➤ 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗍𝖾𝗋 𝖲𝗂𝗑𝗍𝖾𝖾𝗇
Eu poderia me acostumar tão bem a isso.
Poderia passar todas as manhãs espalhada na cama, sentido a brisa em meu corpo nu, sair para varanda e admirar meu senhor correndo pela praia. Poderia fazer o café da manhã para nós dois, alimentá-lo e pedir que ele me alimentasse de volta, enroscar-me em seu colo e acariciar seu peito bronzeado apenas porque estou com vontade. Amá-lo de todas as maneiras possíveis...e de mais algumas. Sim, eu com certeza poderia me acostumar a isso.
É o nosso último dia no Hawaii e já sinto um certa tristeza, mas tenho pouco tempo para isso comparada ao tremendo estado de excitação que me encontro.
Estou observando cuidadosamente as expressões que cruzam seu lindo rosto a cada impulso. Quando ele engasga com a própria respiração erratica, aproveito a oportunidade de encontrar sua boca com a minha, deslizando a língua nos lábios entreabertos.
— Você é minha. — impulso.
— Sua. — eu digo na sua boca — Sua. Porra. Eu sou sua.
Sei que isso é o suficiente para levá-lo ao limite, e para mim também. Eu instintivamente trago minha mão esquerda para minha boca para abafar o gemido, sentindo um puxão de um orgasmo começando a crescer.
Jungkook agindo com a mesma rapidez, puxa a mão:
— Eu quero ouvir — a voz dele é suave, mas confiante.
Eu gozo, alto. Ele não está muito atrás. Um zumbido corre por todo meu corpo e meus
quadris balançam uma, duas, três vezes. No terceira, Jungkook se desfaz. Minha respiração é superficial enquanto eu me sinto em queda livre, de novo e de novo. Ele desaba em cima de mim, ofegante.
Os pássaros do litoral cantavam incessantemente em algum lugar distante, junto ao som das ondas do mar quebrando na costa, mas a única coisa que consigo focar é no corpo do meu marido e em sua pele bronzeada pelo sol que temos tomado nos últimos dias. Estendo a mão para traçar seu ombro com os dedos, imediatamente querendo substituí-los por meus lábios.
— Uma ótimo forma de começar o dia — ele diz rouco, rolando preguiçosamente — Bom dia, anjo.
— Bom dia, querido. — timidamente planto um beijo rápido no canto de sua boca.
Jungkook empurra os cabelos rebeldes do meu rosto antes de me puxar para um beijo “adequado”, como ele diria. Nossos lábios se encaixam perfeitamente, como se fossem moldados especialmente um para o outro.
Tentei me afastar, mas Jungkook me perseguiu com os lábios por um, dois, ok, mais três beijos "adequados". Quando finalmente nos separamos, seus olhos descansam no meu rosto, atordoados.
— Café da manhã no quarto, certo?
— Totalmente.
— Vou providenciar. — levantando-se, Jungkook começa a vestir suas roupas enquanto eu aprecio a vista — Já volto.
Deixando um beijo rápido nos meus lábios, Jungkook sai do quarto e eu volto a me esparramar na cama. Minhas pálpebras se fecham por um instante e eu volto a relaxar completamente, mas a vibração de um celular me tira do nirvana e eu gemo com a interrupção.
Abrindo os olhos novamente, percebo que Jungkook deixou seu celular no quarto. Eu o pego na intenção de desligar, mas a cessão de mensagens aparecendo na tela não passam despercebidas.
— Lalisa?
Feito
Os dez mil dólares foram transferidos para conta da senhorita Victoria Aveyward
Ela sairá de Nova York em breve
— Lalisa?
Ele está parado na porta do quarto, e o sorriso em seu rosto se desmancha totalmente quando ele vê o que tenho nas mãos, mas nada sai de sua boca. Eu me levanto, levando o lençol da cama comigo.
— Você precisa me explicar isso. — estendo o celular para que ele o pegue, mas ele não se move, me observando totalmente estático — Porque você transferiu essa quantia absurda de dinheiro para Victoria?
— Eu posso explicar. — sua voz vacila por uma questão de nanossegundos.
— Ótimo, eu estou esperando. — estou nervosa, e falhando miseravelmente ao tentar esconder isso.
Ele abre e fecha as mãos, como se quisesse se livrar da tensão, mesmo parecendo inútil, então ele simplesmente solta:
— Foi ela.
— Foi ela o quê, Jungkook?
— Foi ela que tirou a foto.
O chão sob meus pés parece se desprender e voltar em questão de alguns segundos, assim como o meu temperamento, que drasticamente muda.
— Que porra? — eu pergunto, mas ele sabe que eu entendi muito bem, então continua:
— Ela está grávida do Russel. Precisava desse dinheiro pra sair daqui, a família não quer saber dela ou desse bebê. Ela estava sozinha e ele a obrigou a conseguir informações de dentro da empresa para nos prejudicar. Ela estava sendo ameaçada por ele e precisava de ajuda.
Nada sai da minha boca por vários segundos. Estou incrédula, e louca de raiva, devo acrescentar.
— Sua bondade chega beirar à estupidez, Jungkook! — eu me altero, devolvendo o aparelho para ele com um empurrão em seu peito — Essa mulher quase fodeu com a minha vida. Com a minha carreira. E então você simplesmente sente pena dela porque ela engravidou do desgraçado do Russel? E quanto a mim? E quanto ao que eu passei?
— Eu sei, querida, eu sei. — ele tenta vir até mim, segurando meus ombros — Mas eu não podia simplesmente dar as costas. Ela cooperou com as investigações. Eu deixei claro que ela não poderia voltar a dar as caras por lá, mas eu não poderia deixá-la desamparada.
— Dez mil dólares, porra, sério, Jungkook?
— O suficiente para que ela saísse das nossas vidas. Lalisa, por favor! — seu tom de voz é suplicante, ele está desesperadamente tentando me fazer entender — Eu não queria que você soubesse justamente porque sabia que ficaria assim.
— Então por que o fez? — estou irada, afastando suas mãos de mim quando mais uma vez ele tenta se aproximar — Não, Jungkook. Sério. Não é melhor hora para você me tocar ou vir para cima de mim com seu rolo compressor.
Eu passo por ele, pegando minhas roupas e começando a me vestir furiosamente. Preciso de um pouco de ar. Ele não tenta me impedir, mas sei que observa cada um dos meus movimentos completamente tenso.
— Onde vai?
— Caminhar. — eu sigo para varanda, abraçando meu próprio corpo numa tentativa falha de me proteger da brisa que sopra — Não me siga.
Eu caminho pela praia, sozinha, durante longos minutos que parecem se estender em horas. Tento desesperadamente canalizar minha raiva, mas isso de alguma forma me deixa mais estressada. Quando começo a sentir enjôos sei que é a hora de parar, então apenas me sento sobre a areia, respirando profundamente.
— Isso é tão fodido. — eu xingo em silêncio, abraçando meus joelhos. Depois disso estico as pernas, abraçando meu próprio ventre — Desculpe, bebê. Mas o seu pai me tira do sério. Ele é uma peste. Espero que você se pareça pelo menos um pouco comigo, ou ficarei maluca.
Tento relaxar, lembrando quando a doutora disse que situações de stress deveriam ser evitadas ao máximo. A questão é que eu me casei com um homem que consegue atropelar todos os meus limites, e eu o amo por isso.
Como ele pode ter sentido compaixão por aquela megera? E porque diabos eu tenho sempre que descobrir as coisas desse jeito?
"Eu não queria que você soubesse justamente porque sabia que ficaria assim"
Bem, pelo menos em algo ele está certo. Estou furiosa, com vontade de envolver minhas mãos no pescoço dele ao mesmo tempo que quero abraçá-lo com força. Lágrimas se formam em meus olhos e eu me sinto emotiva do nada. Malditos hormônios.
Me levanto, balançando o vestido a fim de me livrar da areia impregnada no tecido e dou meia volta, caminhando pela baía até voltar ao chalé.
Ele está ali na frente, sentado na escadinha que leva à praia, com os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça abaixada. Ao me ouvir me aproximando, seus olhos se erguem e ele praticamente salta dali, vindo até mim com passos cautelosos.
— Você está certa. Eu deveria ter te contado.
Eu não queria que você se estressasse, o bebê...
Como posso lidar com ele?
Eu o calo, amassando meus lábios nos seus e segurando seu rosto. Mesmo parecendo confuso, ele não demora para ceder, passando os braços por minha cintura e me trazendo para mais perto.
— Se hoje é tudo que temos — divago, trazendo minhas mãos para acariciarem sua nuca — Podemos deixar essa discussão para amanhã, certo?
— Certo. — ele não contesta, nem sequer se atreve a pensar nisso.
Nós voltamos para o quarto, voltando para o café da manhã e esquecendo o que podemos deixar para depois.
RETA FINAL
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