
➤ Chapter Seventeen
Finjo estar distraída com minha agenda enquanto descemos de elevador para o térreo, em silêncio, visto que as poucas palavras que trocamos durante o café eram referentes ao que faríamos naquele dia. O constrangimento da manhã seguinte havia sido adiado, mas agora parecia ter chegado com tudo.
— Merci. — Jungkook agradece ao manobrista quando o mesmo lhe entrega a chave de sua Mercedes, abrindo a porta do passageiro para que eu entre.
Assim que saímos, o silêncio é preenchido por Ian Brown, me acalmando enquanto tento manter minha atenção na vista, o que seria fácil se não fosse Jeon Jungkook ao meu lado, o homem mais singular e bonito que eu já conheci.
Desde que vi aquela mensagem em seu celular não a tirei da cabeça, martelando e martelando minha mente diversas vezes para tentar entender o motivo de Jungkook esconder o fato de ter um filho.
"Eu te amo, papai."
Todas as palavras estavam lá. Claras. Jungkook tinha um filho, e por algum motivo omitiu essa informação de mim.
Movo meus olhos na direção dele, analisando seu rosto concentrado nas ruas.
Ele não confia em mim?
Certo, nos conhecemos a poucas semanas, mas a noite passada foi um grande passo quando se trata de confiança. Por que então diabos ele tinha me escondido uma informação como aquela? O que mais está escondendo?
Ele olha de volta para mim, com um brilho suave e gentil tomando conta das orbes escuras, me lança seu sorriso lindo e fatal, me fazendo esquecer de tudo por alguns mínimos segundos, pegando minha mão e a acariciando.
— Distraída? — Ele pergunta.
Balanço a cabeça de leve, retomando a consciência.
— Um pouco.
Ele sorri de novo, então voltando a atenção para rua.
Engolindo um suspiro, encosto a cabeça no banco e olho em direção a janela com o coração a mil quando sinto os dedos de Jungkook ainda acariciando minha palma.
Recolho a mão, em silêncio. Estou chateada e quero que ele perceba, no entanto ele também se mantém calado.
Quando chegamos ao primeiro destino do dia — o Louvre — preciso respirar fundo e vestir minha faceta profissional.
Estou aqui a trabalho.
Repito diversas vezes em silêncio antes de pegar minha câmera e sair do carro.
Compramos os tickets e mal ficamos na fila antes de entrar no museu, por isso fico agradecida por não ter que iniciar uma conversa com Jungkook.
Vou na frente, registrando algumas coisas com a câmera ou fazendo anotações em meu celular. Acredito o projeto base estará pronto antes mesmo da minha volta aos Estados Unidos, isso se eu conseguir manter o ritmo.
Com o passar dos minutos, já estou totalmente dispersa e no meu próprio mundinho com a câmera, registrando cada detalhe das tantas histórias reunidas em um lugar só, sejam os resquícios de civilizações que já não existem, as obras de artistas que fizeram história ou artefatos que revolucionaram o mundo.
Passando pela Ala Denon, observo as esculturas de Vitória da Samotrácia, representada pela deusa grega Nice, e a de Psiqué reanimada pelo beijo de Eros, obra um tanto sensual e romântica.
Quando entro no Grande Salão, onde também foi a cena do assassinato do Sauniere em O código da Vinci, fico estática, apenas observando o ambiente antes de dar o primeiro passo em direção a Monalisa, provavelmente a obra mais famosa de Leonardo da Vinci, protegida por um vidro blindado.
É uma pintura tanto instigante quanto perturbadora, já que é impossível decifrar os sentimentos da misteriosa mulher do quadro pintado a mais de quinhentos anos.
— Lalisa.
Desperto ao sentir a mão de Jungkook sobre meu ombro. Fiquei tão vidrada nas esculturas e quadros que acabei me esquecendo de que não estava sozinha.
— Desculpe, eu fiquei distraída. — Explico com um sorriso sem graça, voltando a atenção ao quadro.
— Posso cuidar das fotos, se você quiser. — Jungkook se oferece, ainda tocando meu ombro.
Viro-me novamente para olhar em seus olhos, notando em como parecem concentrados e intensos.
— Estou apenas fazendo o meu trabalho... — Respondo, sendo interrompida quando Jungkook tira a câmera das minhas mãos.
— Quero que você curta o nosso dia, eu cuido das fotos. — Declara, dando um clique na direção de Monalisa. — Vamos.
Pegando minha mão, Jungkook me leva para fora do Salão para uma nova Ala, essa de antiguidades egípcias, onde passo boa parte do tempo fazendo anotações mentais enquanto observo os artefatos e Jungkook os registra com a câmera.
Fico encantada, e não apenas com toda arte a minha volta, mas com o quanto Jungkook é lindo quando está concentrado em alguma coisa para realizá-la com perfeição.
— Não sabia que gostava de fotografar. — Comento, e por trás da câmera vejo Jungkook sorrir.
— Pois é. — Ele se aproxima, checando as fotos.
Na verdade, não sei quase nada sobre ele.
...
Após o Louvre, vamos para Ópera Garnier, uma lugar lindíssimo de estilo neobarroco, o que me faz sentir como se estivesse em um castelo.
— Isso é tão bonito! — Exclamo, quase a ponto de chorar.
— É, é sim. — Atrás de mim, Jungkook ainda se ocupa em tirar as fotos. — Acho que já temos o suficiente. — Avisa, aproximando-se para me entregar a câmera. — Me envie as fotos quando puder.
— Claro. — Dou de ombros, guardando a câmera na bolsa e erguendo o olhar para Jungkook, encontrando seu rosto bonito e seus olhos doces me encarando. — O que foi? — Digo em um sorriso.
Tocando meu rosto, seus dedos levam uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha, e inclinando o rosto e roçando meus lábios com os seus, beija-me com ternura e de modo lento, o que me faz derreter facilmente em seus braços.
Estou perdida.
— Você é tão linda que dói. Não sei o que sou capaz de fazer quando estou com você, meu anjo, vê o quanto isso é ruim?
Fico silêncio, ainda respirando o mesmo ar o seu, completamente inebriada.
— Vejo. — Sussurro. — Vejo porque sinto a mesma coisa.
Ele me lança um sorriso sedutor.
— Então acho que você é perfeita para mim.
— Provavelmente. — Concordo. Pois realmente quero ser.
— Não existe "provavelmente", Lalisa. — Me enlaça pela cintura, sussurrando contra meus lábios: — Sei que é.
Quando voltamos ao mundo real por causa do toque do celular de Jungkook, fico momentaneamente deprimida, caminhando para fora da Ópera com Jungkook me seguindo com seu celular na orelha, parecendo discutir com alguém.
...
Nossa última parada antes do almoço é na Galeria Lafayette, uma loja que reúne várias grifes de moda em um lugar só, e que chega ser um absurdo de tão grande que é.
Como a verdadeira estilista e amante de moda que sou, Jungkook precisa acelerar o passo para poder me acompanhar entre as lojas, e quando paramos em frente ao estabelecimento da Luxen começo a dar pulinhos, reconhecendo os vestidos da vitrine.
— São meus vestidos!
Jungkook para ao meu lado, olhando para as peças em silêncio antes de olhar novamente para mim.
— Já teve a oportunidade de usar suas próprias criações? — Pergunta, pensativo.
— Bem, algumas, para desenvolver projetos e tal, mas vestidos como esses em meu guarda-roupa são poucos, os preços são exorbitantes e não cabem na minha renda.
Ainda parecendo pensativo, Jungkook retoma a fala:
— Acabei de me lembrar que precisamos comprar sapatos novos para você.
Segurando minha mão, Jungkook praticamente me puxa para dentro da loja, onde somos imediatamente atendidos por uma mulher de boa aparência e sorriso exagerado.
— Excusez-moi, avez-vous besoin d'aide?¹
— Chaussures.² — Jungkook diz com um sotaque extremamente sexy, e em seguida a mulher se afasta, voltando com várias caixas enquanto Jungkook me faz sentar.
— Ela vai te mostrar os sapatos, mas acredito que já esteja familiarizada com eles. — Pisca para mim.
Deus do céu!
— Excuse. — A mulher fala, mostrando os pares de sapato, os quais estou definitivamente familiarizada, posso até mesmo dizer a qual coleção cada um pertence.
Minutos se passam e a mulher continua me trazendo mais e mais sapatos, parece muito empolgada, e eu aproveito para olhar o preço em uma das caixas quando a mulher se afasta novamente para trazer mais pares.
245,48 euros.
Convertendo isso para dólares fica...300 dólares?!
— Que diabos. — Murmuro, espantada, procurando Jungkook com o olhar e o encontrando próximo a algumas araras de roupas. — Vem aqui, agora! — Sibilo, levemente alterada.
Ele vem até mim, parecendo bem calmo.
— O que foi? — Pergunta, colocando as mãos nos bolsos, despreocupado.
— Como você acha que eu vou pagar trezentos dólares por um par de sapatos?! — Sussurro, quase xingando.
Seus lábios se inclinam levemente, como se ele quisesse rir.
— O que é tão engraçado? Eu vou te...
A vendedora volta, trazendo mais duas caixas nas mãos.
— Você já escolheu? — Jungkook pergunta com os olhos em mim, ainda sorrindo.
— Você não me ouviu? Eu não...
— Elle a aimé ces trois paires. Prenons.³ — Jungkook diz para vendedora, que sorrindo pega três caixas de sapato e os leva para longe. — Vamos, Lalisa.
Puxando minha mão outra vez, Jungkook me leva para sentar em outro lugar, onde o espero por cerca de cinco minutos antes que ele volte com uma sacola e uma caixa apoiada entre o braço e o corpo.
— O que é isso? — Levanto-me imediatamente.
— Seus sapatos e seu vestido. — Diz, simplesmente colocando-os em minhas mãos.
— Mas Jungkook... — Tento dizer, mas sou calada por seus lábios atacando os meus e tirando meu fôlego.
— É um presente, bobinha, e não aceito devolução. — Afastando-se, Jungkook me puxa para fora da loja enquanto uma Lalisa chocada ainda tenta processar a informação.
Jeon Jungkook é definitivamente o homem mais lindo, singular e imprevisível — adicionando a lista — que eu já conheci.
...
Após o almoço em um restaurante francês de nome difícil, voltamos para o hotel.
Meus pés doíam e meu corpo estava exausto, mas parecia voltar a ativa quando os lábios de Jungkook passaram a me provocar no pescoço e atrás da orelha.
— Você é irresistível, meu anjo. — Ele ronrona, desenhando círculos profundos com a língua nos pontos de tensão em meu pescoço. — É uma tortura não ter minhas mãos em você.
Entro em meu quarto com seu corpo ainda agarrado ao meu, deixando a sacola de sapatos e a caixa do vestido em cima da mesa antes de subir minhas mãos por seu pescoço e apertar seu cabelo, deixando-o explorar meu pescoço.
— Tenho algo para você mais tarde. — Ele geme em meu ouvido quando passo minha outra mão por sua ereção.
— Tem, é? — Provoco, sentindo sua mão agarrar meu pulso, parando com minha brincadeira em suas partes mais baixas.
— Tenho. — Me gira, puxando-me contra seu peitoral e atacando meus lábios.
— Então use o vestido que te dei, quero ver você o usando. — Sussurra a última parte, inclinando os lábios em direção ao meu ouvido e mordendo o meu lóbulo antes de completar: — Quero ser o primeiro a tirá-lo também.
Sinto que essa noite será muito interessante.
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¹| "Licença, precisam de ajuda?"
²| "Sapatos"
³| "Ela gostou desses três pares. Vamos levar."
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