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não revisado|1078 palavras
publicado    dia    02/08/2024

capítulo nove. . . almas que dançam

Elysia estava em conflito; seu coração dizia para confiar em Ben. Contudo, sua mente, uma pequena parte dela, dizia para ir contra o namorado e mandar os filhos dos vilões de volta para a ilha. A loira se levantou de sua cama e olhou para o relógio na cabeceira, vendo que era madrugada. Suspirando e completamente sem sono, Elysia calçou suas pantufas e saiu do quarto, caminhando em direção à cozinha.

I think I've seen this film before
And I didn't like the ending
You're not my homeland anymore
So what am I defending now?

A loira entrou na cozinha e, ao ver Mal preparando massa para biscoitos, pensou em se virar e sair. Ela até mesmo começou a fazer tal coisa, contudo parou ao tocar novamente a porta. Elysia levantou a cabeça e se virou novamente para a de cabelos roxos, caminhando em sua direção. Mal, que parecia estar prestes a chorar, limpou o rosto rapidamente e sorriu sem graça.

── Oi, Elysia ── cumprimentou, ainda misturando a massa.

You were my town
Now I'm in exile, seein' you out
I think I've seen this film before
I can see you starin', honey
Like he's just your understudy

── Você entende como o amor funciona, Mal? ── Dizer que a citada ficou surpresa com a pergunta era eufemismo. Mal abaixou a cabeça, se lembrando do encontro com Ben e suspirando. Ela entendia agora, ou ao menos acreditava que entendia. Ela entendia que Ben amava Elysia, mesmo enfeitiçado ele a amava. E ela seria louca se dissesse que não estava arrependida do que fez. De tudo que fez. Contudo, ela teria que continuar com o plano, ao menos com a parte do roubo da varinha.

Mas Ben não precisava continuar enfeitiçado e por isso ela estava fazendo um contra-feitiço. Elysia esperou que ela respondesse e, quando não obteve respostas, suspirou novamente, se colocando à frente de Mal e colocando suas mãos em cima do balcão, pegando um pouco de chocolate.

── Quando se ama alguém, você ama todos os seus humores e... mudanças pelo tempo. As piores qualidades dessa pessoa podem ser toleradas, e suas falhas se tornam frágeis sardas. Mal, o amor verdadeiro é mágico. É quando o resto do mundo fica em silêncio. Não são olhos que se encontram, mas almas que dançam. Eu sei, porque... eu amo alguém.

── Eu... não sabia que o amor era assim ── Mal murmurou, vendo Elysia comer um pouco de chocolate e a encarando em seguida, estendendo sua mão para ela e oferecendo chocolate. Mal aceitou e comeu um pouco, suspirando maravilhada com o sabor.

── Por quê... por quê está sendo gentil comigo?

Elysia balançou a cabeça e deu de ombros. ── Eu não sei. O dia do jogo foi o pior dia da minha vida, mas eu não posso te culpar por isso... posso? Eu não mando nos sentimentos dele, Mal, nem nos seus. Ultimamente eu mal consigo controlar os meus ── Elysia riu baixo. ── O coração funciona de uma maneira estranha e nos leva a fazer coisas tão complicadas... eu gosto de pensar que a única coisa que podemos ter controle é nossa bondade e o que fazemos com os outros. Entretanto, não trato as pessoas bem esperando que elas façam o mesmo comigo.

── Não? ── Mal perguntou com a boca cheia de chocolate e Elysia segurou a vontade de rir.

── Não... não é bondade se fazemos algo esperando uma recompensa. Bom, eu vou voltar pro quarto. Amanhã vai ser um dia cheio ── Elysia se virou e caminhou em direção à porta. ── Ah, e... as fadas não excluíram sua mãe, elas sempre tentaram fazê-la se sentir em casa. Mas algumas pessoas não sabem como agir quando recebem uma chance e cometem erros... e mesmo recebendo outras chances, não aprendem com os erros passados. Mas minha mãe nunca desistiu da Malévola por algum motivo... e eu gosto de pensar que você será diferente dela. ── Elysia sorriu, se virando para Mal antes de sair da cozinha. ── Boa noite, Mal. Tenha lindos sonhos.

Mal assistiu Elysia sair da cozinha e, em seguida, olhou para a massa, uma lágrima escapando de seus olhos e caindo no recipiente.

── Boa noite, Elysia.

(...)

Elysia se olhou no espelho uma última vez antes de sair do quarto. Seu vestido de seda azul clara refletia a luz suave do sol que entrava pela janela. Ela passou as mãos pelo tecido, tentando acalmar os nervos, e respirou fundo, sentindo o perfume leve das flores que adornavam seu cabelo.

Ao sair do quarto e caminhar pelo corredor, os sons distantes da festa no jardim se tornavam mais claros. Risadas, música e o tilintar de taças se misturavam, criando um cenário festivo que contrastava com sua inquietação.

A festa da família estava começando e a loira não poderia estar mais inquieta. Ela e Ben haviam decidido deixar os outros pensarem que ele ainda estava apaixonado por Mal - ele, é claro, declarando que não agiria de forma romântica com ela e nem a apresentaria à sua família como namorada. Benjamin não faria tal coisa. A Bela e a Fera já sabiam de tudo e aconselharam Ben a mandá-los de volta para a ilha e contar a todos o que aconteceu. O que, claro, Ben negou.

── Eles merecem mais uma chance ── A loira se lembrava bem das palavras que ele disse aos pais. Elysia, mesmo um pouco incerta, apoiou Ben em sua decisão.

E por fim, foi decidido que ela ficaria com seus pais e os pais de Ben, tentando manter distância dos três filhos dos vilões - aos quais ela estava tentando acreditar que não sabiam dos planos de Mal - e da própria filha de Malévola.

Um plano que, ao final do dia, ela perceberia ser extremamente falho.

Comentem aqui o que acharam do capítulo. Além disso, acho que até o final de semana nós terminamos o ato um e já damos inicio ao dois. Estou tão animada para o ato dois.

Já reparam que o ato um foca mais no romance entre o Ben e a El? No que será que o ato dois foca? Me contem suas teorias!

E a Elysia continua cantando só música triste, misericórdia. Precisamos da nossa fadinha cantando músicas felizes.
Ps: estou super aberta a sugestões de músicas.

Gostaria também de agradecer a todos os leitores de Sentiments. Sinto que nos tornamos uma família e Elysia nossa filha/irmã/sobrinha/neta favorita.

(9/10)