Já era quatro da tarde quando saímos da prefeitura já com a autorização da comemoração do nosso casamento. Pegamos um metrô que parava perto da clínica onde ia ser a consulta, nosso carro já está no concerto, talvez estaria pronto na próxima semana. Assim que chegamos, dou meu nome e aguardo ser chamada. Quem acompanharia a minha gravidez toda seria  Dra. Sylla, ela cuidou da Heyoon.

- Any Gabrielly - escuto chamarem e nos direcionamos a sala de consulta.

- Nervosa? - Josh me pergunta já na frente da porta.

- Um pouco. - Viro a maçaneta da porta e adentro o espaço. Cumprimento doutora Diarra, e ela pede para a gente sentar.

- Então, Any. Yoon falou muito de você durante a gravidez dela, acredito que foi você que veio com ela no dia de saber o sexo, vocês estavam organizando um chá revelação. 

- Pois é, quando Heyoon falou Dra. Diarra, eu sabia que esse nome era familiar. 

- Bom, e você deve ser o Josh. - Diz apontando para o loiro ao meu lado.

- Sim, sou. 

- Vou começar parabenizando os papais, vamos cuidar para esse pitico nasça cheio de saúde. 

- Obrigada. - Sorrimos para ela.

- Any, vou te fazer algumas perguntas para colocar na sua ficha de acompanhamento. - Ela fala mexendo no notebook á sua frente. 

- Ok.

- Sua idade?

- vinte e três anos.

- Tipo sanguíneo?

- A+

- A gravidez foi planejada? 

- Não, foi bem inesperada, mas estamos lidando bem com isso.

- Certo, isso é bom. Toma algum medicamento?

- Não. 

- Utiliza algum método contraceptivo? Pode ser ou você ou ele.

- Eu pus um DIU hormonal quando começamos a ter relações com mais frequência, isso a quase seis anos atrás. 

- Nossa, vocês estão juntos a seis anos? 

- Sim. Desde o último ano do ensino médio. - Josh responde.

- Wow, é para poucos. Eu nem lembro qual foi meu namorado no ensino médio. - Rimos 

- Depois desse tempo todo, essa criatura resolve me pedir em casamento só um mês atrás. - Falo com ela como se estive contando um segredo, mas sabia que o loiro estava escutando. Rimos da cara que ele vez e voltamos para as perguntas da ficha. 

- Prontinho, ficha completa. Vamos ver com está esse pitico? - Ela fala apontado para a maca ao lado da máquina de ultrassom.   

 - Sim! - Falo animada. Ela pega um pacote lacrado dentro do armário atrás da sua mesa. 

- Vista isso naquele banheiro, e volte. Pode deixar suas roupas na cadeira. - Faço o que ela mandou e volto me deitado na maca. 

- Licença. - Fala levantado a camisola descartável que eu estava usando. - Isso vai ser meio gelado. - Ela passa o gel na minha barriga, em seguida o aparelho está na superfície do meu ventre. Diarra mexe um pouco ele e volta a falar conosco.

- Esse é o seu DIU hormonal. - Fala apontando para tela e depois mexendo mais um pouco ela vira a tela para gente melhor. - E esse é o bebê de vocês. - Sinto uma lágrima cair do meu olho, aquele pontinho era um fruto do nosso amor, meu e de Josh. Olho para ele que está ao meu lado e vejo que também estava chorando. 

- É o nosso brotinho. - Ele fala com a voz embargada.

- É tão pequeninho. Ainda vão ser longos meses pela frente. - Ele beija minha testa.

- Você consegue, é a mulher mais forte que já vi, depois da minha mãe, claro. - Rimos do seu comentário. 

- A gente vai conseguir. - Di olhava admirada para nós, o que me deixou meio tímida.

- Vocês são o casal mais lindo que eu já vi, mas não conta para a Heyoon e o Lamar. - Diarra era ótima, sinto que vai ser muito tranquila minha gravidez com ela me aconselhando me ajudando. Pedi para que ela me passa-se as vitaminas das marcas mais baratas para poder comprar e ela acabou me dando o número de uma amiga dela que é dona de uma farmácia, disse que conseguiria um desconto muito bom com ela. Saímos depois de quase uma hora de consulta, passamos na casa da Sabina para Pepe nos dar carona para faculdade. O final do dia foi bem rotineiro, faculdade, casa, banho, janta e cama, estava extremamente cansada. 

[Semana seguinte...]    

Falta quase um mês para o meu casamento, estava tão feliz. Havia descoberto que eu estava com treze semanas de gravidez, o que vale a mais ou menos dois meses e pouco, quase três, minha barriga começou a ganhar uma protuberância e Josh não parava de beijar ela, em qualquer oportunidade ele beija, é tão lindo, imagina quando ela estiver grande? Um dos costumes que adquiri durante essa nova fase foi usar vestidos colados, amava exibir minha gravidez, porque está sendo um momento maravilhoso, mesmo com todas as dificuldades. Em uma conversa que tive com minha mãe durante uma ligação ela me alertou sobre uma coisa, e me fez pensar duas vezes sobre isso, ela falo sobre a questão de eu não querer aceitar contribuições para o casamento, disse que era melhor que eu começasse a ser menos cabeça dura com essas coisas, e que eu aceita-se porque realmente vou precisar do dinheiro que iria gastar com as coisas do casamento para usar com o meu bebê, desde então todos que oferecem algo para ajudar com o casamento eu aceito. Nessa coisa de ir aceitando e aceitando já tenho meu vestido de noiva, flores para decoração, bolo e o terno de Josh. Iriamos pagar pouquíssima coisa. 

Hoje eu, mamãe, tia Laura e as meninas que iam ser madrinha, no caso Sabina, Sina, Nour e Joalin, vamos comprar o meu vestido. Teria que ser algo mais solto por causa da minha barriga e o estilo mais natural do casamento não exigia nada muito exuberante. Provei em torno de seis vestidos, mas o que mais gostei foi o quarto, ele ficou perfeito em mim, e não iria ter problemas caso minha barriga ficasse maior na época do casamento, porque sua saia era soltinha. Definitivamente era aquele que levaria, minha tia, que pagaria o vestido, nem deixou eu chegar perto do caixa para ver o preço.        

- Obrigado Tia Laura, eu nunca vou agradecer o suficiente por isso. - Falo abraçando ela.

- Me agradeça sendo feliz, querida.

Andamos mais um pouco, mas meu corpo já estava cedendo ao cansaço, falei que precisava descansar um pouco antes de ir para a faculdade, então elas me deixaram em casa. Deixei minha bolsa no sofá e fui direto para cama, sem ao menos me dar o trabalho de trocar de roupa. Pedi para minha mãe guardar o vestido na casa dela, pois havia mais espaço lá. 

[...] 

- Amor, acorda. - Abro os meus olhos aos poucos e me deparo com um par de olhos azuis na minha frente. 

- Que horas são? - Pergunto sonolenta.

- São seis e meia, precisamos ir se não você vai se atrasar para sua aula. - Me sento na cama.

- Enquanto eu escovo o dente liga para a Sabi para ela vir buscar a gente. - Ele nega com a cabeça sorrindo.

- Não será necessário. - Ele levanta um chaveiro da estatua da liberdade e junto dele está uma chave, mas não qualquer chave, uma chave de carro, a chave do nosso carro! Pulo no braços dele e solto um gritinho de felicidade. 

- Sem mais caronas, sem ter que caminhar todo dia para o trabalho, e o melhor sem metrô fedido. - Ele diz ainda abraçado a mim. - Agora corre porque a gente tem que ir.

Rapidamente já estamos dentro do carro, que está cheiroso já que foi lavado, porém parece que nosso bebê não gostou muito do cheiro, antes que eu possa vomitar abro a janela, coloco a cabeça para fora e respiro fundo, o enjoo passa e tudo fica normal novamente.

- Tudo bem? - O loiro pergunta do lado do motorista.

- Sim, já passou. Aqueles remédios que a Dra. Sylla passou ajudam muito a diminuir os enjoos. 

Tudo passa como todos os dias, aulas, trabalhos do final do curso para serem entregues, conversas com nossos amigos e de volta para casa. Depois de tomar banho Josh vez uma pipoca doce para gente e fomos assistir alguma coisas. Antes dele ligar a TV, me sento no seu colo com uma perna de cada lado e apoio meus braços na curva do seu pescoço, ele deixo a pipoca de lado e deu atenção para mim.

- Vamos conversar um pouco. - Ele assente e eu continuo - Então meu futuro engenheiro, como vão as coisas no trabalho?

- Bom, eu e Noah conseguimos entregar mais um projeto para nosso chefe e foi um sucesso, ele disse que já temos um comprador e que nosso contrato está garantido depois da faculdade. O salário que vamos receber vai ser bem melhor do que a remuneração do estágio. 

- Isso é ótimo! Parabéns! - Deixo um selinho nos seus lábios.

- E você? Como andam as coisas?

- Conversei com Savannah hoje mais cedo no trabalho e ela disse que ganhei o cargo de analisadora chefe da editora, mesmo antes de eu me formar. Eu vou fazer a mesma coisa que estou fazendo agora, porém com as obras já escolhidas por outros estagiários, eu que decido por último qual obra tem qualificação para ser lançada pela editora ou não. 

- Wow, então não vai ter que esperar esse mais um mês de faculdade? 

- Não, eu já começo amanhã. Ela disse que além de merecer o cargo, eu vou precisar desse recheio no salário o mais rápido o possível. 

- Merece mesmo, você sempre foi muito dedicada em tudo. Eu não poderia ter achado alguém melhor para passar o resto da minha vida junto, uma mulher linda, forte, dedicada, segura, eu me apaixonei até mesmo pelos seus defeitos, que pra mim são quase invisíveis. - Sorrio tímida, não importa quanto tempo passe os elogios dele sempre vão me fazer corar. - Eu te amo Gabrielly.

- Eu amo você! - Dai vocês já sabem: beijo para cá, roupa pra lá e mais uma noite inesquecível ao lado do meu amor.      

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