⚞𝐶𝑎𝑝𝑖́𝑡𝑢𝑙𝑜 6 - 𝐹𝑜𝑟𝑚𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒𝑙𝑎⚟
Cresci ouvindo que a palavra amor não tinha significado. Meu pai nos ensinou que o poder era o que fazia as pessoas se aproximarem. Ele falava: "Não existe amizade ou amor entre um casal! Certifiquem-se ser bem sucedidos e poderosos que haverá pessoas por perto."
E sim, haverá pessoas por perto se você for poderoso e rico, mas serão pessoas falsas e ambiciosas.
Na infância, qualquer outra criança que se aproximava para sermos amigos, meu pai me puxava e dizia: "Não será amigo desse garoto, seus pais só querem ser amigos de pessoas ricas como nós. "
Então, nunca fiz amizades porque meu pai não deixava e porque não queria colocar ninguém em perigo.
Se eu tivesse algum amigo, meu pai desapareceria com ele. E eu nunca saberia o que aconteceu.
Meus irmãos eram o mais próximo de amor genuíno que eu tinha. Daria minha vida por eles, nos apoiamos para sobreviver nessa casa com nosso pai. Não precisávamos do amor do nosso pai se estivéssemos juntos. Mas um amor entre casal nunca tinha visto ou sentido por toda vida até então.
Por isso, me refugiava nos meus livros de romance, porque ali eu poderia ver o amor que eu nunca sequer sabia a sensação. Mas agora... Sentia na pele cada deslumbre de sentimento fervoroso que o amor causava.
Mas o que eu leio nos romances não são parecidos com o que In e eu temos. Nosso relacionamento está cheio de espinhos que lutamos para não nos ferirem. Mas é inevitável. Família, sociedade... São substantivos que nos privam. Época onde diferentes tipos de amor eram interditados.
Porém, nunca deixaremos de ser quem somos. In e eu lutaremos, até as forças acabarem, forças as quais nem sabia que eu tinha. Submissão era a palavra que me definia em relação ao meu pai, tento falar, gritar que não quero a vida que ele almeja para mim, mas como escapar? Se eu não aceitar fazer parte da máfia, um dos meus irmãos irá no meu lugar. Eu nunca deixaria isso acontecer!
- No que está pensando, irmão? - Kard perguntou, colocando seu livro dentro da mochila amarela. Balancei a cabeça e falei:
- Nada demais. - ele estreitou os olhos atrás dos seus óculos.
- Sempre que você fala isso, é porque está pensando muito. Você nunca nos fala o que passa. - disse, com certa tristeza no timbre.
- Vocês não precisam se preocupar comigo, se concentrem nos estudos.
- Nós falamos todos nossos problemas para você, e geralmente você resolve para nós. Deixe retribuirmos! - pediu, soltei o ar.
- Não precisa, sério! - afirmei, o vi revirar os olhos - Vamos, o Krit deve está nos esperando lá fora. - o chamei, me levantando.
Atravessamos toda a casa, e em frente estava Krit com a cara impaciente.
- Vocês tão me fazendo de palhaço? Quase ia embora sem vocês. - gritou para que ouvíssemos enquanto nos aproximávamos.
- Impaciente como sempre. - Kard me contou.
- Ei, eu ouvi isso. - disse Krit com raiva. Simplesmente ri dos dois.
Fomos ao caminho com o Kard estressando o Krit. Esse momento é importante porque mesmo os dois se provocando, estávamos nos divertindo. Era o que precisávamos para sermos uma família, só nós três naquela casa.
- Krit, me leve para fazer um trabalho na casa do P'Nim? - pediu Kard quando já estávamos perto da universidade.
- Você ficou o caminho todo tirando onda com minha cara e ainda tem coragem de me pedir coisas? - Kard deu de ombros rindo. Krit revirou os olhos - Tá bom. Só te levo porque sou seu irmão. Espero que tenha comida boa para mim comer enquanto te espero. - Kard e eu balançamos a cabeça.
- P'Korn! - ouvi uma voz familiar me chamar. Logo vi In se aproximar, seu sorriso estava como sempre em seu rosto.
- Quem é ele? - Krit perguntou, Kard também esperava pela resposta. In ficou ao meu lado e sorriu para meus irmãos.
- Sou o Intouch, mas podem me chamar de In. Sou amigo do seu irmão. - In disse.
- Amigo? - Kard e Krit falaram em uníssono, surpreendidos. In assentiu.
- O que ele viu no nosso irmão para ser amigo dele? - Kard perguntou, se virando para Krit.
- Sei lá... Deve ser que ele gosta de ler romances também. - Krit supôs. Revirei os olhos sabendo o que estava acontecendo. Eles estavam querendo me provocar. In estava com o cenho franzido sem entender.
- Ou por que Korn é bonitão, quem não quer andar perto de um cara bonito desse? - apertei os lábios tentando não gargalhar.
- Tá bom, gente. Chega de provocações por hoje. Vão para a escola de vocês. - falei, tranquilo. Eles deram de ombros.
- Foi um prazer te conhecer, In. Te desejo muita paciência para lidar com Korn. - disse Kard
- Eu digo o mesmo. - In riu para meus irmãos e disse:
- Obrigado, meninos. Foi um prazer conhecê-los. - nos saudamos e logo meus irmãos seguiram caminho, um empurrando o outro - Seus irmãos são ótimos. - disse In, ao começarmos a caminho.
- Eu sei, nunca fico entediado com a presença deles. - falei, senti o In me encarando e o olhei: - Que foi?
- Seus irmãos te deixam de bom humor. - observou. Assenti.
- Antes, só meus irmãos poderiam tirar um sorriso meu. Agora, você também me faz sorrir. - admiti, vi nos olhos de In o brilho que tanto iluminava minha alma.
- Como te faço sorrir? - sussurrou. Dei de ombros e falei:
- Por exemplo: quando você fala sem parar, fico sorrindo como um bobo hipnotizado por sua paixão em cada coisa que faz ou pensa. Ou quando se surpreende que você fica boquiaberto, é engraçado. - In bateu de leve em meu ombro, rindo.
Antes que pudéssemos nos separar para que cada um fosse para seu setor, In se virou para mim e disse:
- Ontem ajudei minha mãe a cozinhar e trouxe para você. - sorri desviando o olhar.
- Ninguém vai estar em casa quando sairmos daqui. - falei. Ele assentiu sabendo para onde iríamos depois do dia terminar.
Por impulso, quase beijei seus cabelos sobre sua testa, paralisei no momento em que me dei conta que estávamos em público. In soltou o ar, apertando os lábios. Simplesmente, sorri e segui meu caminho.
Sentados no tapete azul em frente a uma mesinha no meu quarto, In desarrumou as fileiras de tigelas que ele trouxe com comidas. Em uma delas, estava uma massa amarela com as extremidades queimadas.
- O que é isso? - perguntei.
- Omelete! - falou, hesitante.
- Por que está assim? - ele fez seu biquinho que era de seu costume.
- Queimou e ficou presa na panela. É difícil de tirar da panela. - se explicou, em seus olhos poderia ver que ele estava decepcionado consigo mesmo - Não precisa comer. Podemos comprar comida em algum restaurante. - ele pegou uma tigela e seu sorriso voltou - Mas primeiro coma isso então.
- Sobremesa? - perguntei.
- Sim. Eu ajudei minha mãe a preparar. Principalmente essa. - logo In pegou da tigela uma estrelinha verde - Look Choup em formato de estrela. É bem difícil de preparar. Você pode experimentar. Não vai te fazer mal. - o encarei, mas logo me aproximei, abri a boca e o sabor do Look Choup estava presente em meu paladar.
In estava na expectativa para saber minha opinião sobre a sobremesa. Ele apertava as mãos, extasiado.
- Como está? - perguntou.
- Está bom! - falei, sorrindo. Seus lábios se alargaram mais ainda.
Ele estava feliz por essa mínima coisa, me encantava sua simplicidade e humildade.
- Não vou poder comer a omelete? - perguntei, ele fez uma careta balançando a cabeça.
- Eu faço outra pra você da próxima vez.
- Não vai queimar, não é? - perguntei, irônico. Ele riu.
- Eu prometo. Eu garanto. Vai estar muito boa. - garantiu, confiante.
Sorri para ele, o vendo ser adorável como sempre. Acariciei seus cabelos, mais uma vez sentindo que é com ele que quero ficar para sempre.
Os irmãos do Korn são tudo pra mim💖
O In não acerta uma quando o assunto é cozinhar! Parece eu.
Até logo e não esqueçam de votar!
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