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Eu acho que nunca saí com alguém sem o meu irmão ou a Chiara, não depois do que aconteceu com o Raphael. E agora estou aqui com o Ollie, nosso caminho foi quieto demais, até que a música no rádio começou a tocar e Paper Rings da Taylor Swift preencheu o ambiente. Eu comecei a cantarolar baixinho.

— Só me ignorar pode continuar fazendo seu show, Lina. — disse Ollie, sorrindo para mim, enquanto aumentava o volume do rádio. — Gosto de você assim, pode se soltar comigo, sem a rainha do gelo.

— Eu também gosto da sua companhia, Ollie. — Droga, Catalina, desde quando você fica vermelha com o Ollie? — Sem a rainha de gelo aqui, prometo guardar minha versão favorita sua para as pistas.

— Pode deixar, ma chérie, mas eu prefiro a Lina descontraída. — Ele tocou meu rosto com carinho. — Chegamos, futura campeã mundial da F1 Academy.

Eu dei um sorriso de canto para ele. Saímos do carro e Ollie entregou as chaves para o manobrista. Fizemos uma pausa para tirar fotos e autografar com os fãs. Ele colocou a mão na minha cintura, e meu estômago parecia ter mil borboletas voando.

— Vão pensar que estamos juntos, a F1 gossip vai amar, já estou até vendo: "Ollie Bearman está pegando a irmã do melhor amigo." — Ele colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.

— Deixa falarem. Nada de mais, já aconteceu no seu aniversário. — Respondi, sorrindo descontraída. — E você não é só a irmã do meu melhor amigo.

Quando entramos, a Chiara deu um sorriso enorme ao ver onde a mão do Ollie estava. Meus três irmãos viraram as cabeças simultaneamente.

— Pela cara do Lorenzo, acho que estou com os dias contados. — Ollie me olhou, rindo. — Pelo menos dois dos seus irmãos estão do meu lado, o Lorenzo eu convenço fácil.

— Não sei do que você está falando, nós dois somos apenas amigos. — Sorri e olhei para ele, ajeitando a blusa dele. — Se o Char souber o que aconteceu no meu aniversário, ele te mata e me manda para o convento.

— Catalina de freira, essa eu pago para ver. — Ele riu alto, e a minha reação foi dar um tapa nele.

Chegamos à mesa e, pelo visto, a família inteira estava lá. Minha melhor amiga havia guardado um lugar ao lado da Chiara, longe da Alexandra, para evitar uma guerra familiar. Arthur olhou para o melhor amigo, sem entender nada.

— A Lina trouxe um homem para os jantares, ela não faz isso desde o Raphael. Pelo visto, tá bem dessa vez, Lina. — Comentou a Alexandra, cunhada, com um sorriso de lado. — Esse tem a sua idade, pelo menos você acertou.

O Raphael foi meu preparador físico desde a F4 e tivemos um pequeno caso quando eu tinha 17 anos. Minha mãe quase me matou quando descobriu o que aconteceu. O relacionamento foi tóxico demais.

— O Ollie é apenas um amigo, somos parceiros na Ferrari também. — Eu senti a mão dele nas minhas costas, fazendo carinho. Ele sabia como eu ficava quando o Raphael era citado. — Como se a minha vida fosse da sua conta, cunhada.

— Hoje é um jantar em família, como fazemos desde que o Charles começou a correr. Vamos seguir sem brigas. — Minha mãe interveio, sorrindo.

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Eu estava no andar de cima do restaurante com a Chiara, fazendo o que a inglesa amava, o momento de melhores amigas com vinhos e fofoca.

— E pelo visto eu sou a nora favorita da Pascale Leclerc e a Charlotte também. —Disse a Chiara sentando no sofá que tinha. —E de quem foi a ideia de chegar com a mão dele na cintura?

— Era a Gida, na verdade, mas não comentamos isso na família, ex namoradas do Char são proibidas menos quando o Arthur está bebâdos e eles brigam por tanta coisa. —Disse dando um sorriso. —E simplesmente aconteceu não fazia ideia, e só fiquei sem reação.

Vieram trazer mais vinhos para gente e eu sentei perto da Chiara, eu acho que dava para escutar meu irmão e o Ollie conversando lá de baixo, porque éramos praticamente os únicos que sobraram aqui.

— Sobre a viagem para a Grécia na Summer Break, eu não sei se eu vou poder ir com você direto. Tenho umas coisas da Art para resolver.

— Você vai, sim, vamos passar uns dias só porque sua mãe chamou todo mundo para passar uns dias na Itália. —Disse a Chiara pedindo mais vinho. —E a Art e a Alpine podem deixar você respirar um pouco, você é a terceira no campeonato mundial.

— E nesses dias eu posso perder meu emprego. —Eu deixei minha taça em cima da mesinha. —Prometo que vou para lá assim que der.

— Catalina Pascale Tolotta Leclerc, — Chiara disse lentamente, com um sorriso travesso, girando a taça de vinho na mão. — Você ainda dorme com a blusa do Ollie e quer que eu acredite que não tem nada aí?

Revirei os olhos e bebi mais um gole, tentando ignorá-la.

— É só uma blusa confortável, Chiara. Nada de mais.

— Ah, claro. — Ela arqueou uma sobrancelha. — Você, que poderia pegar qualquer roupa no guarda-roupa, continua dormindo com uma blusa que pertence a Oliver James Bearman há anos, mas não tem significado nenhum.

— Exatamente. — Chiara me encarando como se estivesse prestes a resolver um quebra-cabeça.

— Vamos lá, Lina, você realmente nunca pensou nisso? Em você e o Ollie?

— Não. — Ela estreitou os olhos.

— Jura? Nunca olhou para ele e pensou "talvez..."?

— Chiara.

— Nem um pouquinho?

— Chiara!

— E se ele te beijasse agora?

— Porra! — bati a taça na mesa, exasperada, enquanto ela ria.

— Sabia! Você ficou nervosa!

— Eu fiquei irritada, que é diferente.

— Ah, claro, irritada... — Ela fez aspas com os dedos. — Porque toda vez que eu menciono o Ollie, você surta.

— Eu não surto!

— Surta, sim, e sabe o que isso significa?

— O quê? — perguntei, já arrependida.

Ela se inclinou com um sorriso vitorioso.

— Que, no fundo, você quer que ele te beije de novo.

— Você é insuportável! — Joguei uma almofada nela, o que só fez Chiara gargalhar ainda mais.

Nesse momento, ouvimos um barulho na escada. Eu me virei, ainda segurando outra almofada, e quase morri ali mesmo quando vi Ollie e meu irmão, parados na entradinha de onde estávamos, olhando para nós duas com uma expressão de pura diversão.

— Beijar quem?

Minha alma saiu do meu corpo.

Chiara abriu um sorriso ainda maior, claramente amando cada segundo disso.

— Ah, nada, só estávamos falando sobre que a Catalina adora dormir com a sua blusa.

Ollie arqueou as sobrancelhas e cruzou os braços.

— Sério, Leclerc?

— Vou matar você, Chiara.

Chiara pegou sua taça de vinho e deu um gole inocente.

— Só estou dizendo a verdade.

Ollie sorriu e se sentou ao meu lado no sofá, me cutucando.

— Então... quer que eu te dê outra blusa, ou essa já tá boa?

Eu joguei a almofada na cara dele.

— SOCORRO! — Chiara riu alto, se jogando para trás. — Isso é melhor do que eu imaginava!

E eu só queria que um buraco se abrisse no chão para eu desaparecer.