Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

➤ 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗍𝖾𝗋 𝖤𝗂𝗀𝗁𝗍

Não me sentir sozinha e vazia é inevitável. O sentimento de culpa e desolação me arrasa, e eu fico furiosa por me sentir assim. A falta de pressa em marcar logo uma consulta também mexe com a minha cabeça, porque ela ainda parece estar em negação.

Há uma semana desde que me casei e eu mal consigo olhar nos olhos do meu próprio marido. Não consigo nem mesmo fingir que está tudo bem. Os enjoos tem se tornando cada vez mais intensos e frequentes, e minha capacidade de saber mentir tem se tornando cada vez mais inútil.

— Lisa? — a voz de Roseanne ressoa no fundo da minha cabeça e me traz de volta
— Você me ouviu?

— Não. — eu murcho na cadeira da cafeteria da empresa, abaixando o olhar para o meu café praticamente intocado.

— Quando vai contar para ele?

— Não sei. — eu brinco de girar a colherzinha dentro da xícara — Não consigo nem olhar para ele.

— Você está com medo da reação que ele pode ter?

— Nós nunca falamos sobre ter filhos. Nem sei se ele quer ter bebês comigo.

— E se a resposta for sim e você está aí, sofrendo à toa?

Olho para Roseanne por um instante, pensando superficialmente na pergunta antes que a minha linha de pensamento seja interrompida pelo barulho de uma cadeira se arrastando ao meu lado.

— Olá. — Taehyung gira a cadeira e se senta, cruzando os braços sobre o encosto da assento.

— Não se aproxime. Eu sou capaz de vomitar em você. — eu o aviso, franzindo o cenho ao ver um resquício do sorriso quadrado em seus lábios.

— Eu vim em paz. — ele levanta as mãos para cima, na defensiva — Quando é que vai me perdoar, gatinha?

— Para de me chamar de gatinha!

— Mas você é pequeninha e feroz, como uma gatinha.

— Cala a boca.

— Ei, vocês dois. — Roseanne interrompe minha pequena discussão com Taehyung e atrai nossa atenção — Temos um problema maior aqui do que a briga estúpida de vocês.

— Temos? — a sobrancelha de Taehyung levanta, enquanto seu olhar intercala entre nós duas.

Tento chutar Roseanne por debaixo da mesa e fazê-la calar a boca também, mas ela apenas franze o cenho e continua:

— Vamos lá, Lalisa. — ela gesticula com as mãos — Não vai poder esconder para sempre essa gravidez.

— Você está grávida?! — o grito de Taehyung é contido quando Roseanne lança a mão na direção da boca dele. Algumas pessoas olham na nossa direção e eu me encolho, apenas balançando a cabeça, e essa é a minha única resposta.

— Você...como... — Taehyung gagueja, afastando a mão de Roseanne.

— Vamos lá, você já é grandinho o suficiente para saber como se fazem os bebês. — Roseanne resmunga na direção dele, mas meu amigo continua boquiaberto e imóvel.

Ele abaixa a cabeça, se levanta, depois senta de novo. Parece mais perturbado do que eu imaginei que ficaria.

— Eu nem sei o que dizer — Taehyung consegue dizer depois de minutos de silêncio — Ele, Jungkook, sabe?

— Não. — um nó enorme se aloja na minha garganta — Não sei como contar.

— E eu estou dizendo a Lalisa que ela precisa contar. Você não concorda, Taehyung?

Taehyung fica quieto, e eu não espero por sua resposta, puxo minha bolsa pela alça e me levanto. Os dois acompanham todos os meus movimentos com o olhar, em silêncio.

— Adoraria ficar para a conversa, mas prometi a Nic que iria buscá-lo na escola hoje. Até amanhã. — eu me despeço sem cerimônia, porque não me sinto no meu melhor momento para ouvir meus dois melhores amigos discutindo sobre o que eu devo ou não fazer com a minha vida.

Saio da cafeteria, rumando até os elevadores. Aperto o botão e espero, tentando me distrair ao apagar algumas notificações da caixa de mensagens do meu celular, mas sou surpreendida quando sinto a presença de alguém se aproximando e um toque conhecido em meu pulso.

Giro os calcanhares de leve para encontrar o dono do toque, me deparando com os olhos amendoados de Taehyung e sua respiração pouco ofegante.

— Eu sei que o seu marido não gosta de mim, mas... — ele faz uma pausa, como se quisesse retomar a frase de outra maneira — mas se existe algo que eu sei, é que ele ama você. E se eu estivesse no lugar dele, gostaria de saber que existe uma parte bem pequeninha de mim em você. Eu seria o cara mais feliz da porra desse mundo — Taehyung solta meu pulso devagar, oferecendo um sorriso mínimo — E bem,  se ele não perceber isso, é porque ele é um tremendo idiota.

Sorrir é inicialmente a minha única reação, então ouço as portas do elevador se abrindo atrás de mim e fico na ponta dos pés, abraçando o pescoço de Taehyung.

— Obrigada, tigrão.

Ele ri com vontade e se afasta um pouco, mas seu olhar sempre esta ali, analisando meu rosto em silêncio.

— Sabe, as vezes eu sei que dou a impressão de ser esse cara egocêntrico que não tem sentimentos reais e um coração duro — ele bate no próprio peito, sorrindo — mas aqui eu sou todo mole.

Eu rio e balanço a cabeça, entrando no elevador.

Você é patético. — eu sibilo para ele, vendo seu sorriso se abrir enquanto as portas do elevador se fecham

•••

— Chegamos! — anuncio quando Nic e eu passamos pela porta da frente. Tiro o meu casaco e o deixo pendurado no suporte ao lado da porta. Pela alta janela da sala, vejo que já começou a nevar — Que tal um chocolate quente com marshmallows, Nic?

— Sim! — ele exclama, trabalhando em tirar as próprias botas e o casaco.

— Certo, leva a sua mochila para o quarto e depois me encontra na cozinha.

Sigo sozinha para cozinha e abro os armários a procura dos ingredientes, ficando tão imersa na minha tarefa que não percebo que Maggie estava ali o tempo todo.

— Oh, Maggie. Eu não sabia que você estava aqui.

— Uma boa empregada sabe como ser invisível. — ela sorri — Precisa de alguma ajuda?

— Não estou achando os marshmallows e os biscoitinhos do Nic.

— Estão no armário de cima. — ela sinaliza com o olhar, e eu balanço a cabeça e sorrio, agradecida.

Deixo tudo que preciso sobre o balcão da cozinha, e minutos depois vejo Nic passar pela entrada como um furacão.

— Oi, Maggie. — ele fala, vindo até nós e tentando subir no balcão.

— Olá, pequeno Jeon. — ela brinca com ele — Bem, se precisarem de mim, vou estar lá em cima.

Quando Maggie sai da cozinha, Nic senta sobre o balcão e balança as perninhas, me vendo dobrar as mangas do meu suéter antes começar a fazer o nosso chocolate quente.

— Como vai a escola? — eu pergunto — Você fez amigos?

— Sim, o nome dele é George.

— E o George é legal?

— Sim. — ele balança a cabeça, mas seus olhos estão dispersos em algum ponto abaixo de seus pés — Ele pode vir brincar comigo amanhã?

— Claro, seria um prazer conhecer o George.

Nic fica em silêncio por alguns segundos, mas sei muito bem que algo está passando por aquela cabecinha quando ele começa a estalar a língua no céu da boca.

— George tem um cachorro. Ele é grande e peludo.

— Ah, é? — eu fico de costas para ele — Você tem a Coco.

— Mas ela só dorme, e é sua.

Arqueio a sobrancelha de leve. Ele tem um ponto.

— Eu queria um cachorro.

— Quando eu tinha sua idade, também queria. — eu inclino a cabeça para o lado para olhá-lo — Você precisa falar com seu pai primeiro.

— Não sei se ele vai deixar. — Nic faz um biquinho, olhando para mim — Mas se você pedir, ele deixa.

Eu jogo a cabeça para traz e rio.

— Acho que você deveria falar com ele.

— Hoje? — ele pergunta, entusiasmado.

Eu olho na direção do relógio de parede na cozinha e aperto os lábios.

— Talvez amanhã. Seu pai anda muito ocupado com o trabalho, hoje somos só você e eu.

Ouço Nic soltar um suspiro e fazer um muxoxo decepcionado. Desligo o fogão e me viro, deixando as mãos na cintura.

— Sabe, — eu dou a volta no balcão, ficando de frente para ele — garotas também podem ser legais.

Eu posiciono uma colher na ponta do balcão e um marshmallow na parte côncava, acerto a outra extremidade do talher e faço o doce voar e cair na minha boca.

Nic ergue as sobrancelhas e ri, me fazendo rir junto com ele.

— Viu? Eu te fiz rir — eu bato na ponta do seu nariz de leve — Vem, vamos tomar esse delicioso chocolate quente.

•••

São onze horas, Maggie já foi embora e Nic está provavelmente em seu sono mais profundo. Eu estou sozinha no meu quarto, inquieta, encarando o teto escuro enquanto pensamentos correm em disparada por minha mente.

Hesitante, eu deslizo minhas mãos para o ventre e tento notar alguma diferença, alguma mínima sobreposição, mas nada.

Não deve ser nem mesmo um bebê ainda.

Ainda assim, é alguma coisa.

Acho que nunca estive com tanto medo.

Ouço o barulho de passos se aproximando pelo corredor e faço um movimento exageradamente rápido na cama, ficando de costas e fingindo dormir.

Quando a porta se abre, há um momento de silêncio antes que o som do clique dela se fechando soe. Então o som dos passos antes abafados agora estão mais claros, e se aproximando cada vez mais.

Sinto lábios encostando de leve e demoradamente na minha testa, mas então eles se afastam, e minutos depois consigo ouvir o barulho da água caindo na suíte.

Os últimos dias foram assim. Eu o evitando pelo simples fato de não conseguir mentir para ele.

Minutos depois ele volta, e eu continuo sem me mover, mantendo a minha farsa. A cama afunda ao meu lado e a luz do abajur se apaga. Ele se aproxima, mas eu não sinto nenhum toque.

Acho que nunca precisei tanto dele como agora.

Feliz natal!

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro