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➤ Chapter Twenty Nine


Apoio os cotovelos sobre o balcão, vendo minha mãe se movimentar pela cozinha distraidamente, pegando alguns utensílios e deixando-os em cima da mesa.

Meu pai acabou de me demitir, — certo, exagerei um pouco — ele conseguiu um novo funcionário para o restaurante e agora não precisa mais da minha ajuda, ou seja, estou condenada ao ócio¹.

Minha mãe me olha pelo ombro, parecendo notar minha intenção.

— Chora. — Ela zomba, voltando aos seus afazeres.

— Ele foi tão frio e cruel, dispensando sua própria filha daquele jeito. — Eu dramatizo, com direito a mão no peito e expressão de dor.

Minha mãe ri, balançando a cabeça.

— Você deveria tentar seguir a carreira de atriz, você leva jeito.

— Talvez eu faça uma audição na Broadway quando voltar para Nova York. — Dou de ombros, descendo do banquinho do balcão e andando até ela. — O que você está fazendo?

— Vou fazer cupcakes. Pode me ajudar, se quiser.

Bem, melhor do que não fazer nada.

Amarro os cabelos em um coque e dobro as mangas do meu suéter, aproximando-me para ajudá-la a preparar a massa.

Enquanto ela se ocupa em ligar o forno e arrumar as forminhas de cupcakes, eu giro a colher dentro da tigela com toda a minha força, misturando os ingredientes.

Pela entrada da cozinha, consigo ver Lucas descer as escadas com passos apressados, usando chapéu, colete, calças largas e botas.

— Estou saindo, pessoal. Até mais tarde! — Ele mal nos olha antes de passar direito pela cozinha, seguindo para sala.

— Onde é que ele vai? — Pergunto assim que escuto a porta da frente bater.

— Pescar com Sen. Por que você também não foi? — Minha mãe se vira, jogando um pano de louça por cima do ombro.

Balanço a cabeça, rindo um pouco.

— Não é muito a minha praia esperar o peixe vir até o anzol.

— É mesmo? — Ela comenta, passando por mim. —  Ou isso tem algo haver com Sen?

Eu desvio minha atenção da tigela para poder encará-la, inclinando o rosto e torcendo os lábios.

— Agora é você, mãe?

— Eu o quê?

— Primeiro Lucas e agora você, insinuando que Sen e eu temos algo. — Começo a despejar a massa dentro das forminhas. — Qual é! Eu cresci com aquele garoto, ele é como um irmão para mim.

— Bem, ele provavelmente vê as coisas de outro jeito.

— E eu quase sinto muito, então. — Deixo a tigela vazia sobre a pia, virando-me para minha mãe outra vez. — Não vai rolar.

— Eu sei que você já é grandinha o suficiente para decidir o que você quer, não é como se eu estivesse querendo te empurrar para Sen. — Ela fala, soltando um suspiro. — Só não quero que você se machuque.

— Não vou me machucar. — Dou um ponto final na conversa, pegando a assadeira com as forminhas e colocando-as no forno.

A verdade é que ainda não sei se vou me machucar, mas prefiro acreditar que não. Jungkook está sendo bom comigo, e eu inevitavelmente me apeguei a esse seu lado. Quero que ele seja sincero, e sei que ele está tentando por mim, pela gente.

Depois de minutos de silêncio, minha mãe retoma a fala.

— Seu pai disse que você e Jeon saíram juntos ontem. — Ela dá uma pausa, observando as próprias unhas enquanto tenta disfarçar sua curiosidade. — Foram para um encontro? Você voltou tarde.

— Não foi exatamente um encontro, só...conversamos. — Encosto o quadril contra o balcão, cruzando os braços.

— E sobre o que conversaram?

— Nada demais. — Faço um bico com os lábios, lembrando. — Você sabe sobre o que Jungkook e papai conversaram naquele dia, no escritório?

Minha mãe me olha, arqueando as sobrancelhas.

— Ele não te contou?

— Não, o que era?

— Nada demais. — Ela responde, com petulância, o que me faz rir.

...

Foi quando tiramos os bolinhos cheirosos e dourados do forno que minha mãe bateu na própria testa ao se lembrar que não tínhamos chantilly, e para ela, cupcakes sem chantilly não eram cupcakes.

Nem mesmo consegui dizer algo antes que ela pegasse sua bolsa e saísse feito um furacão para ir comprar o maldito creme caro e sem gosto.

Minha família era assim, minha mãe atenciosa e perfeccionista, meu pai o orgulho em pessoa e Lucas a verdadeira definição ousadia. E bem, eu era a mistura, uma grande e confusa mistura.

Parei em frente a varanda, observando a rua pouco movimentada, apenas com a presença das árvores balançando em conjunto ao vento.

Pesquei o maço de cigarros no bolso da calça jeans, colocando um na boca enquanto procurava por um isqueiro, mas parando quando um carro familiar estacionou em frente ao jardim.

O ser glorioso de um e oitenta saiu da Mercedes com calma, dando-me tempo suficiente para analisá-lo.

Calças e sapatos sociais do mesmo tom escuro, sueter de lã fina coberto por um sobretudo de cor semelhante ao resto das roupas. Seu cabelo está em um penteado mais casual, cobrindo sua testa.

Ele olha para mim, sorrindo, mas esse se desmancha a medida que se aproxima.

— Tire essa coisa da boca, Lalisa. — Não é um pedido, sua voz é muito séria.

Não me movo, não sei se é porque não consigo pelo fato de estar em transe, ou se é apenas para provocá-lo, mas sendo ou não, acho que consegui. Jungkook para a minha frente, quase soltando fumaça pelos ouvidos.

— Tire, Lalisa. — Repete, mais lentamente. — Não me obrigue a fazer algo que eu não quero.

Eu o faço, não porque tenho medo de Jungkook, sei até onde ele pode chegar e sei também que ele nunca me machucaria, mas notei seu lábio inferior tremendo, denunciando seu nervosismo.

Eu guardo o cigarro na caixa antes de erguer o olhar para o seu, ele parece mais aliviado, mas não completamente.

— Você tem que parar, Lisa. — Sussurra, parecendo derrotado, o que me quebra por dentro.

— Não acontece sempre...

— Por favor, pare. — Ele toma minhas mãos nas suas, suplicante. — Me prometa que vai parar.

— Jungkook...eu...

— Prometa, Lisa.

Conheço esse tom de voz, é o que não aceita objeções, e dificilmente conseguirei dialogar com ele nesse estado.

— Tudo bem. — Respondo, suave.

Jungkook faz uma careta desconfiada, como se estivesse esperando que eu adicionasse um "mas" a frase.

— Sério? — Seus olhos cintilam e a expressão torturante abandona seu rosto, dando lugar a um resquício de sorriso começando a se formar em seus lábios. — Você está sendo razoável. Isso não me parece normal.

Meu queixo cai um pouco ao ouvir seu comentário. Ele é que é irracional aqui. Não eu. Sei que está querendo me provocar, mas não vai conseguir.

— Vou ignorar você. — Resmungo.

Afasto-me para entrar em casa e Jungkook me segue, despreocupado e com um sorriso cínico nos lábios.

— Estamos sozinhos? — Ele pergunta ao notar o silêncio na casa, fechando a porta atrás de si.

— Completamente.

— Gosto da ideia.

Giro os calcanhares para olhá-lo, capturando seus olhos intensos sobre mim, com deleitação. Ele caminha com passos cautelosos, aproximando-se até que ponta de seus sapatos quase encostem nos meus. Ele toca o meu braço, descendo para meu pulso antes de segurá-lo.

— Lalisa.

Eu o olho, esperando-o dizer algo enquanto o calor de sua mão envolver minha pele. As orbes escuras me estudam por um tempo, como se ele tentasse encontrar as palavras certas para dizer.

— Estamos bem? — Sua voz é um sussurro, e percebo dificuldade ali.

Meu coração se aperta, e sinto uma onda serotonina misturada à dúvida pesando em meu peito. Tento organizar os pensamentos e olhar através dele, porque por um momento não sei o que dizer.

Ele me magoou. Fez meu coração doer. Mas não é isso o amor? A inexplicável sensação de se magoar e mesmo assim continuar sentindo?

— Estamos indo. Passos de bebê, Jungkook. — Eu sussurro de volta.

Suas pestanas se movem para cima, revelando o lampejo nas imensidões escuras.

— Passos de bebê. — Ele repete, anuindo. 

A mínima inclinação no canto de seus lábios já faz meu coração errar as batidas.

— Eu pensei em você. — Ele divaga, sem romper o contato visual. — A noite toda. Depois que nos vimos.

Eu sorrio.

— Precisou correr para se distrair de mim, dessa vez?

— Três voltas pela manhã.

— É muita coisa.

— É, mas foi um fracasso. —  Ele pende a cabeça para frente. — Estou aqui agora. Porque não consigo tirar você da cabeça.

O silêncio se instala de novo, e eu detesto isso. Normalmente, eu não pensaria duas vezes antes de me jogar em seus braços e deixá-lo me tomar por completo, ele tem sido tão delicado e doce que quase me esqueço que preciso ser firme, ou do contrário darei alguns passos negativos.

A verdade é eu perdi essa batalha já tem muito tempo, e quando aquelas palavras saírem da minha boca, será o meu fim.

Seus olhos me seguem e seu cheiro masculino inebriante me cerca, meu cérebro bloqueia todas as instruções racionais e embaralha meus sentidos. Dou um passo a frente, e Jungkook acompanha cada movimento.

— Lalisa... — Tom baixo e rouco, como o de um animal que se sente ameaçado.

— Pode dizer. — Respondo num fio de voz, sentindo-me pequena e frágil.

— Eu preciso fazer isso.

— Por favor, Jungkook. — Minha voz é inaudível, e minhas mãos já possuem vida própria quando vão parar no tecido do sobretudo de Jungkook, amassando-o.

Meu corpo vence, e eu me rendo.

Jungkook passa o braço pela base da minha coluna e me puxa para si, selando nossos lábios no processo. Meu coração parece voltar a vida quando sua língua quente e úmida varre meu lábio inferior e o atravessa gentilmente.

Eu suspiro, agarrando seus ombros enquanto todas as emoções confusas e desencontradas retornam como um turbilhão afagado por suas carícias doces, sua boca atenciosa e seu corpo firmemente colado ao meu.

Já aceitei o final desta batalha, estou perdida nele outra vez.

Solto um gemido quando seus lábios deixam os meus em abandono, respirando pesadamente sobre meu rosto.

Eu seguro sua mão antes de puxá-lo pela escada acima, atravessando o corredor e empurrando a porta do meu quarto.

Puxo-o pela gola do suéter e pressiono meus lábios nos seus enquanto suas mãos se desfazem do sobretudo, jogando-o no chão do quarto. Espalmo as mãos em seu peitoral sólido, sentindo um sorriso de Jungkook se formar contra minha boca.

— Minha Lalisa está carente? — Ele murmura, arfando e segurando meu rosto com ambas as mãos antes que eu o empurre em direção a cama.

Monto em seus quadris e encho as mãos com seus cabelos e o puxo para mim, beijando-o de novo. Ele faz a mesma coisa, enfiando os dedos entre meus fios e desfazendo o coque no alto da minha cabeça, fazendo as ondas rebeldes caírem.

Quando perco o fôlego, meus lábios acariciam seu queixo e mandíbula, descendo até seu pescoço.

— Está tentando me marcar? — Ele pergunta, rouco e ofegante, mas não me contém.

— Estou apenas saboreando você. — Beijo um ponto atrás da sua orelha, em um sopro.

Jungkook suspira, pousando as mãos em meus quadris.

— Lalisa?

— Sim?

— Eu soube que você era a mulher da minha vida no momento em coloquei meus olhos em você.

Tento me levantar, mas Jungkook me puxa volta, virando o rosto e roçando nossos narizes em uma carícia. Apoio os antebraços em seu peitoral, olhando-o nos olhos.

— Como soube?

Jungkook nos gira em um movimento meticuloso, deixando-me por baixo antes de me cobrir com seu corpo.

— Porque você fez meu coração voltar a bater.

Um nó se forma na minha garganta, e as palavras simplesmente não saem da minha boca. Jungkook me olha de cima, atento, como se eu fosse a única coisa que existisse.

O barulho de uma buzina me tira do transe, e eu ofego antes de empurrar Jungkook para o lado.

— Minha mãe! Não saia daqui! — Aviso antes de deixá-lo no quarto, confuso.

Desço as escadas apressadamente e salto o último degrau bem no momento em que a porta da garagem se abre e minha mãe sai, com o dobro de sacolas necessárias para quem só iria comprar uma lata de chantilly.

Ela tagarela até a cozinha sobre ter se encontrado com uma amiga no caminho e eu apenas a sigo, ajudando-a com as compras.

Ela gira os calcanhares para mim, ainda falando.

— Onde é que ele está?

Eu congelo, sorrindo nervosamente antes de deixar as sacolas sobre a mesa.

— Ele quem? — Tusso, limpando a garganta.

— Jungkook. Eu vi o carro dele parado aqui na frente.

A voz trava na garganta quando fico sem saber o que responder, então outra voz se sobressai ao adentrar na cozinha.

— Senhora Manoban. — Jungkook vem até minha mãe, esboçando um sorriso polido. Ignorando totalmente o meu pedido sobre não sair do quarto.

Minha mãe, apesar de ainda um pouco hesitante, não é nada boba quando se trata de Jungkook e sua beleza avassaladora, tem noção de que o homem é o próprio Adonis na terra, por isso retribuí facilmente o sorriso.

— Jungkook, querido, que bom ver você! Lalisa não me avisou que você nos visitaria.

— Na verdade, eu vim de surpresa, precisava falar com ela, mas já estou de saída. Desculpe-me pelo incoveniente. — Jungkook se desculpa com um menear de cabeça.

— De modo algum, você é sempre bem vindo aqui, em nossa casa. Lisa e eu estamos fazendo cupcakes, vai querer um?

— Ahm... — Jungkook me olha por um instante, antes de voltar a atenção para minha mãe. — Não quero incomodar.

— Não vai, espere um momentinho.

Minha mãe praticamente enxota Jungkook para fora da cozinha enquanto nós duas terminamos de decorar os cupcakes com chantilly e granulado colorido.

Minha mãe não pergunta nada sobre a visita repentina, mas sei que está louca para saber de algo.

Separo quatro dos cupcakes em uma caixinha para Jungkook, que nos espera inquietamente no sofá da sala, levantando-se assim que me vê entrar no cômodo.

— Prontinho. — Minha mãe fala, entregando a caixinha em suas mãos. — Espero que goste, e se gostar muito, pode pedir a receita a Lalisa, ela sabe de cor.

— Mãe! — Eu murmuro, envergonhada ao ver que Jungkook ri com a minha reação.

— Pode deixar. — Ele garante, mas sem tirar os olhos de mim.

— Eu o acompanho até a porta. — Falo, passando por ele, que se despede da minha mãe com seu cavalheirismo de sempre.

Na saída, ele para de frente para mim, com os olhos suaves e com seu sorriso mínimo e charmoso.

— Obrigado pelos cupcakes.

— Não foi nada. São só bolinhos.

— Aposto que estão deliciosos.

Ficamos em silêncio por um momento, e pego Jungkook mordendo seu lábio inferior e com as engrenagens na sua cabeça girando depressa, pensando e pensando.

— Quero te pedir algo a mais, Lalisa. — Fala, um pouco mais sério.

— Hum? — Eu o encorajo a continuar.

— Não se esqueça do que eu te falei.

Por final, se aproxima, deixando um beijo próximo a minha boca e despedindo-se em seguida.

Fico por um bom tempo ali, mesmo depois de Jungkook já ter ido embora, olhando para um canto vazio.

Meu medo agora me parece justificado:
Ele me consome por todos os lados e sentidos. E eu o amo, e nada é capaz de reverter isso, nem mesmo eu.

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¹|  O ócio, no sentido vulgar do termo, remete à noção de folga, de falta de compromissos de trabalho e, nesse contexto, possui uma conotação negativa que liga a ideia de ociosidade à ideia de vadiagem e de preguiça.

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