
#𝓞𝟔 - 𝖭𝗈́𝗌 𝗂𝗋𝗆𝖺̃𝗈𝗌 𝖽𝖾𝗏𝖾𝗆𝗈𝗌 𝐜𝐮𝐢𝐝𝐚𝐫 𝐮𝐦 𝐝𝐨 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨
Drasilla e Cadmus ficaram se olhando pouco depois que ela se separou dele, naquele clima estranho, ambos paralisados ou algo do tipo, foi a guarda caminhando pelo corredor que dava acesso ao jardim que os fez se mexer, a garota deu dois passos atrás e o guarda se abaixou pegando a espada e o cinto que tinha tirado ao se sentar ali, nenhum deles sabia o que deveria falar ou se deveria, mas com o caminhar rápido da guarda que se fazia perto ela sabia que precisava ir.
— Droga! — Resmungou se apressando a caminhar por rumo onde tinha vindo.
— Alteza... — Cadmus chamou e ela olhou pra ele enquanto ajeitava seu capuz. — Obrigado.
Drasilla ofereceu um sorriso, correndo por onde ia antes, ela ainda se sentia estranha enquanto pulava degraus de escada rumo aos portões do castelo e se misturava a parte da guarda, como um menino, Cadmus dentro do castelo pensou ir atrás dela, mas a dor que sentia e cansaço o impediram, ele também confiava que Drasilla iria voltar bem, ele esperava que voltasse na verdade.
A jovem passou o dia todo caminhando e vivendo no meio do povo, entre risadas para o teatro a céu aberto e observar uma briga ou duas e apostar com um andarilho quem ganharia, Drasilla se entreteve, mas a sua deixa foi quando viu a sombra de dois dragões sobrevoando a cidade, sabia que um deles era Flarion, torcia para que o outro fosse Syrax e não Sigmis, aquele dragão poderia ser temperamental.
Já quase escurecia quando ela pensou em ir ao foço dos dragões ao retornar ao castelo, para sua completa falta de sorte foi interceptada pela guarda, avisada por uma das amas do castelo sobre o jantar e teve que banhar e se reunir aos outros naquela uma hora de falsa boa convivência familiar, onde olhava para família e fingia estar feliz com todos ali, seus olhos em Rhaenyra o tempo todo diziam que Drasilla queria estar em outro lugar, mas deveria cumprir a promessa feita a loira mais cedo.
Ao fim da refeição o grupo se ergueu da mesa, dispersando cada um para uma direção, Drasilla ficou por último, para falar com Viserys, mas quando notou que Alicent ainda estava lá falando algo com o rei resolveu que era melhor depois, caminhou para fora do grande salão, nem notando uma pessoa perto das grandes portas, não até tomar o corredor contrário ao dos quartos, sabia qual era o plano de Rhaenyra, não poderia parecer que Drasilla estava na sua cama, para tomar o lugar da sobrinha, mas alguém a captou pelo braço.
— Princesa espere. — A voz se fez presente, a soltando em seguida. — Onde vai? Sair a essa hora é perigoso.
— Eu sou voar um pouco com Flarion. — Ela respondeu calma, queria mesmo fazer isso. — Para relaxar antes de dormir.
— Não é aconselhável ir sozinha. — O homem insistiu.
— Você não é um montador de dragão, Sor. Cole. — Ela sorriu levando as mãos as costas. — Receio que Flarion preferiria comer o senhor antes de ter que carregá-lo em seu dorso, então não poderá me acompanhar.
— Lady ...
— Ou já aprendeu a voar por conta própria? — Ele debochou. — Se me dá licença ...
— Alteza, reintero que repense essa decisão. — Ele insistiu se colocando no caminho dela.
— Você não é ninguém para decidir o que eu faço, então eu sugiro que saia da minha frente. — Ela ainda mantinha a posição de antes. — Antes que perca sua posição na guarda real.
— Claro, me desculpe princesa. — Ele deu um passo ao lado.
Então ela passou silenciosamente, continuando sua caminhada pelos corredores e descendo algumas escadas para parte de fora do castelo, indo na direção da saída secreta que Rhaenyra havia lhe dito, para fazer o caminho inverso que alguém que queria escapar do castelo normalmente faria.
Os dedos de Drasilla bateram 2x na porta e Rhaenyra abriu, estava com roupas totalmente opostas com as quais a princesa costumava se vestir, Drasilla estava nervosa, se fossem descobertas Viserys ficaria furioso, a garota soltou uma lufada de ar poderosa enquanto passava pela loira, tirava as botas e pulava na cama de Nyra, se enfiando debaixo das cobertas, tentaria se manter ativa, mas sabia que se pegasse no sono não seria um problema.
— Você só me mete em problemas, sabia? — A morena resmungou e a loira riu. — Tenta não morrer, se te acontecer algo diga ao Daemon que eu faço o Flarion comer ele.
— A ta e o Caraxes? — Rhaenyra respondeu e Drasilla ficou pensativa.
— Não sei. — Meneou a mão deitando de costas para onde Rhaenyra estava. — Depois penso nessa salamandra raivosa.
Drasilla ficou lá por uma pá de horas, inclusive caiu no sono não muito tempo depois, estava cansada de verdade, seus ombros doíam um pouco, a cama era algo que ela sentia saudades quando não estava em King's Landing, seu lar era um lugar muito mais agradável, mas ela nunca assumiria isso para Viserys, ela tinha dito na cara do irmão mais velho que ela não considerava aquele lugar um lar, podia ver o sorriso no rosto de Daemon se ela assumisse.
Sonhou com Flarion e ela voando pelos céus, parecia sob uma cidade como King's Landing, mas não a reconhecia por completo, quando planou mais próximo ao solo Flarion soltou chamas contra a cidade, a queimando e matando pessoas, Drasilla até tentava conter o dragão, falando em Alto Valiriano, mas ele não a ouvia, então o dragão se virou, a jogando, enquanto ela caía ouvia os gritos e sentia o calor das chamas, terrível. Acordou de sobressalto com Rhaenyra em seu encalço.
— Deuses! — A morena suava frio. — Que horas são?
— Tarde. — A loira sorriu. — Quer ficar aqui?
— Vou pro meu quarto, se divertiu? — Drasilla já saltava da cama.
— Não o suficiente. — Rebateu a loira.
A morena caminhou em direção a porta, quando a rompeu em um puxão os olhos de Criston Cole foram nela, Drasilla olhou Rhaenyra que se aproximou deslizando como uma serpente ao encalço da tia, a morena chegou abrir a boca, quando a loira puxou o guarda a contra gosto para dentro do quarto, fazendo um sinal para que Drasilla ficasse em silêncio, a outra sorriu e fechou a porta, que Rhaenyra lidasse com suas ideias sem ela.
Drasilla zigue zagueou pelo castelo, indo na direção do seu quarto, passou por alguns guardas, quem só cumprimentou com aceno de cabeça, passando por Cadmus de pé na frente a sua porta, ele nada falou, nem ela, só bateu as portas de madeira e o silêncio se fez até a manhã seguinte. A criadas já haviam adentrado para arrumar o quarto de Drasilla que aparentemente dormia, entre seus sussurros só não contavam que a princesa estivesse ouvindo, enquanto permanecia de olhos fechados.
— Foi isso que ouvi, Willa. — A mais velha dela sussurrou enquanto dobrava roupas de cama sob uma mesa. — A princesa Rhaenyra foi vista numa casa de prazeres ... com o príncipe Daemon.
— Pelos deuses, não é possível. — Willa respondeu à Ticia. — Ele é tio dela e ele não é casado?
— Eles são Targaryens, são depravados. Pelo que eu soube os pais do rei eram irmãos. E a esposa do príncipe faleceu a um tempo, tecnicamente ele é viúvo. — As duas olharam pra Drasilla. — Acha que o rei ou o príncipe já tocaram nela?
— Ela é maluca. — Willa rebateu a amiga. — Morderia os irmãos.
— Vou dar as duas para o meu dragão morder se não pararem de falar bobagens sobre a família real. — Drasilla se ergueu de sopetão, assustando as duas. — Onde ouviram tal heresia?
— Pri...incesa? — Ticia estava pálida. — Os empregados estão dizendo.
— Qual a raíz disso? Alguém da alta cúpula da corte sabe? — Drasilla avançou raivosa contra Tícia.
— Eu não sei princesa. — A empregada tremia e olhava a jovem. — Não me dê de comer pro seu dragão, eu te imploro.
— Qual casa dos prazeres era? — Os olhos de Drasilla eram pura fúria, as duas empregadas se olharam. — FALEM!
— Não sabemos princesa, não vamos a esses lugares. — Willa respondeu trincando os dentes e Drasilla empurrou Tícia no chão ainda raivosa. — Os soldados devem saber, eles vão muito a esses lugares.
— Saiam AGORA! — Drasilla gritou com ambas que saíram correndo.
Drasilla passou a mão no rosto suas mãos tremiam, um grito alto foi dado por ela, dois guardas surgiram na porta, ela os dispensou com menear de mão e fechou a porta, a confusão que tinha virado era algo que ela não queria ter que lidar, avisou Rhaenyra disso, mas ela não a ouviu, ótimo. Trocou de roupa, colocando a capa que usava no dia seguinte, quando passou pela porta já era Cadmus que estava lá novamente, ela armadura alinhada a troca da guarda tinha acontecido a pouco, os olhos dele estavam levemente vermelhos, ela quis perguntar, mas se calou.
— Entre aqui ... — Ela apontou para dentro do quarto.
— Princesa, eu não sei se ... — Ele iniciou a fala, mas ela o puxou com força e bateu a porta.
— Você conhece as casas de prazeres de King's Landing não é?
— O que? — Ele parecia incrédulo. — Princesa, não estou entendendo o que quer.
— Ei! NÃO! — Ela resmungou olhando desgostosa a ele. — Preciso achar meu irmão, Daemon. Não pense errado de mim, sor. Cadmus.
— Não pensei nada, princesa. — Ele estava visivelmente vermelho. — Sei onde ficam, os guardas falam durante as patrulhas.
— Você vai me levar até lá. — Ela foi em direção a porta mas Cadmus a segurou. — O que foi?
— Acho que seu irmão está em outro lugar, tem certeza que quer ir mesmo?
— Sem dúvidas, vamos. — Ela olhou séria pra ele.
Os dois caminhavam pelos corredores até fora do castelo, uma vez na rua Drasilla andava de cabeça baixa, ela não queria que as pessoas a reconhecessem, Cadmus sempre olhava por cima do ombro, verificando se ela estava lá enquanto eles andavam entre as vielas, ele não gostaria de estar naquele lugar durante a noite por muitos motivos, mas gostava menos ainda de estar a luz do dia.
Eles viraram muitos becos, até que Cadmus parou, um pouco ofegante por andar rapidamente, ele tirou o capuz, mas antes que Drasilla o fizesse ele impediu, não faria nada bem a princesa de 17 anos ser pega andando por lugares como aquele de King's Landing. O guarda bateu 3x na porta de madeira, demorou um pouco até que uma pessoa viesse abrir a porta, de onde Drasilla estava não dava para vê-lo, então ela apenas se encostou na parede.
— O que faz aqui? — A mulher praticamente rosnou lá de dentro. — Já falei que você não pode ficar aqui, o seu tio foi bem categórico na última vez que veio a cidade que você não deve entrar aqui, não vou desafiar um lorde de uma das casas grandes.
— Nós precisamos achar o príncipe. — Cadmus insistiu. — Você me deve!
— Eu não te devo nada, ra...
— Se você não nos deixar entrar, eu vou voltar ... Com um dragão faminto. — Drasilla anunciou tirando o capaz. — E queimar essa casa.
— Princesa? — A mulher olhou assustada para os dois.
— Precisamos achar o Daemon, urgentemente. — Drasilla reinterou.
A mulher se afastou dando espaço a dupla, a garota passou antes do guarda, a dona da casa fechou a porta depois e tomou a frente, eles caminharam até onde Daemon dormia, Drasilla estava com uma face séria, Cadmus não perdia o olhar dela em nenhnum momento, quando viram o príncipe deitado a princesa pegou um balde de madeira encostado na parede, para jogar nele, ao perceber que estava vazio ela jogou o próprio balde, acordando Daemon no susto.
— Deuses! — Ele olhou em volta, alisando o ombro onde o objeto tinha batido. — Você é doida?
— Princesa ... — Cadmus tentou intervir, mas Drasilla passou a mão a frente dela.
— Você perdeu o juízo levando a Nyra pra uma casa dos prazeres? — A postura da morena era imutável. — E achou que essa notícia não ia chegar até o castelo?
— Eu fiz sabendo dos riscos. — Daemon riu se levantando. — E que o Otto tinha ouvidos pela cidade.
— Você quer que ela acabe sozinha, como uma irmã silenciosa? — Drasilla se aproximou dela.
— Você que vai acabar como uma, andando por lugares como esse com seu guarda. — Daemon olhou além dela vendo Cadmus se afastar alguns passos. — Fica tranquila, eu sei o que estou fazendo, não preciso receber um sermão de você.
— Ele não vai permitir que você se case com ela, Daemon. — Os olhos de Drasilla tremiam e havia uma lágrima. — Pare de tentar romper o limite de até onde Viserys iria por você.
— Pare de achar que você sabe tudo, você só tem 17 anos, na sua idade eu fazia muita merda. — O príncipe pegou seu casaco sob o chão e passou por ela. — Vamos embora, os dois.
— Pelo visto segue fazendo merda mesmo velho. — Ela sussurrou indo atrás.
— Eu ouvi! — Daemon resmungou passando para próximo da saída.
— Era pra ouvir, idiota. — Ela rebateu.
Atrás da dupla, sor. Cadmus ria dos irmãos, ele sentia falta das suas duas irmãs mais novas.
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