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⚞𝐶𝑎𝑝𝑖́𝑡𝑢𝑙𝑜 3 - 𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑎̀ 𝑝𝑟𝑎𝑖𝑎!⚟

Ser persistente e corajoso é como imaginar que você é capaz de subir na montanha mais alta do mundo. E essas definições foi o que cresci ouvindo, todos falavam o quanto Intouch é corajoso e persistente! E foi isso que me fez correr atrás do que queria.

P'Korn... O garoto solitário que a cada dia deixa a porta do seu coração cada vez mais aberta para mim. O ver gargalhar por uma piada minha ou seu sorriso de lado, era o essencial para melhorar meu dia.

- An! Alin! - chamei minha irmã e minha sobrinha que estavam com sorrisos nos rostos segurando o álbum de fotografias.

- Oi, tio In. - cumprimentou minha sobrinha Alin de cinco anos de idade.

- O que estão vendo? - perguntei, me aproximando.

- As fotos em família. Veja você na praia pela primeira vez. - An me chamou. Logo me sentei ao seu lado.

Fotos coladas na página 12 do álbum, estava eu com os cabelos mais longos, as mãos e os pés sujos de areia enquanto eu estava na tentativa de construir um castelinho.

- Você estava tão animado. Você tinha a idade da Alin. - disse, An - Parecia ser seu lugar favorito, saímos da praia ao anoitecer por você querer ficar lá para sempre. - ri do que ela tinha falado.

A praia era uma das minhas coisas favoritas do mundo inteiro, era como me sentir livre, poder olhar o infinito da água do mar e saber que o mundo é bem maior do que imaginamos. Ali, posso esquecer todos os problemas e simplesmente me sentir eu mesmo sem privações.

Será que P'Korn já se sentiu assim? Por algum momento já se sentiu livre? Seus olhos profundos me diziam que não. Queria proporcionar o sentimento de liberdade para ele uma única vez.

- Vou para praia algum dia desse. - afirmei, An se surpreendeu e logo sorriu.

- Só se lembre de voltar para casa, você se distrai com o mar. - assenti apertando sua mão.

- Tio In, vamos assistir um filme hoje? - perguntou Alin. A peguei no colo, beijei sua bochecha gordinha e disse:

- Claro que sim, querida. Tudo o que você quiser. - sorri para ela que rapidamente me abraçou apertado - Agora vou para a universidade, se comporte e obedeça sua mãe. - ela concordou e não demorei para sair de casa.

Enquanto eu caminhava rumo a entrada da universidade. Não pude evitar de ouvir a conversa de dois garotos, um aparentemente deve ter uns 15 anos e o outro 12. Franzi o cenho ao perceber que eram os irmãos do P'Korn, que conheci indiretamente em um dia que vi os três voltando para casa.

- Você viu que Korn não comeu nada hoje, não é? - o irmão do meio de P'Korn disse para o irmão mais novo.

- Vi, ele parece preocupado. Ele está pensando demais em alguma coisa. - o outro assentiu.

- Vamos, não quero me atrasar em levar você para a escola. - os dois começaram a correr para logo chegar em seu destino.

Parei em meio a calçada e soltei o ar. Virei os calcanhares e corri para uma tenda mais próxima.

Depois de comprar um porco grelhado, arroz mori e um suco, adentrei na universidade indo diretamente para onde aconteciam as aulas de P'Korn.

O vi sentado no banco largo, sempre lendo algum livro de romance. Me aproximei rápido e me sentei ao seu lado.

- P'Korn, esse porco grelhado é o melhor! - coloquei o porco grelhado em sua frente, ele levantou o olhar e disse em descaso:

- Eu não vou comer isso.

- Você não comeu o café da manhã, não é bom para sua saúde. Apenas uma mordida. Se você comer isso, eu não vou incomodá-lo mais. Vamos, eu comprei isso para você. - pedi, P'Korn soltou o ar e logo mordeu o porco grelhado, meu sorriso se alargou - Delicioso, não é? - peguei o suco, não demorou de ele sujar o líquido pelo canudo. Levei a carne de novo em sua boca, mas ele balançou a cabeça.

- Não. Eu não vou comer.

- Vamos. Por favor. - o vi ceder, ele deu mais uma mordida. Vibrei de alegria, pelo menos a certeza que ele não iria passar mal, eu tinha. O olhei e ele estava com suas íris em mim, havia admiração ali?

Apertei os lábios e me levantei, me abaixei e sentei no chão ao seu lado. Ele continuava tentando ler seu livro.

- Você está livre neste domingo? - perguntei, com meu rosto do lado do livro tentando chamar sua atenção. P'Korn me olhou franzindo o cenho - Vamos a um lugar juntos.

- Onde?

- Vamos à praia.

- Hã? - expressou.

- Não me diga que você nunca foi à praia. Você já brincou na praia? - P'Korn revira os olhos.

- Nunca. Minha família não tem tempo para ir. - disse, fechando o livro.

- Isso é bom. Eu serei um ótimo guia. Vou te levar para comer camarão, caranguejo e olhar para todas as vistas belas. Vamos construir um castelo de areia também. - Korn está com um sorriso pequeno, me encarando. - O que você acha?

Ele balançou a cabeça, soltando o ar. Estava cedendo.

-Será uma ótima viagem. Você concorda em vir? - perguntei, ele ficou muitos segundos sem falar nada, só me encarando - Nenhuma resposta, então, me pareceu um sim. Não posso esperar mais. - não posso esperar mais para viver sem tê-lo comigo. Esses dias venho me esforçado para conquistá-lo e na praia, espero que ele se torne meu namorado.

Ele sorriu para mim, assentindo. Tive que me aguentar para não saltitar. Apenas um sorriso de orelha a orelha que eu expressei.

- In! - me surpreendi quando ouvi a voz do meu melhor amigo Krit, me chamar.

Me virei e o vi se aproximar.

- Oi, Krit. - ele apertou os lábios.

- Imaginei que estaria por esse lado da universidade. - disse, encarando o P' Korn.

- P'Korn, esse é o Krit, meu melhor amigo. - os dois se saudaram unindo ambas as mãos.

- Você tem o mesmo nome do meu irmão do meio. - disse P'Korn, hesitante.

- Qual é o nome do seu irmão mais novo? - Perguntei.

- Kard. - Korn, Krit e Kard... Belos nomes.

- Vim te procurar porque já vai começar a aula! - disse Krit, arregalei os olhos me lembrando que estávamos ali para estudar.

- Oh, é verdade. - me levantei rápido, jogando a mochila sobre o meu ombro direito.

Me virei para P' Korn e disse:

- Até logo, P'Korn.

- Até logo, In. - disse, com um sorriso pequeno. Logo, Krit praticamente me puxou pelo braço.

- Desde que você começou a conhecê-lo, tenho que cuidar da sua vida acadêmica. Eu quem te lembro que precisa estudar. - disse Krit, visivelmente irritado por eu dar trabalho a ele. Ri disso.

- Isso mostra o incrível amigo que você é. - ele revirou os olhos, ainda me puxando apressadamente.

- É melhor ele valer a pena mesmo, porque com todo esse esforço que estou fazendo, eu deveria ganhar salário. - ri mais ainda.

- Posso te pagar com comida?

- É você quem vai fazer? - perguntou com uma careta, sabendo que eu não tinha o menor jeito na cozinha.

- Não, minha irmã. - ele abriu um sorriso.

- Agora sim, sua irmã faz as melhores comidas do mundo. - concordo.

Meu sorriso ainda estava firme em meu rosto, ao saber que na praia tudo iria se ajeitar entre P'Korn e eu, pelo menos, é o que eu espero.

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