Nunca imaginei que algum dia sentiria um vazio tão grande. Um sorriso sincero e olhos carinhosos, se foi. Deixando apenas as lembranças e uma dor de sua falta.

Minha mãe apertava minhas mãos, meu rosto quente e molhado expressava minha tristeza. Duas fileiras atrás de onde minha mãe e eu estávamos, dois meninos choravam, o mais velho confortava o mais novo. o menor disse:

- Por que o Korn fez isso, Krit? - o mais velho limpou seu rosto e respondeu:

- Porque ele não aguentava mais, Kard.

Os irmãos do Korn, o garoto que sempre o agradecerei por ter dado um vislumbre de felicidade para In. Sua vida era triste e superficial, ele e seus irmãos eram os únicos que tinham valor e merecedores de respeito.

Dois caixões em nossa frente, nos dois estavam os garotos pálidos, não conseguia olhar para eles, ver In sem vida era torturante.

A foto do meu irmão, com um sorriso no rosto estava em um quadro grande, continha a data do seu nascimento e a data de sua morte, mesmo dia, mesmo mês, mas em anos diferentes. Nunca fiquei tão infeliz em ver números.

Respirei fundo, sentindo minha alma corroer por dentro.

Encarei um senhor sentado na primeira fileira sozinho, estava cabisbaixo expressando tristeza, arrependimento e culpa. Era o pai do Korn.

Olhei para meu pai que estava se levantando, seu rosto tinha tristeza, arrependimento e culpa. Os dois sentiam a mesma coisa.

Meu pai não dormira desde a morte de In, o via olhar para cima e pedia como suplica o perdão de In e do Korn. Mas nunca recebeu uma resposta. Ele se arrependeu profundamente. Pela manhã, antes de virmos para o velório, ele disse:

- Eu deveria tê-lo apoiado. Agora que não o tenho mais, preciso do meu filho mais do que nunca. - e se debulhou em lágrimas, enquanto minha mãe passava vagarosamente suas mãos em suas costas.

Vi meu pai andar em direção onde In estava, ele soluçava enquanto olhava o In imóvel deitado no caixão.

- Eu não fui bom o bastante para ser seu pai. - disse ele entre lágrimas acariciando os cabelos do In.

Foi então que meu progenitor segurou a mão esquerda do In, tirou do seu bolso um fio vermelho do destino. Ele começou a enrolar uma ponta do fio no dedo mindinho de In. A lenda que tanto acreditamos em nossa família, estava sendo aplicada pelo meu pai na tentativa de ter a esperança que isso funcionasse. Quando terminou, acariciou o rosto de In e disse:

- Eu te amo demais.

Meu pai limpou as lágrimas soltando o ar, ele olhou em direção ao pai de Korn, pedindo silenciosamente que pudesse se aproximar do caixão de seu filho.

O progenitor de Korn se levantou e chamou meu pai, os dois ficaram olhando Korn, com rostos tristes e arrependidos. Eles não estavam brigando ou com qualquer sentimento ruim sobre o outro, os dois perderam seus filhos, os dois erraram por não permitir que seus filhos pudessem ser felizes juntos. Eles estavam carregando a dor juntos.

O pai do Korn levantou a mão esquerda do seu filho, e ainda chorando, meu progenitor envolveu a outra ponta do fio vermelho no dedo mindinho do Korn. Ao terminar, o pai do Korn deitou sua mão com cuidado no caixão.

- O fio vermelho vai fazer com que vocês se encontrem novamente. - disse meu pai. Ele segurou a madeira dos dois caixões e ficou olhando para Korn e In e continuou: - Nessa vida, vocês não puderam ficar juntos. Mas na próxima vida... Vocês se encontrarão novamente.

Ele apertou lábios voltando a mergulhar em lágrimas ao se escorar no caixão do Korn e disse:

- Korn... Por favor, cuide bem dele. Ele é meu amado filho. - pediu, certamente acreditando que, em algum momento, futuramente, os dois se encontrarão.

Ali, foi feita o fortalecimento do lenda do fio vermelho, esperançosos e convencidos que a lenda é real, nos apegamos a ela, acreditando que In e Korn estariam em algum lugar esperando que algum dia, pudessem se encontrar, e viver o amor do jeito que eles tanto queriam.

Gente, e esse foi o último capítulo! A lenda do fio vermelho do destino foi fortalecida. As promessas dos meninos durante a fanfic não foram em vão. No prólogo, vocês entenderão como isso aconteceu.

Obrigada por terem chegado até aqui❤️ até o prólogo e não esqueçam de votar.