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27 de Dezembro - Encontros e barraquinhas de cachorro quente

Chan :D : Luazinha, quer ir em um lugar comigo depois do trabalho?
Eu chego em casa por volta das 18h.

Elly: Por mim tudo bem,
quando eu puder
descer me avisa.

Chan :D : Ok. Se agasalha bem, tá bom? Hoje está muito frio.

Elly: Pode deixar. Até mais tarde, Chan.

Chan :D : Até, Luazinha.

*

- Você tem um encontro! - Cali exclama animada e eu sorrio sem graça.

- Não acho que seja um encontro. - Digo simplista e ela nega com a cabeça.

- Você quer que seja um? O que você sente por ele? - Pergunta séria e eu respiro fundo.

- Bom, eu acho que gosto dele. Ao mesmo tempo que sinto que faz pouco tempo que nos conhecemos, parece que já o conheço há anos. - Explico e ela assente. - Sobre sair hoje, eu até queria chamar de encontro, mas não sei como ele se sente em relação a mim.

- Bom, isso você vai descobrir aos poucos, mas o Lixie disse que ele estava muito mais feliz nos últimos dias por sua causa. - Cali conta e eu fico muda sem saber o que dizer. - Não pensa muito nisso, só vai e aproveita seu passeio. Tá bom?

- Tudo bem. - Digo com um sorriso pequeno e ela me abraça rapidamente de lado

*

Mensagens

Chan :D : Luazinha, estou aqui embaixo | 6:10 pm

Elly: Vou descer | 6:11 pm

Envio a mensagem rapidamente e visto meu sobretudo antes de me despedir de Cali e sair do apartamento. Corro até o elevador e aperto o botão do térreo.
Quando as portas se abrem no hall do prédio, a primeira coisa que vejo é Chan vestindo um sobretudo preto. Um cachecol vermelho em seu pescoço e um sorriso pequeno em seus lábios.

Respiro fundo antes de caminhar em sua direção.

- Pronta para diversão, Luazinha? - Chan pergunta e meu coração derrete com o apelido.

- Você não vai me levar em nenhum lugar assustador, vai? - Pergunto brincalhona e ele ri negando com a cabeça.

- Não vou! Mas prometo te proteger de qualquer coisa assustadora, tá bom? - Diz rindo e eu rio um pouco também.

- Tudo bem. Para onde a gente vai? - Pergunto olhando em seus olhos.

- É surpresa!

*

- Você viu aquela criança tentando atropelar a gente no carrinho de bate-bate? Na minha época não era agressivo desse jeito não. - Chan exclama incrédulo e eu gargalho.

- E as crianças de boa na montanha russa? Eu quase tive um enfarte com a velocidade daquele negócio. - Digo surpresa e Chan ri alto ao meu lado.

Sinto o vento frio passar pelo meu corpo e esfrego as mãos na tentativa de esquentá-las.

- Quer comer alguma coisa? Estou com fome e um pouco de frio. - Digo e Chan me encara.

Antes que eu possa dizer algo ele já está retirando suas luvas das mãos.

- O que está fazendo?

- Te dando as minhas luvas, você está com frio. - Ele explica simplista e eu deixo uma risada escapar. - Aqui! - Ele diz me estendendo as luvas pretas.

- Mas aí suas mãos vão congelar também! - Retruco e ele nega.

- Então vamos fazer assim, eu uso uma luva e você usa a outra.

- Não precisa! Pode usar, Luazinha. - Chan insiste pegando uma das minhas mãos e vestindo a luva nela. O toque da sua palma na minha faz meu corpo inteiro arrepiar.

- Eu tenho uma ideia. - Digo fazendo com que ele me olhe atento. - Você usa uma luva, eu uso a outra. E a outra mão a gente arranja outro jeito de esquentar.

- Que outro jeito? - Ele pergunta confuso e eu sinto meu rosto esquentar. - Calma, eu já sei. - Exclama como se tivesse tido a melhor ideia de todas.

- O que? - Pergunto nervosa ao vê-lo se aproximar mais de mim. Assisto-o vestir a outra luva em sua mão esquerda.

- Você pode passar o seu braço pelo meu, isso se você estiver confortável com isso, claro. - Ele diz atento a minha reação e eu o olho confusa.

- Estilo parceiros de dança em um baile? - Pergunto rindo um pouco e ele ri também.

- Exatamente. Tudo bem? - Pergunta. Seus olhos mirando os meus em sinal de aprovação.

- Tudo bem. - Digo um pouco nervosa e respiro fundo tentando controlar meu coração quando seu corpo encosta no meu. O toque enviando uma sensação de calor por todo o meu corpo.

- O que você quer comer? - Chan pergunta me olhando. Meu foco ainda está na sensação do seu braço quente sobre o meu. Nossos corpos grudados. - Luazinha, tá tudo bem?

- Ah, sim. Desculpa, só viajei um pouco. - Digo e solto um riso sem graça. - Eu gosto de Dogkebi, aqueles cachorros quentes no palito, sabe? Acho que eles também devem ter Tteokbokki ou aquelas porções de bolinhos fritos.

- Eu também gosto de Dogkebi e a gente podia pegar uma porção de bolinhos fritos para dividir. Pode ser? - Ele diz animado e eu assinto.

- Claro, pode ser sim. Eu sei uma barraquinha boa que a gente pode ir.

*

- Dois cachorros quentes e uma porção de bolinhos saindo. - Um senhor, dono da barraquinha de comida, diz animado. - Vão querer mais alguma coisa? - Ele pergunta olhando na direção de Chan que já está com a carteira em mãos.

- Você vai querer algo para beber, Luazinha? - Chan vira a cabeça na minha direção para perguntar e eu fico tímida com o olhar do vendedor sobre nós.

- Eu vou querer uma coca. - Digo e Chan assente antes de voltar para o senhor.

- Duas cocas, por favor. - Diz e o vendedor murmura um "certo".

Chan paga as comidas e nos sentamos em uma das mesas próximas a barraquinha. Ao nosso redor as luzes de papel vermelhas iluminam todo o local trazendo uma sensação de conforto.
Há alguns casais e amigos sentados em frente ao Rio Han, que está parcialmente congelado, observando a paisagem.

- Ainda está com frio? - Chan pergunta e eu nego.

- Não, agora melhorou um pouco. Você vai precisar trabalhar amanhã? - Pergunto dando uma mordida no meu cachorro quente.

- Sim, eu e o Changbin precisamos resolver uns problemas no escritório amanhã. - Diz e eu o olho curiosa.

- Escritório? No que você trabalha, Chris? - Pergunto curiosa e ele bebe um pouco de refrigerante antes de responder.

- Eu e o Changbin trabalhamos em uma gravadora. Ele trabalha com os contratos e eu com a produção das músicas. - Explica e come um bolinho em seguida.

- Nossa, eu não fazia ideia! Mas você produz suas próprias músicas também?

- Sim, mas não pro trabalho. A gente trabalha com artistas pequenos, sabe? - Chan diz e eu assinto com a cabeça. - E você?

- Ah, eu não trabalho ainda. Estou procurando alguns estágios para começar ano que vem. - Explico e ele abre um sorriso.

- Espero que dê certo, Luazinha.

*

- Prontinho, Luazinha. - Chan diz quando chegamos em frente a porta do meu apê. Já é um pouco tarde e a maioria das luzes do corredor estão apagadas. - Entregue em segurança. - Ele diz e eu sorrio com sua fala.

- Obrigada por hoje, Chan. Foi muito legal. - Digo e abro minha bolsa em busca da chave do apartamento. A encontro e me viro para encarar o loiro novamente. - Da próxima vez a gente pode ir patinar naquele lago perto do centro, que tal? - Pergunto e ele sorri.

- Vamos, sim. - Ele diz e se aproxima de mim. Sua mão alcança uma mecha de cabelo minha que está próxima dos meus olhos e a coloca atrás de minha orelha. Quase prendo a respiração devido a aproximação e a velocidade que meu coração toma com a distância de seu rosto do meu.
Seus olhos castanhos presos aos meus e o beijo delicado que ele deposita em minha testa fazem com que todos os meus sentidos se embaralhem e eu me torne uma bagunça de sentimentos ambulante.
Quando ele se afasta, eu respiro
fundo retomando o ar que estava prendendo.

- Boa noite, Luazinha. - Ele diz com um sorriso pequeno e eu murmuro um "Boa noite, Chan", mas tenho certeza que minha voz quase não sai.

Mesmo quando vejo seu corpo desaparecer do corredor, meu coração ainda está batendo rápido e minha mente nublada.

*

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