10
Já fazia um mês desde que Ivy começara a tratar de si mesma. O processo não era fácil, mas ela estava tentando. Cada dia parecia ser uma pequena vitória, um passo adiante em direção à recuperação. Seus tratamentos psicológicos estavam sendo mais frequentes, e ela começava a se sentir mais leve, como se a cada consulta conseguisse tirar um peso de suas costas.
Sua mãe, ao perceber o quanto estava errando no passado, começou a mudar. Ela finalmente entendeu que estava sufocando Ivy com suas expectativas e exigências. Passou a prestar mais atenção em suas necessidades emocionais e não apenas nas pressões de ser "perfeita". A casa estava mais calma, e as conversas se tornaram mais sinceras. Embora o relacionamento ainda fosse tenso em alguns momentos, Ivy sentia que havia uma mudança real no ar.
Mas nada foi mais significativo para ela do que a presença constante de Mason. Ele, de forma paciente e carinhosa, sempre estava ali quando ela mais precisava. Não forçava nada, apenas oferecia apoio, e isso, para Ivy, significava o mundo. Ela sabia que, se não fosse por ele, ela talvez ainda estivesse perdida em sua própria dor.
Foi então que, numa tarde de sábado, Mason sugeriu que fosse a um parque de diversões. Ivy hesitou no começo, mas a ideia de sair de casa, de se distrair e tentar se divertir, parecia algo que ela realmente precisava. E, ao chegar lá, o sorriso nos lábios de Mason e a alegria dele contagiando tudo ao redor a fez sentir algo que não sentia há muito tempo: esperança.
As cores brilhantes das luzes do parque, o som das risadas e o barulho dos brinquedos encheu o ar com uma energia que Ivy não conseguia mais evitar. Ela sentia algo leve dentro de si, uma sensação que não costumava se permitir. Mason a fez sentir como se fosse possível rir novamente, como se ela fosse uma adolescente sem preocupações.
Eles andaram de todos os brinquedos que podiam. As montanhas-russas, os carrosséis, os jogos de habilidade... tudo parecia mais divertido com Mason ao seu lado. A forma como ele olhava para ela, rindo de suas reações engraçadas, a fazia se sentir viva. A dor do passado parecia ter ficado para trás, e Ivy se permitia viver o presente, mesmo que apenas por algumas horas.
Mas havia um brinquedo que Ivy nunca tinha imaginado que poderia ser tão especial: a roda-gigante. Quando Mason sugeriu que eles subissem, Ivy teve uma leve sensação de nervosismo, mas a curiosidade e a confiança em Mason a fizeram aceitar sem pensar muito. Eles se sentaram na cabine, e o movimento suave da roda-gigante logo os levou para o alto, com uma vista deslumbrante do parque e da cidade ao fundo.
Enquanto a roda-gigante subia lentamente, Ivy sentia o vento acariciar seu rosto, a suavidade do movimento a fazia relaxar. O parque lá embaixo parecia cada vez menor, e ela se sentia mais leve, mais em paz. Ela olhou para Mason, que estava ao seu lado, com um sorriso no rosto.
Ele a observava, os olhos brilhando com uma intensidade que Ivy não conseguia ignorar. Havia algo mais ali, algo além da amizade, algo que se transformava no momento em que seus olhares se cruzaram.
Mason estendeu a mão para ela, sem pressa, como se estivesse esperando por um sinal de que Ivy estava pronta para se deixar levar. Ela hesitou por um instante, mas a suavidade do toque dele a fez se sentir segura. Pegou a mão dele, sentindo o calor da pele dele invadir a sua, e os dois se encararam por um tempo, sem precisar dizer uma palavra.
O movimento da roda-gigante continuava, mas tudo ao redor parecia desacelerar. Eles estavam agora completamente envolvidos um pelo outro, sem pressa, sem pressão. Mason se aproximou devagar, sua respiração mais pesada, e quando seus rostos estavam a centímetros de distância, ele hesitou por um segundo, como se perguntando se Ivy realmente queria que aquilo acontecesse. Mas ela não se afastou. Pelo contrário, ela estava ali, se entregando ao momento, se permitindo ser consumida pela tensão entre eles.
Com um gesto suave, Mason passou uma mão para a nuca dela, os dedos tocando a pele sensível de Ivy, enquanto a outra mão ia para a sua cintura. A sensação de sua presença a envolvia completamente, e Ivy não conseguiu se segurar. Suas mãos, com um movimento tímido, foram até os cabelos cacheados de Mason, puxando-os levemente para mais perto, criando uma conexão ainda mais íntima. Ela sentiu o calor dele, a firmeza de seu corpo, e não resistiu.
Então, finalmente, seus lábios se encontraram. Foi como se o mundo tivesse parado. O beijo foi suave no começo, como uma descoberta, explorando cada movimento, cada toque. Ivy, com as mãos na nuca dele e puxando o cabelo de forma delicada, sentiu uma explosão de sentimentos dentro de si. O calor entre eles se intensificava, mas o toque ainda era suave, como se ambos estivessem esperando o momento perfeito para se entregarem completamente.
Mason, com uma calma impressionante, aprofundou o beijo, sua mão na cintura de Ivy a puxando para mais perto, sentindo o corpo dela contra o seu. Ivy, sem pensar, se entregou completamente, seus dedos ainda brincando nos fios do cabelo de Mason, sentindo a textura dos cachos entre seus dedos. O movimento da roda-gigante ao fundo, o vento suave, e o som distante das vozes no parque ao redor pareciam ser um mundo à parte, como se eles estivessem em um espaço só deles, fora do tempo.
Quando o beijo finalmente se interrompeu, Ivy ficou ali, com os olhos fechados, absorvendo a sensação do momento. Ela não queria que acabasse, mas quando abriu os olhos, encontrou os olhos de Mason fixos nela, com um sorriso suave nos lábios.
Ele sussurrou, de forma quase imperceptível, mas cheia de significado: — Você não precisa ser perfeita para ser incrível.
Ele manteve as mãos em sua cintura e na nuca dela, como se não quisesse soltá-la. O calor de seus corpos ainda se sentia intensamente, e ela podia perceber, no toque dele, que algo havia mudado entre eles. Era mais do que uma amizade. Era mais do que algo físico. Era algo profundo, algo que os dois haviam compartilhado sem precisar de palavras.
Ele a observou por um momento, admirando o jeito como ela parecia ter se entregado ao momento, e foi aí que ele soube: algo importante estava acontecendo ali.
A roda-gigante continuava sua subida lenta, mas para Ivy e Mason, o tempo parecia ter desacelerado completamente. Ali, entre o céu e o parque abaixo, Ivy não se importava com nada. Ela não se importava com o passado, nem com as dúvidas que poderiam vir. Só queria viver o presente, com ele ao seu lado.
A cabine da roda-gigante finalmente começou a descer lentamente, e Ivy olhou para o horizonte, percebendo que, de alguma forma, o mundo à sua volta parecia um pouco mais brilhante, um pouco mais suportável. O beijo de Mason a fez sentir uma liberdade que ela não conhecia, e agora, com as mãos dele ainda em sua cintura, ela sabia que estava pronta para o próximo passo.
Eles saíram da cabine quando a roda-gigante finalmente chegou ao chão, seus corações ainda acelerados, mas algo novo e profundo os conectando.
— Vamos para mais alguma coisa? —, Mason perguntou, sua voz suave e cheia de empatia, sabendo que aquilo não seria apenas um simples momento. Havia algo maior ali, algo que ainda precisavam explorar.
— Sim —, Ivy respondeu, seu sorriso se expandindo com a certeza de que não importava o que o futuro trouxesse. A única coisa que ela queria naquele momento era estar com ele. E, talvez, descobrir, juntos, o que mais o destino tinha reservado para eles.
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1303 palavras
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