Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

ℝ𝕖𝕝𝕒𝕔𝕚𝕠𝕟𝕒𝕞𝕖𝕟𝕥𝕠𝕤 𝕤𝕒̃𝕠 𝕔𝕠𝕞𝕡𝕝𝕚𝕔𝕒𝕕𝕠𝕤.

Eu sinto por você
Um amor tão forte
Mas tão forte
Que toda vez
Que eu digo que te amo
É um desabafo.

-Ramai.

Yamaguchi Tadashi.
{06/03/2023}.
18:03.

O vento soprou fortemente minhas madeixas já bagunçadas, o clima pouco favorável para mim, deixava minhas bochechas vermelhas e minhas mãos congeladas, por conta da temperatura natalina a rua estava vazia e silenciosa, minha única companhia era um cantil cheio com a bebida fumegante chamada uísque, essa no que lhe concerne deixava minha garganta quente bem como meu peito, não havia mais o estranhamento de sentir o líquido alcoólico descer em minha língua e no lugar disso apenas a familiaridade do calor letárgico que ali ficava.
Se olhasse, por fora iria pensar ser um cenário melancólico de pura solidão e drama, entretanto não é assim, eu podia estar sim, sozinho e bebendo com avidez o uísque que foi mais uma vez roubado da adega de minha progenitora, mas isso não significa que estou triste ou algo parecido, ao contrário eu estava me sentindo muito liberto, era sim muito ruim sentir as pontas dos meus dedos congeladas e meus cabelos bagunçados a casa mínimo sopro de ar, contudo isso não diminuía o conforto da própria solidão. Não é triste, apenas um cenário cru de um adolescente com poucos meses de vida.

Avistei um banco-de-madeira rodeado por dois arbustos logo mais a frente, agradeci mentalmente a prefeitura por colocar um banco num ponto exato que eu necessitava, minhas pernas já estavam cansadas de tanto andarem e eu precisava recuperar o fôlego perdido, não fiz cerimônia ao descansar minha bunda no banco-de-madeira, buscava com rapidez oxigênio sentindo um incômodo nos meus pulmões por o ar ser muito gelado, levantei minha mão que segurava fortemente o cantil levando o objeto metálico até meus lábios inclinando-o e derrubando o conteúdo devagar, o álcool queimou minha garganta a esquentando de imediato.

Um suspiro saiu de meus lábios agora menos ressecados por conta da bebida, afastei o cantil e voltei minha atenção ao som de notificação alta que saía do celular que repousava no bolso da minha jaqueta preta, minha mão livre foi em direção à cavidade da veste e resgatou o telefone, meus dedos congelados segurava o celular de modo trêmulo e meus olhos tentavam inutilmente focar nas palavras brilhantes, quando um pouco de lucidez tomou conta de meu ser e eu consegui ler a mensagem não fiquei nem um pouco surpreso.

Tsukki 🦖
- onde vc tá?.
18:05

Eu.
Em um banco de madeira-

18:05

Seu contato logo ficou "offline", ele agora era assim, cheio de preocupações um pouco exageradas, sua figura é muito distante do loiro sarcástico e rude com tudo e todos, no lugar disso há um míope querendo sempre saber como eu estou e onde estou a cada 5 segundos, todos no time estão assim, porém o loiro está extrapolando muito essa persona. Sempre tento responder aos garotos para não os deixar preocupados, entretanto as perguntas são tão repetitivas que eu acabo respondendo sempre no automático, isso não quer dizer que minhas respostas não são verdadeiras sendo recheadas de puro vazio vago, eu até me esforçava um pouco mais para responder o loiro corretamente já que somos amigos desde a infância.

Suspirei fundo e guardei o celular no lugar que outrora repousava, minha mão que segurava o objeto metálico se levantou levando o cantil até meus lábios, o líquido escorreu por entre meus dentes esquentando e fazendo salivar minha língua que a esta altura já está dormente, sem que eu percebesse uma lágrima solitária e quente escorreu por minha bochecha corada pelo frio, eu não estava triste por estar sozinho em uma rua vazia em um dia congelante, não, mas o fato deles sempre me mandarem mensagens perguntando-me como eu estava e sequer fazer uma visita rápida me machuca bastante, é como se as mensagens também fossem automáticas e tão vazias e sem sentimentos como as minhas, se eles já estão rejeitando me olhar agora imagina no meu enterro.

Em um gole atrás do outro eu acabei com o conteúdo do cantil.
É, se no começo eu afirmava que o cenário não era melancólico e sim cru e real agora eu me caio em contradição, é sim, triste e de certa forma melancólico, entretanto é a realidade. Se ao menos eu estivesse um pouco mais bêbado o cenário poderia mudar para algo trágico e cômico.

Patético.

Tsukishima Kei.
18:23.

Estava frio nas ruas escuras e vazias de Miyagi, o grande casaco marrom não impedia que eu sentisse frio o suficiente para tem arrepios por todo o corpo, o cachecol vermelho de lá extremamente grande cobria meu pescoço e minha boca mantendo-os quentes ficava com as pontas balançando no ar, as luvas também de lá que cobriam minhas mãos pouco trêmulas não era o suficiente para esconder minha ansiedade, já fazia alguns minutos que eu procurava inutilmente o esverdeado em todo o banco-de-madeira que eu achava sobre a ruazinha vazia, o horário era tarde demais para um adolescente no estado dele sair sozinho, ainda mais com o frio que assolava as redondezas, a ansiedade era fruto da ausência de notícias sobre ele, eu estava necessitado de qualquer mínimo sinal de que ele estava bem, apesar de tudo, apenas um mísero sinal para acalmar meu coração que insistia em querer sair pela boca.

Apesar de minhas pernas doer um pouco eu não parava de andar ou para recuperar o fôlego perdido, não, meu corpo poderia estar cansado de tanto procurar, entretanto enquanto minha mente estiver a mil por hora não irei parar de procurar-lo, não quando meu coração estiver tão desesperado assim.
Talvez se eu tivesse sido mais específico com ele ao pedir sua localização eu não estaria tão perdido assim, me sentia tão prepotente sem algum sinal de vida seu.

Um som de notificação de mensagem abafado foi escutado por mim, rapidamente capturo-o do bolso da calças, em um movimento rápido retirei as luvas das minhas mãos, elas estavam quentes e quando entraram em contato com o ar frio de Miyagi automaticamente ficaram trêmulas e com as pontas dos dedos rosados, ou talvez fosse apenas o nervosismo misturado com a canseira que tenha me dado essas mãos iguais a de um senhor com Parkinson, os dedos congelados deslizava na tela de vidro enquanto a palma direita tentava segurar o aparelho sem o derrubar. Pela barra de notificação vi ter uma mensagem direta do aplicativo de comunicação, não me dei ao trabalho de saber quem era antes de entrar no aplicativo.

Sra Mina🦉
-você já o encontrou?.
18:25

Eu
Ainda n-

18:25

Sra Mina🦉
-Encontra-o.
18:25✔

Eu
Digitando...

Sra Mina🦉
-Eu juro que se ele não
voltar eu irei te matar.
18:26✔

Eu
Eu vou levar ele.

18:26✔

Sra Mina🦉
-Lembre-se de sua
Promessa.
18:27✔

Suspirei cansado daquelas palavras, eu prometi o proteger assim que soube de seu câncer para sua mãe, admito que só falei da boca para fora apenas para acalmar uma mãe aos prantos, isso não necessariamente significa que a promessa era vazia, longe disso, entretanto, não a fiz pensando em me tornar babá do esverdeado em tempo integral, queria apenas ser algum tipo de enfermeiro dele e o ajudar com todos os remédios, não passou pela minha cabeça que Tadashi iria se rebelar a esta altura do campeonato. Era sempre a mesma coisa, verificava se ele estava em algum lugar suspeito ou perigoso e comunicava à Mina, eu nunca tive que buscá-lo antes já que sua mãe sempre foi muita protetora e fazia questão de o buscar independente de estar ocupada ou não, porém essa foi minha vez de o trazer sã e vivo para sua casa.

Suspirei novamente quando percebi que não havia outra saída senão usar o rastreador, o aplicativo foi instalado por sua mãe no intuito de acalmar o coração da matriarca, e admito que um pouco do meu também, Mina deixou claro que eu poderia sempre usar quando não estivesse o encontrando, a mulher não queria invadir tanto assim a privacidade do próprio filho então deixou apenas o acesso em minhas mãos, ela confiava em mim ao ponto de saber que eu nunca faria nada deste calibre, e ela estava certa, eu realmente só usava o app em último caso.

Não perdi tempo em entrar no aplicativo de localização, lá estava, com as palavras brilhantes em negrito a localização exata do esverdeado.

Meu coração pode se acalmar um pouco.
Agora, em passos calmos e arrastados caminhei-me na sua direção, meus olhos atentos ao celular para ter a certeza de que iria errar um passo da rota.

Em alguns minutos consegui avistar o banco-de-madeira mencionado pelo esverdeado, naquele assento vi uma cena deplorável e confusa demais para meu cérebro processar tão rapidamente.
Yamaguchi está irreconhecível, seus olhos escuros quase fechados pareciam de incomodar com o poste-de-luz que repousava ao lado do banco, sua mão segurava com força o cantil aberto, sua boca entreaberta saliva em busca de mais um pouco do líquido alcoólico.
Esse não era o Yamaguchi que eu conhecia, não, esta é uma imagem de uma pessoa totalmente abatida com olhos opacos e com os cantos da boca escorrendo bebida.

O que aconteceu com seu cabelo?!.

Pensei indignado, a parte de baixo de seu cabelo estava loira em um tom mais claro que minhas madeixas, ao encarar seus fios meus olhos se fixaram em sua orelha esquerda que continha vários piercings.

Esse definitivamente não é o Tadashi.
Não o meu Tadashi.

A figura bêbada e menor pareceu não notar ainda minha presença e eu só pude observar-lo mais atentamente.

Yamaguchi Tadashi.
18:35.

Minha cabeça latejando de dor estava aérea dos arredores, era uma sensação de familiaridade, as coisas ao redor acontecia em uma escala insignificante comparado aos meus pensamentos que iam e viam sem nexo e com tanta leveza, ainda existiam as preocupações, temo que nunca irão me abandonar, porém, eram tão... pequenas, não era como se o peso dessas coisas realmente existissem, pelo menos não naquele instante, naquele momento de embriaguez pude pensar em minha doença como apenas uma doença e não como um maldito câncer que iria me levar a uma caixa ou jarra escura.

Surpreendentemente não havia tristeza ou pesar em pensar no motivo da minha futura morte, para falar a verdade eu nunca me senti tão vivo assim antes, era como se eu vivesse realmente o momento, confesso que a bebida tem me dado um empurrãozinho nesse quesito, entretanto eu não tiro o mérito da minha própria mente, esta que mesmo estando sóbria consegue pensar em tudo com mais atenção e delicadeza.

Saindo um pouco do meu palácio mental, reparei na silhueta esguia e alta que eu reconhecia como a palma da minha mão, Tsukishima, meu grande amigo míope que agora estava tão distante fisicamente e tão mais perto emocionalmente que chego a me perguntar quanto tempo isso irá durar.

Sua postura era de alguém cansado, sua respiração estava ofegante e o cachecol vermelho escorria por seu pescoço quase caindo no chão, ele me analisava bem como eu o analisava.
Preocupado, essa é a palavra que define o semblante do bloqueador, uma faísca de choque também escapava de seus olhos e eu me perguntei se era por meu estava embriagado ou pela nova cor de cabelo acompanhado dos adereços das orelhas.

Suspirei fundo e propus um convite ao mesmo.

Yamaguchi:Sente-se, Tsukishima.- pedi ao estudante com a voz um pouco rouca e embolada.

O loiro me olhou parecendo querer muito falar algo mas hesitando demais para nem sequer abrir a boca, um suspiro saiu de seus finos lábios e o bloqueador finalmente cedeu e se sentou ao meu lado, ele parecia querer evitar me olhar então decidi fazer o mesmo.

Talvez seja a hora perfeita para conversar.

Yamaguchi: Como vão os meninos? Estão lidando bem com meu câncer?.- perguntei com a voz baixa.

Minha cabeça doía um pouco então decidi deixá-la cair para trás, minhas costas clamando por uma posição minimamente confortável, mas veemente ignorada, em minha mente o pensamento de como o time estava lidando com tudo preenchia o espaço desconexo.
Ao meu lado, Kei, deu uma curta e audível risada que saiu um pouco melancólica.

Tsukishima: Todos estão com saudade, estavam até planejando fazer algum tipo de festa.- sua fala ainda mais melancólica que tua risada anterior.

Sorri minimamente pensando no rosto de todos do time com puro carinho.
Sugawara estaria sendo amparado pelo Daichi que não demonstrara nenhum categoria de triste e guardará todinho o cansaço em seu íntimo, Asahi ao contrário do platinado estaria aos prantos usando o ombro amigo do Noya que estaria em um calado luto, Tanaka estaria chorando perto de Shimizu de modo silencioso e a estudante estaria tentando dar palavras de conforto para o atacante, Hinata e Kageyama provavelmente estariam brigando por um não concordar com o modo que o outro está lidando com a situação, Takeda e Ukai estariam perdidos e sem saber o que fazer possivelmente  afogando as mágoas em bebida como eu faço.
Tsukishima iria ignorar a situação ao máximo.

Yamaguchi: Estou com saudade deles. - confessei em lamúrias.

O loiro finalmente me olhou, as sua orbes iluminados pelo poste de luz resultava o opaco semblante que ali refletia.
Nos encarávamos avidamente, eu o analisava meticulosamente por conta do álcool e por conta que ele simplesmente é ele, ao contrário de mim o loiro me observava com cansaço e desânimo com uma faísca irreconhecível.

Tsukishima: Por que você não visita eles?. - perguntou olhando para baixo.

Eu encarei a cabeleira dourada por alguns segundos me perguntando em meu íntimo como seria enroscar meus dedos nos seus fios.

Yamaguchi: Por que você não me visita?. - lhe devolvi a pergunta com o mesmo tom de descontentamento.

Tsukishima: Eu perguntei primeiro. - disse em habitual tom de deboche.

Ri um pouco com a não tão distante nostalgia que o míope me proporcionava, o dito cujo esteve tão preocupado com tudo enquanto fingia não ver oque acontecia ao redor que não sobrava mais espaço para destilar seu tom de deboche e xingar tudo e todos.
E novamente eu me senti um pouco solitário com seu questionamento, aliás, quais motivos eu tinha para não chamar os garotos? O quão "liberto" eu estava para me sentir tão sozinho assim? Eu queria provar dessa liberdade junto a eles, eu iria amar ter tido eles ao meu lado quando eu fui pintar os cabelos, colocar os “piercings” e quem sabe até encher a cara com eles.
Tudo é tão complicado, esses... relacionamentos.

Yamaguchi: Porque relacionamentos são extremamente complicados para mim, Tsukki.- o respondi com um sorriso pequeno.

Ele me encarou por alguns segundos antes de questionar.

Tsukishima: Até mesmo o nosso?.- perguntou genuinamente curioso.

O olhei por alguns segundos, ou talvez minutos, o vi quase entrar em pânico por minha demora e me diverti um pouco com seu desespero.

Yamaguchi: Principalmente o nosso. - respondi enigmático.

-----------------------------------------------
Mais um capítulo completado com sucesso.

Peço para que ouçam a música enquanto leem o cap para terem melhor experiência.

O link da música eu infelizmente não consegui colocar então peço para vocês procurarem no YouTube e ouvirem.

Cidade Dormitório- relacionamentos são extremamente complicados e meu cachorros sabe disso.

Nome da música👆

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro