Takeda Ittetsu.
{07/03/2018}.
16:00.

Uma dor aguda atingiu minha cabeça como uma adaga atinge um inimigo desprevenido,meu estômago se embrulhou tanto ao ponto de eu pensar que ele era uma bolinha de golfe,uma vontade avassaladora de vomitar me atingiu,entretanto empurrei tudo de volta ao estômago me impedindo de vomitar.
Eu estava com uma puta ressaca.

Me remexo na cama confortável e familiar,o coberto que me protegia como uma manta escorregou um pouco pra baixo sobre meu corpo.
Meus olhos ainda fechados pareciam queimar por debaixo das pálpebras que pareciam mais pesadas do que cimentos.

Abri de vagar meus olhos,os mesmos logo são atingidos pela claridade(que parecia tão brilhante quanto o sol),uma dor aguda atingiu novamente meu crânio,fechei meus olhos por reflexo sentindo minha cabeça latejar de dor.

Minha garganta estava tão seca,tive vontade de beber um galão de água ou até mesmo uma reserva inteira de água,e mesmo assim não seria o suficiente pra satisfazer minha sede.

Com determinação abri minhas pálpebras não temendo mais as rajadas de luz tão pouco a dor que dê certo sentiria,olhei em volta,checando cada canto do quarto confuso e desnorteado.

Como eu vim parar no meu quarto?.

Questionei a mim mesmo em dúvida,tentei forçar minha mente a me lembrar de ontem porém tudo não passava de um grande borrão de memórias.
Talvez eu não quisesse lembrar de nada,seria bem melhor pro meu bem estar e principalmente pro meu senso comum(senso esse que eu sempre perdia quando estava muito bêbado).

Espera aí!.
Eu estava com o Ukai na escola e recebi a notícia de que minha família,quer dizer,que minha família problemática estava na cidade e estavam doidos pra me fazer uma visita.
Obviamente eu fiquei puto e quis beber,chamei o Ukai pra beber ele aceitou,depois eu...eu...anh...acho que fiquei muito bêbado pra me lembrar.

Ao recapitular os acontecimentos que me lembro veemente de ontem levanto meu tronco me sentando na cama sentindo o colchão se afundar,minha visão embaçada por falta do óculos(tal fato que só foi percebido agora)olhou em volta do quarto,do meu quarto,forcei mais ainda minha mente a me fornecer mais memórias.

Mas de uma coisa eu me lembro quase perfeitamente,uma mulher de uns 30 anos achando que eu e Ukai era um casal.

Lembrança recuperada,essa lembrança eu preferiria esquecer pra sempre,só de lembrar de seu linguajar entranho e de sua total falta de tato me vem um sentimento de incômodo, sentimento esse que eu não senti na hora que ocorreu a conversa por estar bêbado demais.

Minhas bochechas ficaram quentes e eu tive a certeza de que ambas estavam coradas,só agora avia caído a ficha de que alguém aleatório tinha achado que eu o treinador Ukai parecíamos um casal,meu estômago se revirou e eu tive medo de toda a bebida decidir não ficar mais no meu estômago,mas isso não aconteceu,esse negócio na minha barriga era uma sensação diferente,não era nada igual á sensação de ânsia de vômito.

Mas o que diabos aconteceu noite passada?!.
Porque eu sinto que Ukai tem haver com alguma coisa,e o que caralhos é essa coisa?!.

Pensei alarmado ao me lembrar só desses pequenos fragmentos de memórias.

No final seria muito melhor eu não lembrar de nada mesmo,se eu já estava surtando por essas pequenas migalhas de memórias(se é que eu posso chamar isso de memória)imagina se eu me lembrasse de tudo,eu vou me arrepender de perguntar pro Ukai o que aconteceu noite passada.Quer saber,vou fingir que noite passada não passou de um delírio coletivo.

Ukai Keishin.
16:30.

Meus pés nus tocavam o chão gelado da cozinha que eram compostos por azulejos brancos de mármore,o cheiro de fritura dançava no ar sendo capturados por minhas narinas que entendiam aquele cheiro como o mais saboroso perfume que existia,minha mão mexia de modo habilidoso a espátula de silicone cor preta.

Meu torço estava exposto,desprovido de qualquer pano,o fato era que não tinha nenhuma camisa ou calça do professor que coubesse em minha pessoa,tive que dormir com as mesmas roupas de ontem e só tirei á camisa preta por estar molhada.

Ouvi passos vagos e baixos se aproximarem da cozinha(cozinha essa que dava pra ser vista por estar acoplada á pequena sala de estar),não me importei em olhar pro Takeda me concentrando unicamente nos ovos que estavam sendo fritos.

Takeda:Uhm,bom dia.-disse com a voz rouca e distante.

Desviei a atenção do alimento que eu estava preparando pra pequena figura que estava em pé,ele estava parado bem acima da linha imaginaria que separava a pequena cozinha da pequena sala,seus pequenos pés encima do carpete branco do chão da sala.

Olhei ele de cima a baixo avaliando seu estado,sua roupa se consistia em uma blusa 10 vezes seu tamanho adequado,e essa blusa preta com nenhuma estampa era minha,suas pernas estavam amostras e mesmo a camisa cobrindo elas até o meio das coxas eu pude perceber como as mesmas eram grossas e com pelos finos e negros.

Sua mão foi em direção ao seu rosto ajeitando o óculos quadrado de grau,essa pequena ação o deixou fofo.

Ukai:Essa blusa não estava molhada?.-questionei voltando meu olhar aos dois ovos que já estavam bem fritos e prontos para serem devorados.Desligo o fogão.

Ouvi um resmungo do Takeda que provavelmente se dava ao fato de sua dor de cabeça,ele pegou pesado com a bebida ontem e não seria surpresa nenhuma se ele estivesse com uma puta ressaca.

Takeda:Ela deve ter secado,aliás,por que você está sem camisa?.-senti seus olhos queimarem minha nuca porém pouco me importei.

Ukai:Eu molhei ela quando eu acordei,acabei sem querer derrubando um copo de água encima de mim mesmo-respondi ele desfocado,meu braço que não mexia os ovos pegou um prato de vidro branco que repousava ao lado do fogão,no pequeno balcão branco-vai querer ovos mexidos?.-perguntei colocando os ovos no prato.

Ouvi apenas um resmungo de concordância e logo me voltei ao mesmo,minha mão segurando o pequeno prato branco se estendeu em direção ao Takeda,esse agarrou o prato como se fosse sua última refeição na terra.

Ele ignorou minha existência e foi até o sofá verde que ficava virado de costas pra cozinha.

Como esse meio metro de gente tem coragem de não me agradecer?!.

Questionei-me totalmente indignado,andei até o pequeno professor,paro bem a sua frente cobrindo a visão da televisão desligada de tela de porte médio que ficava encima de um hack de madeira clara,meus braços estavam cruzados acima do meu peitoral e meu pé esquerdo batia repetidamente o chão de carpete branco.

Takeda desvia o olhar de seus ovos que estavam intocados para mim,ele arqueia uma de suas sobrancelhas,seu rosto mostrava sua expressão confusa.

Takeda:Obrigado pelos ovos,e me desculpa por ter te dado trabalho ontem.-ele finalmente se dá conta do porque de minha pose,se desculpando com a voz baixa e tímida.

Como ele consegue ser tão fofo e desengonçado ao mesmo tempo?.

Coro com sua fofura e com meus pensamentos,chacoalho minha cabeça dispersando tais pensamentos e me focando na pequena figura tímida á minha frente.

Ukai:Não foi nada,e você nem deu tanto trabalho assim.-minto ao ver sua cabeça cabisbaixa,ele provavelmente estava pensando que foi um incomodo.Bom,ele realmente foi um incomodo,porém sua postura prepotente amoleceu meu coração.

Ele ergue a cabeça,seus olhos se fecham e eu sabia muito bem que era por causa da ressaca,nessa hora eu admito que pensei em falar um 'eu te avisei' ou um 'você foi muito irresponsável ontem' ou até mesmo um 'isso é pra você aprender',todavia quando seus olhos se abriram eu não consegui pronunciar nada,e outra que eu iria parecer um mãe se eu falasse qualquer coisa,o mais correto seria ficar de bico fechado.

Ele abriu a boca pra falar algo porém foi interrompido por um bater de porta.

Sua boca se fechou rapidamente e eu pude ver através dos óculos seus olhos se arregalar,parece que uma chave foi virada em seu cérebro,e agora parece que a mesma chave estava sendo virada no meu.

A família dele veio o visitar.

Takeda:Takemichi.-disse distante e incoerente,como se a sua alma tivesse saído do corpo e não tivesse voltado pro lugar,suas pequenas mãos que seguravam o prato de vidro ficaram trêmulas.

Mesmo não entendendo porra nenhuma não questionei-o,não era o momento pra isso,talvez outra hora eu podia entrar no modo "vizinha fofoqueira" e perguntar quem caralhos era Takemichi porém não era essa a hora.

Vendo o estado de choque do pequeno professor e sabendo que ele não voltaria ao normal tão cedo fui abrir a porta.

Ukai,você está prestes a ver a pessoa que acabou de deixar o Takeda em choque,e não foi um choque no sentido bom da palavra.

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Olá querido(as) leitores(as).
Agora todo capítulo que eu postar irei recomendar uma música e alguma coisa pra vocês assistirem.

A música que estou escutando bastante ultimamente é Manual do suicídio,recomendo você ouvir quando tiver triste ou quando quiser ficar triste.

Um anime que eu queria recomendar é Wonder egg priority,esse anime não é muito famoso porém super recomendo pra quem gosta de um drama e de ação.