
𝒐𝒊𝒕𝒐. a verdade.
OITO. a verdade.
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Elóide e Antoine desembarcaram no aeroporto de Londres com a elegância que caracterizava os franceses. Elóide usava um vestido primaveril com estampa floral que realçava sua beleza madura. Seu cabelo prateado estava elegantemente penteado e ela exibia um colar de pérolas que adicionava um toque de sofisticação a seu visual. Antoine estava impecável em seu terno escuro, com uma gravata harmonizando com as cores do vestido de sua esposa. Seu porte ereto e seu olhar sereno demonstravam a confiança e a classe que vinham com a idade.
Londres, sempre repleta de vida e energia, recebia os visitantes com seu charme cosmopolita. Elóide e Antoine, mesmo após muitas viagens, ainda apreciavam a grandiosidade da cidade. O hotel que escolheram era uma jóia no coração de Londres, conhecido por seu estilo parisiense e pelo serviço excepcional. Os quartos eram elegantemente decorados, com móveis de época e janelas amplas que ofereciam vistas encantadoras da cidade.
Após se instalarem nos quartos, os avós de Evie desceram para a cafeteria, onde já tinham uma mesa reservada. O local era aconchegante e cheirava a café recém-torrado. Elóide e Antoine escolheram seus chás favoritos e croissants, uma combinação que sempre lhes trazia conforto e lembranças de casa.
"Esta cafeteria é tão encantadora quanto me lembro", disse Elóide, olhando ao redor com um sorriso. "Nossos almoços aqui costumavam ser um dos destaques de nossas visitas a Londres."
Antoine assentiu, concordando. "Ah, como esquecer aqueles dias ensolarados na praça lá fora, assistindo aos artistas de rua e saboreando esses deliciosos croissants."
Eles conversaram com alegria sobre suas memórias e sobre as coisas que queriam fazer durante a visita. Enquanto saboreavam seus croissants, Antoine sugeriu: "Você se lembra da vez em que levamos Evie ao Museu de História Natural? Ela estava tão animada com os dinossauros."
Elóide riu, assentindo. "Sim, e ela tinha tantas perguntas. Mal posso esperar para vê-la agora."
Evie passou a viagem de Hogwarts para Londres em silêncio, e a presença constante da professora Minerva McGonagall a deixou envergonhada. Sentada na frente dela, a professora não parava de lançar olhares discretos em sua direção. Embora estivesse claro que a professora estava lá para garantir que a viagem ocorresse sem problemas, Evie não conseguia evitar a sensação de que estava sendo observado de perto.
O trem para Londres era uma transição mágica da tranquilidade de Hogwarts para a agitação da cidade. Evie observou as paisagens que mudavam rapidamente do verde das colinas para a vastidão de Londres. A Torre de Londres, o Big Ben e o Rio Tâmisa surgiram à vista, e logo eles estavam na estação de King's Cross, prontos para se encontrar com seus avós.
"Lembre-se, querida, seus avós aguardam na cafeteria preferida deles, bem perto da estação. Divirta-se e aproveite o tempo com eles" , disse a professora McGonagall, com um sorriso gentil.
"Obrigada, professora", respondeu Evie com gratidão. Ela sabia que a professora havia ajudado a facilitar essa viagem especial, e estava determinada a aproveitar ao máximo.
Minerva se despediu dela e caminhou até um assento na estação, para esperar o próximo trem para Hogwarts. Evangeline caminhou até a cafeteria no centro da cidade de Londres com uma mistura de empolgação e nervosismo. Era um momento importante, e estava ansiosa para encontrar os avós, principalmente agora que Evie sentia que eles tinham vindo pela carta que ela havia enviado há algumas semanas.
Enquanto entrava na cafeteria, avistara Elóide e Antoine, que estavam sentados em uma mesa junto à janela, observando a movimentada Londres. O rosto de Evie se iluminou quando viu seus avós, e ela não pôde evitar acelerar o passo.
"Vovó, vovô!" Evie exclamou, seus olhos brilhando de alegria. Ela se aproximou rapidamente e os abraçou calorosamente.
Elóide acariciou gentilmente o rosto de Evie e beijou sua testa. "Minha querida Evangeline, como poderíamos resistir a uma visita à nossa adorável neta? Estávamos ansiosos para ver você."
Antoine assentiu, sorrindo. "Você está mais encantadora a cada vez que a vemos."
O coração de Evie se aqueceu com o amor e carinho de seus avós. Depois das saudações emocionantes, eles conversaram e colocaram a conversa em dia.
O dia em Londres foi como um sonho para Evie. Ela caminhou pelas movimentadas ruas da cidade, admirando a arquitetura e a diversidade de pessoas. Seus avós, Elóide e Antoine, pareciam desfrutar de cada momento, compartilhando com ela histórias e conhecimentos sobre os lugares que visitavam.
No Museu Britânico, exploraram exposições fascinantes, e Evie apesar de não ser sua primeira visita, se viu hipnotizada pelas antiguidades e artefatos de diferentes culturas. Sua avó apontou para uma escultura grega e começou a contar histórias sobre a Grécia antiga, e Antoine, sempre curioso, perguntou sobre as múmias egípcias. Evie absorveu cada palavra, apreciando a conexão que estava construindo com seus avós através do conhecimento compartilhado.
Durante o almoço, em um restaurante charmoso com vista para o rio Tâmisa, Evie se deliciou com pratos deliciosos e aproveitou a oportunidade para compartilhar sobre sua vida em Hogwarts. Seus avós ouviram atentamente e, ocasionalmente, riam das travessuras de Evie e das histórias das aulas em Hogwarts.
Conforme o dia avançava, visitaram a Torre de Londres, exploraram as margens do rio e terminaram a tarde em um parque tranquilo. Encontraram um banco com vista para o rio, onde puderam apreciar o pôr do sol. O céu começou a se tingir de tons dourados e rosados, e o reflexo da luz nas águas do Tâmisa era hipnotizante.
Nesse momento, os avós de Evie decidiram abrir o jogo sobre a história da família Vaillant. Elóide e Antoine trocaram olhares, como se estivessem ainda hesitantes em contar a mais jovem Vaillant a estória de sua própria família.
"Evie, querida, acho que sabe o porquê de eu e seu avô estarmos aqui." Evie assentiu.
"É sobre minha carta, não é?"
"Sim, querida."
Elóide olhou nos olhos de Evie, com uma expressão séria, e começou a compartilhar os segredos de família que haviam mantido escondidos por tanto tempo. Antoine assentiu, apoiando as palavras de sua esposa, enquanto o suspense se intensificava e Evie absorvia cada detalhe com o coração apertado.
Acontece que, a linhagem dos Vaillant sempre fora uma das mais respeitadas em Hogwarts. Eram bruxos sonserinos e corvinos excepcionais. A família se destacava pela excelência em todas as áreas mágicas. Desde os primórdios, os Vaillant eram reconhecidos por suas habilidades mágicas transcendentes e um compromisso inabalável com a justiça e o bem. Evangeline personificava essa tradição. Herdara o encanto e a elegância da família, que eram marca registrada dos Vaillant.
Ainda criança, Evie foi imersa nesse universo mágico, onde histórias de aventuras e bravura eram contadas sob a luz das estrelas. Seu avô, Antoine Vaillant, era o contador de histórias oficial da família, encantando jovens e velhos com narrativas cheias de magia e mistério. Mas nem tudo era luz na linhagem dos Vaillant, apesar de Evie continuar com essa crença que a família plantou em sua cabeça. Corvino Darker Vaillant, conhecido como a ovelha negra da família, tio-avô de Evangeline, havia escolhido um caminho sombrio, manchando o nome dos Vaillant. Em meio a uma linhagem de sonserinos e corvinos, sua traição deixara uma cicatriz profunda na árvore genealógica da família.
Corvino, em meados de 1910, abraçou a escuridão e traiu sua própria família. Aquela mancha persistiu, abrindo uma ferida que perdurou por gerações. Em 1970, durante a Primeira Guerra Bruxa, membros escassos da família Vaillant tiveram que lutar contra seus próprios parentes, dilacerando ainda mais o frágil tecido familiar. O mal havia penetrado sua linhagem, criando um vácuo que persistia. Foi então que Alvo Dumbledore, o venerável diretor de Hogwarts e líder da Ordem da Fênix, se aproximou da família Vaillant. Apresentou a Ordem, uma aliança secreta contra as trevas, como uma oportunidade para redimir a linhagem manchada e para lutar pela luz. Mesmo com suas diferenças e complexidades, os Vaillant aceitaram participar indiretamente, alinhando-se à causa maior: proteger o mundo bruxo das ameaças das trevas.
Essa união, entre a família Vaillant e a Ordem da Fênix, funcionou por anos, oculta nos recantos da comunidade bruxa. As sombras se dissiparam temporariamente, mantendo a escuridão à distância. Mas as paredes sussurravam que Voldemort não havia sido derrotado, e os comensais da morte estavam começando a se reagrupar. O futuro, incerto e assustador, pairava sobre todos.
Evie ouviu com atenção, com os olhos se encheram de lágrimas, sentindo-se chocada e traída pelas mentiras e segredos que haviam sido mantidos por tanto tempo.
Elóide acariciou o rosto de Evie mais uma vez e disse com tristeza: "Querida, queríamos protegê-la do peso de nossa história, mas já era hora de compartilhar a verdade. Pedimos desculpas por não termos feito isso antes."
Antoine continuou: "Queremos que saiba que você não está sozinha nisso. Estamos aqui para apoiá-la, não importa o que aconteça."
As lágrimas continuavam a fluir pelos olhos de Evie, formando trilhas silenciosas em suas bochechas, enquanto ela tentava processar a revelação chocante. Elóide e Antoine mantiveram seus abraços, envolvendo-a em um casulo de consolo e compreensão. A atmosfera estava carregada de emoções, e Evie, mesmo determinada a enfrentar essa nova realidade, ainda se via presa à dor da traição que pairava sobre sua família.
"P-por quê?" murmurou Evie, sua voz trêmula e embargada. "Por quê vocês mentiram pra mim?"
O silêncio se estendeu por um momento tenso antes de Elóide tentar articular uma resposta. "Evie..."
"Sabem o quanto eu me cobro para ser perfeita?" Evie interrompeu, seus olhos revelando uma mistura de dor e confusão. "Sabem o quanto eu sou cobrada por ter o sobrenome de vocês? E agora... É como se eu tivesse feito tudo isso em vão. As noites que eu passei chorando enquanto eu estudava porque eu não era tão boa em Adivinhação, Poções, Herbologia, como todos da família eram."
Antoine segurou as mãos de Evie, olhando nos olhos dela com uma expressão de pesar. "Evie, nunca foi nossa intenção colocar esse fardo sobre seus ombros. Queríamos protegê-la do peso de nossa história."
Elóide acrescentou, acariciando suavemente o rosto de Evie, "Cada conquista sua é genuína, querida. Você é uma bruxa notável, não por causa de um sobrenome, mas por suas próprias habilidades e esforços."
Evie soltou um soluço, as palavras de seus avós penetrando fundo em suas emoções conturbadas. "Mas e o tio-avô Corvino? O que isso significa para mim agora? Essa mancha na nossa linhagem?"
Antoine suspirou, escolhendo as palavras com cuidado. "Corvino Darker Vaillant foi uma ovelha negra, Evie. Sua escolha sombria manchou o nome dos Vaillant, mas a história não define quem você é. Você tem o poder de moldar seu próprio destino."
Elóide concordou, olhando para Evie com carinho. "A Ordem da Fênix, a aliança que a família Vaillant fez, foi para redimir a linhagem e lutar pela luz. Você é parte disso, parte de uma tradição de coragem e justiça."
Evie engoliu em seco, ainda absorvendo a enxurrada de informações. "E agora? O que eu devo fazer?"
Antoine respondeu com firmeza, "Aceite quem você é, Evie. Seja orgulhosa de suas realizações e, quando chegar o momento, defina seu próprio caminho. A sua família estará aqui para apoiá-la, não importa o que aconteça."
O abraço se estreitou, formando um escudo contra as incertezas que a cercavam. Evie sabia que o caminho à frente seria desafiador, mas, com o apoio de seus avós e a força recém-descoberta em suas raízes mágicas, ela estava pronta para enfrentar o desconhecido.
Porém, a dor ainda estava ali. As lágrimas fluíam dos olhos de Evie, suas emoções tão intensas que pareciam insuportáveis, enquanto ela se sentia terrivelmente traída, e a carga da pressão para ser perfeita, que a acompanhara durante toda a sua vida, parecia inútil. Sua avó a envolveu em um abraço, desculpando-se por ter ocultado a verdade por tanto tempo.
Elóide e Antoine a observaram partir com olhares cheios de pesar, a dor da revelação evidente em seus rostos. Evie, envolta em um turbilhão de emoções. Os corredores da estação, normalmente cheios de movimento, pareciam vazios para Evie. Cada passo era pesado, carregado com a carga emocional das verdades reveladas. As luzes da estação piscavam, quase como se tentassem transmitir em sinais luminosos a confusão que se desenrolava dentro dela.
Minerva McGonagall, que ainda aguardava na estação, percebeu a partida apressada de Evie e, com preocupação, seguiu na direção dela. A professora alcançou Evie em uma área mais tranquila da plataforma, onde as sombras da estação pareciam abraçar a jovem bruxa.
"Evie, minha querida", começou Minerva com voz gentil, "O que aconteceu?"
Evie, com o coração ainda pesado, não conseguia se expressar, toda a sua existência estava desmoronando diante de si. Minerva McGonagall envolveu Evie em um abraço reconfortante, oferecendo um apoio silencioso que transcendia as palavras.
A noite caía sobre Londres, e as luzes da estação ganhavam destaque na escuridão. Evie, com Minerva ao seu lado, sabia que o caminho à frente seria desafiador. No entanto, com o apoio da escola que a acolheu, e agora da professora McGonagall, ela sentiu uma centelha de coragem para enfrentar o desconhecido que aguardava.
Evie passou dois dias inteiros na cama, em um estado de prostração profunda. Todos os seus amigos estavam cientes de que algo sério tinha acontecido na família de Evie, e respeitaram o seu espaço, evitando fazer muitas perguntas. No entanto, Pansy, Helena, Draco e Lorenzo estavam sempre por perto, prontos para ajudar caso ela precisasse de algo, como um rolo extra de papel higiênico, um chocolate ou simplesmente alguém para conversar.
Eles conheciam Evie o suficiente para perceber que não era o momento de pressioná-la a falar sobre o que aconteceu, mas também sabiam que sua presença e apoio eram essenciais. Mesmo quando o silêncio pairava no quarto de Evie, a amizade deles era um conforto silencioso, uma lembrança constante de que ela não estava sozinha em seu sofrimento.
No terceiro dia, Pansy estava determinada a não permitir que Evie se afundasse ainda mais em sua tristeza, mesmo sem saber os detalhes do que havia acontecido. Ela reconheceu que, embora Evie estivesse passando por um momento difícil, a vida continuava, e o Dia da Grande Festa Sonserina era uma ocasião que não poderia ser ignorada.
Pansy estava determinada a tirar Evie da cama e animá-la. A festa da Sonserina estava se aproximando, e havia muito trabalho a ser feito nas masmorras secretas, onde a celebração aconteceria. Mesmo que Evie estivesse passando por um momento difícil, Pansy achou que ajudar a decorar o lugar e participar da festa poderia ser exatamente o que ela precisava.
Com a decisão firme de animar sua amiga, Pansy entrou no quarto de Evie com um sorriso determinado e disse: "Evie, eu sei que algo sério aconteceu, e não estamos pressionando você a compartilhar, mas amanhã é o dia da Grande Festa Sonserina, e você não pode perder isso. Vai ser a distração perfeita e, quem sabe, até possa ajudar a aliviar um pouco o que está sentindo."
Evie não estava muito convencida, mas olhou nos olhos de Pansy, vendo a preocupação genuína em seu rosto. Suspirou e concordou, apesar de sua falta de entusiasmo. "Tudo bem, Pansy. Vou me levantar e ajudar com as decorações, mas não prometo estar no clima da festa."
Pansy sorriu, aliviada, e abraçou a amiga. "Isso é tudo que estou pedindo, Evie. Vamos fazer das masmorras o melhor lugar da festa." Juntas, elas se levantaram e se prepararam para um dia de trabalho duro nas masmorras secretas de Hogwarts. Evie podia não estar no clima, mas a amizade de Pansy era um raio de sol em meio às nuvens escuras que pairavam sobre ela.
A sala das masmorras estava agitada com a preparação para a Grande Festa Sonserina. Draco e Lorenzo, percebendo a quietude de Evie, decidiram intervir para animá-la. Juntos, começaram a conversar incessantemente ao lado dela, tentando trazer um pouco de leveza ao ambiente.
Draco, empolgado, comentou, "Ei, Evie, já ouviu falar do novo feitiço de transfiguração que a Professora McGonagall está ensinando?"
Lorenzo, querendo participar, acrescentou, "Dizem que é muito desafiador, ainda mais com a McGonagall."
No entanto, a estratégia teve um efeito contraproducente quando Evie se viu incapaz de se concentrar nas decorações com a tagarelice constante de Draco e Lorenzo. Frustrada, ela tentou educadamente focar no trabalho, mas a persistência dos dois estava começando a testar sua paciência.
Felizmente, Helena, sempre observadora e astuta, notou a situação e decidiu intervir. Com um olhar sério para Draco e Lorenzo, ela os repreendeu pela interrupção constante, lembrando-os da importância de concluir as tarefas necessárias para a festa.
"Vamos dar um tempo para a Evie, pessoal. Precisamos terminar isso para que a festa seja incrível", disse Helena com firmeza.
Os dois, agora devidamente repreendidos, saíram de cena, deixando Evie aliviada. Helena, percebendo a necessidade de uma abordagem mais delicada, se aproximou de Evie. Sentando-se ao seu lado, ela começou a falar sobre tópicos mais leves, como moda e outros interesses compartilhados.
"Você está melhor, Evie? De tudo..."
Evie suspirou, agradecendo por Helena ter assumido o controle da situação. "Só muita coisa na cabeça, Helena. Mas estou tentando focar nas decorações da festa."
Helena sorriu compreensivamente. "Às vezes, um pouco de distração pode ser bom. Falando nisso, já escolheu o que vai vestir para a festa? Tenho certeza de que você vai pensar em algo incrível."
Evie tentou sorrir, agradecendo pela mudança de assunto. "Ainda não decidi, mas espero que seja algo à altura da Grande Festa Sonserina. Você já escolheu o seu?"
Enquanto Evie e Helena compartilhavam detalhes sobre suas escolhas de vestuário e trocavam dicas de moda, a atmosfera ao redor delas parecia mais leve. A amizade entre as duas brilhava, oferecendo um refúgio tranquilo na agitação das masmorras. O som de risadas e conversas amigáveis preenchia o ambiente, criando uma pausa agradável antes da festa tão esperada.
Evie terminou sua parte com as decorações nas masmorras e, exausta, voltou para o dormitório da Corvinal. Ela se jogou na cama, fechando os olhos e tentando acalmar seus pensamentos tumultuados. Sabia que precisava se arrumar para a festa da Sonserina, mas queria um momento de tranquilidade antes de enfrentar a agitação da celebração.
Evangeline sentou-se na cama, segurando a caixinha de madeira em suas mãos, enquanto seus olhos se fixaram nos antigos manuscritos. A carta recebida recentemente provocou sua curiosidade, e agora ela se encontrava imersa na difícil tarefa de compreender a conexão entre a mensagem que chegou até ela e os escritos misteriosos.
Com a testa franzida, a jovem Vaillant ponderava sobre a probabilidade de que a letra na carta e nos manuscritos fossem semelhantes. Inclinou-se para frente, aproximando os papéis para uma análise minuciosa. Contudo, logo percebeu a complexidade da tarefa. Comparar caligrafias era como procurar por agulhas em um palheiro, e a incerteza rondava sua mente.
Ao fixar o olhar na carta, a ideia de que Corvino Darker poderia estar vivo surgiu em seus pensamentos. Uma rápida conta mental trouxe a constatação de que, se o tio-avô Corvino não tivesse encontrado o fim em algum ponto do passado, ele teria ultrapassado a marca dos 100 anos, como seus avós contaram-lhe. Evie se viu mergulhada na improbabilidade desse cenário, uma vez que a lógica indicava que Corvino Darker já teria vivenciado cerca de 106 anos.
A palavra "impossível" ecoou em sua mente, reforçando a barreira aparente entre a realidade e essa hipotética sobrevivência. O raciocínio lógico indicava que a longevidade extrema, mesmo no mundo bruxo, tornava-se altamente improvável. Evie balançou a cabeça, como se quisesse afastar essa linha de pensamento.
Entretanto, a curiosidade persistia, alimentando uma inquietação em seu íntimo. Guardou os manuscritos de volta na caixinha, sentindo um misto de frustração e fascínio. A incógnita sobre Corvino Darker permanecia, pairando como uma sombra no horizonte de suas indagações.
Evangeline soltou um suspiro, ciente de que essa investigação a levaria a caminhos desconhecidos e talvez perigosos. Com a caixinha de madeira em mãos, decidiu que precisava de mais informações, e a busca por respostas a conduziria a explorar os recônditos da história familiar dos Vaillant. Erguendo-se da cama, ela tomou uma decisão silenciosa de desvendar os mistérios que agora se entrelaçavam com seu próprio destino.
Enquanto aguardava o tempo passar, Evie refletia sobre os eventos dos últimos dias, suas emoções confusas e a situação com Theo. Ela sentia uma mistura de tristeza, raiva e frustração. No fundo, ainda havia amor e preocupação por Theo, mas o modo como as coisas haviam se desenrolado a deixava sem saber o que fazer em seguida.
Evie, envolta em um turbilhão de emoções, ansiava por um conforto específico naquele momento sombrio de sua trajetória. Enquanto a presença amorosa de seus avós oferecia apoio, ela sentia uma lacuna que apenas Theo poderia preencher. No entanto, o destino de Theo também estava envolto em sombras, pois ele confrontava seus próprios monstros interiores.
No final, Theo e Evie eram duas almas quebradas, navegando pelos destroços de suas próprias tormentas em busca uma da outra. Em meio às ruínas de suas vidas, encontraram uma conexão única que transcendia as cicatrizes e dores que carregavam. Era como se, juntos, formassem um quebra-cabeça onde as peças perdidas eram recuperadas, e as fissuras começavam a se curar quando estivessem juntos novamente.
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