
𝒅𝒐𝒊𝒔. laços familiares.
DOIS. laços familiares.
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Evie estava arrumada, deitada em sua cama com um livro nas mãos, esperando a chegada de Theo. O jantar era importante, mais ainda porque Evie precisava da ajuda de Nott para descobrir o que tinha embaixo do seu armário de roupas. Tentava se concentrar no livro que segurava, mas a ansiedade pulsava em seu peito, tornando difícil a imersão na leitura.
Folheava as páginas, mas sua mente estava muito ocupada. Os pensamentos sobre o que poderiam encontrar e a urgência de desvendar aquele enigma não deixavam que ela mergulhasse completamente na história do livro. Olhava para o relógio a cada minuto, esperando que Theo aparecesse a qualquer momento.
A cada barulho no corredor, seu coração dava um salto. Finalmente, a porta se abriu e Theo entrou, com um sorriso animado e um olhar curioso.
"Oi. Está pronta para o jantar?", ele disse, entrando no quarto.
Evie fechou o livro e assentiu. "Claro, Theo. Só precisamos tirar o armário do lugar. Sabe, é pesado demais para eu conseguir sozinha."
“E por que você iria querer fazer isso?” , Theo perguntou curioso.
“Tem uma coisa embaixo dele que quero verificar.” Theo murmurou em concordância.
O jovem Nott sorriu por um breve momento e logo tirou a varinha do bolso, pronto para ajudar. Apontou a varinha e pronunciou um feitiço, que fez o armário se afastar para a direita e encostar nas prateleiras de livros de Evangeline.
"Parece que você às vezes esquece que é uma bruxa, étoile." , Theo disse com um sorriso zombeteiro. Evie revirou os olhos com o apelido e com o comentário. É claro que ela sabia que não tinha pensado naquele momento de ansiedade, mas Nott não tinha o direito de falar diretamente.
A jovem Vaillant agora direcionou toda sua atenção para a madeira deslocada no piso de seu dormitório. Ela deu um puxão leve, e felizmente, a tábua não estava presa totalmente. Theo estava observando tudo encostado no armário, deixando Evie à vontade para pedir ajuda quando quisesse.
Dentro do piso de madeira desgastada, havia uma caixa empoeirada. Evie tirou a poeira de cima, enquanto via um jeito de abri-la. Theo se aproximava cada vez mais para ver o que Evie encontrou.
“Abre logo, Evie.” , Theo quase gritou em seu ouvido, e Evie percebeu o quão próximo ele estava de suas costas. As bochechas de Evangeline se tingiram de um vermelho opaco, mas logo ela balançou a cabeça para tirar isso de sua mente. No momento, precisava descobrir como abrir a caixa velha.
“Estou tentando, Theodore.”
“Você acha que tem uma chave por aí?” , perguntou ele. Porém Theo não esperou uma resposta e passou pela frente de Evie. “Lumos.” , Theo proferiu as palavras e logo a varinha, que continuava em sua mão, se iluminou. Evie o olhou com expectativa, enquanto observava Nott com a cabeça dentro do buraco gigantesco que ficou após a garota tirar o piso de madeira.
“Theo, você não- “
“Achei!” , ele exclamou levantando a chave para Evie ver.
“Muito bem, Teddy!” , Evie sorriu agradecida.
“Não foi nada, étoile.” Theo deu um sorriso grandioso e Evie revirou os olhos, desistindo de falar toda vez que odiava o apelido.
Dentro da caixa velha havia uma coleção de objetos intrigantes e antiguidades que pareciam ter séculos de história. A poeira pairava no ar, criando um ar misterioso ao redor dos artefatos. No topo, uma pilha de pergaminhos amarelados e frágeis chamava a atenção. Eram escritos em uma caligrafia antiga e, apesar da dificuldade de leitura, parecia familiar. E, novamente, não tinha um remetente e nenhum destinatário. Isso lembrava Evie de algo… Puta merda, a carta! , Evie exclamou em pensamento, não querendo assustar Theo. Mas, isso era uma coisa que ela verificaria mais tarde.
Ao lado dos pergaminhos, repousava um medalhão de prata desgastado pelo tempo, com gravuras mágicas intricadas que pareciam dançar à luz. A joia emitia um brilho fraco, como se ainda guardasse um pouco da magia que a envolvia há muito tempo. Um frasco de vidro continha um líquido misterioso de coloração azulada. Sua composição e propósito eram um enigma, despertando a curiosidade de Evie e Theo. Seria uma poção rara? Em meio aos artefatos, também encontraram uma fotografia envelhecida de uma reunião de bruxos, onde rostos conhecidos estavam sorrindo em uma época passada. Os olhos pareciam seguir cada movimento, como se ainda estivessem vivos na imagem.
“Olha, Evie, são seus avós!” , Theo exclamou apontando para a fotografia. Evie parecia não ter notado eles ali. Estava tão submersa nas coisas que ela havia descoberto em poucos minutos, que não estava raciocinando direito. “Você está bem, étoile?”
“Sim, desculpe.” , ela sorriu envergonhada. “Só… Eles parecem diferentes.” Theo olhou fixamente para a fotografia novamente, mas sim, para ele pareciam os mesmos. “Deixa eu só…” , Evie levantou-se com a moldura velha nas mãos e caminhou até sua cômoda onde tirou uma pequena caixa, quase do mesmo formato da caixa que acabara de encontrar. Theo seguiu seus movimentos com os olhos, esperando para ver o que Evie queria mostrá-lo. “Olha. Esses não são meus avós, são meus bisavós.” , ela sorriu mostrando duas fotos para Theodore.
“Hum. Mas são muito parecidos, não acha?”
“Claro, Teddy. O velhinho aqui é pai do meu avô.” , Theo deu uma risada leve.
“Tudo isso me deu fome. É melhor irmos logo antes que Pansy e Draco comam por nós dois.” , Evie riu mais uma vez, e concordou.
“Sim, vamos.” , ela correu até Theo agarrando seu braço.
Durante o jantar, o diretor Dumbledore avisou a todos os bruxos e bruxas presentes, que o dia seguinte seria comemorado o dia da família em Hogwarts, com isso todos os pais de todos os alunos já foram convidados a comparecer ao jantar e a homenagem que a escola de magia e bruxaria iria preparar com o diretor e os professores para aqueles que partiram durante a primeira guerra bruxa. Portanto, após o jantar, o toque de recolher seria adiantado para que os estudantes acordassem mais cedo para o início dos preparativos.
“Ah, que maravilha!” , Draco disse sarcasticamente. “Se já não tínhamos tempo depois do jantar, imagina agora.” Pansy riu concordando.
“O que acha, Draco? Seus pais virão?” , Evie perguntou. Apesar de Lucius Malfoy ser assustador, ela amava conversar com Narcissa.
“Provavelmente sim, mas não me surpreenderia se não aparecessem.”
“Ah, mas dona Sarah Parkinson não perderia esse evento por nada.” , Pansy disse. “Principalmente agora com ela tendo um crush no pai do Theo.” O comentário fez todos darem uma risada escandalosa.
“Isso é sério?” , Evie questionou chocada.
“Bem, é o que ela diz.”
“Aposto que Darius não está feliz com isso, não é Theo?” , Draco perguntou sorrindo.
“Eu tenho muita pena da tia Sarah. Ela não merecia isso.” Evie coloca as mãos na boca, tentando conter a risada.
Após o delicioso jantar, Theo e Evie caminhavam pelos corredores de Hogwarts, voltando para o dormitório da Corvinal após uma noite divertida com os amigos. O clima estava leve e descontraído, e Theo não perdia a oportunidade de fazer suas típicas brincadeiras.
Chegando ao dormitório de Evie, Theo abriu a porta para ela, fazendo uma reverência exagerada e com um sorriso brincalhão. "Ma belle, permita-me desejar-lhe uma boa noite, repleta de sonhos maravilhosos com a minha magnífica presença."
Evie revirou os olhos, segurando o riso. "Ah, claro, Theo. Mal posso esperar para sonhar com suas travessuras extravagantes."
Theo soltou uma risada, divertido com a reação de Evie. "Bem, estarei ansiosamente aguardando suas histórias de sonho, cheias de aventuras comigo como herói, é claro."
Ela balançou a cabeça, rindo da autoconfiança de Theo. "Você realmente acredita que pode ser o herói dos meus sonhos?"
Theo fez uma expressão de choque dramático. "Como ousa duvidar da minha capacidade de ser o herói mais charmoso e corajoso dos seus sonhos?"
Evie apenas riu mais. "Boa noite, Theo. Vou tentar sobreviver sem a sua heróica presença em meus sonhos."
Ele fez uma falsa expressão de tristeza. "Estou profundamente magoado, étoile. Que os deuses dos sonhos estejam ao meu favor."
Ela balançou a cabeça, ainda sorrindo, e entrou no dormitório. "Boa noite, Theodore."
Theo inclinou-se de forma teatral. "Boa noite, étoile. Que os seus sonhos sejam tão brilhantes quanto uma estrela."
Ela revirou os olhos novamente, mas dessa vez com um sorriso carinhoso. "Boa noite, palhaço."
Com isso, Evie fechou a porta e Theo ficou lá, sorrindo enquanto se afastava pelo corredor. Mesmo que brincassem um com o outro, havia uma amizade genuína entre eles que tornavam esses momentos especiais. E mesmo que Theo gostasse de provocar, sabia que Evie sempre entendia suas brincadeiras e retribuía de maneira única. Às vezes Evie gostaria que suas brincadeiras fossem de verdade, que ele realmente desejasse ela do fundo de seu coração, porém ela tinha total certeza que sua história de amor com Theodore Nott não se realizaria como em seus contos românticos.
Deitada em sua cama, pronta para dormir, Evie decidiu dar uma olhada nos manuscritos que havia encontrado sob o piso de madeira. Sentia que eles poderiam conter pistas importantes para desvendar a origem da carta. Pegou os pergaminhos amarelados e começou a examiná-los minuciosamente. E para sua sorte, ou azar, a caligrafia era a mesma. A primeira um pouco mais descuidada que o manuscrito, mas ainda sim a mesma. Contudo, apesar de estar mais relaxada por saber que estava no caminho certo, Evie não pode evitar a angústia crescente em seu peito.
Expulsando os pensamentos, ela logo iniciou a leitura. As palavras escritas com uma caligrafia antiga eram tão intrigantes quanto a própria carta. Havia uma profundidade nas mensagens, como se o autor estivesse dividindo suas angústias e conflitos internos. As palavras falavam de uma indecisão entre a luz e as trevas, uma luta entre o desejo de seguir um caminho de bondade e o chamado sombrio do poder.
15 de Fevereiro de 1952
Hoje, sob o céu noturno e estrelado, abri este diário para registrar as tormentas que agitam minha alma. É uma noite inquietante, uma noite em que a dualidade da minha natureza bruxa se revela em toda sua magnitude.
Estou diante de uma encruzilhada, onde a luz e as trevas dançam em um eterno conflito. Sinto o chamado das trevas, a sedução do poder que elas oferecem. Mas a luz também brilha intensamente, mostrando-me o caminho da retidão e da benevolência.
As trevas prometem poder inimaginável, a capacidade de moldar o mundo à minha vontade. É tentador, sedutor. Mas não posso esquecer as consequências devastadoras que esse poder pode acarretar. A luz, por outro lado, oferece paz, harmonia e bondade. Mas será que é suficiente para enfrentar o mundo cruel e implacável que nos cerca?
A indecisão me consome. Oscilo entre o anseio pela luz e a fascinação pela escuridão. A incerteza é como um veneno, corroendo minha alma e minhas convicções. Quero encontrar o equilíbrio, a união entre essas forças opostas, mas é uma busca árdua e incerta.
Espero que um dia eu possa superar essa dualidade, encontrar minha verdadeira identidade e usar minha magia para o bem, sem ser corrompido pela sombra. Que a luz possa guiar-me nesse caminho tortuoso e ajudar-me a tomar as decisões corretas.
* ࣪.⋆
3 de Março de 1952
Escrevo estas palavras não apenas para mim, mas para as futuras gerações que carregarão o meu sangue em suas veias. Anseio que possam ler estas palavras e encontrar orientação em meio às sombras que nos cercam.
Não desejo que meus descendentes se percam no abismo das trevas, como tantos outros antes deles. As trevas oferecem poder, é verdade, mas é um poder que corrompe e devora a alma, deixando apenas um vazio frio e desolado. Não quero que sucumbam a essa tentação maligna.
A luz, embora por vezes possa parecer frágil, é a verdadeira fonte de força. Ela é o alicerce da bondade, da compaixão e da redenção. Devemos resistir à atração sedutora das trevas e abraçar a luz que reside em nosso interior. Somente assim poderemos encontrar a paz e a verdadeira felicidade.
Que meus descendentes lembrem-se de que o verdadeiro poder está no equilíbrio entre a luz e as trevas. Devemos aceitar nossas sombras, nossas imperfeições, mas também cultivar a luz dentro de nós. Somente através desse equilíbrio alcançaremos nossa plenitude como bruxos e como seres humanos.
Que a luz ilumine seus caminhos e os ajude a resistir às tentações sombrias que inevitavelmente surgirão. Que possam encontrar força na união entre essas forças opostas, e que possam, assim, ser uma luz em meio à escuridão.
Enquanto a luz da lua banhava o quarto, Evie decidiu que exploraria cada um desses mistérios. Sabia que a resposta das coisas que achara na caixa empoeirada, poderia ser a chave para entender não apenas seu passado, mas também seu futuro. A determinação ardia em seus olhos, impulsionada pela promessa que fizera a si mesma: ela desvendaria a verdade e protegeria o que era mais importante para ela, a sua luz interior. E nada a deteria nessa jornada.
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