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14. O Leão Ruge


Bem longe de onde acontecia a batalha, três meninas haviam adormecido ao lado do corpo inerte de um majestoso leão.

De fato, elas haviam chorado até dormir, e o primeiro sol da manhã as havia acordado.

A primeira a se levantar foi Susana, esperando de todo o coração que tudo houvesse sido apenas um sonho terrível. Ela olhou ao redor e deu-se conta de que fora tudo muito real, e lançou um olhar pesaroso para as duas garotinhas que haviam adormecido quase uma sobre a outra de tão próximas. Elas também haviam se levantado e lançavam o olhar mais murcho que já fora visto para o corpo de Aslam.

– Temos que ir. – murmurou Susana enfim. Nenhuma das três tinha forças para derramar mais uma lágrima que fosse.

– Está frio. – Lúcia falou baixinho enquanto a irmã ajudava Clarissa a descer. Nenhuma das duas tinha ânimo para discordar.

Em silêncio, Susana abraçou cada uma das menininhas de um lado do corpo enquanto elas desciam as escadas do caminho de volta para o acampamento. Tudo estava nublado e tristonho como elas.

Antes de chegarem à escadaria, lançaram uma última olhadela para o Grande Leão. O vento assobiando entre os altos menires que cercavam a Mesa de Pedra, a mais velha puxou as menores para irem, e o sentimento de abandonar a esperança foi o pior do mundo.

Estavam três degraus escada abaixo quando um tremor sacudiu a terra e um alto crack se fez ouvir. As três foram ao chão, aterrissando de quatro e ralando os joelhos.

Recuperando-se da queda, Lúcia foi a primeira a olhar na direção do som quebrado, uma exclamação de surpresa acompanhando:

– Susana! Clarissa!

A loirinha, que estava analisando os vergões vermelhos nas palmas de suas mãozinhas, foi a última a se virar e aquilo com o que se deparou fez com que seu luto fosse rapidamente substituído por raiva pura conforme as três se levantavam e subiam os degraus que haviam descido: a Mesa de Pedra estava partida ao meio, e o corpo de Aslam não estava em lugar nenhum.

– Cadê o Aslam? – questionou Lúcia.

– O que fizeram? – perguntou-se Susana, assumindo que a Mesa fora enfeitiçada de alguma forma.

– Ora aquela branquela azeda... – murmurou Clarissa travando a mandíbula e fechando os punhos.

A atenção delas, no entanto, foi roubada pelo nascer do sol glorioso por trás do arco que se levantava diante da Mesa de Pedra. Era o nascer de sol mais luminoso e dourado jamais visto, o tipo de coisa impossível de ignorar. As nuvens se afastaram do sol branco de queimar as vistas, e mesmo assim elas não conseguiram desviar o olhar. Não quando uma silhueta se ergueu entre elas e o sol, e com alguns passos se revelou o maior leão que já haviam visto, tão mais majestoso e dourado que o nascer do sol, sua linda juba como uma coroa e um manto real, sua face tudo que havia de bom, tudo que havia de sagrado, tão glorioso que nada podia ser comparado.

E então as meninas viram seu olhar áureo, e jamais teriam palavras para descrever o amor naqueles olhos. Foi quando souberam exatamente quem era.

– ASLAM! – a exclamação exultante saiu em uníssono e logo as três dispararam ao redor da Mesa de Pedra partida para se jogar em um abraço no leão.

Todos os quatro riram de verdadeira felicidade, as pequenas aninhando suas carinhas na juba de Aslam.

– M-mas nós vimos o punhal! A Feiticeira... – exclamou Susana se afastando confusa e maravilhada.

– Se a Feiticeira entendesse o significado de sacrifício, talvez tivesse interpretado a Magia Profunda de outro jeito. O que ela sabe não vai além da aurora do tempo. – explicou Aslam. – Mas, se tivesse sido capaz de ir um pouco mais longe, de penetrar na escuridão e no silêncio que reinam antes da aurora do tempo, teria aprendido um outro sortilégio. Se uma vítima voluntária, inocente de traição, é morta no lugar de um traidor, a Mesa de Pedra se partirá e talvez mesmo a própria morte seja revogada.

– Sofia foi avisar da sua morte. – disse Susana.

– Ela, o Pedro e o Edmundo já foram pra guerra. – concluiu Clarissa, buscando o pequeno arco automático pendurado em suas costas.

– Precisamos ajudá-los! – declarou Lúcia determinada, punhal em riste.

– E vamos, queridas. Mas não sozinhos. – disse Aslam amorosamente, a pata sobre a mãozinha de Lúcia abaixando a pequena arma. Então deu um passo adiante e abaixou-se. – Subam em minhas costas! O caminho é longo, e o tempo é curto.

Sorrindo, as três meninas subiram nas costas do leão, Lúcia na frente, Clarissa no meio e Susana atrás.

– Talvez queiram cobrir as orelhas! – exclamou Aslam bem humorado, e então soltou o rugido mais alto já ouvido e pôs-se a correr.

Corria tão rápido que a paisagem toda era um borrão, e apesar do caminho conhecido, a primavera tornava tudo diferente e a rapidez fazia tudo irreconhecível.

– Para onde estamos indo? – questionou Susana.

A resposta veio em pouco tempo, quando acima de uma crista de árvores viram o castelo gelado da Feiticeira erguer suas torres afiadas e, se Clarissa fosse ser sincera, bastante feiosas. Os portões erguiam-se altos, cercados por um largo fosso, e a ponte levadiça estava erguida. Como iriam entrar?

– Segurem-se! – comandou Aslam e os olhinhos de Clarissa se arregalaram de medo.

Com as três meninas bem seguras, Aslam deu um pulo e pareceu voar por cima dos portões enquanto gritos estridentes escapavam das duas Pevensie e da pequena Redfield.

Quando finalmente tiveram coragem de abrir os olhos e descer das costas de Aslam, um arrepio subiu pela espinha de Clarissa.

O pátio do castelo da Feiticeira parecia o jardim de estátuas mais sádico do mundo: todas as estátuas pareciam apavoradas, as caras contorcidas de dor, armaduras completas, espadas paradas bem no meio de um movimento mortal, bocas abertas no meio de gritos. Fez com que ela se lembrasse do quintal do Sr. Texugo, no qual nem o pudim fora poupado de virar pedra.

Foi Lúcia quem o viu primeiro, a cara contorcida em um grito doloroso, as mãos estendidas implorando misericórdia, o cachecol uma vez vermelho permanentemente voando cinzento, o gelo derretendo como lágrimas em seu rosto. Quase hipnotizada, puxou Clarissa pela capa, e as duas compartilharam um ar grave enquanto caminhavam na direção da estátua que um dia fora seu tão querido amigo Sr. Tumnus.

Foi quando ambas perceberam que ainda tinham muitas lágrimas para chorar diante da visível morte terrível e dolorosa do fauno. Nem o abraço firme de Susana foi suficiente para acalmar os soluços de Lúcia e Clarissa, que agarravam as mãozinhas uma da outra com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.

Tudo pareceu um pouquinho menos terrível quando Aslam se aproximou e soprou sobre a estátua. As lágrimas foram substituídas por surpresa quando os cabelos da estátua balançaram sob o sopro do Grande Leão.

Aos poucos, o cinza começou a sumir, e o amigo querido das pequenas respirou profundamente, tombando para frente em cansaço e sendo amparado rapidamente por duas meninas pequenas.

– Opa! – exclamou Lúcia.

Sr. Tumnus levantou o olhar, e viu a cabecinha loira e a outra cabecinha castanha acobreada de suas amiguinhas do reino de Salavazia. Ele sorriu aliviado, e os três compartilharam risadas sinceras.

– Susana... – Lúcia olhou para a irmã.

– Esse é o fauno mais corajoso do mundo todinho! – terminou Clarissa.

– Senhor Tumnus! – exclamou Susana, correndo para abraçar o fauno com verdadeira gratidão: ele havia sacrificado a própria vida por Lúcia e Clarissa, afinal.

– Vamos! – a voz firme de Aslam interrompeu o reencontro, e atrás dele já haviam algumas estátuas de volta à vida. – Temos que revistar o castelo. Pedro vai precisar de todos que encontrarmos aqui.

Não houve perda de tempo: as meninas agarraram as saias e partiram correndo pelos corredores do castelo gelado, Lúcia na companhia de Susana e Clarissa na companhia do Sr. Tumnus. O fauno e a Pevensie mais velha com um simples olhar concordaram que as pequenas não deveriam ir sozinhas, pois sabe-se lá quais armadilhas estavam nas passagens daquele lugar.

– Como foi que me acharam? – questionou Sr. Tumnus sendo quase arrastado pela pequena Redfield.

– Ora, tivemos a mais incrível das aventuras! O Sr. Castor nos ajudou! E o Sr. Raposa também! E o Aslam! – respondeu Clarissa animada e quase saltitando pelos corredores. – Fiz amigos novos também! Ralph, Ligeirinha, Atara e Atticus, que ajudaram a resgatar o Edmundo!

– Oh! Fico feliz em saber que Edmundo está bem. Nos conhecemos. E sua irmã, a querida Sofia, por onde anda?

– Ela voltou para o acampamento porque queríamos ficar com o Aslam. Ela está lá na batalha com os meninos. – Clarissa contou, abrindo uma porta aleatória do corredor e se deparando com uma única estátua.

Era um rapaz jovem, parecia poucos anos mais velho que Pedro. Ele estava de joelhos, a cabeça baixa, as mãos atadas atrás das costas e uma armadura muito diferente das do exército narniano. Mesmo como uma estátua, notava-se que era bonito.

Curiosa, Clarissa se aproximou tocando o brasão na ombreira da armadura da estátua: três ilhas no mar. Olhando com mais atenção, tudo a respeito daquele rapaz remetia ao mar: as escamas da armadura como escamas de peixe, as padronagens de conchas nos detalhes das ombreiras, as estrelas-do-mar na bainha de espada vazia. Ao ver a bainha vazia, os olhos da menina imediatamente correram pela sala a procura de uma espada, que encontrou encostada num canto, o punho desenhado como se fosse a cauda de uma sereia e o centro da lâmina adornado com ondas gravadas no aço. Em alguma coisa, parecia quase tão digna de rei quanto a espada de Pedro, e a menina soube que o rapaz ali era alguém importante.

– Quem é ele? – ela perguntou, sobrancelhas franzidas e olhar analítico.

– Hm... – o Sr. Tumnus se aproximou pensativo, observando a estátua e batendo o indicador na ponta do chifre como se estivesse puxando uma memória. – Esse brasão... É o brasão das Ilhas Solitárias... Especificamente dos Lordes Protetores de lá.

– As Ilhas Solitárias não têm rei? – Clarissa franziu o narizinho.

– Elas são de Nárnia. O rei de Nárnia é imperador das Ilhas Solitárias desde que o Rei Furacão salvou o povo das ilhas de um furacão. – explicou o Sr. Tumnus.

– Então nós precisamos acordar ele! Ele pode ajudar o Pedro na batalha! – exclamou Clarissa e sem aviso prévio saiu correndo pelo caminho por onde vieram gritando pelo Grande Leão. – Aslam! Aslam! Aslam, aqui!

– O que aconteceu, minha querida? – ele questionou, tendo acabado de libertar um leão da montanha que tinha as manchas mais estranhas na cara: lembravam um óculos e um bigode enrolado ao melhor estilo Salvador Dalí.

– Eu e o Sr. Tumnus achamos um moço sozinho numa sala lá em cima! Parece que ele é um lorde das Ilhas Solitárias! – exclamou Clarissa chamando com a mão e guiando Aslam de volta com precisão. Ela tinha um senso de direção espetacular mesmo para muitos adultos.

Foi um olhar de compaixão que Aslam lançou para o rapaz tornado estátua. O Grande Leão sabia que aquele jovem costumava ter sentimentos de mar revolto antes de ser aprisionado. Um sopro, e aos poucos estátua voltou a ser homem: pele escurecida pelo sol, cabelos escuros e cacheados, olhos castanhos com marquinhas nos cantos mostrando que aquele rapaz sorria muito, sardas discretas sobre o nariz e postura de guerreiro.

Ao tempo que o rapaz recém acordado olhava ao redor tentando entender o que estava acontecendo, Clarissa havia generosamente ido no canto buscar a espada dele, e arrastava a arma pesada pelo chão com toda a força de seu corpo de criança.

– Soberano... – o rapaz murmurou curvando a cabeça e engolindo o choro diante de Aslam, que deu a volta nele e cortou suas amarras com a garra. – Me perdoe.

– O que passou, passou. – Aslam respondeu e saiu do recinto, deixando Clarissa e o Sr. Tumnus.

O fauno estava prestes a correr para ajudar a menina a pegar a espada quando a pequena Redfield começou a falar:

– Qual o seu nome?

– Hein? Ah... – a princípio o rapaz ficou confuso ao ver uma criança ali, mas logo ofereceu um pequeno sorriso para a menina. – Eu me chamo Peridan.

– Oh, puf... – Clarissa parou no meio do caminho cansada de arrastar a espada e sorriu. – Eu me chamo Clarissa Redfield.

– Bem, obrigado por pegar minha espada para mim. – agradeceu Peridan se levantando devagar e indo pegar a espada.

Seus ossos e juntas rangiam como os de um homem velho, e quando sua mão se fechou ao redor do punho da espada, ele estranhou o toque do couro. Tudo aquilo que era familiar, também era completamente estranho. A armadura lhe pesava os ombros, e a espada de fato era mais pesada do que se lembrava.

- Como você veio parar aqui? - Clarissa questionou pendendo a cabecinha de lado.

E por um momento, Peridan não soube responder. Ele havia sido estátua por tempo o suficiente para que suas memórias ainda estivessem um tanto quanto confusas, como se ele as olhasse através de uma janela embaçada. Piscando algumas vezes, aos poucos as lembranças ficaram claras.

- Eu vim para tentar derrotar a Feiticeira. - ele respondeu com boa medida de pesar em sua voz. - Meu pai bem me avisou que era má ideia...

- Talvez haja propósito para que esteja aqui neste momento exato, milorde. - Sr. Tumnus sugeriu gentilmente.

- É verdade! A batalha deve estar acontecendo agorinha! - e com aquilo, Clarissa estendeu sua mãozinha. - Quer vir nos ajudar a derrotar a Feiticeira de uma vez por todas, Peridan?

Aquelas palavras sopraram vida novamente para dentro do coração de mar revolto do jovem lorde. Armadura e espada voltaram a ser familiares, e em um movimento galante parecendo saído dos contos arturianos, ele se curvou diante de Clarissa:

- Minha espada é sua, milady.

***

Não meus caros, eu não morri!

Admito, passei por alguns anos muito difíceis desde a última publicação, mas a gente é brasileiro e tem Jesus, então a gente engole o choro, levanta e continua! Considerem esse capítulo uma celebração e comemoração pelas coisas boas por vir!

Com muito carinho, de quem mesmo que suma não esquece de vocês,

Lady Ari

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