# 𝟐𝟗 - 𝖤𝗅𝖾 𝗉𝗈𝖽𝖾 𝖿𝗂𝖼𝖺𝗋 𝗰𝗼𝗺 𝗮 𝗹𝗶́𝗻𝗴𝘂𝗮
As mãos da princesa Drasilla formigavam, conversar com Viserys tinha passado, com o correr dos anos, algo simples ou complexo, não pelo irmão em si, ele sempre era doce e compreensivo, mas muito em relação aos assuntos que ambos compartilhavam no fim das contas, aquele, por exemplo, não era um dos mais fáceis. Quando o guarda sinalizou e as portas se abriram, a princesa emergiu do corredor para dentro do quarto, se curvando ao ver o irmão sentado perto da maquete de Kings Landing que ele mesmo tinha montado com o passar dos anos, ela sentia que ele nunca terminaria.
── Querida irmã. ── Ele estendeu a mão, como se a desse algum tipo de benção. ── Não sabia que já tinha voltado da Campina.
── Sim, viemos eu e a pequena Aemma. ── Ela sorriu ao mencionar o nome, Viserys a olhou por breve. ── As coisas ficaram complicadas lá, eles ignoraram o direito de nascença dos meus filhos, deram ao Leo a posição de meu marido.
── Como era a vossa reivindicação? ── Viserys quis saber. ── A casa real te apoiou cegamente, claro, mas fiquei curioso.
── Apoiávamos a ascensão de Lady Alys, ela é a filha mais nova do casamento legítimo, seguida dos meus filhos. ── Ela falava rápido, indignada. ── Eu queria que fosse a Aemma primeiro, mas Lady Carmine me convenceu a colocar o Lyonel na frente.
── Esse é um complexo mundo de homens e seu sogro tomou a perigosa decisão de legitimar um bastardo. ── Viserys acenou com a cabeça para que ela se sentasse perto dele. ── Tem algo que posso fazer por você em relação a isso?
── A isso não. ── Drasilla caminhou até a cadeira perto da lareira e a puxou para perto de Viserys. ── Mas tem em relação a outra coisa.
Drasilla não queria chegar a falar aquilo, a usar aquela cartada, mas complacente ou não, Viserys não era só seu irmão, primeiro de tudo ele nem era sua família, antes de qualquer coisa, ele era seu rei, a coroa antes do sangue, estava no juramento que coroação, ela sabia disso mesmo que não tivesse lá quando ele foi feito rei, por ser jovem demais. Claro, Viserys quase sempre quebrava uma regra ou outra, por ela, por Rhaenyra, mas como Daemon gostava de dizer, ele era o grande dragão, o rei podia qualquer coisa com sua soberania, mas deveria?
── Eu quero me casar, novamente, meu período de luto pelo Rasmus está em seus últimos dias. ── A morena uniu as mãos a frente do corpo e se inclinou na direção do irmão a sua frente. ── Eu sei que meu falecido marido, onde quer que sua alma esteja, vai entender o que eu vou fazer para proteger nossos filhos.
── Com quem você quer se casar? ── Viserys verdadeiramente estava curioso, ela nunca quis o primeiro casamento, mas passou a amar Rasmus Tyrell, agora queria se casar de novo.
── Eu sei que você foi verdadeiramente contra o casamento do Daemon e da Rhaenyra, mas eu ...
── Drasilla, não. ── Viserys foi categórico. ── Você ficou louca?
── Ele me pediu em casamento e é uma ótima opção, jovem, influente, seria o fortalecimento da nossa linhagem. ── Ela insistiu.
── Isso vai ser visto como uma afronta por toda a Campina, vocês dois não vão querer assumir esse risco. ── Dessa vez não era o rei falando, era o irmão zeloso. ── E não me venha com esse papo de linhagem, você já tem uma, o Daemon não me convenceu e você também não vai.
── Eu preciso disso, eu preciso de uma aliança forte, eu preciso estar protegida e proteger os meus filhos.
── Eu protejo você, sempre protegi e você tem dois belos dragões, ninguém vai se levantar contra você ou suas crianças. ── A voz do rei era baixa, quase suplicante.
── Você não vai estar aqui para sempre, Visch. ── Ela tomou a mão gélida do rei. ── Eu não vou usar um dragão ou dois para começar uma guerra civil em Westeros.
── Você o ama? ── O rei perguntou.
Havia um silêncio grande em resposta a pergunta dele, ela engoliu seco, mesmo que pensasse em se afastar e não olhar para o irmão, Drasilla poderia fazer como Daemon e Rhaenyra, ou como Jaehaerys e Alyssane, se casar longe, contra a vontade dos demais, consumar isso e pronto, as coisas seriam bem mais fáceis, mas não era como ela queria fazer isso, prezava a escolha do irmão, ele criou e cuidou dela, queria que ele concordasse.
── Talvez o ame, mas escolhas normalmente por amor só são dadas aos homens, mulheres fazem o que precisam para se proteger. ── Ela respondeu, alisando a mão dele. ── Por favor, me dê sua benção e seu apoio, é a única coisa que te peço.
── Você vai ser feliz? Vai conseguir seguir com isso depois que eu não estiver aqui? ── Ele só queria que ela fosse de fato alguém com uma boa vida, por mais que não gostasse da união do irmão com a filha mais velha, ele via que Daemon e Rhaenyra se amavam de fato. ── Vai amá-lo e ter uma vida boa com ele?
── Se ele sair da linha sou eu que tenho 2 dragões. ── Ela soltou bem humorada e os dois riram. ── Claro que vou, Visch.
── Ok, tem minha benção. ── Ele puxou a própria mão e Drasilla sabia que era uma aceitação mais por ela que pela situação. ── Mas preciso de outra coisa de você.
── Diga...
── Vai ter uma audiência em breve, Rhaenyra, Daemon e as crianças estão vindo de Dragonstone, assim como os Velaryon de Driftmark. ── Viserys se apoiou nos encosto da cadeira que ocupava. ── Rhaenys vai falar por Lord Corlys, é algo sobre a legitimidade dos filhos da princesa.
── O que quer que eu faça? ── Drasilla estreitou os olhos. ── Que eu reforce a defesa a favor dela? Eu sei que o rei deve prevalecer ao pai e você tem que ser justo.
── Quero que você presida a audiência, consegue ser justa como a coroa exige?
── Porque não o Lord Mão? ── Ela buscava entender o pedido. ── Não é ele que tem te substituído na reunião do Pequeno Conselho? Ou a Alicent?
── Eu quero que seja você, pode fazer isso por mim? ── Ele insistiu. ── E que também assuma o lugar de Lorde Jasper Wylde no Pequeno Conselho como Senhora das Leis.
── Claro. ── Ela entendeu rapidamente o pedido dele. ── Mas Lorde Jasper não vai se incomodar com isso?
── Ele precisa resolver questões dentro da própria casa antes de guiar as leis do reino. ── Viserys respondeu logo por cima, dando a conversa por acabada.
O pedido de Viserys ficou rebatendo na cabeça de Drasilla por algum tempo, o rei já não estava na sua melhor saúde, se afastando de alguns compromissos, sabia que cedo ou não tão tarde acabaria partindo e fazer a morena assumir um compromisso que deveria ser da Mão do Rei já deixava explícito a conversa que tiveram anos antes quando ela contou a ele sobre Sigmis, ele queria que Drasilla fosse a Mão da Rainha, não Daemon, mesmo que amasse e confiasse no irmão, ele confiava mais na caçula.
Rhaenyra e Daemon chegaram na capital com os filhos no dia seguinte, era como se a energia do lugar se renovasse, não havia um peso no ambiente com eles lá, Aemma saiu correndo na direção dos primos mais velho, Jace (14), Luke (12) e Joffrey (9), abraçando as pernas de Jacaerys e sendo pega no colo por ele em seguida, o grupo estava completo com Rhaena (13), os pequenos Aegon (2) no colo da mãe e Viserys (1) com uma ama, junto deles estava o casal lado a lado. A barriga de Rhaenyra já estava apontando em sexta gravidez, Drasilla se aproximou, repousando a mão sob a mesma com um sorriso.
── Como está minha mocinha? ── Ela perguntou olhando os olhos da loira. ── Ela deixando a mamãe dormir?
── Como você sabe que vai ser uma menina? ── Rhaenyra quis saber.
── Eu sinto que vai. ── Ela deu de ombros. ── Precisamos da nossa Visenya, você não me deixou usar esse nome.
── Finalmente vocês chegaram tia Nyraaaaaa. ── Aemma falava alto, fazendo a mãe levar a mão a face. ── É tão chato ficar aqui sem vocês.
── Também sentimos a sua falta, pequena. ── Jace riu apertando a bochecha dela e a devolvendo para o chão. ── Princesa ...
── Tia Drasilla. ── Ela o corrigiu, tomando os três sobrinhos maiores em um abraço e gesticulando com a mão para Rhaena. ── Crescem e esquecem como devem me chamar, como vocês estão enormes, o que tem na água de Dragonstone?
── A Aemma também está enorme. ── Rhaenyra sorriu. ── O Lyonel veio com vocês também?
── Não, ele teve que ficar na Campina com a Carmine, mas deixei a lady Dorelle com eles. ── A ama sabia como acalmar o bebê na ausência da mãe. ── Precisamos conversar sobre a Campina depois.
── Sim, mas viemos para alguns assuntos urgentes antes. ── Daemon se pronunciou. ── A Rhaenys já chegou?
── Não, a comitiva Velaryon continua a caminho. ── Drasilla meneou a cabeça notando a falta de alguém no grupo. ── Creio que Baela está com ela.
── Sim, ela e eu voamos até Driftmark a uns dias. ── Daemon falou com meio sorriso.
── Ele se tornou um pai superprotetor bem fácil. ── Drasilla riu enquanto caminhavam para dentro do castelo, olhando para Rhaenyra.
── Sim, você foi uma ótima experiência de paternidade difícil. ── Ele respondeu tirando o riso de todos.
A aguardada audiência sobre a legitimidade dos filhos de Rhaenyra fora marcada para tarde do dia seguinte, com Rhaenys e a comitiva Velaryon já em King's Landing, a tensão parecia quase palpável, os grupos se dividiam pelo salão, reunidos e mostrando sua clara decisão, de um lado os Velaryon estavam próximo a Rhaenys, que representava Corlys Velaryon, machucado e indisposto, no outro estavam Rhaneyra, seus filhos e Daemon, já perto do trono de ferro estavam Otto, Alicent e os demais filhos do rei, todos olharam juntos quando uma figura apareceu pelas portas abertas, escoltada por dois guardas, a Princesa Drasilla Targaryen.
── Desculpem-me o atraso, passei para ver o rei. ── Ela cumprimentou a todos com um aceno de cabeça, se posicionando perto do trono e olhando a todos. ── Embora seja do desejo de todos dessa corte que o Lord Corlys Velaryon sobreviva aos ferimentos, estamos reunidos com a dura tarefa de resolver a sucessão de Driftmark. Por pedido do rei, falo em seu nome durante essa sessão. A coroa ouvirá as petições, Sir. Vaemond da casa Velaryon.
── Minha rainha, princesa ... ── Vaemond direcionou o olhar primeiro a Alicent e depois a Drasilla sob o trono de ferro. ── A história de nossas casas se estende pelos sete reinos, além da antiga Valíria, pelo tempo que a casa Targaryen governa os céus, a casa Velaryon governa os mares, quando a perdição caiu sob Valíria as nossas casas se tornaram as últimas de sua classe ...
── As casas Balaerys e Celltigar também sobreviveram, Sir. Vaemond. ── Drasilla o corrigiu, isso tirou um riso curto de Lucerys perto da mãe. ── Mas continue.
── Desculpe princesa. ── O Velaryon pareceu incomodado e a encarou. ── Nossos antepassados vieram para essa terra sabendo que se falhassem seria o fim de sua linhagem e de seus nomes. Passei toda a minha vida em Driftmark defendendo o trono de meu irmão, sou o parente mais próximo do Lorde Corlys, sangue do seu sangue, o puro sangue de Velaryon corre em minhas veias.
── Como corre nas veias de meus filhos, descendência de Laenor Velaryon. ── Rhaenyra o interferiu. ── Caso se importasse tanto com o sangue de sua casa, Sir. Vaemond a ponto de suplantar seu devido herdeiro, você fala apenas por você mesmo e por suas ambições.
── Terá a chance de fazer sua petição, Princesa Rhaenyra. ── Alicent interveio sob a loira. ── Faça cortesia ao Sir. Vaemond e permita que ele seja ouvido.
── Eu presido essa audiência, minha rainha, eu interfiro quando achar prudente. ── Drasilla cortou a ruiva. ── Rhaenyra por favor ... Sir. Vaemond, continue.
── O que sabe sobre sangue de Velaryon princesa? ── Vaemond se virou na direção de Rhaenyra. ── Eu posso cortar minha veia e mostrar, mas ainda assim não reconheceria. Trata-se do futuro de minha casa, não da sua.
Vaemon olhou na direção de Lucerys, quase encolhido atrás da mãe, mesmo que não fosse uma criança agora e tivesse praticamente a altura de Rhaenyra, ela ainda era um dragão protegendo seu filho, o olhar do Velaryon trazia ódio e certa fúria direcionada a herdeira do trono de ferro e suas proles. O corpo, logo em seguida, se virou a aquela que guiava a petição na ocasião, a princesa no trono.
── Minha rainha, princesa, isso é uma questão de sangue e não de ambição. Coloco a sobrevivência da minha casa e da minha linhagem acima de todos. ── O silêncio permeava no salão e os olhares iam uns aos outros, como se quisessem saber o que passava na cabeça de outrém. ── Humildemente me coloco a sua frente como sucessor do meu irmão, o mestre de Driftmark e Senhor das Marés, peço que veja isso com seriedade e razão necessária.
Os olhos de Lucerys sob o tio-avô Vaemond refletiam o medo que o adolescente sentia de como a situação poderia se desenhar, ele não queria que problemas fossem criados pçor sua causa, não queria nem ser Senhor das Marés, visto que pra isso seu avô Corlys deveria estar morto e ele passava boa parte do seu momento de oração diário pedindo pela saúde dele. Baela, ao lado da avó, tinha a mesma fúria de Daemon em seus olhos, poderia matá-lo ali mesmo por ofender sua madrasta e os filhos dela, já Rhaenys tinha uma clara face de desconforto.
── Obrigada Sir. Vaemond ── Drasilla olha pra ele, estreitando os olhos e lendo seu claro insulto a posição da princesa. ── Se estou nessa posição, sentada nesse trono, é porque o rei confia no meu julgamento para tal, eu sou a Mestre das Leis do Pequeno Conselho dele.
A figura de Vaemond apenas faz uma reverência, reconhecendo que por pouco não havia virado alvo de mais ataques por parte dos Targaryen, talvez sua língua de chicote seja seu mártir e ele mesmo tenha reconhecido isso ao se afastar acanhado para perto de outros membros de sua casa.
── Princesa Rhaenyra, você pode falar agora por seu filho, Lucerys Velaryon ── A voz de Drasilla ecoa no salão em silêncio e seus olhos param em Rhaenyra, quase suplicante, para que ela saiba como se defendere lidar com a situação.
── Se devo agraciar essa farsa com alguma resposta, devo lembrar a todos que a quase 20 anos nesse exato...── A princesa para, de imediato, quando todos escutam as portas do grande salão se abrindo e viram em conjunto para ver quem o adentra.
── O Rei Viserys da casa Targaryen. ── A voz de Cadmus Stark chama a atenção não só dos presentes, mas também da morena no trono, que o olha antes mesmo de ver o irmão. ── Primeiro de Seu Nome, Rei dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Lorde dos Sete Reinos e Protetor do Reino
O silêncio permeia pelo salão enquanto, escoltado por mais dois guardas além de Cadmus, Viserys praticamente se arrasta pelo salão, cansado, mas sabendo da responsabilidade que a coroa em sua cabeça tinha, a conversa com Rhaenyra na noite passada, quando a maioria já tinha ido dormir, o fez pensar em seu leito sob algumas responsabilidade colocadas sob outras cabeças e com ele, o rei, deveria lidar com as situações enquanto podia. Drasilla havia saltado do trono, uma mão estendida ao irmão, outra segurando a Coração de Valíria em sua cintura, caminhando até perto dele.
── Sentarei no trono hoje. ── O rei fala pra Otto que estava ao seu lado e depois olha pra Drasilla a sua frente ── Obrigado irmã.
── Ok Majestade. ── Otto se limita a dizer, olhando para o rei moribundo a princesa preocupada.
── Você não precisava ter vindo. ── Drasilla é quem apoia Viserys para ajudá-lo a subir os primeiros degraus rumo ao trono
── Não poderia pedir a você algo que a colocasse em risco, pensei melhor. ── Ele sussurrou próximo a irmã, como um segredo só dos dois. ── Fique com a Rhaenyra, eu estou bem.
As mãos da princesa se afastam de Viserys e ela o observa caminhar com dificuldade ao trono, por ela o carregaria no colo, se conseguisse, tomaria todas as dores dele se preciso, mas não poderia tirar de Viserys o pouco que ele conseguia fazer ainda, ao se inclinar pra frente a coroa do rei cai e é a princesa que dá o primeiro passo na direção para pegá-la, mas outra pessoa surgira por perto e capta o objeto primeiro, deixando Drasilla paralisada assistindo.
── Eu disse que estou bem, Drasilla. ── Viserys reclama ao se virar por pouco, então vê que é Daemon que o ajuda.
── Vamos. ── O mais novo dos dois fala baixo e ajuda o rei a sentar no trono repousando a coroa sob sua cabeça.
Drasilla se afasta devagar, caminhando quase de costas até junto do grupo formado por Rhaenyra, seus filhos e apoiadores, sempre de olho no irmão, a saúde frágil de Viserys a preocupava, mas ainda nos últimos tempos, quando ele deveria descansar, problemas se desdobravam. A morena ficou do lado do sobrinho Lucerys, pegando a mão dele com o lado livre, já que a outra repousava sob a Coração de Valíria de forma protetora. Todos não perdiam o olhar no rei ofegante finalmente sentado sob o trono.
── Eu devo confessar a minha confusão, eu não entendo porque petições estão sendo ouvidas sobre uma sucessão já resolvida. ── O monarca relaxou sob o trono. ── A única presente que pode oferecer uma opinião sobre os desejos do Lorde Corlys é a Princesa Rhaenys.
Os olhos no salão caminham juntos na direção da Princesa Rhaenys, até entãoa esposa de Corlys permanecia calada de um lado do salão, sempre escoltada por sua neta Baela, como uma sombra, quando Viserys mencionou seu nome, a mulher encarou o primo e concordou com a cabeça, estava pensando a tempos sobre o que diria.
── De fato vossa graça. ── Ela vai até o centro, prendendo a respiração e a soltando levemente. ── Sempre foi da vontade de meu marido que Driftmark passasse de Sir Laenor para seu filho legítimo, Lucerys Velaryon. O apoio dele nunca mudou, tão pouco o meu. Para falar a verdade, a princesa Rhaenyra falou sobre o desejo de casar seu filho mais velho Jace com a neta do lorde Corlys, Baela e Lucerys com uma jovem de uma casa valiriana próxima a nós, os Celltigar, mas de mãe Velaryon. Uma proposta que muito me agrada.
── Ótimo, o acordo foi estabelecido novamente. ── Viserys pontua com um pequeno sorriso. ── Eu pelo presente reafirmo, o príncipe Lucerys Velaryon como herdeiro de Driftmark, do Trono de Madeira e o próximo Senhor das Marés.
── O senhor quebra séculos de tradição para nomear sua filha como herdeira. ── Vaemond se aproxima do centro ao notar o afastamento de Rhaenys para perto de Baela. ── E ousa dizer a mim quem merece herdar o nome o nome Velaryon? Não ... Eu não permitirei tal feito.
── Não permitirá? ── Viserys processa a ofensa direta que acabara de ouvir do Velaryon. ── Não esqueça de quem você é, Vaemond.
── ELE! ── Vaemond aponta raivoso a Lucerys. ── Não é um legítimo Velaryon e certamente não é meu sobrinho.
── Volte para seus aposentos, já falou demais. ── Rhaenyra se pronuncia, dando um passo a frente.
── A viagem e a frustração devem estar nebulando seus pensamentos, Sir. Vaemond. ── A voz de Drasilla se faz presente, logo a frente de Lucerys. ── Vamos ignorar esse comportamento se ele for cessado agora.
── Lucerys é meu neto legítimo. ── Viserys interveio. ── E você não é mais o segundo filho de Driftmark.
── O senhor pode governar sua casa como melhor lhe aprover. ── Vaemond seguiu furioso, dando um passo a frente e desafiando o rei. ── Mas o senhor não decidirá o futuro da minha. Minha casa sobreviveu a perdição e várias outras adversidades, que os deuses me amaldiçoem, mas não verei o fim de minha casa, por conta dessa ...
Vaemond hesita em falar, os olhos presos nele admiram o silêncio perante a mais um insulto direcionado a princesa e seus filhos, Drasilla seguia perto de Lucerys, Rhaenyra é quem segurava Jace para não voar no pescoço do Velaryon, enquanto Rhaena observava Daemon com um leve sorriso no rosto, como quem quisesse que aquela situação continuasse se desenhando para algo mais propício a seus impulsos.
── Diga ... ── Daemon sussurrou e Drasilla o olhou de canto.
── Os filhos dela são BASTARDOS! ── Vaemon grita olhando o grupo próximo a princesa loira. ── E ela é uma puta.
── Eu ... ── Viserys se levanta do trono devagar, puxando a adaga presa a roupa. ── Cortarei sua língua por isso.
O barulho afiado de uma espada foi ouvido segundos depois, como uma clara reação, os murmúrios das pessoas ao redor assustadas com a cena do corpo de Sir. Vaemon caído no chão, com a cabeça cortada, os mais jovens arregalaram os olhos assustados, os guardas se moveram, uma figura conteve dois deles, observando admirado o que tinha acabado de acontecer, já Cadmus segurava outro guarda.
Do lado dos verdes as reações de susto foram demasiadas, Alicent e Otto foram pegos de surpresa, já Helaena levou as mãos ao rosto, com tamanha violência, Aegon tinha uma risada de canto com tamanha barbárie e Aemond olhava admirado para a cena e a pessoa que tinha acabado de ver. Entre os negros a maioria das expressões eram do mais puro susto, até mesmo Rhaenyra, que continha Jace, enquanto Luke era acalentado por uma Rhaena de olhos arregalados, próximo aos Velaryon Baela não tirava os olhos da vó e Rhaenys tinha um pequeno sorriso de canto.
── Ele pode ficar com a língua. ── A figura de Drasilla riu em puro deboche ao limpar a Coração de Valíria na ponta do vestido.
── DESARMEM-NA! ── A voz de Otto Hightower chamou a atenção, os guardas ergueram as espadas de imediato, sendo soltos por Daemon e Cadmus.
── Não precisa. ── A princesa piscou para os verdes, como um aviso.
O gemido de dor do rei chama a atenção dos presentes, após o ato cometido por Drasilla, de imediato Alicent e Rhaenyra vão ao encontro de um Viserys com dores, mas é a rainha que o pega nos braços, murmurando algo sobre os meistres, ela parecia realmente desesperada por ver o rei e seu marido daquela forma, já Rhaenyra - aos pés do trono de ferro - só observava enquanto o pai era retirado por dois guardas.
Os dias seguintes a aquela confusão não foram nada melhores em clima, Rhaenys decidiu retrnar a Driftmark junto com o corpo de Vaemond, para enterrá-lo como um Velaryon e dar a Corlys, mesmo morimbundo, a notícia sobre o irmão, Baela preferiu não acompanhar a avó, a pedido de Daemon, já que um jantar seria dado e oficialmente o seu noivado com Jacaerys seria anunciado a família.
Lucerys, no entanto, estava um pouco receoso, normalmente em Dragonstone ele estava sempre na aba da mãe, a ajudando com algumas coisas quando podia, vigiando Viserys e Aegon, treinando espadas só quando Jace insistia demais, mas ali na Fortaleza Vermelha ele s sentia deslocado, na ocasião pensou que ler um livro sobre dragões que havia ganho de Drasilla era a melhor opção.
── Achei você! ── Drasilla riu ao vê-lo sentado sob o beiral próximo ao jardim. ── A Aemma estava comigo, mas você sabe que ela passou pelo Jace, não tem mais volta.
── Tudo bem, o Lyonel vai me achar mais legal. ── Luke dá de ombros. ── Estava lendo o livro que você me deu.
── Gostou das anotações? ── Ela quis saber. ── Eu o li uma centena de vezes.
── Sim, tem me ajudado muito com o Arrax. ── Ele olhou a página onde ela tinha escrito uma dedicatória. ── Deixa as coisas mais fáceis.
── Mas não menos perigosas, tome cuidado.
── Sobre perigo ... ── Ele hesitou. ── Fiquei receoso com o que você fez aquele dia.
── Com a espada? ── Ela arqueou a sobrancelha. ── Não fique, sempre farei tudo para proteger você e seus irmãos.
Drasilla se sentia especialmente conectada a Lucerys, ela gostava dos outros sobrinhos, isso era fato, mas não havia como negar que Luke era especial, a forma como ele era doce e gentil, era como diziam que ela foi um dia, poderia proteger aquele menino com todas as forças possíveis, ela sentia que ele era um filho que tinha vindo do útero de Rhaenyra, seu menininho especial.
── Sobre fazer tudo... ── Ele novamente hesitava. ── Ouvi minha mãe e o Daemon conversando sobre você se casar com o Aemond. É mesmo necessário?
── Luke, acho que você tem idade o suficiente pra que eu seja franca com você. ── Ela alisava a mão dele.
── Por favor, não aguento me tratarem como criança. ── Ele riu.
── Eu sou uma mulher, as pessoas confiam menos em mim sob vários fatores, possivelmente aquilo que eu fiz no outro dia, se fosse o Daemon fazendo, seria um símbolo de respeito e poder, mas comigo é como eu sou louca e instável. ── Havia filetes de lágrimas e seus olhos. ── Você mais que ninguém sabe como é perder um direito de nascença, ou quase, tiraram isso do Lyonel, colocaram outra pessoa a frente dele ou da Aemma, eu preciso que a casa real me apoie mais do que nunca e nosso lado tem algo que ninguém mais tem.
── Dragões. ── Ele completou e ela confirmou com a cabeça. ── Mas aí eles não vão te respeitar, eles vão te temer.
── O medo serve por agora, mas o respeito vai vir. ── Ela esperava que sim. ── E também, casamento não é tão ruim, viu o Jace? Ele vai se casar com a Baela, eles se dão bem. E você, quem é a tal garota que a Rhaenys falou?
── Vhaera Celltigar. ── Luke comentou rindo. ── Ela é bonita, tem cabelos loiros, mas não como os da mamãe, mais dourados, mas não tão Lannister e olhos azul violeta, a vi umas três vezes, ela parece legal, é três anos mais nova que eu.
── Só nove anos, deuses, vocês são crianças. ── Drasilla deu de ombros. ── Se bem que Jace e Bae...
── Drasilla? ── Uma figura os interrompe. ── Posso falar com você? Tipo agora e a sós.
── Oi Daemon. ── Ela riu ainda de costas pro irmão. ── Você pode ir ver se a Aemma não enlouqueceu o Jace pra mim, Luke?
── Claro. ── Ele riu se despedindo da tia e de Daemon.
Os olhos da dupla acompanharam a figura de Lucerys se afastar até que o jovem sumisse de seus campos de visão, imediatamente Daemon olhou sério para Drasilla e ela apontou com a cabeça para o jardim, então eles caminharam em silêncio lado a lado, até estarem próximos a grande árvore de folhas avermelhadas, a princesa esperava que o irmão falasse primeiro, mas ambos meio que sabiam qual era o assunto.
── Rhaenyra me contou sobre a proposta de casamento. ── Ele foi direto com ela. ── O que você tem na cabeça?
── Não posso seguir seu exemplo e casar com meu sobrinho mais de dez anos mais novo? ── Ela riu pressionando os lábios, estava nervosa.
── Eu não estou brincando com você aqui. ── O loiro continuava sério. ── Ele te fez alguma coisa, estão te obrigando? O Viserys aceitou isso?
── Aceitou. ── Ela ponderou a cabeça olhando pra além dele. ── Eu decidi aceitar uma proposta de casamento válida, apenas isso.
── Preferia você se casando com aquele guarda. ── Daemon ralhou, colocando as mãos nos ombros dela. ── Você não tem nada pra me contar?
── Então ...
Ela hesitou, não tinha falado muitas coisas nem para Rhaenyra ou Viserys, ela vinha acumulando muita coisa nos últimos tempos, sem Rasmus as coisas pioraram bastante, aquela jogada era de longe algo que ela queria fazer, queria poder continuar sua vida tranquila ao lado dele em Jardim de Cima, mas aquilo tudo se tornou intragável. A morena puxou Daemon um pouco mais para perto da árvore, olhando se não havia outras pessoas para ouvir, então contou tudo sobre Jardim de Cima e a decisão do Conselho da Rosa, da sua visita a Qoren Martell e como ele a lembrou do que prometeu.
── Você realmente está louca, deveria ter voltado com o Flarion e queimado Lançassolar até não sobrar um Martell pra contar história. ── Daemon ralhou com ela. ── Eu teria ido com você.
── Pra que? Pra terminarmos no chão de Dorne que nem a Rhaenys? ── Ela se mantinha séria agora. ── Nem o conquistador com Balerion achou prudente fazer isso.
── Nós somos cavaleiros de dragão melhor que a Rhaenys e nós sabemos porque ele não fez. ── Daemon soltou o ar de forma grosseira e se afastou dela. ── Não faz isso, não casa com ele, você vai se arrepender disso, tem que haver outra maneira.
── A única maneira é meu Rasmus se levantar dos mortos. ── Os olhos dela estavam cheios de lágrimas. ── Mas isso não vai acontecer, você a Rhaenyra não podem me proteger e aos meus filhos, não sem desencadear uma guerra civil em Westeros.
── Seu casamento com ele vai desencadear isso com a Campina, tem certeza que é o que você quer fazer?
── Carmine e Alys tem ciência da minha decisão, elas vão controlar os ânimos lá, Daemon.
── Duas mulheres? Sendo uma delas uma Lannister, Drasilla ... ── Ele a mostrava como aquilo era um erro. ── Um homem usa a coroa de flores e um que não gosta de você.
── É, mas flores vão queimar se ele me desafiar de novo, irmão. ── Ela levou as mãos as costas, nervosa. ── Vamos entrar, logo vão notar nossa ausência.
Daemon tinha que assumir uma coisa: Ela era como ele. Quando Drasilla colocava algo na cabeça nada o tirava, ele era assim, Viserys era o único dos irmãos que variava um pouco disso, mesmo que quando o assunto fosse sua família o irmão mais velho pudesse ser bem cabeça dura. Toda vez que Drasilla fazia algo potencialment problemático era Madlyn que ele via nela, alguém que não media esforços para seguir por onde sua cabeça apontava, restava a Daemon só não interferir, já que apoiar era uma palavra forte demais.
O jantar daquela noite era o que Viserys queria a muito tempo, toda a sua famílai reunida a mesa, mesmo que quisesse que Rhaenys estivesse com eles, a querida prima tinha seus própriso problemas em Driftmark e preferiu retornar. Havia uma claro cansaço na expressão e forma como o rei sequer respirava, todos notavam isso, mas naquela ocasião, mais do que nunca, eles decidiram apenas se sentar, conversar, rir e conviver como uma família, como se os problemas que existiam entre os presentes não existissem.
Daemon não podia deixar de olhar Drasilla perto da ponta da mesa, conversando com Aemond, perto dele e de Helaena, ele queria a irmã do seu outro lado, mas era Lucerys que estava sentado perto do loiro, ele sabia o motivo em que os lugares estavam minimamente planejados e ocupados, só não gostava disso. A moviementação da cadeira do rei chamou a atenção de todos, quando mais quando um guarda pigarreou, mostrando que o rei queria falar, Viserys segurou uma taça com certa dificuldade, a erguendo.
── Minha família reunida, não é algo que eu tenho sempre. ── Ele falou com um sorrido cansado. ── Meus filhos, meus irmãos, meus netos, minha amada esposa, minha mão, todos aqui.
── Finalmente em família, Visch. ── Drasilla ergueu a própria taça, Aemond segurava a mão dela, o que lembrou o rei de algo.
── Quero aproveitar que estão todos aqui para fazer um anúncio. ── Ele olhou o filho e a irmã. ── Em algumas semanas, na última lua de 129 d.c. meu filho Aemond desposará minha querida Drasilla, ao fim do seu oficial período de luto, um brinde a eles.
Todos meio que sabiam disso, só que a maioria não gostava da opção, taças se ergueram em um silêncio, Jace e Baela cochicharam, Lucerys olhou a tia com um sorriso amarelo, bebendo o que estava na taça, Drasilla puxou a mão do agora - oficialmente - noivo e olhou para Daemon e Rhaenyra, que a encaravam como se perguntassem o que tinha na cabeça dela, mas nada falaram. No fim das contas coube a Otto surgir com outro brinde enquanto as pessoaas conversavam e parabenizavam baixo o novo casal.
Aemond sabia que as coisas não seriam assim tão bem aceitas pela família, tudo que ele fazia continuamente só dava errado ao ver deles, ter um dragão, querer ser o filho que o pai amava, ter a mulher que sempre desejou, nenhum de seus atos parecia suficientes, para ele não haviam sorrisos ou momentos de ternura, em comparação aos bastardos de sua irmã, eles eram tratados com carinho e compaixão, até mesmo por sua noiva, ele era um filho legítimo, como podia ser justo? A mão - agora livre - tomou uma taça, se levantando e puxando os olhares pra si.
── Quero fazer um brinde. Jace, Luke, Joffrey. ── Ele sorria de canto. ── Três garotos inteligentes, jovens e ... Fortes...
── Repita o que disse! ── Jace se ergueu, indo na direção de Aemond.
── O que? Foi só um elogio. ── Ele riu colocando a taça na mesa. ── Você ão vê assim?
A confusão depois dali se formou rapidamente, Lucerys bateu as duas mãos na mesa, inicialmente assustando Rhaena, e andando na direção do conflito, munido de ódio e pronto para acertar a face do tio mais uma vez, porém, foi interceptado ao passar perto de Aegon, que o pegou pelo pescoço, o prendendo contra a mesa. Jace não mediu esforços em partir para cima de Aemond, deferindo um soco na sua cara, nesse mesmo momento Drasilla se ergue, pronta para parar a briga, para sorte de muitos ela não portava a Coração de Valíria e Aemond só empurrou Jace pro lado, o derrubando no chão.
Guardas reais vieram de pronto para segurar os príncipes, Drasilla não viu Cadmus, mas sabia bem o motivo do guarda preferir estar em outro lugar, Baela e Rhaena imediatamente foram ao encontro dos filhos de Rhaenyra, enquanto Drasilla passou a frente de Aemond, o repreendendo com o olhar por ter criado toda aquela situação, o segurando pelos ombros.
── Como você diz uma coisa dessa na frente de todos? ── Ela ralhou de imediato com o noivo.
── Eu só quis expressar o orgulho que sinto pela minha família, amada noiva. ── Ele riu se desvencilhando de Drasilla. ── Embora meus sobrinhos não pareça sentir o mesmo.
── JACAERYS! ── Daemon bradou, e Jace - recém solto pelo guarda - parou imediatamente.
── Para seus aposentos, todos vocês. ── Rhaenyra falou com os filhos e as enteadas, de costas para o conflito.
Foi Daemon quem se colocou a frente, olhando para a irmã e para seu noivo, como quem falasse pra ela se lembrar da conversa que tiveram mais cedo e como ele tinha razão na sua escolha de palavras e posição em relação a Aemond. A princesa passou a frente do noivo, um pouco de forma protetiva, um pouco sabendo como Daemon era, o loiro não atacaria ela, não a sua irmãzinha, não aquela que ele considerava uma filha tanto quanto Baela e Rhaena, a face de Daemon claramente estampava: Pense bem no que você vai fazer.
── Aemond, vamos embora. ── Ela chamou o noivo, passando os olhos de Daemon pra ele. ── Estou cansada.
── Claro, dräokori. ── Ele falou a puxando pela mão, era a primeira vez que ouvia ele usar aquele apelido com ela, mas sabia que dräokori significava minha chama em Alto Valiriano.
Todos acabaram por se retirar para seus aposentos, normalmente Drasilla e Aemond ficavam em aposentos separados e era bem possível que dormissem cada um no seu, mas aquela conversa não poderia ser adiada de nenhuma maneira, a garganta da princesa coçava e o rei sabia o que precisava ser feito ou conversado entre eles, para que as coisas se acalmassem, Viserys queria acreditar que a morena também despertaria o melhor em seu filho.
A porta se fechou atrás da princesa que foi a segunda pessoa a entrar no cômodo, a lareira estava queimando e o quarto mais quente do que os corredores lá fora, Aemond se sentou perto do fogo crepidando e Drasilla ficou a porta, o observando, em um longo silêncio, como se esperasse ele falar algo, ele dizer que agiu por impulso ou algo do tipo, ela sabia as artimanhas que Alicent e Otto tinham colocado a cabeça dele e de seus irmãos, ela seria capaz de desembolar a mente de Aemond?
── Você não deveria ter feito aquilo. ── A voz dela resoou. ── E nunca mais vai ousar levantar a voz para chamá-los de bastardos.
── A situação deles é óbvia. ── Ele sequer a olhava. ── Você não quer ver pois ama a princesa.
── O rei os aceita como legítimos, o pai deles os aceita assim ...
── O pai deles está morto nas cinzas de Harrenhall. ── Ele a cortou.
── A palavra do rei é soberana, você gostando ou não. ── Ela rebateu e o viu se erguer. ── Eles são tão Targaryens quanto você.
Aemond não gostava de ser contrariado, mas aquela não era uma pessoa disposta a aceitar qualquer coisa que ele falava ou fazia, sabia que um relacionamento com Drasilla era complicado, não só pela situação que se desenhava ao redor deles, mas também por causa das inúmeras coisas que ela sempre colocaria a frente de si, seu amor por ela era tamanho a esse ponto?
── Você não quer levar as coisas por esse lado, eu não quero. ── Ela falou, o vendo parar próximo de si. ── Eles não estão tirando o seu direito a nada, o rei sempre preferiu a Rhaenyra.
── Todos sempre preferiram a Rhaenyra. ── Ele estava próximo demais dela. ── Até você, sempre vai preferir ela.
── Não agora... ── Ela sorriu de lado, brincando com o cabelo dele com a ponta dos dedos. ── Eu não quero ou vou escolher ninguém da minha família, principalmente agora, eu amo todos vocês.
── Até os piores de nós? ── Ele sussurrou, mais perto dela.
── Claro, eu tenho amor próprio. ── Os olhos dela encontraram o dele, quase roçando seus lábios. ── Talvez eu deva fazer uma escolha.
── Eu já fiz a minha ... ── Ele a agarrou pela cintura. ── Princesa ...
Na penumbra suave do quarto em que estavam, sob as chamas da lareira, a princesa e o príncipe se encontravam em um momento de paixão, algo almejado por ele a tempos. Aemond segurava-a com firmeza pela cintura, enquanto ela, com uma delicadeza palpável, envolvia-o pela nuca. O calor do toque das mãos parecia criar uma conexão elétrica entre eles, e o tempo parecia desacelerar enquanto se aproximavam lentamente um do outro. Foi um beijo faminto e ansioso, repleto de desejos por ambas as partes de duplas maneiras. E naquele momento, entre os suspiros e o bater dos corações, eles pensavam em como aquela situação se desenhou, a morena vasculhava a mente afundando em pensamentos de como o desejo por ele cresceu, já o loiro se deleitava com finalmente o objeto de seu desejo e sonhos mais profanos.
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