de longe podia até supor que a garota estava rezando com os olhos fechados e as mãos cruzadas com a dele. Mas na verdade Theodora fazia um apelo muito mais sincero e desesperado.

── Mãe por favor... Se você pode me ouvir... — a garota engoliu em seco, as lágrimas corriam lentamente pelo rosto dela.

Theo fechou os olhos, torcendo para que alguma divindade pudesse ouvir suas preces.

── Querida, você não pode estar aqui — uma enfermeira disse o mais delicada que pode, parada em frente a porta.

── Só um minuto — respondeu a loira, tentando limpar as lágrimas para ficar mais apresentável.

── Ela pode ficar — uma terceira voz feminina interrompeu — Ela é família.

Theodora se virou, os olhos chorosos encontrando o olhar de Carmen Diaz. A loira não conseguiu externar nenhum pensamento pois os soluços voltaram mais violentos, fazendo a mulher se aproximar com os braços abertos, envolvendo-a em um abraço maternal.

── Desculpe, eu vou deixar vocês a sós — a enfermeira disse baixinho, se retirando.

── Oh querida...

── Isso é tudo minha culpa.... Eu sinto muito, Srta. Diaz.

── Não é sua culpa, meu bem — a mais velha afagou os cabelos loiros, descansando o queixo no todo da cabeça da Young — Ele vai ficar bem — afirmou, mais pra si mesma do que para a garota — Só precisamos ter um pouco de esperança agora.

˚ ⊹˚.⋆ ₊

Ter esperança era algo mais desafiador do que aparenta, principalmente quando se trata de uma situação de vida ou morte. Conforme as semanas se arrastavam, Theodora ia ficando cada vez mais desanimada com o estado do Diaz.

Ela finalmente havia recebido alta, seu nariz havia voltado ao tamanho normal e a cicatrização das costelas estavam progredindo positivamente. Mas Miguel continuava no mesmo estado, adormecido a cinco semanas e sem previsão de melhora.

Chris não a pressionou para voltar as aulas, por mais que sua suspensão já estivesse acabado, então Theo preenchia seus dias com ajudar os Diaz no hospital e se perder em mundos fictícios por meio de filmes e livros, para tentar escapar da melancolia que a falta de esperança causava.

A Young estava buscando uma mochila com roupas para Carmen na casa dos Diaz. Ela havia se voluntariado para levar ao hospital, já que a mulher mais velha quase sempre se recusava a sair do lado do filho.

Theo havia aberto uma pequena fresta da porta de entrada quando uma voz conhecida ressoou do lado de fora, chamando a atenção da garota.

── Tenho uma pista do Robby — Daniel disse, fazendo a espinha da Young gelar.

Ela se viu curiosa na conversa, a mão pairando sobre a maçaneta, sem abrir mais e nem fechar os pequenos centímetros, enquanto inalava e exalava lentamente sem denunciar a própria presença.

Não foi apenas a loira que se viu interessada, Johnny também deu meia volta prestando atenção nas palavras do rival.

── Estou tentando encontrá-lo por conta própria. Mas pensei que... — o LaRusso respirou fundo, deixando o orgulho de lado — Você gostaria de ajudar.

O Lawrence pareceu ponderar a ideia por alguns segundos, o silêncio dando brecha para o outro homem continuar.

── Também não quero estar aqui mas ambos queremos a segurança do Robby. Ele está por aí e não tem quem o ajude — por trás da porta Theo resistiu a uma revirada de olhos — Os garotos só se meteram em confusão por nossa causa. Eles não podem continuar sofrendo por nossa causa. A única forma de resolvermos isso é juntos. Então, o que me diz?

E naquele momento, parada atrás da porta semi aberta, xeretando uma conversa que não lhe pertencia, Theodora teve a ideia mais assustadoramente brilhante e inconsequente do mês.

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