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𝑿𝑽𝑰. let's party, bitch.

CAPÍTULO DEZESSEIS
Vamos festejar, vadia.

THEODORA se alongava sentada no tatame, esticando o corpo enquanto ouvia a conversa melosa entre Tory e Miguel. Talvez a garota fosse inimiga do amor mas sentiu a estranha necessidade de rolar os olhos enquanto os dois amigos pareciam estar envoltos em sua própria bolha.

A garota loira levantou o olhar quando o sino ecoou pelo dojo, anunciando a presença de Falcão, com uma mancha arroxeada sobre a bochecha. Os dois se entreolharam em um silêncio desconfortável. Theo sentiu a súbita vontade de levantar e caminhar até ele, como se não pudesse impedir seu corpo de realizar seus pensamentos.

── Oi... — a Young disse remexendo nos dedos, que surpreendentemente estavam sem esmalte.

── E aí.

── Nós estamos de boa?

Falcão olhou a garota dos pés a cabeça.

── Fomos inimigos por um dia, Cobra Kai é para vida — o garoto respondeu sincero, como se os dois não tivessem lutado sem regras, possivelmente até a morte. Theo não pode conter os cantos dos lábios de se curvarem pra cima.

── Que bom, porque eu não planejava me desculpar por te dar uma surra — a resposta era tão típica da garota e o sorriso dela era tão contagiante que Falcão sorriu também, deixando o ar escapar pelas narinas.

A loira estendeu a mão, compartilhando do mesmo aperto de mão personalizado que fazia com Miguel e logo em seguida seguiram para seus devidos lugares no tatame.

Johnny caminhou lentamente a frente das fileiras. Ele parecia relaxado, o que indicava que seria um treino tranquilo.

── Hoje vão aprender uma das maiores lições para um Cobra Kai. 

── Cadê o sensei Kreese? — a pergunta de Falcão fez Theodora perceber o motivo do treino do dia aparentar ser mais confortável, não estavam sendo vigiados pelos olhos de águia do mais velho.

── Não devíamos esperar o sensei emérito antes de seguir? — Arraia se pronunciou, recebendo um dos olhares mortais de Johnny como resposta — Ou não.

── O Sr. Kreese não estará mais conosco — o coração da Young parou por um milésimo de segundo, imaginando que o homem mais velho tinha morrido, afinal ele estava mais perto desse evento fatal da vida do que do seu nascimento.

Os sussurros curiosos e preocupados ecoaram pelo dojo, enquanto os alunos se entreolharam confusos.

──  Fiz uma promessa quando virei sensei: fazer o melhor para vocês.  Apesar de ser dificil para todos, ele não queria o nosso melhor — o Lawrence explicou com o maxilar tensionado — John Kreese fundou o Cobra Kai, mas não representa mais esse dojo. O Cobra Kai dele era velho e ultrapassado.

Ufa. Pelo menos ele não estava morto.

Era difícil de entender a linha de raciocínio do sensei. Primeiro, quando ela e Miguel achavam que era uma péssima ideia fazer do Kreese um sensei o Lawrence discordou e agora quando achavam que podiam finalmente aprender algo com o mais velho Johnny havia o demitido?

── O que acontece com quem não evolui, Sr. Diaz?

── Endurece como cimento.

── Exatamente. Um grande lutador precisa se adaptar — Johnny olhou trás, dando as costas para os alunos — Esse mantra na parede, seguido ao pé da letra, vai te deixar forte. Te dar autoestima. Mas também fará de você um babaca.

O homem voltou-se para turma novamente, dessa vez com um tom de voz mais sério.

── Isso aqui, é só tinta preta em uma parede branca. Mas a vida não é só preto no branco. Na maioria das vezes, é cinza. E é nessas áreas cinzas que o Cobra Kai de Johnny Lawrence está, as vezes, mostra compaixão.

Theodora se remexeu, ajeitando a postura.

── Vocês podem ser durões. Isso ainda é um requisito. Mas devem pensar não só com o instinto ou com os punhos, devem usar... isto — Johnny bateu repetidamente com o dedo na cabeça — O que nos leva à lição de hoje.

O loiro caminhou tranquilamente em direção a uma tábua de madeira, a envolvendo com as mãos e quando ninguém menos esperava, a golpeando com a testa e arrancando suspiros e sorrisos dos alunos.

── Golpe de cabeça.

˚ ˚.⋆ ₊

Theodora havia se apossado da garagem da casa por um bem maior. A garota havia adquirido um saco de pancadas, com muitas mesadas acumuladas, para aprimorar seus golpes enquanto não estava no dojo. E era exatamente isso que ela fazia, coberta por uma camada de suor, vestida em uma roupa de ginástica verde escuro enquanto tentava melhorar seus socos, já que seus chutes eram seu ponto forte, graças a memória muscular da patinação artística.

A garota se concentrou disferindo toda a sua força em golpes contínuos e precisos, assistindo o grande saco de pancadas se remexer pra frente e para trás.

── Você nunca fica cansada, não é? — Christopher adentrou a garagem com uma grande sacola de papel, lotada de compras e uma caixa de pizza.

── De jeito nenhum — a garota sorriu ofegante, retirando o cabelo molhado do rosto — Quer ajuda?

── Sempre foi assim, desde pequena — o homem comentou empurrando a porta que levava em direção a cozinha com o pé enquanto a garota pegava algumas sacolas — Nem sua mãe conseguia te tirar do gelo.

Theo riu, colocando as sacolas sobre o balcão e ajudando a arrumar as compras. Não importa quanto tempo passasse, a garota sempre seria dedicada a algum esporte. A Young precisa se movimentar como quem precisa de ar para respirar.

── Algumas coisas nunca mudam.

Os dois trabalharam na cozinha como uma dança coreografada, acostumados com a presença um do outro nas típicas tarefas do dia a dia. Mas quando Theodora esvaziou a última sacola ela sentiu o estômago embrulhar.

── Merda — a garota xingou a si mesma ao colocar um buquê de lírios sobre a ilha da cozinha.

Como ela podia ter esquecido do último dia de verão?

Todos os outros dias que ela e o pai iam ao cemitério eram facultativos, mas o último dia das ferias de verão era uma religiosidade, uma tradição só dos dois.

── Algo errado? — Chris perguntou, enquanto se esticava para repor algumas latas no armário.

── Eu esqueci — apontou para o buquê de flores engolindo o choro. Deus, ela era uma péssima filha — Fiz planos com os meus amigos e esqueci.

── Tudo bem, Teddy — o pai da garota se virou colocando a mão sobre o ombro dela — Podemos ir de manhã, assim você ainda pode sair com seus amigos.

Theo engoliu em seco, mordiscando os lábios, sem retirar os olhos da bancada.

── Não soa meio egoísta? Tipo... É o dia dela...

── De jeito nenhum — a garota levantou o olhar, os olhos cheios de água prestes a transbordar — Você ainda é uma adolescente, tem que fazer coisas de adolescente. Acredite em mim, quando você ficar velha vai se arrepender de não ter vivido o suficiente.

Theo deixou uma risada nasalada escapar. Christopher envolveu os braços ao redor dela descansando o queixo no topo da cabeça loira.

── Eu estou nojenta de suor — a garota resmungou lutando contra o aperto com um sorriso.

── Não ligo — o Young mais velho estendeu a língua na direção da filha, apertando-a ainda mais.

˚ ˚.⋆ ₊

No diga seguinte, Theodora acordou anestesiada, como se suas oito horas de sono tivessem feito uma grande mudança no seu organismo. Apesar de continuar sonolenta a loira se arrastou até debaixo do chuveiro, deixando a água corrente a imunizar da negatividade do dia.

A Young mais nova não ia na lápide da sua mãe desde a conversa com o LaRusso. O caminho de carro parecia mais longo do que ela pensava.

Era, supostamente, para doer menos. Mas Theo sentia a constante sensação de quando se arranca a casquinha de uma ferida quando estava quase cicatrizada, fazendo sangrar de novo.

── Eu te espero no carro — Christopher que a abracava de lado enquanto ambos estavam de frente pra lapide, depositou um beijo suave no topo do cabelo da garota se afastando. Ele sabia que a filha precisava de um tempo sozinha, assim como ele nos dias difíceis.

Theo se ajoelhou sentando em frente a pedra. Era estúpido falar com um objeto e torcer para sua mãe ouvir? Ela nunca saberia a resposta.

── Oi mamãe. Me desculpa por não ter vindo com frequência. As coisas tão meio malucas ultimamente.

A loira levou a mão ao pescoço, brincando com o pequeno pingente de floco de neve. Alguns segundos de silêncio seguiram a fala da garota.

── Você se lembra do Robby? — a Young engoliu em seco — É, ele voltou. E está lutando no dojo do LaRusso.

O rancor que preenchia o peito da garota era facilmente o seu maior defeito, ela lembrou do desespero do garoto em pedir perdão e a forma na qual ela se trancou totalmente para ele, afastando-se.

Talvez eles estivessem diferentes agora e isso não fosse algo ruim. Talvez ainda pudesse existir um universo onde Theodora Young e Robby Keene sejam amigos.

Quem ela quer enganar?

── A propósito, falando no LaRusso... Eu sei que vocês eram amigos e tudo mais, ele provavelmente te conhece melhor do que eu.

A garota suspirou, doze anos ao lado da sua mãe pareciam pouco.

── Mas eu não planejo me juntar a ele só pra me sentir mais perto de você, mãe.

Theo deixou os dedos brincarem com a grama embaixo de si. Será mesmo que Winter estaria decepcionada com ela? Theodora tinha feito novos amigos, tinha voltado a praticar um esporte, estava vivendo sua juventude... Tudo que ela havia deixado de fazer com a partida da mãe estava finalmente se alinhando novamente.

A loira se colocou de pé, batendo as roupas para se livrar de qualquer terra que pudesse ficar acumulada.

── Prometo que não vou deixar o Cobra Kai me afastar de você — jurou — Eu te amo.

˚ ˚.⋆ ₊

Os problemas futeis de adolescente estavam começando a alcançar Theodora, que havia chegado atrasada na casa de Moon por passar horas decidindo a roupa que iria usar e pedir a ajuda de Tory por mensagem a cada peça que resolvia trocar.

A loira vestia um macacão jeans esverdeado e uma camiseta branca por baixo, junto ao seu coturno pesado combinados com brincos de argolas e uma pulseira de spikes que havia ganhado da Nichols.

── Nem fodendo que você fez isso — a Young ria, enquanto preenchia seu copo com mais refrigerante, no bar que havia sido montado ao ar livre, ouvindo a história de Tory sobre o acidente Samantha no seu trabalho.

── Você precisava ver a cara dela! — Tory exclamou, as duas caminhando juntas em direção ao interior da casa de Moon — Juro foi impagável...

A Nichols subitamente parou de falar, dando de cara com os alunos do Miyagi-do que haviam acabado de chegar. Samantha e Robby tinham as mãos entrelaçadas. E com eles uma garota de feições asiáticas que Theodora se lembrava da festa na fogueira, Catharine Lewis.

── Ei, eu peguei sua cerveja — Miguel se aproximou com um copo vermelho em mãos, em direção a namorada, que pegou o copo com um sorriso sem graça.

O garoto e todos os outros pareceram notar a tensão palpável no ar. A LaRusso e o Diaz vendo que ambos seguiram em frente se sentindo levemente abalados.

Robby e Sam soltaram as mãos.

── Vamos — disse Tory firme, se retirando do cômodo junto ao namorado e a amiga.

Era um lindo dia. Era um pecado estar dentro da casa quando o céu estava tão limpo e o clima ameno. Do lado de fora os adolescentes tinham posto frente a frente dois bancos, próximo ao bar e o barril de cerveja e jogavam um jogo estúpido de beber enquanto se equilibra em um pé só.

Tory estava em um dos bancos virando mais uma dose de cerveja, enquanto a multidão ao redor a incentivava. Seu oponente estava tonto e a Young torcia para que ele não vomitasse.

── Vira! Vira! Vira! — o coro de adolescentes berravam quando o garoto foi em direção ao chão, resultando em diversas risadas e gritos desapontados daqueles que apostavam nele.

── Vencedora e ainda campeã, Tory! — Miguel gritou animado e Theodora gargalhou, estendendo o próprio copo pra cima para comemorar junto a várias pessoas na multidão.

O sorriso da Nichols diminuiu pouco a pouco quando Samantha adentrou o jardim, acompanhada do namorado guarda-costas e de Catherine. A loira desceu do banco caminhando em direção a morena.

── Olha só quem apareceu! Quer brincar? Ou chá da tarde faz mas seu estilo, princesa? — provocou Tory, fazendo a LaRusso revirar os olhos e os outros presentes se remexerem desconfortáveis.

── Me dá um copo — Sam cruzou os braços, desafiadora.

── Está bem — a loira deu as costas para os alunos do Miyagi-do, caminhando em direção ao bar — Outra rodada!

A LaRusso caminhou até o centro do jardim, levantando o banco caído enquanto Robby a seguia junto com a Lewis.

── Quer fazer isso mesmo? — questionou o garoto preocupado.

── Que foi? Acha que não consigo ganhar?

── Deixe ela tentar — rebateu Catherine, cruzando os braços.

── Não é isso... — o Keene mal conseguiu terminar sua fala quando Samantha segurou no ombro dele e em seguida no ombro da Lewis, para se colocar de pé no banco. Agora a morena estava frente a frente com a garota loira.

── Isso vai ser divertido — disse Theodora baixinho para ninguém em específico, escondendo um sorriso enquanto bebia um gole do seu próprio copo vermelho.

Um garoto de cabelos crespos estendeu uma copo de plástico pra cada uma das garotas.

── Pernas pra cima! — Miguel ordenou, como jurado do jogo, as duas garotas obedeceram.

── Três. Dois. Um — a multidão voltou a gritar, se dividindo entre aqueles que incentivaram a atual campeã e aqueles que apostavam na LaRusso — Vira! Vira! Vira!

Tory terminou a sua bebida primeiro, amassando o copo com a mão e jogando no chão, com um sorriso diabólico. Sam parecia meio instável no banco, bebendo devagar.

── É demais para você? — a Nichols disse, limpando o canto dos lábios. A provocação só serviu de combustível para a LaRusso, que bebeu até a última gota e arremessou o copo no chão com raiva.

Gritos empolgados ecoaram da multidão, enquanto outra dose era entregue as competidoras. Cinco rodadas depois e as garotas ainda estavam no mesmo lugar, era provavelmente a partida mais longa que todos tinham assistido. Tanto Robby quanto Miguel pareciam está preocupados com as respetivas namoradas e em contrapartida Theodora tinha um sorriso de criança arteira, se divertindo com a situação.

── Como está aí, LaRusso? — a loira alfinetou novamente.

── Posso fazer isso a noite toda — mentiu. A bebida estava começando a intensificar a tontura da garota.

── É? — Tory sorriu — Ei Big Red, duas doses de vodka.

O olhar do Diaz e do Keene se alarmaram.

── Sam... — implorou Robby, tentando fazer a namorada desistir.

── Só me dá isso logo — Sam cortou ele bruscamente, ela não iria abandonar o jogo antes da rival.

O olhar do Keene foi atraído para Theodora que carregava dois pequenos copos de shot com o líquido cristalino. A garota loira estendeu um para a morena logo em seguida o outro para a amiga, se afastando.

── Vira! Vira! Vira!

Tory virou o copo de uma vez, sem fazer nenhuma careta, enquanto Sam deixou o líquido a beira dos lábios, só o cheiro da bebida estava fazendo ela ficar atordoada.

A garota hesitou, quase colocando o pé de volta a superfície plana enquanto a Nichols a provocava com o olhar. Samantha fechou os olhos, enquanto respirava profundamente, fazendo um movimento com as mãos que se assemelhava com um golpe de karatê e em seguida despejou a bebida pela garganta.

Tory pareceu ser pega desprevenida, enquanto outra dose da bebida forte já estava em seus dedos. Um grito atrás dela chamou a atenção da loira, que virou a cabeça, perdendo o equilíbrio. A garota caiu, tanto Theodora quanto Miguel correram para ajudá-la a levantar.

── Se não aguenta bebe leite, querida — Samantha debochou. Theo torceu o nariz e Tory à encarou mortalmente.

── Você está bem? — o Diaz perguntou enquanto a namorada negava a ajuda e se levantava com a ajuda da Young.

── Vou me limpar. Me deixa em paz — a Nichols respondeu seca, fugindo do garoto.

˚ ˚.⋆ ₊

Conforme o tempo passava e a noite desencadeava, Samantha parecia está cada vez mais alterada, ela servia mais uma dose de vodka com suco de laranja para si própria enquanto cambaleava, incapaz de ficar em pé reta.

── Talvez você devesse fazer uma pausa — Theodora sugeriu se aproximando da garota parada em frente a mesa da sala.

── Você está com raiva porque eu derrotei sua amiga — Sam concluiu simplória, claramente sem filtro pela bebida — Eu me vinguei do que vocês fizeram com o nosso dojo.

── Olha LaRusso, eu não tive nada a ver com aquilo — a loira travou o maxilar, cruzando os braços — Muito menos a Tory ou o Miguel.

Samantha revirou os olhos, como se tudo que saísse da boca da Young fosse uma grande mentira, como "Papai Noel é real" ou a "Fada do Dente existe."

── Por que você acha que eu e ele fomos até a sua casa devolver a medalha?

── Vocês não devolveram. Demetri achou no dojo.

── Ah claro — Theo bufou — E a medalha que eu entreguei ao Keene era só uma miragem — retirando a garrafa de bebida da mão da garota e colocando sobre a mesa com um baque forte — Faça suas escolhas LaRusso, mas saiba que eu não sou a vilã da sua história.

A Young pegou seu copo, saindo de perto de uma Samantha alterada. Caminhando entre a multidão de pessoas que preenchiam todos os cômodos, desafiando as leis da física.

A loira conseguiu andar alguns metros antes de esbarrar em uma figura masculina que caminhava distraída contra o fluxo, fazendo todo o líquido que preenchia o copo da garota derramar contra ela.

── Você só pode está brincando comigo! — Theo resmungou limpando algumas gotículas de bebida da face chocada. Agora sua noite não poderia piorar.

── Meu Deus. Mil desculpas — Robby pareceu genuinamente preocupado, analisando a garota a procura de algum possível machucado devido ao esbarrão.

── Tinha que ser você — a loira disse revirando os olhos, involuntariamente o Keene travou o maxilar. Ela agradeceu a Deus por ter escolhido usar o macacão ao invés da calça jeans. O tecido grosso da peça absorvendo um pouco do líquido derramado e impedindo a camiseta de ficar mais transparente e consequentemente mais reveladora.

Theodora virou de costas para Robby sem nenhuma satisfação, caminhando em direção a cozinha, o deixando para trás desconfortável, sem opção além de acompanha-la.

A Young pegou o primeiro pano limpo que viu pela frente, molhando com água corrente e torcendo para que fosse suficiente para tirar um pouco do cheiro de álcool que agora impregnava seu nariz.

── Me desculpa... Eu não vi você... — Robby se aproximou do balcão, assistindo o empenho de Theodora.

── Só cala a porra da boca, por favor — cortou Theodora, os dois se entreolharam por um segundo tenso, como uma competição de quem pisca primeiro. A garota estava com raiva por ele ter mentido para Samantha sobre a medalha de honra, o minúsculo objeto que já havia causado tanto caos na vida dela, tinha vontade de gritar com ele ou esmagar a cabeça dele no mármore da bancada. Mas Theo não fez nada disso, ela voltou a limpar as próprias vestes e o Keene engoliu em seco.

Alguns segundos de silêncio seguiram o pedido da loira.

── Você sabe onde está a Sam? — perguntou Robby, lembrando-se do seu objetivo inicial.

── Provavelmente enchendo a cara na mesa principal — Theo resmungou sem tirar os olhos da sua camiseta arruinada que antes cheirava a amaciante e perfume, agora úmida e com cheiro de um alcoólatra.

Mas Robby não mexeu um músculo para ir na direção da namorada, como se estivesse muito hipnotizado com à ação da garota a sua frente. Era muito fácil prestar atenção em Theodora, como se ele pudesse analisar os maneirismos que ainda a atrelavam ao passado.

── Eu sinto muito, Do...

── Deus, você não sabe o que "cala a boca" significa? — a loira rebateu se virando sem paciência, ela não queria o pedido de desculpas de Robby, nem agora nem nunca. Um arrependimento não mudaria o passado, seja ele um copo de bebida derramado ou palavras cravadas como facas.

O Keene pareceu hesitar, engolindo em seco novamente, os olhos navegando pela estrutura facial da garota. Eram a primeira vez que eles estavam frente a frente, sem ser no meio de uma briga, depois de tantos anos.

Ops. Cedo demais para comemorar.

Os olhos de Theodora voaram por cima do ombro dele observando a confusão que se formava na sala.

── Ah mas nem fudendo — a garota xingou antes de jogar o pano sobre a ilha da cozinha e deixar um Robby com as sobrancelhas franzidas para trás.

Uma confusão Cobra Kai contra o Miyagi-do se aflorava e Theodora foi rápida em se colocar entre Falcão e Chris, um garoto alto e de pele negra que havia mudado de dojo.

── Nem ouse — Theo disse entredentes, fazendo o garoto empinar o nariz e o queixo.

── Não toque nele — Catherine rosnou, se metendo na briga.

── Ou o que? — rebateu desafiadora.

Por um minuto, a Lewis e a Young ponderaram sobre a noite em que se conheceram. Talvez, se não fosse a estúpida rivalidade de dojos que fazia Catherine acreditar que Theodora era uma valentona e a loira acreditar que a morena concordava com todas as atitudes dos LaRussos, as duas poderiam se conhecer melhor e quem sabe até se tornarem amigas.

Robby também se juntou a confusão, parando ao lado dos colegas de dojo.

No final do dia, Robby Keene e Theodora Young eram apenas duas pessoas incapazes de perdoar, imersos em uma rivalidade maior do que eles.

── Pessoal, parem. Somos todos amigos — Moon implorou.

── Sinto cheiro de briga! — uma voz ecoou no meio da multidão.

Porém, antes que outro conflito com karatê se iniciasse uma sirene soou e as luzes de uma viatura policial iluminou a sala, fazendo o caos se espalhar enquanto a multidão de adolescentes alcoolizados fugia.

── Demetri, você teve sorte! Nos vemos na escola! — Falcão gritou, cego de raiva em meio ao caos.

── Vamos seu idiota! — gritou Theodora o puxando pelo pulso acompanhando a multidão, desejando não ser presa. Afinal de contas, sempre há uma forma de piorar o que já é ruim.

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