Abaixo da ponte, há um lindo lago, coberto por ondas rasas e peixes.

- Aqui é muito lindo! Não me lembro de ter visitado essa área desde a última vez que vim aqui.

- É, poucas pessoas conhecem esta parte.

- Mas isso daqui é só uma vista.

- A minha surpresa para você é outra.

- Então qual é? - Perguntei.

- Este colar. - Disse ele, retirando uma elegante correntinha da caixinha do bolso.

- Isso é para mim?

- Sim. Era da minha mãe, mas agora é seu.

- Da sua mãe!

- Tem certeza? O seu pai não ficará incomodado? Além disso, isso deve ser muito importante para você.

- Não se preocupe.

- Apenas coloque para mim.

- Tudo bem... - Concordei, enquanto ele encaixava o colar na minha nuca., e eu, o evidenciava em meu colo.

- Muito obrigada... Isso deve ser muito especial para você...

- É sim, e você também, e por isso te entrego.

Sorrimos.

-Minha mãe uma vez me disse, que eu deveria dar esse colar para a pessoa que eu mais amasse.

-E essa pessoa é você.

O silêncio entre nós surgiu, e o meu olhar estava emotivo, segurando a minha boca de dizer que eu também o amava.

- Cuidarei desse colar com muito amor e carinho, como você tem cuidado de mim.

- Imagina, mas agradeço pela consideração.

Permanecemos em silêncio, até Aidan, dizer:

- Está com fome? Não comemos desde que saímos.

- Sim, realmente. Acho que comeria um antílope. - Brinquei.

- Uau, essa sua fome está de leão em! - Sorriu.

- Venha! Compraremos pipoca. - Disse Aidan, levando a minha cadeira de rodas com ele.

Prosseguimos para a praça sorrindo como nunca, até que, de repente, o sorriso de Aidan desapareceu:

- O que foi, Aidan?

Ele ficou em silêncio.

Assustada, eu segui o seu olhar, e cheguei aquela cena que tinha o atordoado.

Era um policial, batendo em uma criança, somente por que ela havia roubado sua carteira.

As pessoas passavam próximas aquilo, mas apenas recuavam, com medo de algo acontecesse por ser um desacato a autoridade.

O punho de Aidan estava cerrado, seu semblante estava cheio de raiva e ele parecia distante, como se estivesse lutando com a sua própria mente.

Meus olhos se tornaram espertos e atentos a qualquer movimento brusco ou repentino dele., tão somente, que o mesmo se esquivou tentando ir em direção ao policial!

Assustada! Agarrei o seu braço com força tentando impedi-lo, afinal, Aidan tem transtorno de personalidade, então tenho medo do que ele possa conseguir fazer e ainda mais nesse momento de raiva que ele se encontra!

Porém, quando ele está nervoso, parece ser ainda mais difícil de segurá-lo, o que simplesmente fez com que ele escapasse rapidamente dos meus braços, e em simultâneo me puxar para frente, a ponto que eu caísse para o chão, batendo o meu joelho com força nas pedras da praça.

No entanto, eu só podia pensar no Aidan, o que me fez esquecer da dor que eu estava sentindo e me concentrar em sua ação a seguir!

- Aidan! - Comecei a gritar, enquanto as pessoas encaravam aquela situação surpresa!

E de repente, os meus gritos chamaram a atenção do policial, mas já era tarde demais...

Aidan, o derrubou com força no chão, ficando sobre ele, e começou a lhe distribuir vários socos pelo rosto, enquanto as pessoas gritavam apavoradas chamando a polícia!

Uma desconhecida, correu até mim, e ajudou-me a assentar novamente na cadeira de rodas!

Essa fria cadeira de rodas!

No tempo em que eu impulsionava o meu assento para frente, para chegar a tempo de pará-lo.

Comecei a gritar o seu nome desesperada!

Até que Aidan, levantou uma pedra com as mãos, pronta para acertar o oficial!

E naquele mesmo momento eu gelei! Correndo o mais que eu podia com aquela cadeira., e no momento preciso, eu cheguei até ele, logo me desgarrando da cadeira, e dando um pequeno pulo em suas costas o puxando para trás, enquanto a pedra caía de suas mãos com as suas forças.

O meu corpo estava tremendo abraçado ao dele, a minha respiração estava pesada, e eu estava a ponto de chorar, durante a multidão que nos pressionava com olhar.

Segurei as mãos de Aidan, e comecei a acariciá-las, enquanto ele parecia apenas se recuperar de algo que ele não havia feito, mas o seu outro eu.

- Aidan... - O chamei.

E naquela mesma hora, ele parecia ter acordado, e começava a contemplar o que ele fizera a sua volta!

Ele olhava as pessoas, aterrorizado consigo mesmo, e sem hesitar afastou-se de mim.

Aidan levantou-se, vendo o policial no chão quase que inconsciente, ouvindo as pessoas cochicharem a sua volta, dizendo que ele era o problemático da família Frankfurt, o clima pesado, e talvez com o sentimento de culpa em seu coração.

O mesmo olhou para mim, soltou uma lágrima dos olhos... E disse apenas para mim:

- Sou um monstro, não sou... - Murmurou.

Balancei a cabeça que não, mas, em simultâneo, sem saber o que dizer.

Eu estava tão assustado, que o silêncio, agora fazia parte de mim...

Eu tentei mesmo ao chão, fazer um movimento até ele, mas o mesmo se afastou, e saiu correndo para fora do parque, enquanto as pessoas se afastavam com medo.

Tentei gritá-lo, mas nada saía de mim, a não ser soluços carregados de lágrimas!

E o meu coração sufocou...
Estávamos separados de novo, e eu apenas não entendia, o por que da sua revolta?

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Em seguida, eu e Aidan nos separamos, e devido ao meu joelho tive que chamar um táxi e ir para casa sozinha...

A polícia me deixou em paz depois do acidente, afinal, era Aidan Frankfurt, ou seja, esse tipo de história não era novidade. E Devido ao poder do pai, novamente ele não sofreu nenhuma consequência.

Cabisbaixa, eu retornei para casa, sem obter nenhum sinal do Aidan, mas apenas torcendo que ele estivesse bem, e não fazendo nenhuma besteira.

Meu rosto pálido, demonstrava tristeza, enquanto eu entrava pelas portas da mansão.

A porta estava aberta, e uma limousine estava estacionada bem a frente.

O que me fez questionar o que estaria acontecendo?

Assim que entrei, Joanna e Senhor Harrigan estavam de pé com malas nas mãos, enquanto um jovem de costas passeava por todo o salão distraidamente.

Até que, ele se virou, e encarou-me.

Ele tinha traços sérios e rebeldes, cabelo ondulado até os ombros de cor castanho-claro, pele clara, olhos avelã, e sobrancelhas grossas e lábios finos como os de Aidan.

E roupas consideradas exóticas.

- Quem é você? - Perguntou, após a minha análise.

Fiquei em silêncio, um pouco perdida, tentando entender quem era ele, afinal, o mesmo se parecia com o Aidan.

- Joanna, quem é esta garota?

- Esta é a Saara Thomas, namorada do mestre Aidan, segundo mestre. - Respondeu ela, me deixando ainda mais constrangida, afinal, não éramos namorados.

Ele apertou os olhos, e me analisou de cima em baixo.

- Namorada do meu irmão? - Questionou com uma expressão de surpresa.

Irmão?

- Sim! Minha namorada, Aleev! - Gritou Aidan, me surpreendendo ao entrar pela porta.

Os dois se fitaram como se estivessem a ponto de bater de frente um com o outro.

- Não irá me apresentar a ela?

- Não faço questão disso. - Impôs Aidan.

- O que você está fazendo aqui, Aleev? - Questionou ele autoritário.

- Acho que você se esqueceu, mas essa também é a minha casa.

- Talvez para o nosso pai, mas não para mim. - Rebateu Aidan.

- Pai? - Questionei em voz alta.

Aleev me encarou.

- O Aidan, não te contou ter um irmão? - Perguntou ele.

- Meio-irmão, não se esqueça.

- Você sempre faz questão de lembrar disso. - Afirmou Aleev.

- Mudando de assunto, eu estou aqui agora para ficar, já viajei demais pelo mundo, e cogito focar mais na minha carreira, e conduzir algo de útil para o pai ao contrário de você.

- Mas fique tranquilo que manterei distância.

- Não invado o espaço pessoal dos outros. - Disse ele.

Após isso, ele se virou para mim e disse:

- Foi um prazer te conhecer Saara. Nos vemos por aí. - Sorriu amigavelmente, deixando uma pulga atrás da orelha.

Afinal, o que realmente acontecia entre o Aidan e ele?