Thalia Machado
Qatar, 6:25

Caminho até um fundo de quintal e vejo um monte de gente, entre eles, estavam as meninas e os meninos da seleção.

Avisto Rodrygo de longe e caminho até ele o chamando que estava de costas para mim.

— Rodrygo. – assim que encosto nele, o mesmo se vira.

— Rodrygo? Tá tudo bem, mãe?

Mãe? Como assim "mãe"? Era nítido que era o Rodrygo. Eu tava vendo ele.

— Para de brincar, amor! – digo aflita.

— Mãe? Sou eu, seu filho. – olho confusa — Pai! Vem cá!

— Amor? Tá tudo bem? – Rodrygo vem até mim, mas, ele estava mais velho. Em boa forma, porém, com mais idade.

Ainda confusa, decido andar pela casa e esbarro em Julia.

— Thali, minha amiga! Quanto tempo? – a olho bem e começo a apalpar seu rosto. Ela também parecia mais velha — Thalia, tá tudo bem?

Sinto tudo gritar e minha visão ficar turva, um vazio toma conta.

Acordo desesperada com minha respiração muito ofegante.

— Calma amiga, foi só um sonho. – sinto o abraço de Alanis me reconfortando.

Sorri tímida para a mesma que desfaz o abraço, abro a janela ao seu lado e vejo o quão claro já estava.

Pego meu celular e vejo que já são 6:30 da manhã.

— Bom dia, flores do dia! – Julia diz assim que abre a porta da cabine. — Chegamos em Catar. Ambas tem 5 minutos para arrumar suas respectivas bagunças, sentar e colocar o sinto porque logo vamos desembarcar. – assentimos.

Levantei e fui até minha cabine, recolhi meu cobertor, notebook, livro, carregadores e fone de ouvido. Arrumei meu assento, me aconcheguei e coloquei o cinto.

Não demorou muito até o avião começar a aterrizar.

Assim que pousou, a aeromoça foi nos guiando até a porta, peguei minha bolsa e acompanhei a mesma juntamente das meninas.

— Nem acredito que finalmente chegamos. – Maria diz contente assim que para na porta do avião — E que calor do caraio. – continua ela fazendo a gente rir.

Agradeci a aeromoça e saímos do avião indo a caminho do aeroporto. Chegando lá, pegamos nossas malas e passamos pela porta de desembarque.

— Acredito que aquele moço esteja nos esperando. – Nicole diz apontando.

Olho na direção em que a mesma apontou, forçando um pouco a vista, noto um cara careca, não tão velho, com uma placa escrita "Alanis, Thalia & Cia"

— "e companhia"? E eu lá sou companhia dos outros? – Maria indaga brava.

— Sim, filhotinha de papai. – Nicole responde. — As bonitas que namoram os jogadores. A gente veio no combo. – Nicole complementa e eu debocho da cara de Maria.

— Estão se achando só porque estão gestan... – interrompo-a colocando minha mão em sua boca.

— Fica quieta, Maria Ísis! Tá cheio de brasileiro aqui. Se controla. – dou um sermão na loira que apenas assenti.

— Desculpa.

— Vamos. – Alanis diz e seguimos em direção do homem com a placa.

« ... »

Já no hotel, assim que entrei no meu quarto, já arrumei minhas roupas no guarda-roupa, arrumei meus produtos no banheiro e passei um aromatizador pra tirar aquele cheiro de lugar fechado com desinfetante que tinha naquele quarto.

Assim que terminei, fui ao quarto da Alanis onde todas as meninas estavam me esperando.

— Achei que viria só amanhã. – Nicole diz ao abrir a porta.

— Tu já pensou em dar o cu? – respondo já esperando o soco.

— Pior que já. – a mesma responde pensativa. — Entra logo, caralho, não sou porteira não!

— Delicada feito um mão de pedreiro. – digo passando por ela e logo vendo as meninas em cima da cama. — Eai gatinhas.

— Finalmente né, tava fazendo o quê? – dessa vez, Maria pergunta.

— Siriricando. Eu tava arrumando minhas coisas no quarto porque não sou que nem vocês que tacam a mala no quarto e depois ficam que nem loucas caçando calcinha na mala.

— Nossa, desculpa aí, gestante. – Maria fala e Nicole finge que vai dar um soco nela. — TÓXICA!

— Em falar em gestante, você já viu o resultado do Beta? – Julia, que estava deitada ao lado de Alanis, pergunta.

— Ainda não, tinha até esquecido. – digo e me sento na ponta da cama. — Mas sei lá, acho que já me conformei. Se eu estiver, amém e que venha com saúde. Agora se eu não estiver, amém e vou acabar com a minha saúde hoje. – digo e Alanis ri.

— Então vê ai o resultado, né. – Alanis fala e pego meu celular entrando no site da clínica.

Vou no meu email para pegar o login e volto para o site. Assim que o resultado do exame carregou, eu só via números. Obviamente eu entendia, mas estava muito incrédula. Mas começo a ler o site para as meninas.

"BhCG até de 4,9 mUI/mL: resultado negativo, não há indício de gravidez.

BhCG entre 5,0 e 49,9 mUI/mL: resultado indefinido. É recomendado repetir o exame após três dias para ter certeza sobre a gestação.

BhCG acima de 50,0 mUI/mL: resultado positivo, indica gravidez."

— Eai, vocês acham que vai estar acima ou abaixo de 50,0 mUI/mL? – pergunto e todas dizeram que acima do valor. — Mas acima quanto?

— Tipo uns 80-120 mUI/mL. – Alanis fala e todas concordam com a resposta dela.

— Okay, vou ler o laudo primeiro e depois falo a quantidade.

— Bom, "Após a realização do exame para ver o BhCG, através de uma coleta, declaro que Thalia Verdelho Machado está na zona verde, ou seja, POSITIVO e equivalente a 3-4 semanas de gestação." – Maria grita histérica, me fazendo rir.

Não vou mentir, eu tô feliz, mas em choque ainda. Não estava esperando e foi totalmente não planejado, mas eu aceito e recebo. Essa criança vai ter o maior dos amores e eu vou fazer de tudo para ser a melhor mãe possível.

— Ou seja, GRAVIDERRIMA! – Julia fala e concordo.

— Amiga, a gente vai parir juntas! – Alanis diz. — Deu quantos mIU/mL?

— 5.780 mIU/mL

— O meu deu 5.200 mIU/mL. – Alanis diz novamente. — Provavelmente a gente tem um ou dois dias de diferença.

— Então, a Thalia tá grávida há mais tempo? Pouca coisa, porém há mais tempo, né? – Nicole diz e assinto.

— Se não fosse essa brincadeirinha da Alanis, jamais eu saberia que estava grávida. – digo. — Provavelmente iria descobrir mais pra frente, acho.

— Nunca mais brinco dessas coisas, vai que sou a próxima! – Maria diz tirando risos de todas.

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eai gente, gostaram do cap??

— h.