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#𝟑𝟔 - Sejɑ ɑ 𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐮 𝐧𝐨𝐦𝐞

A paz não habitava seu corpo, era como se Drasilla, no auge de sua dor, só seguia para frente, mas e mais vezes, sem conseguir em nenhum momento descansar, pois não era isso que queria, só queria que acabasse, não havia um estalo de dedos mágicos que a levasse a algum ponto bom o suficiente, não teria seu Lucerys de volta, não, ela sabia que para ser minimamente bom, ela teria que voltar antes, talvez até Rasmus ou MUITO antes, até Aemma, talvez deletar parte da sua vida, não sabia.

Planou horas, Flarion ainda não estava cem porcento bem, nem ela, mas de volta a Baía da Água Negra ela viu um dragão planando, estava baixo, cansado, ela decidiu não perseguir Rhaenyra, apenas esperar por ela, então ela e seu dragão azulado pairaram até pousar nas areias amareladas e esperaram por quase duas horas, até que a Rainha decidisse descer, já ciente, desde antes de Drasilla vê-la que o dragão que despontara entre as nuvens era o da morena. Não saía da cabeça da mais jovem as palavras de Rasmus, Rhaenyra precisa de você, quando la desabou, exausta de corpo e mente, a rainha foi uma rocha em meio a sua dor, agora com menos dor e mais raiva, ela era que precisava ser forte.

── O que você faz aqui? ── Rhaenyra estava a frente de Syrax, após saltar de sua cela as areias da praia. ── Deveria estar descansando.

── Muita coisa aconteceu desde que você saiu. ── Os ombros da morena se encolheram. ── É hora de voltar para casa, majestade.

── Drasilla ... ── A voz de Rhaenyra tremia. ── O que ele fez?

── Mandou assassinos a Porto Real, me enganou para acompanhá-los e matou um dos filhos do usurpador. ── Havia dor na voz de Drasilla. ── Você precisa voltar, antes que o Daemon mergulhe esse reino em fogo e sangue.

── Mas o Luke ...

── O Lucerys se foi, Rhaenyra. ── Drasilla sabia que estava sendo fria demais com ela. ── Nós precisamos seguir, os verdes vêm atrás de nós, Westeros vai sucumbir se nós não fizermos algo.

── E se eu não quiser ser a salvadora? ── Havia lágrimas no rosto dela. ── Eu poderia ser Jaehaerys reencarnado, eles ainda não me seguiriam.

── Você não precisa ser um segundo de ninguém. ── Drasilla queria abraçar ela, mas precisavam ser firmes. ── Seja a primeira de seu nome.

Rhaenyra tentou respirar fundo, mas segurava o choro, Drasilla deixou que ela chorasse mais, abaixada na areia, Syrax urrou, mas Flarion nada fez, só abaixou a cabeça perto de Drasilla, antes dela caminhar firme até Rhaenyra e se abaixar perto dela, a fazendo levantar e tomando sua irmã em seus braços, uma vez foi Rhaenyra que a abraçou enquanto tudo ruía, fazendo com que as coisas ficassem mais suportáveis, agora era ela que segurava, para garantir que a rainha seguiria de pé.

As duas demoraram mais um tempo, oraram para os deuses da Antiga Valíria por Lucerys, já que Drasilla não tinha participado da cerimônia fúnebre e depois voaram juntas para Pedra do Dragão, Rhaenyra não derramara mais nenhuma lágrima desde que saíram da Baía dos Naufrágios, estava séria, se comunicava pouco, mas Drasilla conseguia ler o seu olhar com facilidade, o que irritou Daemon de certa forma, elas eram um duo, mas Rhaenyra deveria ser mais próxima dele, ele entendia de batalha, não sua irmã mais nova.

O Príncipe então finalmente partiu para das Terras Fluviais, os negros haviam recebido um pedido de ajuda de Alyssane Blackwood para lidarem com conflitos com os seus inimigos naturais, os Bracken e coube a Daemon ir até lá, com outros montadores espalhados por cantos de Westeros e Drasilla no encalço de Rhaenyra o tempo todo, o príncipe precisava sair, o mais rápido possível, queimar algo e entrar em alguma briga parecia aliviar sua cabeça.

Antes da chegada de Daemon, Sor Amos Bracken estava acampado perto de um moinho próximo a um rio, esse que provavelmente poderia ser reconhecido como o Ramo Vermelho, quando Lorde Samwell Blackwood o pegou desprevinido. O embate entre eles logo se transformou em algo intenso, mais ainda por causa do moinho que havia pegado fogo, iluminando principalmente as noites do combate. Entre os inimigos de anos, foram os Bracken que levaram a melhor inicialmente, quando Sor Amos matou Lorde Blackwood em um duelo de um contra o outro, a resposta, no entanto, veio logo em seguida, quando a flecha de um represeiro atravessou seu globo ocular, atirada pela mais exímia arqueira dos Blackwood, a irmã de Samwell, Alyssane.

Ambos os lados sofreram pesadas baixas na batalha, era inevitável que eles não acabassem tendo mais mortos que vivos nas horas que se seguiram, mas no fim os Bracken tiveram que recuar para suas próprias terras. Foi Raylon Rivers, irmão bastardo de Amos, que organizou a retirada das tropas Bracken, mas a destruição há havia sido feita, havia um rastro tão grande pelo caminho que o ponto que mais chamava a atenção era o moinho em chamas iluminando a batalha. O que Raylon não contava é que ao chegar com suas tropas em Barreira de Pedra, ele encontraria Daemon com suas tropas e reféns, isso obrigou o mesmo a se render, dando aos negros a primeira grande vitória na luta pelo trono e aquele embate, é claro, não demorou a chegar na capital e a encontrar um Aegon impaciente.

── Como aqueles idiotas Bracken não conseguiram romper os avanços Blackwood? ── Aegon não dormia há dias, cansado, principalmente paranoico desde que seu filho havia sido morto. ── Onde está o Aemond?

── Ele está na Campina, majestade. ── Otto se limitou a responder a priori. ── Confirmando o apoio do Lord Leo Tyrell.

── Seu filho Gwayne já não tinha ido resolver a merda que ele fez? ── As sobrancelhas de Aegon se uniram, encarando Otto. ── Porque o Aemond voou para lá? Já não bastou a vergonha em Ponta Tempestade com a Drasilla, agora ele voa atrás dela até lá? Ele vai o quê? Matar os filhos dela? Como ela veio matar o meu?

── Os filhos da princesa são herdeiros da Campina e estão sob julgo do Lorde Leo, o príncipe não pode tomá-los como reféns ou matá-los sem causar um rompimento da aliança com os Tyrell. ── Otto prendeu a respiração. ── E nós precisamos dos soldados dele.

── Nós temos os Lannister e os Hightower, sem falar do exército da coroa. ── Aegon esbravejou. ── Porque precisaríamos do exército da Campina? Quem os negros têm? O Vale? Winterfell? Os Martell responderam sobre a aliança?

── Não, o Príncipe Qoren se nega a se meter em conflitos fora de Dorne. ── Otto continuava no mesmo lugar. ── Ter a Campina e os Tyrell ao nosso lado é para garantir que eles não fiquem do lado da Rhaenyra.

── E temos alguma resposta do Aemond sobre a Campina? ── O loiro quis saber.

── Sim. Os Tyrell estão apoiando nossa causa, como vários de seus vassalos, porém o Lorde Costayne de Três Torres, Lorde Mullendore de Terraltas, Lorde Tarly de Monte Chifre, Lorde Rowan de Bosquedouro e Lorde Grimm de Escudogris proclamaram apoio aos Negros.  ── Otto ia citando o que estava na carta de Aemond. ── Mas eu tenho outra ideia, se permitir.

── Diga! ── Aegon sequer o olhava.

── Mercenários, nós temos dinheiro o suficiente e se quisermos vencer o cerco da Frota Velaryon pelo mar, precisaremos de força bélica desse tipo. ── Otto usava as palavras com cuidado.

── Faça o que precisar, pague quem for necessário, mas acabe com isso. ── Aegon impaciente se levantou deixando o Mão sozinho na sala.

De volta a Pedra do Dragão, corvos chegavam de várias partes do reino, confirmando o que Rhaenyra pedia aos lordes, o seu apoio, mas dos dragões apenas Baela havia retornado tempos antes das Terras Fluviais, assim como Drasilla, a ausência de Jace, Daemon e Rhaena deixava Rhaenyra um pouco nervosa, mas havia boas notícias dos três, era Drasilla que intervinha entre as cartas que chegavam e a rainha, evitando que qualquer coisa negativa e que não fosse realmente necessária chegasse a loira.

Havia ofensas em alguns corvos, lordes que apoiavam os verdes, Drasilla anotava seus nomes e prometia que iria queimar um por um, traidores, sua mente repetia, também tranquilizada Rhaenyra quando a Jacaerys e Rhaena, o Vale Arryn e Winterfell tinham decidido ficar do lado da loira, o que já era esperado, mesmo sendo um grande alívio para ela confirmar isso, após perder Lucerys, qualquer falha a deixava nervosa.

── O Lorde Cregan está ao seu lado. ── Drasilla lia a carta. ── Assim como os Manderly e os Blackwood, mas creio que todo o Norte siga os Stark.

── Falando em Stark, o Cadmus ainda não chegou? ── Rhaenyra a questionou.

── Não, mas deve estar próximo, ele deve ter tomado outro caminho, para fugir dos conflitos. ── Parte de Drasilla já estava preocupada. ── Ele está sozinho.

── E o Vale Arryn, o que a Jeyne disse? ── Rhaenyra mudou de assunto ao ver a expressão da morena.

── Ela está ao nosso lado. ── Drasilla batia a folha na mão. ── Mas nós precisamos de soldados dela, montar uma estratégia, vou voar até o Ninho e conversar direto com a Jeyne, além de contar a Rhaena sobre o Luke.

── E o Jace, ele ... ── Faltaram palavras a rainha na hora.

── Ele saberá quando retornar a Pedra do Dragão, não vamos deixá-lo de cabeça quente antes disso. ── A morena empurrou o ar para fora do corpo. ── Deixarei Baela ao seu lado, Lorde Corlys está organizando a formação da Tropa Velaryon na Goela, deve ficar ausente alguns dias.

── Voe com cuidado. ── Rhaenyra sussurrou segurando as mãos de Drasilla.

── Guie o reino com sabedoria. ── Drasilla a puxou pra perto, a abraçando a frente dos lordes da mesa grande com o mapa do reino. ── Eu volto logo.

O corpo estava cansado, mas eu uma guerra ninguéme stava mais em seus total como desejava, Drasilla sabia disso, de uma maneira que ela só empurrava as cores físicas e psicológicas para o lado e as deixaria para sentir ao fim da guerra, quando tudo isso estivesse acabado e ela tivesse tempo pra se arrepender, até lá, cansaço e outras sensações poderiam ficar para depois. Flarion, por sua vez, estava em seu melhor, com a princesa não tendo voado muito nele nos últimos dias, só uma viagem curta até Ponta Tempestade, ele poderia ser a força que ela não conseguia ser.

Os dois planaram até um certo ponto, cercando o Ninho da Águia, os guardas Arryn logo levantaram as armas, haviam dois grandes arpões, prontos para tentar derrubar um dragão do ar para uma queda nada confortável, mas Jeyne saiu no pátio principal, junto de Rhaena, que reconheceu o dragão de Drasilla e então os soldados recuaram, só assim a morena pode planar e pousar com segurança, saltando da cela. A expressão da princesa não era das melhores, a primeira a captar isso foi Rhaena, que era encarada por ela, ao perceber os olhos marejados da lady, Jeyne puxou-a para perto e chamou a princesa para acompanhá-las.

── Permaneça. ──  Drasilla ordenou a Flarion em Alto Valiriano. ──  Seremos breves. 

O dragão azulado apenas deitou sob suas patas, olhando na direção dos guardas curiosos por causa da sua presença, mas ele já era acostumado com as pessoas, alguns poderiam dizer que ele era, quando bem queria, tão dócil quanto o dragão da Boa Rainha Alyssane, sabia se comportar perto de outras pessoas, deixava que passassem a mão em si, depois de trocar olhares com Drasilla, Rhaenyra dizia que Flarion era o dragão mais inteligente que conhecera, que entendia os comandos, que vivia em sintonia com Drasilla, poderia não ser o maior ou mais rápido, talvez não o melhor em batalha, mas era inteligente.

Os salões do Ninho da Águia eram enormes, Jeyne ia na frente, amparando Rhaena, mas logo atrás Drasilla vinha, escoltando as três mulheres haviam dois guardas, dos quais a morena olhava por cima do ombro, conferindo sempre se estava tudo ok, ela tinha a Coração de Valíria presa na cintura, mas não repousava a mão sob si, com receio de soar um pouco, talvez, arisca demais, Jeyne já havia aceitado Rhaenyra como sua rainha, elas eram mulheres, iriam se entender melhor que ninguém. As três então entraram em uma sala de chá, Jeyne pediu que os guardas esperassem do lado de fora e que Drasilla fechasse a porta, a chefe da casa Arryn ocupou um sofá azulado, como a maioria dos elementos da sala, já Rhaena sentou perto de uma janela, em uma poltrona, com as mãos no rosto.

── Então Princesa, o que houve? ── Jeyne quebrou o silêncio, olhando de canto para uma Rhaena que se segurava. ── Imagino que não tenha vindo aqui apenas porque o ar da Vale é mais fresco.

── Infelizmente não, tenho dois motivos. ── Drasilla relaxou os ombros, se sentando também. ── A Rainha Rhaenyra perdeu um dos seus filhos ... Em Ponta Tempestade.

Os olhos de Rhaena tremeram assim que ela ergueu a cabeça, olhando na direção de Drasilla, como filha de Daemon e estando mais tempo com ele do que com Rhaenys, com Baela, ela tinha aprendido a suprimir seus sentimentos, quando Drasilla se levantou para ir na direção dela, a lady ergueu a mão, Jeyne só assistia a jovem Targaryen se remoendo de dor e luto, não precisava saber quem havia morrido, Rhaena tinha em mente onde Rhaenyra tinha mandado cada um deles, sabia que se tratatava de Lucerys.

Quando eles eram jovens e viviam juntos para todos os lados, os quatro, as vezes cinco quando levavam Joffrey, foi natural que ela acabasse sentindo um carinho descomunal por seus primos Jacaerys e Lucerys, quando - anos mais tarde - Rhaenyra disse que Baela se casaria com Jace, Rhaena ficou na esperança de que Luke fosse seu marido, ela gostava dele, na terna idade não havia amor ou fogo, eles eram jovens, mas Lucerys sempre foi um cavelheiro, se tornaria um ótimo marido na idade adulta, como ela, guiariam Driftmark, mas então entregaram a mão dele a uma aliada, Rhaena tinha que assumir que isso a deixou um pouco irritada e ansiosa, Baela era boa o suficiente, mas ela não? Ela remoía pensando que era sobre não ter um dragão, mesmo sendo uma Targaryen, tudo isso ficou de lado quando a notícia veio e um longo grito também, que assustou Drasilla e Jeyne.

── Eu vou voltar com você, vamos liderar tropas e derrubar o castelo dos Baratheon. ── Ela se ergueu e Drasilla não viu só Laena nela, viu Daemon.

── Querida, não. ── Jeyne foi quem tomou a frente. ── Não vamos transformar isso numa roda de vingança.

── Ela tem razão, ele não ia querer que isso acontecesse. ── Drasilla se aproximou dela, esticou a mão para Rhaena, mas ela se encolheu. ── Permaneça no Vale, você será nossa emissária situada aqui, ajude lady Jeyne com os exércitos e também escreva ao Príncipe Qoren Martell, precisaremos dos soldados dele, mas ele é um pouco mais complicado.

── Como eu vou convencê-lo? ── Os olhos lilás de Rhaena brilhavam encarando Drasilla.

── Tenho certeza que pensarão em algo. ── Drasilla respirou fundo, olhando Jeyne e depois Rhaena. ── Posso ter um momento a sós com ela?

Rhaena ainda sentia a dor dançar dentro de seu corpo quando confirmou com a cabeça, ela precisaria de um chá, de escrever alguma coisa para Baela e Rhaenys, ela sabia que Daemon a essa altura estaria se guiando unicamente por seu ódio, nada mais do que isso, ele não seria a pessoa que a consolaria ou se deixaria ser consolado no momento. Já Drasilla, ficou em silêncio olhando para Rhaena saindo em direção a porta, quando o barulho oco da trinca se fez ela novamente se sentou, Jeyne já o havia feito, encarando a princesa.

── Esse é um mundo cruel demais para mulheres. ── Jeyne quebrou o silêncio. ── Onde homens ditam as regras até quando mulheres comandam. Meu pai tomou o direito de minhas primas, as tias da Rainha, e então quis garantir que eu pudesse ser Lady.

── As vezes tudo é sobre a linhagem. ── Drasilla deu de ombros. ── A sua ou a do próximo.

── É, essa está sendo uma guerra de linhagens também, tenho pra mim que dizer que a Rhaenyra é uma mulher só importa porque afeta sua linhagem. ── Jeyne se recostou na cadeira. ── Se ela fosse um homem eles arrumariam outra desculpa.

── Creio que sim, mas não parece tão preocupada com linhagem, na sua posição. ── Drasilla a lembra que ela sequer se casou de forma silenciosa. ── Você tem três anos a mais do que eu, não está preocupada que o Vale mergulhe em uma crise de sucessão?

── Não, já deixei claro que em minha ausência o herdeiro é meu primo, Joffrey, você talvez o conheça como Cavaleiro do Portão. ── Jeyne tinha suas decisões bem firmes, quem a conestava sabia seu fim, ela era boa para os Arryn, então não tinha porque se levantarem contra ela. ── Mas não sou eu que tive problemas de sucessão recentes.

── Meu filho é só uma criança. ── Drasilla rebateu.

── Eu só tinha três anos, a sua filha tem o que? Uns 7? 6? ── Jeyne sorriu de canto, pensando em como algumas coisas deram certo para uns e não para outros. ── Seu marido era jovem, possivelmente não pensou que precisaria se preocupar em proteger um sucessor, o erro dele foi não perceber que quem ficava era um bastardo legitimado que queria a posição de lorde dele, uma mãe que não é da Campina e uma irmã mais nova ... Mulher.

── Eles são herdeiros do Leo, estão protegidos lá. ── Drasilla rebateu a mais velha.

── Não conte com isso, Princesa. ── Jeyne era rápida, como um pássaro no estandarte de sua casa. ── Estarão protegidos até que ele precise usar seus filhos contra você, sem eles no caminho o que sobra para o futuro da Campina? Os filhos dele?

Drasilla via com clareza as palavras de Jeyne, sabia que a Campina não era o lugar mais seguro para seus filhos desde que Rasmus morreu, por isso passou tanto tempo na capital, por isso se casou com Aemond as pressas, mesmo que nutrisse por ele alguns sentimentos que ela não conseguia definir, era complexo demais, de fato, como se aproximou do principe caolho. Ela se levantou, como se as pressas tomasse a decisão que precisaria voar a Campina, encontrar Aemma e Leo e levá-los para um local seguro? Mas onde seria? Pedra do Dragão? Talvez Winterfell, os Stark cuidariam deles, mas antes que ela pudesse sair Jeyne a chamou, três vezes, ao perceber que a princesa estava aérea demais, pensando em como livraria os filhos e repassando o erro que foi deixar ambos sob a tutela do cunhado, mesmo que Carmine e Alys estivessem lá e ela tivesse mandado Harrold Westerling.

── Você veio aqui por outra coisa além de falar com a lady Rhaena sobre a perda do garoto. ── Jeyne a lembrou. ── O que era?

── Precisamos das tropas Arryn. ── Drasilla se sentou, ainda pensando nos filhos. ── A Tropa Velaryon está concentrada na Goela, barrando mantimentos e possíveis ajudas marítimas de chegarem por mar aos verdes, leve seus homens até Vila Gaivota, para fazer apoio as forças da Rainha em Porto Real.

── Claro, podemos fazer isso, mas e os soldados por terra? ── Jeyne quis saber.

── Os mantenha no Vale, por hora. O que disse a Rhaena é verdade, precisamos do Príncipe de Dorne. ── Drasilla olhou diretamente para a Lady. ── Aponte suas bestas para o céu, mantenha a guarda dia e noite, se os verdes vierem até o Ninho, derrube seus dragões do céu e resista.

── Ok, espero ter notícias de você em breve. ── Jeyne se levantou devagar, junto a Drasilla. ── Vai ir a Campina não é? Se quiser pode trazer seus filhos para o Vale, os protegerei como a lady Rhaena.

── Agradeço sua ajuda, mas o Vale pode ser perigoso, os levarei a Winterfell. ── Drasilla queria sorrir, mas não conseguia. ── O cerco dos Stark não deixará que nenhum dos verdes faça algo.

── Certo, agora vá e boa sorte. ── Jeyne concordou com a cabeça.

Elas andaram em silêncio até onde Flarion estava, o dragão ergueu o focinho assim que colocou os olhos em Drasilla, se preparando para que a a montadora subisse em seu dorso, Rhaena veio correndo, parando atrás de Jeyne e acenando para a morena, pouco antes dela tomar os céus frios do Vale, rumo a Campina. Era uma viagem longa, um tanto quanto cansativa também, tanto que Drasilla chegou próximo de onde a resisdência Tyrell estava quase anoitecente. 

Foi nacessário que Flarion pousasse no descampado, um pouco longe, ela não queria que ele fosse visto, então a caminhada de quase uma hora noite a dentro parecia um tanto quanto cansativa. Drasilla conhecia bem Jardim de Cima, sabia como se esgueirar entre os guardas de postos, mas pode notar que mais homens estavam espalhados, como se Leo estivesse em constante alerta, a notícia claramente já havia chegado lá. Achar seus filhos, Alys ou Carmine na imensidão de corredores que formavam a residência Tyrell era complicado, mas a voz de Alys chamou a atenção da princesa depois de mais de uma hora a sua procura, em uma das salas de chá, a presença de Drasilla fez com que Alys respirasse aliviada, enquanto Lyonel dormia em seus braços.

──  Pelos deuses! ── Alys parecia quase desmaiar de alívio. ── Você está viva.

── Notícias diferentes chegaram aqui?

── Aemond esteve aqui a alguns dias, conversando com o Leo, tive que esconder sor Harrold. ── Alys colocou o jovem Lyonel que dormia em um berço.

── Onde ele está agora? ── Drasilla temia pelo ex-comandante da guarda real. ── E a Carmine?

── Foram juntos para Rochedo Casterly. ── Alys confirmou com a cabeça, tomando as mãos de Drasilla em seguida. ── Aemond deixou escapar que Jason está comandando o exército Lannister em campo e que Tyland está na capital, no lugar do irmão com o Aegon, minha mãe foi tentar persuadir Johanna, a esposa do Jason, que está como regente no Rochedo.

── Ela tem aliados lá? ── Drasilla a soltou, se aproximando do filho no berço. ── Que virariam as costas para os gêmeos?

── Ela acha que Jason não demorará muito a cair em combate e disse que Tyland luta muito mal nas espadas, fugirá do conflito, deixará o Rochedo desprotegido, Johanna não é de lá, ela só tem três filha e um filho de quatro anos, minha mãe conhece bem os vassalos dos Lannister. ── Alys tinha fé na política de Carmine, Drasilla também.

── Ela vai tomar o Rochedo. ── Drasilla sorriu, mas logo ao olhar em volta deu falta de alguém. ── Onde está a Aemma?

── O Léo a mantém sempre por perto, mandou o filhos com a Fedora para Vila Velha. ── Alys ponderou, se aproximando da princesa. ── Mas Mateo, o mais velho e a Aemma estão sempre perto dele, com guardas os vigiando.

── Certo, eu vou levar o Lyonel comigo, vamos para Winterfell. ── Drasilla diz, tomando a criança do berço. ── Você pode vir, consigo montar o Flarion sem a cela, você usa ela, de lá avisaremos a Carmine e depois eu volto com ajuda para pegar a Aemma.

── Eu não posso abandonar a minha casa, não agora. ── Alys estava apreensiva. ── Ele não vai me machucar, ele gosta de mim, do jeito estranho dele, mas ele gosta, alguém precisa impedir que qualquer coisa seja feita a Aemma, me deixa ficar e proteger a sua filha.

── Eu não vou me perdoar se vocês perecerem. ── Os olhos de Drasilla estavam marejados. ── Nós perdemos o Lucerys, Alys. 

── Eu sei, o Aemond contou ao Leo, falou sobre o ataque a Fortaleza Vermelha e ao primogênito do Aegon. ── Alys se afastou, pegando o apoio para ela prender o bebê no corpo. ── Nós vamos ficar bem, leve o Lyonel, ele é o herdeiro, o mantenha seguro.

Alys ajudou Drasilla a prender bem Lyonel a seu corpo, garantindo que o bebê estivesse seguro o suficiente, aquecido para poder voar colado ao peito da mãe. Ela não queria ir embora sem Aemma, sem Alys, mas ali era complicado, estavam em uma guerra e o lugar que antes havia sido o seu lar, que ela se sentia segura, agora era como um calabouço estranho e frio demais, não tinha seu Rasmus, não tinha o calor e a felicidade, só a dor da guerra e nada mais.

Ela tentava escapar dos guardas, passando por onde Alys a indicou, enquanto a cunhada criada uma distração, algo que não revelasse que Lyonel tinha sido levado, isso colocaria todos em alerta e atrás da princesa que tentava se apressar mas não podia correr, chamaria atenção alguém com uma capa e capuz correndo entre os jardins e ela já estava quase lá, quando uma flecha acertou um arbusto menos de um metro de si, a fazendo parar de imediato.

── Acho que você errou. ── Ela falou se virando e encarando o cunhado metros acima. ── Lorde Leo.

── Eu sabia que hora ou outra você iria vir rastejando atrás dos seus filhos. ── Ele continuava apontando o arco pra ela. ── Foi só preciso colocar um espião no encalço da Alys, ainda mais com a minha mãe fora.

── Nossa, você me pegou, uau. ── Ela riu, colocando a mão a frente de Lyonel. ── Vai, atira. Se eu não voltar a Pedra do Dragão, esse seu jardim vai queimar até a última folha, que é o que vai acontecer com você se a Aemma tiver um fio de cabelo fora do lugar.

── Você não sabe o prazer que me daria acertar essa flecha no meio da sua garganta. ── Ele sorri, puxando mais a corda do arco. 

── Me mata, acaba com isso. ── Ela olhava pra ele, sob a luz da lua, calculando o que tinha que fazer mentalmente. ── Você sabe que eu vou voltar para te pegar se me deixar viva.

── Vou estar esperando você e seu dragãozinho. ── Ele abaixou o arco. ── Será uma luta memorável, quando vocês dois caírem do céu, aqui não tem graça.

── Quero te lembrar dessa decisão quando enfiar minha espada na sua garganta, Leo. ── Ela falou dando alguns passos. ── Boa noite.

Leo piscou duas vezes, suas vistas estavam um pouco turvas, durante a noite ele não era o mesmo do que o dia, claro, Drasilla não poderia saber da condição do cunhado, mas não arriscar um tiro dali era melhor do que tentar e dar a chance dela revidar de alguma forma, ainda iria atrás dela para descarregar todo o ódio que tinha da cunhada de anos acumulados, eles ainda estavam com um passoa a frente, era dele que tinha a guarda de sua sobrinha Aemma, a princesa voltaria e seria recebida com flechas quando fizesse.

Drasilla desceu a encosta segurando Lyonel, o bebê dormia confortavelmente em seu braço, preso a seu corpo de forma firme, diferente da ida, ela correu rumo a Flarion no descampado, o dragão se escondia na relva, mas ergueu o dorso ao ver alguém emergir da folhagem, a reconhecendo, ainda mais quando a princesa proferiu algumas palavras em Alto Valiriano, que ele conhecia bem, a deixando montar em seguida, o caminho até Winterfell ainda levaria horas e os efeitos do casaço já começavam a fazer um efeito sob ela, Drasilla agradecia aos deuses por Leo não ter atacado a ela e a Lyonel, ela já estava sonolenta, ambos pereceriam ali.

A viagem foi tortuosa, perto de Winterfell haviam muitas nuvens de chuva e Flarion tinha dificuldade, ela teve que se abaixar, mas não podia muito, Lyonel estava grudado ao seu dorso, quando a chuva começou ela se enrolou na capa, tentando não deixar que seu filho se molhasse, mas era mais complicado, então os dois acabaram se molhando um pouco enquanto sobrevoavam Winterfell e pousavam em um pátio lateral, algo que preocupava a princesa naquele momento, em que os raios de sol já claraevam a ambiente e ela tremia saltando molhada de um Flarion também canso, é que ela não tinha visto Vermax enquanto sobrevoava, onde Jace estaria? Quem a recebeu, no entanto, não foi Cregan, mas sim Sara, que de armadura saiu fora do castelo de sobrancelhas unidas e a encarou.

── Drasilla? ── Sara a viu tremendo e virou para algumas pessoas próximas a si. ── Tragam casacos para a princesa!

── Obrigada, só preciso que aquelam meu bebê. ── A morena tremia enquanto seguia a lady. ── Eu posso aguentar.

── Vamos aquecer ambos. ── Sara confirmou caminhando com a princesa pra dentro do castelo.

Drasilla tremia, mas tinha mais medo ainda que Lyonel estivesse mal, o rostinho dele estava um pouco gelado, mas seu corpo estava quente, o garotinho - que já beirava o um ano de idade - chorou quando foi separado da mãe para que tanto ele, quanto ela, fossem aquecidos com mantas e roupas secas, as roupas de montaria de Drasilla faziam com que ela estivesse seca na maioria do corpo, apesar do cabelo estar grudado no rosto, por sorte a maioria dele estava preso por uma trança. Sara via nela os traços do cansaço quando ambas se sentaram perto da lareira, elas olhavam de relance uma ama ninando e depois alimentando o pequeno Lyonel que parecia faminto, isso fez a princesa desviar o olhar.

── Você não conseguiu alimentá-lo. ── Sara percebeu de pronto. ── Foi assim com a Aemma também?

── Não, ela eu fazia questão que fosse o meu leite. ── Ela explicou esquentando as mãos em uma caneca. ── Mas com a morte do Rasmus o meu corpo ...

── Tudo bem, eu entendo, aconteceu o mesmo com a minha mãe quando o Cregan nasceu. ── Sara a confortou, passando a mão em seu ombro. ── O que te traz a Winterfell e com ele? Onde está a Aemma?

── Muita coisa aconteceu ... ── Uma das mãos da princesa foram levadas ao rosto. ── Onde está o Jace? Não sei se vou conseguir contar tudo mais de uma vez.

── Ele está na muralha com o Cregan, foram de cavalo e alguns soldados, o dragão do príncipe estava nas criptas, está muito frio pra ele aqui em cima, se quiser alocar o Flarion também. ── Sara acariciava a mão de Drasilla com o polegar, como Rasmus fazia, o que fez a princesa recolher a mão instintivamente. ── Eles só chegam pela manhã

── E o Cadmus? Ele não tinha chegado em Pedra do Dragão quando saí. ── Ela questionou Sara, preocupada.

── Ele deve estar desviando dos conflitos, está viajando sozinho, ainda deve demorar um tempo pra chegar. ── Os ombros de Sara se encolheram, também estava cansada dos conflitos do Norte. ── Ele não tem parado também, quando soubemos sobre a morte do rei as coisas não estavam boas aqui, apoiamos a Rhaenyra, mas estamos lidando com problemas no Norte.

Sara ficou um bom tempo contando a Drasilla como os Mormont tiham se tornado um problema que eles tinham que lidar e que isso tinha deixado Cadmus, ela e Cregan mais estressados que o normal, mesmo que fosse o mais velho dos três quem lidasse com as situações na linha de frente, ela também liderou algumas tropas e Cregan quem mantinha os ânimos calmos politicamente falando, não era no nível de caos da casa do dragão, mas era grande pro tamanho do Norte.

Posteriormente tanto Drasilla quanto Lyonel precisaram se recolher para dormir, Cregan e Jace não voltariam antes do amanhecer e Drasilla estava resistente em só contar quando todos eles estivessem juntos, Sara achou melhor qe eles descansassem. Apesar do corpo ter algum acalento, a mente da princesa estava a mil, dormia quase abraçada a seu bebê, mas tinha flashes dos acontecimentos recentes martelando todas as vezes que fechava os olhos, quando pegou no sono não foi por muito, se encolhendo e abraçando Lyonel, com medo que tudo desabasse de novo, no fim das contas ela acordou quando Jace e Cregan tinham chegado a pouco, ouvindo o conjunto de vozes lá fora, ela só se preocupou em deixar o bebê com uma ama e vestir roupas apropriadas antes de sair do quarto.

── Princesa ... ── Foi Cregan que a viu primeiro, fazendo uma reverência. ── É uma honra pro Norte receber outro membro da corte da Rainha entre nós.

── Queria que fosse em termos melhores. ── A face de Drasilla estava pálida, grandes olheiras e olhos caídos que tremeram quando olharam para um Jace em silêncio. ── Podemos conversar a sós? Nós quatro.

Todos em silêncio são levados a sala onde normalmente os nortenhos se reúnem para seu Conselho de Guerra e que, infelizmente, vinha sendo usado mais do que os Stark gostariam. A lareira estava sempre acesa, como os empregados sabiam da situação atual que o lorde vinha lidando era necessário que aquela sala escupida em pedra obscura estivesse sempre aquecida de forma consistente, então haviam várias velas também e janelas fechadas, para impedir que o frio mais forte entrasse por entre as frestas. Eles ocuparam lugares diversos, com Cregan na porta, Jace a sua direita, do outro lado tinham Sara ao seu lado e Drasilla ao lado dela.

── Vamos começar no motivo pelo qual eu trouxe o Lyonel comigo. ──  Drasilla não relaxava na cadeira como os outros, seu corpo doía. ──  Os Tyrell apoiaram o Aegon, por causa do Leo, eu não consegui trazer a Aemma pois ele a mantém por perto, mas gostaria que o Lyonel ficasse sob o julgo da casa Stark durante a guerra, eu sei que os conflitos aqui também estão complicados, mas está mais seguro que a maior parte de Westeros.

── Claro que cuidaremos dele, alteza. ──  Cregan respondeu. ── Aconteceu mais algo?

── Sim. ──  Drasilla olhou as próprias mãos. ── O Príncipe Daemon mandou mercenários até a capital, eles mataram o primogênito do Aegon ...

── Porque? ──  Jace cortou o silêncio. ──  Porque ele mandou atacar uma criança? Onde está a Rainha?

── Rhaenyra não estava em Pedra do Dragão. ── Drasilla sequer conseguia olhar para Jace naquele momento. ──  Estava sobrevoando a Baía da Água Negra.

──  Terras da Tempestade? Por que ela ... ──  A voz de Jace falhou, se levantando. ──  Drasilla onde está o Luke? Vocês foram juntos pedir apoio ao Lorde Borros.

── Aconteceu uma coisa ... ──  A voz embargada dela quase não saía, Sara apertava a mão dela em conforto, mas não fazia diferença .

Ela chorava, inclinada sob a mesa, aos poucos falando sobre o que tinha acontecido e como ela não tinha conseguido salvar Lucerys, o corpo de Drasilla tremia, o silêncio quando ela terminou de falar só era quebrado por seu choro baixo, Sara queria abraçar ela, mas a lad olhava o irmão que estava igualmente em choque. Jacaerys tinha paralisado, lágrimas brotavam em seus olhos lilás, mas ainda sim ele não mudava a expressão, era como se seu corpo assimilasse cada vez mais que ele tinha perdido o seu companheiro de vida, seu irmão Lucerys, que assim que pisasse em casa ele não estaria mais lá.

── Porque você não o salvou? ──  Jace falou tremendo. ── Você monta como ninguém, não é? Usa as espadas como o Daemon ensinou, PORQUE NÃO SALVOU?

── EU NÃO CONSEGUI! ── Ela gritou de volta, com seus olhos vermelhos o encarando. ──  E eu me culpo cada segundo desde então, eu não preciso da sua culpa Jacaerys, eu já tenho a minha e ela é muito grande.

──  Vamos tentar manter a calma. ──  Sara falou olhando para ambos e depois para Cregan.

──  Sim, nós lamentamos a sua perda, altezas. ──  As palavras do Lorde eram calmas enquanto olhava a irmã de canto. ── Vocês precisam voltar a Pedra do Dragão, creio que a Rainha precisa de ambos, as tropas do Norte estão a disposição dela, Cadmus tem a minha autorização e autonomia para mandá-las para onde ele quiser de lá e estaremos esperando corvos se precisarem de mais algo.

── Vocês precisam um do outro agora, mas do que qualquer outro momento. ──  A voz de Sara saiu calma, tocando o braço de Drasilla. ── Há uma dor onde o príncipe costumava ficar, mas há uma guerra lá fora. 

Foi uma despedida silenciosa entre eles, Drasilla e Jacaerys não trocaram uma só palavra em Winterfell, sem dizer nada concordaram que era hora de retornar a Pedra do Dragão e lidar com as consequências da guerra que tomava o reino, a morena queria falar com o sobrinho sobre Daemon e como as coisas estavam se desenhando, mas Jace estava lidando com o seu luto de maneira fechada, talvez se abrisse só com Rhaenyra ou talvez Baela, mas definitivamente ele não queria ficar sozinho com Drasilla enquanto processava isso.

Os dois alçaram voo em Flarion e Vermax sob os olhares de Cregan, Sara e mais alguns soldados nortenhos, Drasilla prometeu que voltaria em breve para ver o filho, dar-lhes notícias e se os deuses permitissem, levar sua filha Aemma com eles. A viagem não foi longa, mas parecia, quase como uma eternidade, as nuvens ao longo do reino pareciam todas densas demais, era temporada de chuvas em Westeros, de Norte a Sul, de diferentes maneiras, seria uma guerra complicada.

Em outro ponto do reino, Otto Hightower movia a sua capa, cercado de mais quatro guardas, tinha acabado de ter uma conversa com Dalton Greyjoy, dias antes, oferecido a ele a posição de Mestre dos Navios, posição agora vaga, mas ele só queria ver até onde as coisas iam antes de colocar seu apoio e das Ilhas de Ferro em um dos lados, isso deixou Otto irritado, o fazendo buscar ajuda em outro ponto, pagando mercenários para fazerem o serviço.

Na capital Aegon seguia irritadiço, o rei mal dormia, parecia elétrico e tinha que ser contido pelos seus todo o tempo, mal aceitava estar na presença de Alicent e costumava só ouvir Aemond e Criston Cole, suas perguntas sobre o paradeiro de Otto eram constantes, ordenando que quando o Lorde Mão pisasse na Fortaleza Vermelha, fosse rapidamente levado até ele, o que de fato aconteceu. Otto mostrava feições de cançaso, correr atrás de aliados não surtia tanto efeito quanto queria, mesmo com dinheiro, ainda estava com as roupas de viagem quando dois guardas o escoltaram para dentro de uma sala onde o rei Aegon se encontrava conversando com Criston Cole, o Hightower não viu Aemond ou Alicent ali.

── Como foi? Conseguiu o que precisavamos? ── Aegon estava assustadoramente impaciente. ── Suas respostas já foram mais rápidas.

── Falei com Dalton Greyjoy, ofereci a ele o posto de Mestre dos Navios, exclusividade no comércio marítmo de Porto Real. ── Otto meneou a mão. ── Em troca dele e seus homens limparem a Goela.

── E? ── Aegon quase gritou por cima.

── Ele não quer tomar um lado, nem os Martell. ── O mais velho falou por pouco não sendo acertado por um vaso arremessado pelo neto. ── Também há outro problema.

── O que mais aconteceu? ── Foi Criston Cole a quebrar o silêncio.

── Jason Lannister ... ── Otto falou baixo. ── Ele foi acertado em combate, nas Terras Fluviais, está entre a vida e a morte, a caminho do Rochedo, não poderemos contar com ele, Tyland foi para lá, tentar convencer a esposa do Jason a cuidar do Rochedo enquanto ele lidera os exércitos.

── Tyland Lannister é péssimo nas espadas. ── Cole falou com escárnio. ── Como vai liderar um pelotão?

── E os mercenários? ── Aegon atropelou o rumo da conversa.

── Eles ainda não deram respostas, mas eu ...

── CHEGA! ── Aegon gritou, partindo pra cima de Otto Hightower e arrancando a insígnia de Mão do Rei de sua roupa. ── Você está fora, suma da minha frente.

── Mas majestade ...

── Eu disse suma, vá para Campina e arrume a bagunça do Gwayne ou faça a Alicent parar de chorar. ── Aegon apontou a porta e depois olhou para Cole. ── Parabéns guarda, você acabou de receber uma promoção.

O silêncio permeou, até que os guardas abrissem a porta e Otto saísse silenciosamente, sem falar mais nada, ele sabia que uma guerra ou lidar com Aegon não seria fácil, só não pensou que seria tanto.

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